Projeto reforma bicicletas encostadas para doá-las a quem realmente fará uso
Além de recolher, reformar e doar magrelas que estavam sem uso, projeto contempla bicicletários, estações de reparo e bicicletas compartilhadas.
Nem só de cobrança às gestões públicas vive o cicloativismo brasileiro. A luta por uma mobilidade humana, democrática e limpa passa também por ações que contemplem aqueles que não podem adquirir uma bicicleta. Foi com esse propósito que a Associação Metropolitana dos Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), em Pernambuco, lançou, em fevereiro deste ano, o projeto “Bota Pra Rodar”.
O trabalho consiste em recolher bicicletas ociosas e doá-las a quem de fato precisa e vai dar uso à magrela. O grupo mantem a campanha em caráter permanente e a iniciativa é exemplo que pode – e deve – ser replicado em outras cidades do país. Desde o início de maio, os associados da Ameciclo iniciaram a divulgação para recolhimento de bicicletas que não estão sendo usadas.
Uma das coordenadoras da entidade, Lígia Lima, explica que o projeto envolve diversas atividades. “Nosso objetivo é recolher pelo menos 20 bicicletas até setembro, quando começaremos as oficinas de conserto e pintura junto com os jovens da comunidade”, completa Lígia. Apesar da meta, não há no entanto um limite de bicicletas a serem recolhidas pela Ameciclo. “Queremos replicar a experiência em várias comunidades do Recife que estejam dentro das Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis)”, adianta. Para este projeto, há o apoio do Fundo Socioambiental CASA.
Compartilhamento comunitário
Um dos organizadores à frente do “Bota Pra Rodar”, Daniel Valença, diz que o público alvo da campanha é a parcela da população que não tem condições de adquirir uma bicicleta para seus deslocamentos diários. “O projeto busca a emancipação dessas pessoas no tocante à mobilidade e a integração social, possibilitando a elas o direito à cidade”, defende.
Valença lembra que a população que reside nas Zeis do Recife nem sempre dispõe de serviços públicos básicos. Isso inclui o acesso a serviço de transporte público e menor infraestrutura de locomoção que garanta um deslocamento seguro pela cidade, dificultando o acesso a zonas de emprego, estudo, saúde e lazer.
As bicicletas serão usadas em um sistema de compartilhamento comunitário, que incluirá bicicletários e estações de reparo, e a primeira comunidade atendida será a Caranguejo Tabaiares. “Ela foi escolhida porque temos parceiros que já atuavam no local, o que facilitou nosso contato com as pessoas que lá moram. Fizemos uma visita e sondamos o interesse da população em participar do projeto”, detalhou Lígia.
Em dezembro, está prevista a fase de finalização da instalação dos bicicletários, estações de reparo e bicicletas compartilhadas. As magrelas integrarão um sistema de compartilhamento, podendo ser utilizadas por toda a comunidade. “Quem tiver interesse em participar, é só entrar em contato com a Ameciclo. Vamos pedir para que o doador faça um breve cadastro em nosso site para nosso controle de registro e faremos mutirões para realizar as coletas em dias agendados”, finaliza Valença.
Como ajudar
Se você tem uma bicicleta para doar na região do Grande Recife, pode fazer a doação através do formulário da página do projeto, indicando local, data e horário para recolhimento. Se você mora em um edifício ou condomínio, também pode baixar um modelo de carta para entrega ao síndico, explicando sobre o projeto, e um cartaz para ser afixado em elevadores (ou em outro local de passagem dos moradores).
Contato
Whatsapp: (81) 9 8116 8468
Telegram: @botaprarodar
Espero que aqui em São Paulo alguém também tome essa iniciativa.
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EU JÁ TINHA PENSADO NISSO PORQUE O METRO PODE E O ONIBUS NÃO
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