Conheça o novo colaborador do Vá de Bike, Enzo Bertolini
Conheça Enzo Bertolini, novo colaborador do Vá de Bike em 2014 e saiba sua história com a bicicleta.
Minha história com a bicicleta começou quando ainda era bem pequeno e ganhei meu primeiro triciclo. Eu cresci e a bike cresceu comigo. Aos 14 anos, a bicicleta era minha companheira inseparável. Na época eu morava em Laranjal Paulista, cidade a 175 km de São Paulo, onde passei parte da minha adolescência. Meu primeiro emprego foi office-boy em um escritório de contabilidade e todo o serviço que eu fazia era de bike. Eu era um bike messenger aos 14 anos, mesmo sem saber o que isso significava.
No meu retorno a São Paulo, o medo de andar nas ruas me obrigou a deixar a Guerreira de lado. O transporte público era o meu principal meio de locomoção durante a semana e nos fins de semana fazia trilhas e algumas cicloviagens.
Quando estava com 24 anos, trabalhava em um escritório na avenida Faria Lima. Na época não existia a linha amarela do metrô e eu levava 1h30 para ir ao trabalho de ônibus desde Santana, na Zona Norte da cidade, mais 2h30 para voltar.
Um belo dia dei um basta nessa situação e comecei a buscar opções de trajeto para ir de bicicleta. Procurava um lugar onde deixar a Guerreira e tomar banho. Nesse ínterim, recebi uma proposta de trabalho que me deixava um pouco mais perto de casa, na Bela Vista. Desde então a bicicleta se tornou meu principal meio de transporte.
foram fundamentais
para a minha formação
ciclística urbana”
Com os anos aprendi que meu espaço na rua devia ser respeitado, que eu tinha direitos e que era possível conviver de maneira harmoniosa com outros veículos. Sites como o Vá de Bike foram fundamentais para a minha formação ciclística urbana, pois pude encontrar referências para me orientar e ajudar outros ciclistas iniciantes. O VdB é parte importante desse processo, pelo debate gerado e informação disseminada.
Como morador da Zona Norte, enfrento batalhas diárias para me locomover de bicicleta. Esse pedaço maravilhoso da cidade está isolado geograficamente pelo rio Tietê e pela Serra da Cantareira, além de ser a parte de São Paulo que menos recebe atenção da Prefeitura. Hoje, a principal dificuldade é atravessar pontes. São espaços onde ciclistas e pedestres não são bem vindos, mas que são fundamentais para nosso acesso ao resto da capital paulista.
Acrescento a isso o fato dos ciclistas fundamentalmente terem que usar avenidas para se locomover na ZN, pois a geografia de morros da região dificulta alguns caminhos. E essas avenidas não possuem nenhum infraestrutura cicloviária, além da alta velocidade e ausência de fiscalização.
Juntos com outros ciclistas e amigos da Zona Norte criamos o CicloZN, para que o “lado de cá” das pontes seja um local seguro e agradável para se pedalar e que o poder público faça a sua parte para que nossos direitos sejam atendidos. Quero que a minha esposa e a minha filha possam andar de bicicleta em segurança.
Para ajudar a diminuir o aquecimento global,deveriam ampliar o número de ciclovias.
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