Mobilização popular faz ciclovia ser prioridade no orçamento 2015 do governo do ES
Graças à pressão da sociedade civil, construção da ciclovia – demanda antiga dos moradores da região – deverá ser prioridade em 2015
Em audiência pública realizada quinta-feira (24/4) pela Secretaria de Estado de Economia e Planejamento do Espírito Santo, duas propostas a favor da mobilidade por bicicleta foram incluídas como prioridade no orçamento de 2015 do governo estadual. O evento ocorreu no Centro de Convenções de Vitória e incluiu ideias e propostas para a capital capixaba e os municípios de Cariacica, Guarapari, Fundão, Serra, Viana e Vila Velha.
Com a participação do governador Renato Casagrande (PSB), do vice-governador Givaldo Vieira (PT), secretários de Estado, prefeitos dos municípios da microrregião, moradores e lideranças locais, a audiência ratificou a proposta vencedora (498 votos) na plataforma online da secretaria, que propôs a construção de uma ciclovia na chamada Terceira Ponte, principal via de ligação entre Vitória e Vila Velha.
Além disso, graças à massiva presença de ciclistas, a integração de todas ciclovias da grande Vitória foi mais uma proposta aprovada pelo governo estadual. No total, seis propostas foram incluídas como prioritárias no orçamento do próximo ano. Segundo o secretário de Estado de Economia e Planejamento, Davi Diniz de Carvalho, “após serem escolhidas, as propostas passarão por uma análise técnica e financeira”.
Com o resultado das audiências públicas será elaborada a Lei Orçamentária Anual (LOA), instrumento de planejamento de curto prazo compatível com Plano Plurianual (PPA) utilizado pela administração pública para demonstrar todos os recursos que serão arrecadados (receita), assim como todos os valores a serem gastos (despesas) em um determinado exercício financeiro.
Rafael Darrouy, editor do site O Ciclista Capixaba, comemora o resultado. “É uma vitória espetacular. Os ciclistas se juntaram, votaram e conseguiram que a proposta de ciclovia fosse a mais votada entre todas outras propostas do estado. Agora é com o governo. Já mostramos que a população quer a ciclovia na ponte, agora é com eles.”
Demanda antiga
A travessia segura na Terceira Ponte é uma demanda antiga dos ciclistas das duas cidades. Com 3,33 km de extensão e vão principal com 74 m de altura, a ponte hoje proíbe o acesso de ciclistas e pedestres. A alegação do governo sempre foi de que venta muito no local e isso colocaria em risco quem está de bicicleta. Só recentemente o governo disponibilizou um ônibus exclusivo para o embarque de bicicletas, ao custo de R$ 1,25 por viagem. Para fins de comparação, carros pagam apenas R$ 0,80 no pedágio da travessia. O ônibus também tem a inconveniência de passar bastante tempo parado no congestionamento causado pelo excesso de carros, levando ciclistas que, por não poderem sair no meio do percurso, têm de esperar que a travessia da ponte esteja completa.
Com os mesmos 70 metros da Terceira Ponte no vão principal e comprimento de 2,73 km, a icônica ponte Golden Gate, em São Francisco (EUA) permite a travessia de pedestres e ciclistas. “Em 76 anos de existência, nunca houve um único caso de ciclista ou pedestre que tenha sido levado pelo vento, argumento de quem é contra ciclovia na Terceira Ponte”, diz Darrouy.
Veja no vídeo abaixo o protesto feito pelos ciclistas durante a audiência pública.
Parabenizo a todos os ciclistas das cidades do Estado do Espírito Santo pelo empenho para atingirem seus objetivos . Vocês estão no caminho certo, temos que a todo custo inverter a lógica do trânsito no Brasil. O momento exige mudanças a favor da qualidade de vida das pessoas nas cidades e isso inclui, transporte público de qualidade, uso de veículos não motorizados (sobretudo bicicletas)e o incentivo às caminhadas a pé. No caso das bicicletas é imprescindível que as cidades sejam dotadas de ciclovias, isso é um direito incontestável das pessoas que fazem uso das bicicletas . O quanto Possível O automóvel deve permanecer nas garagens, isto significa melhorar a mobilidade urbana e melhoria da qualidade de vida, afinal as cidades foram concebidas para o homem e não para o automóvel.
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Enzo e Willian, muito obrigado mais uma vez.
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