Quem mais sofre com o caos no trânsito
Nessa quarta-feira, 16 de fevereiro, as chuvas “castigaram” São Paulo. E castigaram pela escolha de enterrar seus rios, impermeabilizar seu solo e aquecer seu ar com a queima de combustível e a retirada de quase todo seu verde.
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Não, não foi José Serra quem mais sofreu com o caos de ontem, claro que não. Ele estava dentro de seu carro, sofrendo apenas as consequências de suas próprias escolhas, que vão desde a opção pessoal por usar o carro até decisões como derrubar árvores da Marginal Tietê para plantar asfalto e carros, um erro injustificável. E ainda há quem coloque a culpa na chuva, como nosso prefeito Gilberto Kassab e nosso atual governador Geraldo Alckmin – justo quem já deveria ter resolvido o problema há anos.
E quem mais sofre para se deslocar quando chove?
O site Outras Vias publicou um relato que responde a essa pergunta, mostrando quem realmente sofre com os congestionamentos quando chove em São Paulo: os passageiros de ônibus.
E o problema não é o ônibus ser “lento”. Não é haver ônibus em número insificiente (bom, também, mas passa longe de ser o motivo principal). A maior causa de ônibus lotados e que demoram a passar são, acreditem, os automóveis.
Mas como assim? Parece absurdo? Então leia esse texto do Quintal e entenda.
Exemplificando
Ontem à noite, quando voltava de bicicleta, vi que o túnel da Av. Rebouças estava interditado, provavelmente cheio de água (e já era por volta de 21h).
Em vez de fazer com que os carros que vinham no sentido bairro saíssem pela direita e fizessem um retorno na Faria Lima, a CET optou por não complicar o trânsito para os carros e foder a vida de quem usa ônibus: desviava os carros para o corredor, que deveria ser exclusivo.
Resultado? Os ônibus faziam uma fila gigantesca, tinham que parar para esperar carros e mais carros entrarem na sua frente no corredor, sendo seus passageiros punidos em pé porque havia carros demais na rua e os motoristas, coitadinhos, não podiam fazer um retorno a mais lá na frente.
A cada ônibus, entravam no corredor uma dúzia de pessoas, cada uma no seu carro, ocupando umas cinco vezes o espaço de um ônibus que leva uma centena.
Questão de prioridade
Nessa cidade absurda, quem dirige sozinho em um carro continua tendo prioridade sobre um ônibus lotado com 100 pessoas dentro, a maioria em pé e espremida. É mais importante para a CET o carro não ter que esperar, não ter que dar a volta, não ter que ceder passagem, do que o pessoal dentro do ônibus esperar “mais um pouquinho”.
E não, não é só “mais um pouquinho”: é um pouquinho por carro, com centenas de carros invadindo o corredor e multiplicando esse pouquinho. Quem está dentro do ônibus pode até não perceber o motivo dele demorar tanto e até culpar também a chuva. Mas sente o efeito dessa inversão de prioridade, continua sofrendo com isso e não tem voz para fazer valer seus direitos de cidadão.
Moro em Hortolandi-SP e vou de onibus regularmente até Campinas-SP e te digo:mesmo emcidades de 2010 mil(hortolandia) ou mesmo 1 milhão de pessoas (campinas) a situação é igual.Antes mesmo de chegar em campinas, em plena rodovia sp-101, existe um engarrafamento gigantesco de carros que entopem mais da metade do trajeto que tem usn 20 ou 30 km de rodovias…Os onibus lotam e o tempo de viagenm aumenta 50%.Olho para os carros com uma so pessoa dentro e vejo que isso é simplesmente um reflexo de nossa natureza humana egoista, cega e superficial.Não dá para mudar o transito sem antes mudarmos as pessoas.
Gostaria de pedir que mostrasse mais matérias sobre transporte público, pois também poderia ser uma alternativa ao automovel.Para começar proponho uma materia sobre o brt de curitiba-PR pois estão dizendo que vão fazer um sistema semelhante em Campinas.
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Então, é isso mesmo
eu deixei de andar de ônibus por ver que não vale a pena,
em comparação com a bike, quando eu ando de ônibus em horário de pico eu me sinto numa caixa de sapato…
o Vá de Bike me incentivou muito para sair com a magrela pra trabalhar, e sem contar que me ajudou muito com as dicas!
Falou!
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Costumo ir de ônibus do trabalho em Pinheiros para a faculdade no Bom Retiro… neste dia não havia chance de voltar para minha casa em Taboão da Serra (pelo menos não sem uma bicicleta) e também não estava com grana para matar o tempo no Belas Artes (como já fiz em outros dais de chuva).
A solução?
Fui a pé para a faculdade. Aliás pelo número de pessoas que vi transitando no caminho, não fui o único a tomar essa decisão.
PS: Na hora que saí de Pinheiros um amigo estava de carro próximo ao antigo Hospital Iguatemi na Av. Francisco Morato. Quando cheguei na faculdade ele ainda estava na Teodoro Sampaio!
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O pior de enfrentar chuva com o ônibus são as janelas fechadas e todos espremidos naquele ar abafado. No carro é fácil, né… qualquer coisa, liga o ar condicionado que tá td bem!
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Willian
Eu estava dentro de um desses ônibus (Jardim Maria Luiza) e fiquei espremido uma hora e meia até conseguir descer em frente ao Shopping Eldorado (peguei o ônibus na Paulista).
O normal é demorar no máximo 40 minutos (com trânsito).
Eu moro em Interlagos e ainda tenho que pegar o trem. Amanhã vou fazer um teste. Vou vir pela ciclovia do Rio Pinheiros, e voltar pela mesma (de sexta-feira posso flexibilizar meu horário para poder utilizar a ciclovia).
Só não fiz isso antes pois o meu horário de saída é as 19 horas e a ciclovia fecha no horário de verão as 19h15 e no horário normal as 18h15.
Tenho muito receio de enfretar os carros com a bike, mas nesta quarta que passou a coisa que eu mais queria era estar com minha dobrável.
Acredito que o trajeto Interlagos e Paulista tenha 24 kilometros. Estou calculando uma média de uma hora e meia a duas para fazer este percusso. Este é mais ou menos o tempo que levo utilizando o transporte público.
Vamos ver. Um grande abraço.
Marcelo
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Marcelo, o mais importante é traçar uma boa rota. Evite grandes avenidas.
Tracei uma rota boa de ida e volta para você, dê uma olhada: http://j.mp/hoFPXq
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Oi Willian
Obrigado pela ajuda. Fui hoje de manhã pela ciclovia, mas somente a tarde vi sua rota no site. Acabei utilizando a rota alternativa para retorno a ciclovia (r. consolação até Funchal). Foi tudo bem graça a Deus, sendo que teve poucos carros depois da r. da consolação. Fiz o trajeto total em duas horas. Ufa.
Na ida de manhã, acabei me deparando com a Renata Falzoni na ciclovia da marginal por volta das 08 horas da manhã. Na volta, esperei a chuva parar (inclusive a de granizo) e depois fui embora pela sua rota. Obrigado mesmo.
A gente se fala.
Um grande abraço.
Marcelo Silvestre
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Ontem senti muito bem isso!
Pontos de onibus mega lotados, e bem na esquina da faria lima (onde os carros estava entrando) uma fila enorme de onibus que não conseguiam andar…
Tinha até um que estava desligado =\
Lamentável equanto continuarem a priorizar os carros nada vai mudar! Pelo menos tenho (pelo que li no twitter) sei que só pelo fato de estar de bike ontem já inspirei outras pessoas a largarem esses carros!
Bom pedal!
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