Pontes devem ser sinalizadas para proteger a vida de ciclistas
As pontes das cidades brasileiras representam pontos de risco para ciclistas, que em muitos casos precisam cruzá-las diariamente.
Num final de tarde de sexta-feira, aproximadamente 35 ciclistas se reuniram na ponte das Bandeiras, Zona Norte de São Paulo, para realizar uma ação popular buscando mais segurança para os ciclistas da região. Foi a “Bicicletada das Pontes”, que aconteceu no dia 20 de setembro de 2013. O evento havia sido convocado via Facebook pela Ciclo ZN, um grupo de ciclistas que dependem da travessia das pontes todos os dias nos seus deslocamentos.
Além da falta de planejamento e de sinalização para a travessia de pedestres e ciclistas, um grande problema no local é a velocidade dos carros. “Mais importante do que ter passarelas e ciclovias é reduzir a velocidade”, afirma Odir Juge, na videorreportagem de Murilo Azevedo, no Bike é Legal. “A ponte, que é feita pra unir os dois lados, na verdade só separa. Ela só une realmente quem é motorizado”, opina outro ciclista, Almeida Silva, no mesmo vídeo.
Para sinalizar essa redução de velocidade e forçar o poder público a tomar uma atitude de forma emergencial, os ciclistas pintaram uma faixa de pedestres na alça de acesso – que logo foi inaugurada por uma senhora que passava. A falta de pontos seguros de travessia é um problema da maioria das pontes da cidade. Bicicletinhas também foram pintadas na faixa dos ônibus e uma linha foi pontilhada simulando uma ciclofaixa.
Ponte do Pacaembu
Na sexta-feira seguinte, 27 de setembro, era dia de Bicicletada. E dessa vez a massa se dirigiu à ponte do Pacaembu, para repetir a sinalização.
Veja neste vídeo feito pelo Roberson Miguel, a “inauguração” da nova sinalização e o perigo na travessia. Repare como não há passagem para pedestres nessa ponte, as pessoas se espremem em 20 cm de calçada – uma situação criminosa.
Mesmo com a sinalização, que ficou bem próxima à oficial, no vídeo é possível notar duas fechadas colocando o ciclista em perigo, além da dificuldade da circulação de pedestres.
Sinalizar e reformar pontes é essencial
Por Willian Cruz
Milhares de ciclistas precisam cruzar diariamente as pontes paulistanas. E a maneira como foram construídas – servindo como alça de acesso para vias de alta velocidade – coloca em risco qualquer pessoa que não esteja em um veículo automotor.
O motivo do risco é bastante claro. O ciclista vem por uma avenida principal, na faixa da direita, quando de repente, “surge” uma nova faixa à sua direita, com veículos entrando em alta velocidade. E isso justo no momento em que começa a subida e a velocidade do ciclista, por consequência, diminui.
Mesmo após passar por essa entrada, o risco continua sobre a ponte, pois a velocidade da bicicleta diminui cada vez mais em razão do aclive e os veículos, que vêm da avenida abaixo em alta velocidade, vêem a ponte como uma extensão dessa via e tentam manter a velocidade que imprimiam anteriormente. O ciclista passa a ser visto como obstáculo e não raro ocorrem agressões que leh colocam a vida em risco, como finas e fechadas.
Mais adiante, quando tem início a descida, o risco continua, agora com os motoristas que querem chegar à saída na direita, para acessar a via rápida abaixo. Muitos não têm paciência com o ciclista e o fecham descaradamente, mesmo sabendo que com isso pode ocorrer um grave acidente.
E como mudar tudo isso? As melhores soluções, em termos de segurança viária, são:
- Retirar dessas pontes a característica de alça de acesso, fazendo os motoristas entrarem na próxima rua para retornar à avenida abaixo. Sem isso, é muito difícil fazer uma travessia segura para pedestres um acesso para ciclistas.
.- Sinalizar a presença de bicicletas e a prioridade de circulação garantida no código de trânsito, através de sinalização horizontal (ciclofaixa, ainda que compartilhada com ônibus) e vertical (placas).
.- Realizar blitzes de fiscalização para coibir o comportamento desumano e criminoso de muitos motoristas ao entrar e sair das pontes, punindo exemplarmente por direção perigosa. Impunidade estimula o desrespeito à lei.
A omissão do poder público em relação às pontes, principalmente estando cientes do problema, também é criminosa.
Apesar de ser uma boa medida, não resolve o problema de trânsito. É como tentar enxugar um bloco de gelo. O problema de mobilidade não está sendo resolvido. A questão das pontes é a sua readequação, não sua sinalização. A melhor solução é a construção de pontes, exclusivas para pedrestes e ciclistas. Exemplos disto existem: as passarelas de Osasco sobre o rio Tietê, há 4 delas ! Uma integrada a ponte numa solução interessante, e 3 exclusivas para pedestres/ciclistas.
Em São Paulo, creio que não há solução semelhante. A proposta de ciclopassarela da USP é uma solução cara, vai atender a uma pequena parcela do trânsito de pessoas e biciclestas, enquanto que a readequação das pontes é mais barata e mais aplicável às pontes existentes.
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pelamordedeus..quase fui impiedosamente atropelado, uma vez na ponte do LIMÃO e duas na JULIO MESQUITA. De tanto medo que fiquei agora só vou pelo passeio, e na alça de acesso da ponte do LIMÃO fico esperando desmontado já fora da ponte, na alça de acesso a marginal não vir ninguém, ai atravesso levando a bike desmontado, só ai então monto na bike pra seguir meu caminho.Não é fácil..aquilo é pior que roleta russa, é brincar com a vida..não sei até quando isso vai continuar, sem contar também que na ponte do LIMÃO colocaram postes de iluminação NOVINHOS (uma beleza) só que as lâmpadas estão apagadas direto !!! é uma escuridão tremenda ali em cima, a ILUME diz que os bandidos roubam os fios nas madrugadas e por essa razão não tem ILUMINAÇÃO….
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Se o problema fossem os carros estava bom demais, mas nas pontes das marginais ser assaltado é o verdadeiro perigo! Fiquem espertos com a ponte jaguaré, levaram minha spz crosstrail (marquei bobeira, estava na passarela de pedestres, é lógico q se a travessia fosse segura de bike eu iria pela pista) lá e um colega de trabalho teve o parabrisa quebrado por uma pedra arremessada por um animal (jogam a pedra e ficam esperando que o motorista pare para assaltarem de bando, coisa que nem com travessia segura iria salvar os ciclistas).
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Eu estava presente na pedalada em que esa ciclofaixa foi realizada e realmente é uma ponte muito perigosa. O grupo foi chingado várias vezes por alguns motoristas. Mesmo na hora que estávamos atravesando vi várias pessoas atravesando a pé a ponte (bem no centro, naquela parte que tem um murinho nem “calçada” tem).
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Entre as melhores soluções faltou a maid fácil: reduzir a velocidade máxima permitida. E a não tão fácil: fiscalizat a vel. Max. permitida (que demanda a instalação dos imprescindíveis haddares*).
*by zé simão.
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Parabéns, Willian pela cobertura dessa pauta que é de extrema importancia para a cidade, pois se tivermos exito na redução e cuidado com pedestres e ciclistas nas pontes, nao será mais difícil conseguir e lutar no resto da cidade. E cada vez que fazemos uma ação a revelia do poder publico fazemos com que a sociedade realmente preste mais atençao do que quando fazemos pelo poder publico.
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