Estudo mostra que construir ciclovias gera 47% mais empregos que criar viário para carros
Comparando 58 projetos em 11 cidades dos EUA, pesquisadores descobriram que as ciclovias geram bem mais empregos por milhão investido que o viário para carros.
Um estudo conduzido por especialistas do Instituto de Pesquisa em Economia Política (PERI, sigla em inglês), da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, analisou a relação entre construção de novos projetos viários e a geração de novas posições de trabalho. Os pesquisadores concluíram que criar novas ciclovias gera mais empregos do que qualquer outro tipo de estrutura viária nas cidades.
gera 11,4 empregos
por milhão de dólares investido,
contra apenas 7,75
na criação de viário para carros
Por mais de meio século, governar um estado, um país, sempre foi sinônimo de empreender grandes obras com vias para carros. Hoje, com novos estudos e alterações profundas na economia mundial, a tendência é haver uma mudança de paradigma nessa lógica. Os pesquisadores do PERI compararam 58 projetos viários em 11 cidades americanas. A descoberta foi que o maior índice de novos empregos está nas regiões onde ciclovias foram construídas: em média, foram gerados 6 empregos diretos por milhão gasto na obra, mais 2,4 empregos indiretos e 3 induzidos, somando 11,4 novas colocações no mercado de trabalho. Em regiões onde as vias são exclusivas para carros, o índice é bem inferior: 7,75. Nas áreas exclusivas para pedestres, o total de empregos gerados por milhão gasto também é maior: 9,9.
A razão de tudo isso é bem simples: além de a construção de vias para carros ser bem mais complexa e custosa, valorizar o pedestre e o ciclista é mais vantajoso porque são indivíduos que se locomovem com mais facilidade e com mais liberdade de parar em um estabelecimento comercial. Logo, o fluxo de consumidores na região se torna muito maior, aquecendo o comércio local.
Atualmente, os Estados Unidos passam por três duras realidades: alta taxa de desemprego, uso insustentável de energia à base de carbono e uma epidemia nacional de obesidade. Todos esses problemas podem ser parcialmente resolvidos através do aumento das caminhadas e do ciclismo.
Por isso, incluir os pedestres e os ciclistas no planejamento urbano e de transporte das cidades é extremamente vantajoso e deveria ser uma prioridade para os envolvidos em projetos de infraestrutura, não só pela questão da melhoria mobilidade urbana e segurança, mas também pela promoção da saúde e qualidade de vida da população, além da criação de empregos locais e redução do uso de combustíveis fósseis.
O estudo, em inglês, pode ser baixado aqui.
Quantas mais pesquisas até as pessoas aceitarem de vez?
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