Foto: Juliana Agra

Preso após ser atropelado e atirar pedra em ônibus, ciclista paga fiança e faz B.O. contra motorista

Além de ser atropelado e não receber socorro, ciclista foi preso por sua reação indignada contra atropelador. Ciclistas e OAB pressionaram para baixar fiança.

Ciclistas protestam diante da Central de Flagrantes de Maceió (AL) pedindo a libertação do ajudante de pedreiro Talles Victor Dantas dos Santos. Foto: Juliana Agra
Ciclistas protestam diante da Central de Flagrantes de Maceió (AL) pedindo a libertação do ajudante de pedreiro Talles Victor Dantas dos Santos. Foto: Juliana Agra

Após dois dias de prisão na Central de Flagrantes de Maceió (AL), o ajudante de pedreiro Talles Victor Dantas dos Santos, de 19 anos, foi solto na quarta-feira (18/3) pela Justiça após pagar fiança de um salário mínimo. O jovem foi preso em 17/3 após ter sido atropelado quando pedalava para o trabalho. O motorista do ônibus que o atingiu não parou para prestar socorro e, enfurecido, Talles correu atrás do coletivo e começou a depredar as portas, sendo detido por esse motivo.

Ciclistas e representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil de Alagoas (OAB/AL) fizeram pressão em frente à delegacia pela soltura do jovem durante dois dias. Com a repercussão do caso, a Justiça reduziu o valor da fiança de R$ 5 mil para um salário mínimo e a família de Talles pôde pagar o valor imposto. Para o advogado da vítima, João Onuki, o delegado foi intransigente em relação à fiança. “Ele poderia ter sido solto ontem (17/3) se tivesse sido colocado um valor de fiança baseado no salário dele”, diz Onuki, que está cuidando do caso sem cobrar. “Ele é reu primário, não estava sob efeito de álcool, não é de brigar e estava indo pro trabalho. Se estou indo trabalhar e sou atropelado, como não reagir?”, questiona.

Após a soltura, Talles realizou um Boletim de Ocorrência contra a Real Alagoas Viação e o condutor do veículo, Aldemaro José dos Santos, por lesão corporal e por desrespeito a uma série de artigos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). “Ele se apresentou ao juiz comprovando a soltura, prestou termo de compromisso de que não vai cometer nenhum ato infracional e na sequência prestou queixa”, relata Onuki.

Em entrevista exclusiva ao Vá de Bike momentos após sair da delegacia, Talles conta que acha injusto o terem prendido. “As pessoas deveriam parar para socorrer e não ir embora e deixar a vitima lá. Eu perdi a cabeça.”

O jovem relata ainda que ficou com braços e pernas machucados e inchados. “Me colocaram direto na cela e nenhum médico veio me ver. Estou todo dolorido.” Ele diz ainda que a frente da sua bicicleta ficou destruída. “Agora não sei como farei para ir trabalhar.”

"O negócio é sério", afirma motorista que passou pelo treinamento. Imagem: Roberta Soares/Reprodução
Motoristas de empresa de ônibus de Recife (PE) recebem treinamento para sentir na pele o perigo de uma fina. Foto: Roberta Soares/Reprodução

Outro lado

A reportagem do Vá de Bike entrou em contato com a Viação Real Alagoas para ouvir a sua versão dos fatos. Um funcionário da empresa que pediu para manter seu nome em sigilo disse que o motorista Aldemaro José dos Santos não trabalhou na quarta-feira (18/3) e será ouvido na quinta (19/3). A direção da empresa ainda vai decidir o que fazer após falar com o condutor. A Viação Real Alagoas não prestou queixa contra Talles até o momento.

Segundo a fonte, o ciclista não foi atropelado, pois situações assim são fatais. “Com certeza ele não foi atingido. Não vamos jogar a culpa para a empresa, porque não fizemos nada. O que ficamos sabendo é que esse rapaz atirou uma pedra contra o ônibus. Nada justifica que alguém danifique o patrimônio de outros. Ele perdeu a razão ao fazer isso.”

Questionada se a empresa realiza treinamentos para os motoristas, a fonte afirma que a empresa prega que se tome cuidado com ciclistas e faz campanha de prevenção de acidentes, mas que, infelizmente, “acidentes acontecem”.

À reportagem, a fonte reclama que a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Maceió (SMTT) multa as empresas de ônibus se os motoristas não respeitam o 1,5 metro de distância para ultrapassagem previsto no CTB, mas não permite que os ônibus saiam da faixa azul (faixa exclusiva de ônibus da capital alagoana) para fazer a ultrapassagem sob pena de multa. “Querem que a gente compartilhe com os ciclistas, mas a estrutura da cidade não permite bicicletas na rua.”

Imagem: Reprodução
O ajudante de pedreiro de 19 anos na mira das armas de dois policiais, após ter sido atropelado pelo motorista do ônibus. Imagem: Reprodução

Entenda o caso

Eram 8h da manhã de terça-feira (17/3) e Talles estava indo para o trabalho com sua bicicleta quando foi fechado e atingido pela traseira do ônibus conduzido pelo motorista Aldemaro José dos Santos, da Real Alagoas Viação. Enfurecido com o fato de o motorista não ter parado para socorrê-lo, o jovem correu atrás do coletivo para fazê-lo parar.

Segundo depoimento prestado por Santos na Central de Flagrantes, ele não percebeu que tinha atingido o ciclista. Ao ver Talles forçando a porta traseira, passageiros acharam que era uma tentativa de assalto e gritaram para o motorista acelerar.

O ônibus seguiu e após parar novamente, Talles jogou uma pedra na porta da frente e começou a chutá-la. O segundo fato ocorreu à frente ao Complexo de Delegacias Especializadas da Capital (Code) e policiais que estavam em frente do local fizeram a prisão em flagrante após apontarem armas para o ciclista.

Repercussão

O caso repercutiu na mídia por causa das circunstâncias do ocorrido e pela mobilização de cicloativistas de Maceió, que realizaram um ato em frente à Central de Flagrantes para pedir a liberação de Talles. O coordenador do Bike Anjo Maceió, Bruno de Lucas, acompanhou o caso desde o início e se mostrou revoltado com a situação. “Depois de apurar o caso, os policiais viram que ele tinha sido atingido. Por que o motorista não foi preso e o ciclista sim?”, questiona.

Integrantes da Bicicletada de Maceió, do Bike Anjo Maceió e da Associação Alagoana de Ciclismo (AAC) realizaram um ato de protesto da praça Vera Arruda, em Stella Mares, até a Central de Flagrantes para apoiar Talles e pedir sua liberação.

Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL, Daniel Nunes Pereira, deu-se muita atenção ao fato de o ciclista ter danificado a porta do ônibus e não ao atropelamento. “Isso nos deixou revoltados. Situações como essa têm se tornado corriqueiras em Maceió. A OAB também se indignou com o fato e resolvemos fazer uma manifestação pacífica na frente da delegacia.”

Pereira afirmou que a Comissão de Direitos Humanos quer fomentar uma discussão com a SMTT junto com a AAC para aumentar o respeito à bicicleta no trânsito. “Os ciclistas são invisíveis para as instituições. Esse caso é um exemplo disso, pois o motorista saiu livre sem ser acusado pelo atropelamento.”

O representante da OAB afirmou que a entidade dará assessoramento e apoio ao caso do ponto de vista institucional para que as autoridades enxerguem o ciclista como sujeito de direito e não como vilão. “Esse caso é mais um, mas no dia-a-dia fechar ciclistas é normal. Só teve repercussão porque os ciclistas se mobilizaram.”

Ciclorrota: infraestrutura simples e de baixo custo ajuda a aumentar segurança e conforto dos ciclistas. Foto: Willian Cruz
Ciclorrotas, ciclofaixas, ciclovias, campanhas educativas massivas e constantes, punição a infratores: infraestrutura, educação e fiscalização são essenciais para garantir a segurança dos ciclistas. Na imagem, ciclorrota no bairro de Moema, em São Paulo. Foto: Willian Cruz

Infraestrutura precária e falta de respeito

Maceió possui apenas 30 km de ciclovias. Esse número representa apenas 5% do que a capital necessitaria para ser amigável ao ciclista, segundo avaliação do presidente do Conselho Administrativo da AAC, Antônio Facchinetti. “O poder público tem investido na construção de ciclovias apenas nas novas vias. Em cinco anos, cerca de 8 km de ciclovias foram construídas. É muito pouco. O ideal era termos 600 km.”

Segundo ele, também não há respeito ou campanhas educativas desenvolvidas pela prefeitura, apenas algumas ações pequenas e pontuais, nada contundente. “As pessoas não reconhecem a bicicleta como veículo e não conhecem o direito do ciclista. E pior ainda, demonstram um desapego à vida do próximo, pois passam a menos de 1,5 metro tirando fina.”

Devido ao congestionamento cada vez mais frequente, as ruas estão um pouco mais seguras para os ciclistas, pois os carros não ficam passando em alta velocidade rentes aos ciclistas. Porém, nas vias mais movimentadas, como os três principais eixos estruturantes da cidade (avenidas Fernandes Lima, Menino Marcelo e Gustavo Paiva), a situação é bastante complicada. “As vias são divididas em duas ou três faixas para carros e os ciclistas são ignorados pela prefeitura quando sinaliza as vias”, explica o participante da Bicicletada Maceió, Daniel Moura.

O ciclista critica a omissão da prefeitura em cumprir o CTB e em proporcionar condições seguras para o uso da bicicleta. “É muito difícil você ver a sua vida quase ser tirada por um irresponsável e conseguir manter a calma. O motorista, que quase tirou a vida dele, está solto, ameaçando a vida de outros ciclistas. A lição que ficou foi a de mais opressão ainda aos ciclistas. Além de termos nossas vidas ameaçadas diariamente, ainda seremos presos quando nos rebelarmos contra essa ameaça”, finaliza.

18 comentários em “Preso após ser atropelado e atirar pedra em ônibus, ciclista paga fiança e faz B.O. contra motorista

  1. Esta teria piada, se não fosse dramática: “Com certeza ele não foi atingido. Não vamos jogar a culpa para a empresa, porque não fizemos nada”. Se a empresa Viação Real Alagoas, antes mesmo de ouvir o motorista, afirma que o ciclista não foi atingido, ou tem uma diretoria de bruxos, ou de mentirosas ou de irresponsáveis.

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  2. sim. OKAY, vou considerar q todos os motoristas sao educados e conscientes, q um ciclista eh respeitado no transito e apostar minha VIDA nessa teoria, surprize mothefoca, voce está no Brasil, pais onde as coisas funcionam. jamais q eu, andando de bike vo me meter no meio de veiculos q podem me esmagar, to fora

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  3. Quem já dirigiu veículos desse porte sabe que pontos cegos e o próprio tamanho do veículo em si jogam contra o motorista, que pra piorar o caldo ainda está acima da linha de visão de um automóvel comum.

    Sacanagem, entretanto, deter um cara que estava machucado sem, antes, apurar a história… da fiança nem vou comentar, R$ 5.000,00 e o cara estaria preso até hoje.

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  4. Será que o motorista viu o ciclista? Já dirigi veículos grandes, e existem muitos pontos cegos, ainda mais em um ônibus cheio de passageiros, muitos deles obstruindo a visão pelas laterais e espelhos. Não sei como foi o acidente, mas aconselho os ciclistas a não se posicionarem próximo ao canto traseiro direito de qualquer veículo grande, esse é justamente o ponto de mais difícil visualização neste tipo de veículo, exatamente porque qualquer objeto pequeno fica abaixo da linha do vidro traseiro.

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    1. Talles estava indo para o trabalho com sua bicicleta quando foi fechado e atingido pela traseira do ônibus

      Isso não soa como ponto cego, sim como falta de noção de espaço (que um motorista profissional tem obrigação de ter), daí tem que ter a carteira suspensa, ou tentativa de assassinato, daí tem que ser preso. Quem deve decidir sobre qual caso efetivamente ocorreu é a justiça, e ele não pode dirigir enquanto não houver trânsito em julgado. Isso é o mínimo que se espera.

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  5. O fato por si é um absurdo, o motorista não viu que tinha atingido o ciclista, então tomem a carteira dele pois um cara assim não tem condições minimas pra conduzir um veiculo grande como um ônibus! Eu, de carro, quando passo por um ciclista olho no retrovisor pra ter certeza que posso retornar pra faixa sem atingir o ciclista, é um absurdo um motorista de coletivo passar por um ciclista e nem se quer olhar no retrovisor pra saber se é seguro retornar para o bordo da pista. É o reflexo do nosso Brasil, o vida do próximo vale menos que a de um cachorro.

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    1. O cilista estava errado de atirar pedras, mas quando alguém tenta me matar eu fico tão puto que sei o porque este ciclista perdeu a cabeça. Se não sabe dirigir com segurança, não dirija, se não tem capacidade pra conduzir um ônibus, vá trabalhar de outra coisa, tem vidas em jogo aqui e ninguém quer terminar de baixo de uma roda por conta de um motorista que não tem capacidade de usar o retrovisor.

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      1. Na boa, não justifica, esse cara deveria continuar preso.

        Imagino eu, no ônibus, com minhas filhas de 5 e 7 anos indo para a escola (como fazemos todos os dias) e um cara começa a atirar pedras no busão.

        E o pior é que tem gente para defender/justificar isso…

        O cidadão tem que entender que no trânsito existem acidentes, fechadas, batidas, sustos, crimes e fatalidades. Isso de carro, moto, bike, ônibus e até a pé. Agora se o sujeito não consegue lidar com isso, que fique em casa ou que continue preso, pq não me parece pronto para viver em sociedade.

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        1. Pimenta nos olhos dos outros não arde, né?

          E se tivesse sido VOCÊ o atropelado sem ter culpa pelo acidente? Já que numa bicicleta, qualquer um pode vir e te derrubar sem nenhuma dificuldade.

          Não coloque a culpa na vitima, antes, leia o CTB. Os motoristas de veículos são RESPONSÁVEIS pela segurança dos menores. Pedestres e ciclistas.

          O cara perdeu parte da razão em ter apedrejado o ônibus, mas isso não isenta a irresponsabilidade do motorista que poderia ter ceifado uma vida naquele momento.

          Não tente justificar o Injustificável Jorge. Em muitos paises, o motorista é culpado por qualquer acidente….

          Polêmico. O que acha? Thumb up 3 Thumb down 5

          1. Desculpe, já fui derrubado da bicicleta por outro ciclista em plena ciclofaixa, tive que operar o ombro e fiquei 3 meses de molho.
            O outro ciclista era um garoto da 14 anos, pela sua opinião deveria ter dado uma surra no garoto? Abrir um processo por lesão corporal e pedir ressarcimento das despesas médicas e pelos dias que faltei ao trabalho?

            O fato é que um ACIDENTE de trânsito NÃO JUSTIFICA atirar pedras, ou tacar fogo ou qualquer outra forma de vandalismo ou violência. Se ele foi atropelado, que procure seus direitos.

            Resumindo, o ciclista foi, possivelmente (por que ninguém além dele viu), vítima de um ACIDENTE e foi com certeza perpetrador de um CRIME.

            Apoiar o cilcista nesse caso é apoiar a barbárie contra o estado de direito.

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    2. Jorge, pense bem no nível da relativização que você está fazendo. O rapaz foi atropelado e ninguém fez nada! Agiu errado ao atacar o coletivo sim, foi justamente preso. Só que foi arbitrado um valor de fiança muito maior que a família poderia pagar e para somar infâmia à injustiça, o causador do acidente, que poderia ter sido preso em flagrante até 24h depois do crime, está livre leve e solto! Ainda estão pensando se vão tomar alguma medida contra ele! Lamentável, mas esse é somente mais um caso de culpabilização da vítima. Por favor, não engrosse esse coro.

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      1. Desculpe, faltou lembrar que ele não recebeu atendimento médico, apenas foi encarcerado como um cão (que é, quando visto sob a óptica perversa da nossa sociedade centrada no status, ao se apresentar “apenas” como um ajudante de pedreiro numa bicicleta).

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        1. Mas parece que para perseguir o ônibus, atirar pedras contra ele e forçar as portas do coletivo ele não precisava de atendimento médico…

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          1. Faz todo o sentido biológico. Lembra-se de alguma situação extrema (numa briga, por exemplo) em que você se machucou mas não sentiu na hora, apenas alguns minutos após findada a situação? Isso é consequência fisiológica da resposta “lutar ou fugir”. Permita-me algumas citações:

            The fight-or-flight response […] is a physiological reaction that occurs in response to a perceived harmful event, attack, or threat to survival
            […]
            Reaction – […]The adrenal gland is activated almost simultaneously[…]. The release of chemical messengers results in the production of the hormone cortisol, which increases blood pressure, blood sugar, and suppresses the immune system. The initial response and subsequent reactions are triggered in an effort to create a boost of energy. […] Catecholamine hormones, such as adrenaline (epinephrine) or noradrenaline (norepinephrine), facilitate immediate physical reactions associated with a preparation for violent muscular action.
            […]
            The blood clotting function of the body speeds up in order to prevent excessive blood loss in the event of an injury sustained during the response.
            […]
            Individuals with higher levels of emotional reactivity may be prone to anxiety and aggression, which illustrates the implications of appropriate emotional reaction in the fight or flight response.
            […]
            Males and females tend to deal with stressful situations differently. Males are more likely to respond to an emergency situation with aggression (fight), while females are more likely to flee (flight), turn to others for help, or attempt to defuse the situation

            O que não faz sentido algum é, após terem tomado as medidas cabíveis (apontaram armas e ele se rendeu, sendo preso em seguida), não prestarem o mínimo de assistência que se deve a qualquer ser humano. Assim como o atropelamento não justifica a atitude dele, a atitude dele não justifica o descaso com a saúde dele. Nem um animal é mantido sangrando à própria sorte enquanto enjaulado.
            Não vou afirmar nada sobre as condições do cárcere, já que não foram relatadas, mas pelo que vemos Brasil afora parte-se do princípio que a questão de higiene não seja apropriada para alguém ferido.
            Defender essa nítida violação dos direitos humanos, atenuando a culpa do motorista do ônibus dizendo que foi “apenas” um acidente e que a vítima deve abrir um processo, sendo que a polícia tinha obrigação legal de proceder à prisão em flagrante do motorista (baseado no art. 303 C/C art. 298 inciso V, ambos do CTB), não é apenas defender a barbárie contra o estado de direito, é esconder ardilosamente através de um legalismo inescrupuloso suas intenções de eliminar quem lhe é indesejável. Pare com essa hipocrisia e admita de uma vez que preferia vê-lo morto a preso. Melhor ainda, que gostaria que todos os ciclistas morressem de uma vez para parar de atrapalhar o seu trânsito.

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            1. Calma Vitor…
              Não é MEU trânsito, não ando de carro, utilizo ônibus e bike.
              Leia os meus outros comentários nesse mesmo post.
              Vc leu minha opinião, não compreendeu e vem me atacar?
              Não seja imbecil!

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      2. Ser responsável por acidente de trânsito não constitui crime, senão cada acidente entre veículos acabaria com alguém na cadeia.
        A bicicleta é um veículo e deve ser tratada como tal. O máximo que se poderia propor é um processo de lesão corporal ou (na terra da fantasia) tentativa de homicídio, mas não parece ser o caso.

        Agora vandalismo é crime! Atentar contra o patrimônio público ou privado, se levar em conta que haviam pessoas dentro do ônibus o ciclista atentou também contra elas, assim sendo a fiança inicial não me pareceu nem um pouco desproporcional. Imagine como ficaria esse juiz que baixou o valor da fiança, se na semana que vem esse ciclista maluco acerta uma pedrada na cabeça de alguém.

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  6. Bom, no sábado agora, 22/03, levei um trancão de um Complementar um pouco antes do Makro, quando retornava de uma trilha até a Usina Utinga Leão. Segui o micro-ônibus e no semáforo reclamei com o motorista que não gostou muito. Em seguida três ônibus da Real Alagoas transitavam sem reduzir a velocidade e ainda me tirando fino. A única empresa que realmente me respeitou foi a Tropical, que ligou alerta e se afastou de mim. Não precisa contato físico entre o ônibus e a bicicleta, para derrubar(atropelar), o deslocamento de ar é suficiente para isso…

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