Foto que bombou nas redes sociais mostra construção de um velódromo em Santos

Reforma do velódromo da USP não contempla ciclismo de pista

Velódromo deve virar arena multiuso, sem pista para ciclistas. Veja também iniciativas nacionais de apoio ao ciclismo de pista olímpico.

Imagem: Reprodução

Em matéria publicada recentemente, o Jornal do Campus trouxe mais um capítulo da novela do Velódromo da Universidade de São Paulo (USP).

A novidade agora é que pela primeira vez está sendo elaborado um projeto de reconstrução do espaço que vai contemplar uma arena multiuso (atividades esportivas e culturais), mas que não terá a pista para ciclistas de velocidade – motivação inicial e principal de um velódromo!

“O velódromo está condenado. Primeiro que ele já está fora das normas. Um velódromo adequado teria piso de madeira, cobertura, etc. Hoje tem até árvore crescendo no meio da pista, fora todo o comprometimento estrutural. Há locais que deveriam estar interditados”, afirmou Eduardo Castro Mello, um dos sócios da empresa responsável pelo o projeto arquitetônico da reforma que é parte do novo Plano Diretor do CepeUSP.

Segundo os responsáveis pelo projeto e pelo departamento na Universidade, a ideia central é fazer uma arena multiuso que receba atividades esportivas e culturais. O projeto já leva em consideração a demolição do velódromo e a construção de um novo espaço.

O velódromo da USP foi construído para os Jogos Pan Americanos de 1975, que acabaram sendo transferidos para a Cidade do México devido a um surto de meningite no Brasil.

O velódromo está fechado para competições desde o início da década de 1990, quando passou a receber eventos festivos – proibidos desde julho deste ano por questões de segurança.

Carlos Bezerra de Albuquerque, diretor do Cepeusp, considera que a construção do velódromo “foi um erro de planejamento estratégico (…) Nós herdamos uma situação. O que temos que fazer agora é cuidar de quem vem ao Cepeusp”.

“Nós estamos imaginando um projeto que dê uma utilização melhor do espaço para o centro esportivo. Particularmente, eu acredito que um velódromo ali não tem nada a ver com a Universidade. Um velódromo tem a ver com a cidade”, afirmou Castro Mello para o Jornal do Campus.

Ficam as perguntas…

– O que será que Castro Mello quis dizer com isso?

– Por que uma estrutura dentro de uma universidade deve estar desvinculada dos interesses da cidade?

– Uma universidade não deveria atender a interesses da cidade, por essência?

Em outros países, são justamente as universidades que formam os atletas que conquistarão medalhas nos jogos olímpicos.

Enquanto isso, a prefeitura do município de Indaiatuba anunciou a construção de um velódromo que cumprirá as exigências da UCI (Union Cycliste Inaternationale), para receber eventos internacionais de ciclismo de pista. Segundo o site oficial da Prefeitura, a construtora responsável pela execução da obra, tem prazo de 10 meses para a conclusão.

A atleta Camila Coelho, da equipe Caloi de ciclismo de pista. Foto: Caloi/LiveWright

Caloi lança selo de compromisso com o ciclismo nacional

No mês de agosto, durante encontro na sede da empresa, a Caloi mostrou seu compromisso com o ciclismo profissional ao apresentar o Selo e exibir o vídeo “A medalha sua”. A ação da empresa no apoio e fomento do ciclismo de pista faz parte de um movimento da iniciativa privada nomeado LiveWright, que tem por missão “desenvolver o esporte brasileiro de alto rendimento, servindo de inspiração para o desenvolvimento social”.

O foco da campanha da Caloi é fomentar o ciclismo profissional nos próximos anos e buscar, pela primeira vez, medalhas olímpicas para o Brasil nos jogos do Rio de Janeiro em 2016. A fabricante de bicicletas vai aplicar, este ano, mais de R$ 3 milhões nas equipes e atletas que patrocina. E a intenção é investir no esporte cerca de R$ 25 milhões até a Olimpíada 2016.

O vídeo abaixo mostra parte desse trabalho, com a preparação dos atletas e a opinião de especialistas:

Foto que bombou nas redes sociais mostra construção de um velódromo em Santos. Foto: Claudio Diegues

O que está faltando?

O que a iniciativa privada, em parceria com o Estado e as prefeituras, está esperando para finalmente bancar uma estrutura profissional para os ciclistas de pista de São Paulo e, por tabela, do Brasil?

Ainda que a USP claramente e declaradamente não tenha interesse nenhum em investir no ciclismo, isso não pode significar que não é possível construir um velódromo utilizando outros espaços, indo para lugares onde ciclistas são bem vistos e estimulando o desenvolvimento local.

Recentemente, por exemplo, bombou na internet a notícia da construção de um velódromo em Santos/SP, inclusive com a publicação de uma foto da obra. A pista mais próxima do município São Paulo fica em Caieiras, a 40 km da capital.

Incentivar a criação de infraestrutura é deixar um legado para cidade, fomentando a cultura esportiva do ciclismo não só com foco pontual em jogos olímpicos. Nesse aspecto, Londres tem muito a nos ensinar.

Será que vamos depender pra sempre do ótimo velódromo do Rio de Janeiro, por sinal ameaçado de demolição?

9 comentários em “Reforma do velódromo da USP não contempla ciclismo de pista

  1. Primeiro queria dizer, que o estado atual do velodromo é lamentavel, e infelizmente eles não pensaram no retorno que traria a pista sendo reformada.
    A USP inicialmente teria que se preocupar cada vez mais em se integrar a cidade, e não a se fechar como vem ocorrendo cada vez mais.
    Retirada dos muros ampliação dos acessos (mas eu prefiria que fosse restringido o uso do automovel lá dentro, mas com a desvinculação do circular com a cidade universitária eu penso que isso fica mais dificil)

    Agora um off topic:
    li essa reportagem a pouco no g1 http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/10/predio-mais-caro-de-sp-aguarda-licenca-para-funcionar-veja-fotos.html
    E vi o bicicletario deles, acho que gostei, só queria ver mesmo era a quantidade de vagas, mas um lugar com vestiário e bicicletario juntos ohohohoho, o mundo está mudando mesmo não? ainda terá um serviço de aluguel de toalhas… parece legal.

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  2. Não entendi a Caloi estar relacionada a esta matéria…

    Se ao menos estivesse relacionada a construção ou revitalização de algum velódromo…

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    1. Oi, Labeda. O objetivo da Aline foi mostrar, tanto com o caso da Caloi quanto com a construção do velódromo em Santos, um contraponto ao posicionamento absurdo da USP. Enquanto em outras cidades o ciclismo de pista é estimulado, com a compreensão inclusive de que isso pode resultar em desempenho olímpico se feito da forma correta, a USP continua acreditando que seu campus não deve atender à cidade e, em maior extensão, ao país. O argumento utilizado beira o ridículo.

      Infelizmente não temos mais informações sobre o velódromo de Santos (ainda).

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    2. E não só isso, mas de repente tentar estimular que empresas preocupadas com o ciclismo olimpico (nesse caso de pista), possam fazer alguma coisa por SP. é uma vergonha nao termos um velodromo decente

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      1. Olá, Aline!
        Sei que faz tempo essa notícia, mas você saber ia me informar mais sobre esse plano diretor do CEPEUSP? Ou tem mais alguma informação à respeito da demolição do velódromo?
        Obrigado

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