Inclusão ciclística de Deficientes Visuais enfrenta dificuldades
Projeto de Brasília pede ajuda depois que bicicletas foram furtadas. Veja ainda um vídeo emocionante e as iniciativas de Florianópolis e São Paulo.
Desde 2004, em Brasília, deficientes visuais têm a oportunidade de sentir os prazeres de pedalar pela Capital Federal, fazer trilhas e participar de competições, graças ao projeto sem fins lucrativos DV na Trilha.
“Tudo começou em um evento realizado no Natal. Era para ser uma ação social de um dia, mas o sucesso foi tão grande que ninguém conseguiu mais parar”, relatam Simone Cosenza e Marcelino Brandão, coordenadores do Projeto. “Uma onda de emoção contagiante. Os deficientes visuais desciam das bikes tremendo e chorando. Tivemos que amparar vários deles para que não caíssem. Os condutores, por sua vez, não conseguiam segurar as lágrimas também”.
Com um trabalho totalmente voluntário, os participantes do projeto também costumam levar os DVs (deficientes visuais), em caiaques, para se aventurar nas águas do Lago Paranoá. Essas experiências proporcionam momentos de integração social, prática de esporte e opção de lazer. “Nós resolvemos dividir com os deficientes uma das sensações que nos faz mais felizes: a sensação de pedalar”.
Eles utilizam bicicletas do tipo tandem, popularmente conhecidas como “duplas”, onde o condutor vai à frente fazendo o papel dos olhos do deficiente visual. “Vamos dos simples passeios pelas ruas de Brasília, às raias de madeira do circuito inclinado do Parapanamericano de 2007, na Colômbia. Fomos também até a maior competição de MTB do Brasil, o Iron Biker, estivemos em três Campeonatos Brasileiros de Ciclismo Paraolímpico, três Desafios Superando Limites, dois Audax 200 Km e várias competições regionais”, comemoram os organizadores.
Bicicletas roubadas
Mas na madrugada do dia 13 de outubro, os integrantes do DV na Trilha passaram por um problema que poderá comprometer a existência do projeto, que já atendeu 40 deficientes visuais e ainda tem mais 30 pessoas aguardando na fila.
Assaltantes invadiram a sede do DV, no Jardim Botânico de Brasília, e roubaram algumas das bicicletas utilizadas para ensinar os deficientes a pedalar e depenaram várias outras, inutilizando-as e causando um prejuízo muito maior que o financeiro ou material.
“O projeto conta com 16 bicicletas e a gente calcula um valor imensurável porque vai inviabilizar a continuidade”, disse a voluntária Aurelice Vasconcelos, nessa matéria feita pela Record de Brasília sobre o caso.
O Projeto precisa de ajuda para comprar, recuperar e montar os equipamentos
Toda e qualquer contribuição é bem vinda e pode ser depositada diretamente na conta do DV NA TRILHA:
Banco do Brasil
Agência 1003-0
C/C 36495-9
CNPJ 13764833/0001-70Ou entre em contato pelo telefone 61 9858-4545, ou pelo site.
Veja neste vídeo se o projeto não merece sua ajuda – ou seu patrocínio, se você representa uma empresa:
Outras iniciativas
Florianópolis
O grupo Novos Horizontes, de Floripa, leva deficientes visuais para pedalar uma vez por semana em diversos roteiros da cidade, desde fevereiro de 2011.
Agora o projeto está em busca de novos condutores voluntários e aberto para novos participantes. Os passeios ocorrem todos os sábados, das 9h às 12h, com concentração em frente à loja Della Giustina, próximo ao terminal TITRI.
Para mais informações, participação ou doações de bicicletas e equipamentos, entre em contato:
48 8409-3168 com Ricardo
ou projetonovoshorizontes@gmail.com
O Projeto conta com a parceria da ACIC, Associação Catarinense para Integração dos Cegos.
São Paulo
A Associação Brasileira de Amigos, Familiares e Portadores de Glaucoma – ABRAG – realiza anualmente em São Paulo um Passeio Ciclístico com deficientes visuais, em parceria com a Fundação Dorina Nowill, para lembrar as pessoas da importância de fazer exames regulares de prevenção ao Glaucoma.
Veja o relato da edição 2011, aqui no Vá de Bike, e saiba como foi conduzir os deficientes visuais na tandem. Em 2012, a organização do evento teve dificuldades em realizá-lo novamente no Parque Villa-Lobos e está em busca de outro espaço público que possa ser utilizado para a causa.
O Vá de Bike apoia toda e qualquer iniciativa que promova a integração e estímulo ao uso seguro e responsável da bicicleta. Acreditamos nela como um poderoso instrumento de revolução social e pessoal, por isso as pessoas precisam ter o direto de experimentar e usufruir dos seus prazeres, em qualquer fase e contexto da vida.
O TRABALHO COM TANDEMS E DVs É UMA DAS COMBINAÇÕES MAIS FELIZES PARA A SAÚDE, ENTRETENIMENTO E MAIOR SOCIALIZAÇÃO DOS DVs. É REALMENTE LAMENTÁVEL ESTE GRAVE OCORRIDO. INFELIZMENTE ESTES ATOS (OS ROUBOS) SÃO O CÂNCER DE NOSSO TEMPO, JÁ INSTITUCIONALIZADA, COM PCCs DA VIDA, MILÍCIAS POLICIAIS, UM BANDO DE “PRÉ-BANDIDOS” DIRIGINDO CARRÕES, ATOAS PELAS RUAS DAS CIDADES, MAQUINANDO NOVAS INVESTIDAS.
O QUE ELES NÃO SABEM, É QUE, PIOR DO QUE TER LIMITAÇÕES DA VISÃO, É TER LIMITAÇÕES DA ALMA PARA O RESTO DE SUAS EXISTÊNCIAS.
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O Pior de tudo, pois ver que esses ladrões destruíram as bicicletas e largaram pelo caminho.
Por isso eu sempre digo bandido bom é bandido morto.
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