Secretário de Transportes participou pedalando em Desafio Intermodal de SP
Rachel Schein acompanhou o secretário de perto durante o Desafio. Veja como foi e o que Jilmar Tatto e os demais participantes relataram sobre o trajeto.
Pela primeira vez em 9 anos, o Desafio Intermodal contou com a participação de uma das autoridades de Transportes da cidade de São Paulo. O secretário Jilmar Tatto, convidado pelo Vá de Bike e pelo Instituto CicloBR, que organiza o desafio, fez o percurso de bicicleta em 1h27 min, pedalando por vias calmas.
Assista em vídeo a participação do secretário e
veja a galeria de fotos do Desafio Intermodal 2014 em São Paulo
Bicicletas
A bicicleta entrou no desafio esse ano de três formas:
- por vias rápidas: o caminho mais curto, por avenidas, geralmente os caminhos percorridos por bike couriers
- por vias calmas: são os caminhos por dentro dos bairros, por ruas menos movimentadas e evitando grandes avenidas (exceto onde há ciclovia)
- bike dobrável + metrô: uma opção de intermodalidade pra quem percorre uma grande distância ou não quer encarar subidas
O desafio tem como objetivo medir a eficiência de vários meios de transportes na cidade através de itens como o tempo, a velocidade, o custo, a qualidade do deslocamento e o impacto ambiental. Esse ano, a ação contou com 11 participantes. A bicicleta por vias rápidas voltou a ficar em primeiro lugar, chegando 3 minutos antes da moto. Em 2013, foi o motociclista quem chegou 4 minutos antes do ciclista.
Tempos | |
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Bicicleta por vias rápidas | 20min 09s |
Motocicleta | 23min 07s |
Bicicleta Dobrável + metrô | 46min 15s |
Ônibus | 53min 58s |
Carro | 59min 04s |
Trem e metrô | 1h 02min 19s |
Cadeirante no transporte público | 1h 03min 24s |
Pedestre correndo | 1h 04min 55s |
Bicicleta por vias calmas | 1h 27min 03s |
Skate | 1h 32min 45s |
Pedestre caminhando | 1h 45min 08s |
Veja os tempos dos anos anteriores |
O que mudou
Fazendo uma comparação com os anos anteriores, algumas mudanças interessantes. O tempo do ônibus melhorou, e muito: em 2012, o participante que fez o trajeto de ônibus levou 1h 30min. Em 2013 esse tempo caiu para 1h08min. Esse ano, o tempo foi feito em 53min58s. Segundo Paulo Teixeira, que fez esse trajeto, o tempo mais curto se deve aos corredores.
O carro, que tinha levado quase o mesmo tempo que o pedestre em 2012, também vem abaixando o tempo desde então. De 1h41min em 2012, fez em 1h07min em 2013 e agora em 59min45s.
Mas o tempo de deslocamento para quem usa o transporte ativo é quase sempre o mesmo. Por avenidas, a bicicleta sempre leva entre 20 e 25 minutos. Correndo, dá pra fazer em cerca de uma hora e caminhando leva-se mais ou menos 1h 45min.
“Se você tem disposição, dá pra fazer” – conta a geógrafa Luciana Dias do Nascimento, que escolheu caminhar no desafio. “Eu tinha a opção de ir de carro, mas preferi usar meu tempo pra caminhar, observar a cidade. Não queria ficar um tempão presa dentro do carro”, declarou Luciana. De acordo com a participante, a pior parte foi passar pelo túnel Nove de Julho. A advogada Tatiana Lowenthal, que fez o percurso correndo, fez a mesma observação: “o caminho é bem tranquilo, mas o túnel é um lugar hostil para pedestres”.
Uma opção que teve o tempo abaixo do esperado foi a conjugação de bicicleta dobrável e metrô. Thiago Benicchio participa desta forma há dois anos e passou da décima posição para a terceira esse ano. Benicchio, que pedalou pela ciclovia da Faria Lima até a estação de Metrô no Largo da Batata, desembarcando na República para pedalar o resto do trajeto, conta que no ano passado precisou esperar quatro trens passarem até conseguir entrar, devido à superlotação. “Esse ano foi mais tranquilo, mas tinha trânsito de bicicletas na ciclovia da Faria Lima”, observou. “Tem muito mais gente lá [esse ano], então fomos muito mais devagar que no ano passado porque tem muita gente pedalando, o que é um prazer na verdade”.
Kal Brynner, cadeirante que foi de trem e metrô, conta que a principal dificuldade são as calçadas irregulares. “Tem muitos obstáculos, poste, lixo…” No transporte público não teve dificuldade em entrar e sair dos vagões, mas a sinalização deixa a desejar: “perdemos tempo procurando o elevador”.
O secretário de Transportes Jilmar Tatto, que fez o percurso por Moema, parque do Ibirapuera, Abílio Soares e Rua Vergueiro, apontou duas dificuldades no percurso: não conseguir passar entre os carros, devido ao tamanho dos automóveis (na rua Abílio Soares, que estava travada) e os aclives do caminho. “Pra quem não está preparado, as subidas também dificultam um pouco”, observou.
Mesmo assim, acompanhei o secretário no seu trajeto e não tivemos que parar pra descansar e nem descer da bicicleta em nenhum momento. E quanto à qualidade do deslocamento, Tatto ficou satisfeito com a ciclovia recém-inaugurada na Rua Vergueiro. “É bom poder descer com segurança e com vento no rosto”, comentou com um sorriso no rosto.
Além de ser a primeira vez que o Secretário participou, também foi a primeira vez que parte do trajeto pôde ser feito por uma ciclovia.
“O importante não é ganhar ou perder, o importante é mostrar que existem várias opções de deslocamento na cidade” – esclareceu Thiago Benicchio. Para Jilmar Tatto, esse tipo de teste é importante para ajudar a aumentar a consciência do paulistano e para fortalecer o uso do transporte público e veículos não motorizados.
Análise rápida
Talvez ainda seja cedo para afirmar, mas a melhora do tempo do automóvel pode se dar até por conta das outras opções de transporte oferecidas ao paulistano. Conforme o vídeo feito pelo “Bike é Legal”, o ônibus por exemplo demorou 3 minutos pra passar e não estava lotado. Talvez o sentido contrário (centro-bairro) ainda deixe a desejar, mas no sentido centro é possível ter transporte público de qualidade nesse horário.
A ciclovia da Av. Faria Lima teve um aumento de 37% do número de viagens, segundo pesquisa realizada pela CET em agosto desse ano. Isso devido ao bicicletário instalado no Largo da Batata. O número de bicicletas compartilhadas circulando nessa ciclovia também mais do que dobrou, por causa da instalação de uma estação do Bike Sampa no metrô Faria Lima. Daí a afirmação de Thiago Benicchio sobre a quantidade de bikes na ciclovia da Faria Lima (o que não prejudicou o tempo de chegada do participante).
Como já afirmou Janette Sadik-Khan, ex-secretária de Transportes de Nova York, quanto mais opções de transporte você tem, mais equilibrada sua cidade.
Neste horário (fim de tarde), a origem e o destino deveria ser invertida ou alterada para sentido centro-bairro.
Só assim seria retratado nosso dia a dia no trânsito de São Paulo.
Com certeza, a bike (mesmo por vias calmas), teria muito mais vantagens.
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O trajeto é mesmo desde 2006 e foi estudado para não oferecer vantagem específica a nenhum dos modais (participei da organização da primeira edição, junto com Thiago Benicchio e outros).
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Poxa, achei que o prefeito iria aparecer. Seria muito bom ver ele andando de ônibus no horário de pico.
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Teria como divulgar o trajeto do ciclista que fez o percurso em 20 min? O do Tatto foi inteligente. Brooklin/Moema é a melhor rota para o Centro de fato.
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Só que ele subiu pela Abílio em vez de ir pela Av Dante Pazzanese/Av Conselheiro Rodrigues Alvez > R Aurea > R Morgado de Mateus > R. Humberto I > R. França Pinto, e perdeu um tempão nisso já que a idéia era pegar a ciclovia da vergueiro. Sinceramente achei que ele demorou tempo demais hehe, mesmo usando uma dobrável e indo por ruas calmas.
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Felipe,
Sua sugestão de rota é interessante. Ela aumenta um pouco o trajeto, mas sai do trânsito da Abílio, que neste ano estava mais carregado que em anos anteriores. Qual a maneira pela qual você acessaria a Dante Pazzanese a partir do Parque do Ibirapuera? E no final da França Pinto, como chegaria até o trecho com ciclovia da Vergueiro?
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Eu costumava passar pela passarela do Ibirapuera, e saindo dela seguir pela direita pela Av Pedro Alvares Cabral. Tem uma calçada pouco movimentada ali após o ponto de ônibus, andando com cuidado vc sai do trânsito sem machucar ninguém.
Hoje em dia eu vou pela calçada mesmo, saindo a esquerda da passarela, com muito cuidado, para subir direto a França Pinto. Mesmo indo devagar, muito devagar por causa dos eventuais pedestres, vale + a pena do que dar a volta toda.
A França Pinto termina na R. Domingos de Morais, segue reto mais uma quadra e você está na ciclovia.
Eu faria esse caminho http://ridewithgps.com/routes/6081648 … Não são vias totalmente calmas (principalmente no começo, quando ainda na berrini), mas são vias ciclaveis sem problemas.
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Ele foi pela 9 de Julho, Hélio.
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