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Cadê o bicicletário da estação Faria Lima? Assine a petição

A Prefeitura de São Paulo decidiu não construir o bicicletário, previsto em projeto e em lei. Entenda o caso e ajude a reverter a decisão.

Cadê o bicicletário, que está no projeto e na lei? Foto: Rachel Schein
Cadê o bicicletário, que está no projeto e na lei? Foto: Rachel Schein
Pontos de ônibus ficaram oito anos sobre a ciclovia, como "solução temporária". Vergonha para a cidade. Foto: Rachel Schein
Pontos de ônibus ficaram oito anos sobre a ciclovia, como “solução temporária”. Vergonha para a cidade. Foto: Rachel Schein

O Largo da Batata, na região de Pinheiros, em São Paulo, continua em processo de reforma. E temos duas notícias relevantes para a bicimobilidade na região: uma boa e uma ruim.

A boa notícia é que os pontos de ônibus que estavam sobre a ciclovia, instalados “em caráter temporário” desde 2005, finalmente estão sendo retirados do canteiro central e transferidos para o Terminal Pinheiros.

Já era hora! Colocar os pontos de ônibus exatamente no meio da ciclovia foi uma decisão vergonhosa, um exemplo do descaso com os ciclistas e do quanto a mobilidade em bicicletas foi historicamente ignorada e prejudicada na cidade.

A má notícia é que não será instalado um bicicletário na estação Faria Lima do Metrô, mesmo estando previsto no projeto original do arquiteto Tito Lívio Frascino. O estacionamento para bicicletas foi simplesmente retirado na execução da obra.

Segundo a Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), mais de 500 mil pessoas usam a bicicleta para deslocamento pelo menos uma vez por semana. E mesmo com esse crescimento constante e visível da bicimobilidade, decidiu-se retirar o bicicletário da execução do projeto.

Mais uma decisão vergonhosa, mais um exemplo do descaso com os ciclistas e do quanto a mobilidade em bicicletas continua, em muitos aspectos, sendo ignorada e prejudicada na cidade.

Momento de pressionar

Vera Vidigal, diretora jurídica da Sociedade de Amigos do Alto de Pinheiros (SAAP), se surpreendeu ao saber que o bicicletário não está previsto no projeto cicloviário apresentado pela SP Urbanismo. “Quando perguntamos por ele, a resposta foi que existe um bicicletário que atende a estação da CPTM e pode ser usado, no entanto esse bicicletário não me parece nada prático pra quem vem da ciclovia e quer usar o metrô”, desabafa.

Por outro lado, o projeto de mobiliário urbano na operação do Largo da Batata está sendo revisto. “Acredito que esse é o momento para pressionarmos pela viabilização de um bicicletário na Estação Faria Lima, já que o Largo é bem grande e ainda comporta novos projetos”, opina Vera.

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Abaixo-assinado

Essa semana a Cicloliga lançou um abaixo-assinado pedindo o bicicletário. Intitulado “onde está o bicicletário da Faria Lima?”, o texto ressalta a importância de um lugar seguro para estacionar bicicletas naquele ponto e cobra a responsabilidade da Subprefeitura de Pinheiros, SP Obras, SP Urbanismo, CET e Via Quatro.

Para que a petição seja encaminhada são necessárias 2.000 assinaturas. Até o fechamento desta matéria 403 pessoas haviam manifestado seu apoio. Assine!

Na opinião de Raphael Monteiro, integrante da Cicloliga e do Bike Anjo, “a Faria Lima é a mais importante avenida comercial fora do centro de São de Paulo. Ela também abriga uma das mais movimentadas ciclovias da cidade”.

“Além disso”, continua Raphael, “ela conta com uma estação de metrô completamente estratégica, pois a Linha Amarela é a única com interligação com todas as demais linhas de metrô, além de interligar praticamente todas as linhas de trem da CPTM. Com toda essa infraestrutura, é simplesmente inconcebível que tenham limado do projeto do largo o bicicletário, e mais inacreditável ainda que ele não conste no projeto de reforma do Largo da Batata em fase de finalização”.

Além de fazer a interligação com a CPTM e com o metrô, o largo da Batata, onde está localizada a estação, também conta com terminais de ônibus que seguem para vários pontos da cidade.

Colabore assinando a petição.
É super rápido, basta fornecer nome, e-mail e cidade.

Fila de embarque no Largo da Batata: mesmo com pontos finais de várias linhas e estação de Metrô, Prefeitura decidiu não construir o bicicletário previsto. Foto: Rachel Schein
Fila de embarque no Largo da Batata: mesmo com pontos finais de várias linhas e estação de Metrô, Prefeitura decidiu não construir o bicicletário previsto. Foto: Rachel Schein

Bicicletário está previsto em Lei

Por Willian Cruz

A Lei Municipal 14.266, de 6 de fevereiro de 2007, obriga “os terminais e estações de transferência do SITP [Sistema Integrado de Transporte de Passageiros]” a terem “locais para estacionamento de bicicletas, bicicletários e paraciclos como parte da infra-estrutura de apoio a esse modal de transporte” (Art. 8º). Ainda que a estação de Metrô e o próprio Largo possam vir a ser considerados como fora dessa classificação, a Lei inclui “outros locais de grande afluxo de pessoas” em seu texto.

Outro artigo da mesma Lei, o de número 10, dispõe que “o Executivo deverá estimular a implantação de locais reservados para bicicletários, em um raio de 100 metros dos terminais e estações de metrô, trens metropolitanos e corredores de ônibus metropolitanos”. E o artigo 13 determina que o bicicletário deve ter controle de acesso.

A decisão de não construir o bicicletário é um grande desrespeito ao cidadão que utiliza a bicicleta – sobretudo por haver uma ciclovia bastante utilizada exatamente entre as duas entradas da estação – e demonstra a grande miopia que ainda existe no poder público paulistano em relação à mobilidade sustentável, apesar de reuniões, discursos e afagos aos cicloativistas em declarações oficiais. Não adianta ser a favor do uso da bicicleta apenas no discurso (e, às vezes, nem nisso).

Acima de tudo, deixar de construir esse bicicletário é um flagrante desrespeito à Lei Municipal, que deve ser denunciado ao Ministério Público caso o abaixo-assinado não surta efeito.

Ajude a mostrar que há demanda pelo bicicletário, assinando a petição. Obrigado.

6 comentários em “Cadê o bicicletário da estação Faria Lima? Assine a petição

  1. Falando em estruturas não reqlizadas, este final de semana fui andar na ciclovia do Pinheiros, e ao tentar usar aquelas ridículas escadarias e canaletas de acesso na Vila Olimpia, dei falta daquele acesso que o JK Iguatemi havia se comprometido a fazer antes de inaugurar. Acho que os donos acabaram esquecendo né? A vida corrida é assim mesmo…

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  2. Isso é mais uma jogada politica, primeiro eles tiram ou nao colocam na planta do projeto, depois de feita a obra e alguns milhoes terem sidos ja desvidos, a população pedirá o bicicletário para ai sim, eles roubarem mais um pouquinho soh!!!
    E eh assim que funciona o nosso pais, empurrando com a barriga e tirando mta grana do nosso bolso.
    ASSINADO!!!

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  3. Assinado! nao sei porque nao funciona a funcao de compartilhar pelo Facebook na site de change.org!!!

    Gente, existe alguma petição sobre a passarela na est. Morumbi para a ciclovia?!?
    Acho, que nao so eu sinto uma GRANDE falta dela…

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  4. Assinado (2). Hum, sei não… mas acho que já tá passando da hora de se engatilhar o Ministério Público.

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  5. Assinado.

    Um absurdo que não tem tamanho, pois é um local onde temos uma ciclovia muito movimentada cortando o canteiro central da Avenida Faria Lima, passando pela estação do metrô, num centro comercial tão importante de São Paulo. Não fazer um estacionamento para bicicletas ali, que já era previsto, é totalmente inadmissível. É um local mais que essencial para um bicicletário (e que seja adequado, por exemplo, os de “U” invertido).

    Cadê também o restante da ciclovia na Faria Lima? A prefeitura tem extrema lentidão em finalizar uma ciclovia que deveria ligar, no mínimo, o Parque Ibirapuera e/ou Avenida Luís Carlos Berrini até Parque Villa Lobos, onde é totalmente viável sua instalação através do canteiro central das vias. Inadmissível essa omissão que nossos governantes têm em relação à infraestrutura cicloviária, mesmo sabendo que a cidade possui uma imensa proporção de ciclistas que circulam diariamente pelas ruas.

    Não queremos só ciclofaixas de Domingo, queremos respeito nas ruas e estrutura cicloviária nas avenidas. E claro, estacionamento adequado paras as bikes nos estabelecimentos públicos ou privados e em todas as estações de trem e metrô.

    Tudo isso não é pedir muito, é o mínimo, é o essencial.

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