Curitiba terá mais 300 km de infraestrutura para bicicletas até 2016
Investimento de mais de R$ 90 milhões prevê a implantação de ciclovias, ciclorrotas, ciclofaixas, vias calmas e passeios compartilhados com pedestres
Por muitos anos uma das principais referências positivas de transporte público entre as capitais brasileiras, Curitiba (PR) ainda fica devendo aos ciclistas no que diz respeito à infraestrutura cicloviária. Os 127km de vias existentes são, em sua maioria, interligando os parques da cidade (portanto, voltadas ao lazer) e construídas sobre calçadas e passeios públicos. Elas também carecem de manutenção e não atendem integralmente à demanda para o uso da bicicleta como transporte, que vem aumentando anualmente na capital paranaense.
Uma das consequências da falta de vias exclusivas ou amigáveis ao uso da bicicleta é a utilização das “canaletas” do BRT, o ônibus biarticulado. Apesar do risco, muitos ciclistas a utilizam por não se sentirem seguros ao pedalar junto aos motoristas de automóveis, que com frequência excedem os limites de velocidade e desrespeitam a distância de segurança de 1,5 m ao ultrapassar quem está nas bicicletas.
Com o início das ações em 2014, que marcam a execução do Plano Diretor Cicloviário (PDC) de Curitiba – lançado no ano passado com a participação da comunidade ciclista da cidade, representada pela Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu (CicloIguaçu) – essa realidade pode ser mudada. Com o plano, a prefeitura prevê a implantação de cerca de 300km de vias com infraestrutura para bicicleta até 2016, com investimentos de mais de R$ 90 milhões.
Além da demarcação de parte dos cruzamentos de ruas com as antigas ciclovias – realizada às vésperas do 3º Fórum Mundial da Bicicleta, que aconteceu em fevereiro – a administração municipal está transformando a avenida Sete de Setembro, um dos eixos de transporte da cidade e que conta com as canaletas usadas pelos ciclistas, em uma “Via Calma”. A velocidade máxima é de 30km/h, com faixas preferenciais para ciclistas e travessias de pedestres elevadas, que reforçam a obrigação do motorista parar para os pedestres passarem, além da bicicaixa, uma marcação de solo entre a faixa de contenção do sinal vermelho e a faixa de pedestres, onde os ciclistas esperam com prioridade a abertura do sinal (bikebox).
Ciclovias, ciclofaixas e novas vias compartilhadas
Segundo o Plano Diretor Cicloviário de Curitiba, cujo documento está disponível online, os cerca de R$ 90 milhões em investimentos resultarão em novos 300km de vias, que incluem 130km de ciclovias e passeios compartilhados com pedestres (onde estes têm a prioridade de circulação), 80km de vias calmas, como a da avenida Sete de Setembro (que terá, ao todo, 6,3km), além de 90km de ciclorrotas e estruturas complementares, como 5 mil paraciclos (suportes para prender a bicicleta) em praças e parques e 21 bicicletários integrados aos terminais de transporte urbano.
O plano prevê ainda uma microrrede cicloviária na CIC (Cidade Industrial), que contará com a revitalização de 3,5 km de ciclovias existentes, a construção de outros 16 km de vias cicláveis e três bicicletários integrados aos terminais de ônibus dos bairros da região.
Veja também |
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As diferenças entre ciclovia, ciclofaixa, ciclorrota e espaço compartilhado |
Fiscalização e educação
Desde 19/05, a página da prefeitura de Curitiba no Facebook alerta e explica aos usuários da Sete de Setembro as principais características do acalmamento da via. Para o coordenador-geral da CicloIguaçu, Goura Nataraj, essas ações fazem parte de um processo de transformação de hábitos, valores e perspectivas sobre o trânsito. “É importante que tenhamos fiscalização e campanhas sobre o respeito às estruturas que estão aparecendo. Estamos no caminho certo, mas é importante que o prefeito Gustavo Fruet compartilhe desta visão, invista o quanto for necessário e cumpra os compromissos de campanha”, defende o ativista, que comemora, além da elaboração do PDC, a criação de um departamento de mobilidade não-motorizada dentro da Secretaria de Trânsito do Município. “A cidade precisa valorizar cada vez mais quem usa a bicicleta como meio de transporte, garantindo, por medidas estruturais e campanhas, um ambiente cada vez mais seguro para os ciclistas, estimulando desta forma que mais gente tenha esta opção no dia a dia”, opina.
Plano Cicloviário em números |
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300 km de vias com infraestrutura para bicicletas: 90 km de ciclorrotas 80 km de vias calmas 130 km de vias com infra específica |
Como vivemos no Brasil, um país de gente com nível de educação e respeito muito baixos e de impunidade muito alta, as ciclovias devem ser separadas dos carros por meio de um obstáculo físico tal como mureta ou obstáculos de concreto a cada 5 a 10 metros.Só assim haverá segurança para os ciclistas e certamente muitas vidas seriam salvas.
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FIM aos passeios compartilhados. São ruins para bikes e para os pedestres!
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Não adianta implantar 300 km de ciclorrotas..para parques de lazer… Muitas pessoas usam a bicicleta.. Para dia dua de trabalho.. Eu sou um deles.. Já andei em todas as Ritas dessa cidade.. O número de pessoas que usam a bicicleta para o trabalho é grande..para lazer apenas fim de semanas… As pessoas deixariam o carro em casa.. Se houvesse segurança nas ruas.. Nas ciclovias.. Sinalizadas.. Naus existe.. Precisamos de varias rotas . em toda cidade.. Não apenas destinadas a parques… As pessoas que vão pedalar no parque.. Levam a bicicleta em seus carros.. Adianta!! A cidade precisa ser traçadas rotas alternativas.. Para irmos ao trabalho ou ate a lazer..
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Bike é a solução.
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