Audiência pública contou com a participação de cicloativistas. Foto: Ameciclo

Mais de um ano e meio após assinatura, Plano Diretor Cicloviário de Pernambuco ainda não é realidade

Audiência Pública discutiu motivos da não implantação do PDC. R$ 77 milhões previstos para ciclovias foram usados na operação tapa-buracos de Recife.

Audiência pública contou com a participação de cicloativistas. Foto: Ameciclo
Audiência pública contou com a participação de cicloativistas. Foto: Ameciclo

Numa audiência pública realizada em 23 de setembro, em Recife, representantes dos governos municipais e estadual puderam debater com a população as causas que inviabilizam a implantação do projeto que liga, por meio de ciclofaixas e ciclovias, as cidades da região metropolitana. As estruturas estão previstas no Plano Diretor Cicloviário (PDC) desde fevereiro de 2014.

Proposta pela sociedade civil e pelo deputado estadual Edilson Silva, a audiência contou com a presença de ativistas e cicloativistas, de membros da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), além de Sebastião Marinho, diretor geral do Departamento de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE), Rosali Almeida, gerente de Ciclomobilidade da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco (Setur-PE), Antônio Henrique Cavalcanti, da Divisão de Impacto da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), além dos deputados Edilson Silva (PSOL-PE) e Lucas Ramos (PSB-PE).

“A expectativa é causar um encontro entre o governo e a militância cicloviária. Ver quais são os problemas, o que foi prometido, o que não foi cumprido, por que não foi cumprido e como podemos nos organizar para que as promessas possam ser cumpridas”, disse o deputado Silva. Entretanto, para o deputado Lucas Ramos, “o estado de Pernambuco não tem condições de, sozinho, custear todos os investimentos”, e é preciso “redefinir as metas e estabelecer novas diretrizes.”

Para os cicloativistas, a inviabilização do projeto pode ser entendida pela falta de prioridade que é dada à bicicleta como modal de transporte: 77 milhões de reais que estavam previstos para o orçamento cicloviário foram destinados para a operação tapa-buracos, da prefeitura do Recife. “Faz cerca de um ano que a prefeitura não faz mais reunião com a gente, fechou as portas para a associação. Não foi lançado nenhum quilômetro de ciclovia. Essa audiência começa a definir o papel de quem não está fazendo o quê. Fica um jogando para o outro, SETUR e CTTU, e não sai nada de ciclovia na cidade”, afirmou Cezar Martins, da Ameciclo.

1 ano e meio sem nenhum km construído

R$ 77 milhões previstos para ciclovias
foram usados na operação tapa-buracos

70 km de rotas cicláveis previstos
para 2015 no Recife = 0 km construídos

CTTU promete 3 ciclofaixas até o final do ano

Segundo Rosali Almeida, gerente de Ciclomobilidade do Estado, houve uma reunião dia 21/9 para montar um projeto conceitual e dar início às obras junto aos municípios. “Precisamos da licença dos municípios. Eu trabalhei a parte educativa em 2014, por saber que não teria condições de realizar as obras”, informou Rosali. Para o ano de 2015 estavam previstos, somente no Recife, a construção de 70 km de rotas cicláveis, mas até agora nada foi construído.

“Para outubro, temos a previsão de construir uma ciclofaixa e mais duas para os meses de novembro e dezembro”, afirmou Antônio Henrique Cavalcanti, da CTTU.

O PDC é um projeto que planeja e estrutura o modal ciclístico, nos próximos dez anos, na região metropolitana do Recife. É realizado em conjunto entre 14 prefeituras e o governo do Estado de Pernambuco.

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