Belo Horizonte: Campanha #D1Passo leva a bicicleta às eleições municipais 2016
Além de apresentar propostas aos candidatos, campanha vai avaliar e disponibilizar informações sobre o nível de comprometimento de cada um deles.
Se em uma cidade como São Paulo, que já passou dos 400 km de ciclovias implantadas, a discussão sobre o deslocamento com bicicletas é latente e necessária, quem dirá na capital mineira, que tem apenas 90 km e uma meta modesta de chegar aos 100 km até o final de 2016.
Esse é um dos pontos levantados pela Campanha #D1Passo, criada por coletivos e associações de Belo Horizonte, que pretende levar a bicicleta – além de questões sobre transporte público, condições da cidade para o pedestre e outros assuntos relacionados à mobilidade urbana – para a agenda dos candidatos e candidatas à prefeitura.
“No ano passado nós fizemos a pesquisa BH Pedala e a nota média para a estrutura cicloviária da cidade ficou entre 1 e 3, o que mostra como é deficitária. Temos por volta de 90 km e a meta da prefeitura é chegar a 100 km até o final desse ano, com 400 km até 2020”, explica Guilherme Tampieri, integrante do movimento Nossa BH.
Um dos pilares da campanha é alertar para o aumento do uso do carro, encorajado pela deficiência da estrutura para outros tipos de locomoção. “Certamente existe uma demanda reprimida quanto ao uso da bicicleta. A última pesquisa Origem Destino, realizada em 2012, mostrou que apenas 0,4% dos deslocamentos é feito por bicicletas em Belo Horizonte. Em contrapartida, de 2002 a 2012, os deslocamentos por automóveis aumentaram consideravelmente, passando de 25% para 32,6%. No mesmo período a utilização de transporte coletivo caiu de 44,6% para 28,1%”, explica Amanda Corradi, integrante da BH em Ciclo – Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte.
Para além das melhorias da malha cicloviária, é necessária uma política mais ampla para que outras pessoas utilizem a bicicleta, acreditam os organizadores da Campanha #D1Passo. “O desestímulo do uso do automóvel passa como uma necessidade para que mais pessoas usem a bicicleta em Belo Horizonte”, completa Tampieri.
Atuação da campanha
Os participantes desenvolveram um detalhado programa de governo com algumas medidas que, caso aplicadas, poderiam, segundo os organizadores da campanha, inverter a lógica de mobilidade atual, que prioriza o transporte individual motorizado. A intenção é levar esse programa para todos os candidatos à prefeitura, pedindo que eles adotem, integralmente, os pontos listados. “Com o início da campanha, vamos levar a nossa proposta a todos os candidatos e candidatas à prefeitura de Belo Horizonte”, diz Tampieri.
A campanha dispõe de estratégias para acompanhar a evolução do debate sobre o tema e vai disponibilizar, no decorrer do período eleitoral, informações detalhadas sobre o nível de comprometimento de cada candidato com as propostas do grupo. Pretende-se, ainda, propor discussões sobre o tema e engajar, por meio de ações de comunicação, os moradores da cidade para que pressionem os concorrentes à prefeitura.
“Além de executar a meta de 411km de estrutura cicloviária, é necessário lembrar que outras ações devem ser realizadas para garantir o pleno acesso de ciclistas à cidade. A manutenção da rede, a redução da velocidade máxima e implantação de zonas 30, além da promoção de campanhas educativas de respeito aos modos ativos é essencial. Pensar a bicicleta com os outros modos, integrando ao ônibus, metrô e implantando pontos seguros para guardar a bicicleta também pode trazer ciclistas em potencial”, complementa Amanda.
Conheça o Programa de Governo da #D1Passo
No site da campanha o cidadão tem acesso ao Programa de Governo elaborado pelos coletivos participantes e poderá, além disso, acompanhar o andamento da campanha.
O #D1Passo é uma iniciativa do Movimento Nossa BH, Tarifa Zero, Bike Anjo BH e a BH em Ciclo – Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte.
Divulgue!
Quer ajudar a divulgar a campanha? Use as imagens dessa galeria, com a hashtag #D1Passo!