Curitiba, no Paraná, inaugura ciclorrota ligando avenidas a universidade
Ciclorrota tem cerca de 6,2km e liga o bairro Portão à Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
Em meio à polêmica sobre a proibição da construção de ciclovias em São Paulo, problema que motivou um protesto coletivo em solidariedade à causa no Brasil e no mundo em 27 de março, a cidade de Curitiba (PR) dá mais um passo rumo à mobilidade urbana. Em 14 de março a capital paranaense inaugurou uma ciclorrota ligando o bairro Portão à Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), no bairro Prado Velho, e à avenida Comendador Franco (avenida das Torres).
Segundo informações da prefeitura de Curitiba, a ciclorrota é sinalizada horizontalmente com 47 círculos de 2,5 metros de diâmetro, com fundo azul e uma bicicleta pintada no centro; e verticalmente com placas amarelas em suas transversais com sinalização indicativa de tráfego de bicicletas à frente. No total são 6,2 quilômetros de vias compartilhadas por carros e bicicletas, com velocidade máxima permitida de 30km/h. De acordo com a assessoria da Secretaria Municipal de Trânsito, “os custos da obra foram relativamente baixos, já que utilizamos para a sinalização horizontal e vertical materiais já existentes da Secretaria”. O projeto foi realizado em parceria com o IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba).
Demanda antiga
A nova infraestrutura cicloviária entregue à população curitibana é fruto de um longo caminho de militância de ciclistas. De acordo com Luis Patrício, autor do livro “Minha Garagem é uma Sala de Estar”, a proposta para essa ciclorrota fez parte de uma negociação que já vinha ocorrendo com a prefeitura desde 2013. Luis explica que a nova via para bicicletas passou por modificações estruturais ao longo do percurso. “Sem dúvida uma novidade foi um círculo azul grande pintado no chão. A maior parte da ciclorrota passa por ruas com baixo fluxo de veículos e utiliza da sinalização horizontal. Há também um pequeno trecho que foi implantado em rua mais movimentada, onde ela adota o formato de ciclofaixa bidirecional, ou seja, dentro da faixa de rolamento separada por tachões”, contou Patrício. No entanto, o ciclista já sente falta de uma maior integração: “ainda está faltando uma conexão da ciclorrota com o resto da rede.”
Segundo levantamento realizado pela Associação de Ciclistas do Alto Iguaçú (CicloIguaçú), no qual muitos ciclistas ajudaram a indicar onde deveriam ser implantadas as novas ciclorrotas, a cidade de Curitiba terá outras muitas vias para bicicletas como esta. Para Goura Nataraj, assessor na Coordenadoria de Mobilidade da Secretaria de Trânsito de Curitiba (SETRAN), “a ciclorrota é uma forma de integrar a bicicleta nas universidades, além de ser o compartilhamento da via entre carros e bicicletas apostando no respeito e na necessidade de trazermos gentileza e consciência ao trânsito.”
A atual gestão já implantou em Curitiba mais de 70 quilômetros de vias cicláveis, com destaque para o projeto da Via Calma da avenida Sete de Setembro (com 6,3 km de ciclofaixas preferenciais), a implantação das ciclovias da avenida Comendador Franco e da Linha Verde Sul e Norte, e a requalificação da ciclovia da avenida Marechal Floriano Peixoto. “A importância da ciclorrota é compartilhar o espaço sem que o carro, a moto e ou a bicicleta percam uma faixa, sendo um incentivo à integração dos modais”, disse o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), durante inauguração da nova infraestrutura.
Eu frequentei por três anos, o Sesc/Água Verde; para tanto, eu ia de bike. Mas uma belo dia de 2014, fomos proibidos de deixar a bicicleta estacionada, dentro do bicicletário desse Sesc.A explicação pra tal proibição? A mais tosca possível! Revoltada, deixei de o frequentar.
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Minhas impressões sobre a via, nesse vídeo percorro ela em sua íntegra.
https://www.youtube.com/watch?v=XfgMIr9SXxA
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Interessante notar que as vantagens e falhas da implementação, junto com os elogios e as críticas, são muitíssimo parecidos com o que tivemos em São Paulo em 2011/2012. Hoje elas já quase caíram no esquecimento, com a implantação maciça de ciclovias, mas foram importantes naquele momento da evolução do respeito do poder público pelo modal.
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Fizeram essas ciclorotas em ruas de bairro, que já sao ruas calmas e com poucos movimento e beneficiam uma parcela minima dos ciclistas. Enquanto isso pedalar nas principais avenidas estruturais da cidade continua sendo uma roleta russa.
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Miguel, a ideia de utilizar ruas calmas e com pouco movimento é justamente aumentar a segurança do ciclista. Analisando a estrutura dessa ciclorrota, pude verificar que é um caminho ótimo do ponto de vista topográfico. O uso de vias estruturantes (como a Av. Kennedy, por exemplo) para efetuar o mesmo caminho levaria a mais subidas e descidas, além de existir intenção de estender a via calma da 7 de Setembro para a Rep. Argentina e outros projetos para ampliar a malha cicloviária da cidade.
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Não existe essa de 70km implantadas em Curitiba, a gestão do prefeito vetou a parte mais importante da “lei da bicicleta” e com ela cortou a verba de implantação de ciclovias, as que fizeram, estão mal feitas e sem projeto correto de urbanismo. Essa ciclorota é o modo mais viável e econômico para o prefeito levantar a moral para as próximas eleições, um verdadeiro fiasco!
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Vitor, aparentemente não, pelo fato da ciclovia da Paulista e Bernardino de Campos ser considerada pouco mais de 4 km. Se fosse essa meteodologia que voce perguntou, estaria descrito como 8 km e pouco. Pelo que eu me lembre, a da Vergueiro é igual, mesmo sendo cortada pelo canteiro central.
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Boas notícias! Mas a metodologia utilizada pela prefeitura é o único problema que vejo: os 3 km da via calma, avenida 7 de Setembro, são multiplicados por dois. 3 para ir e 3 para voltar, sobre a mesma via, perfazendo o total de 6. A mesma coisa acontece na Marechal Floriano.
Por algum acaso a prefeitura de São Paulo está utilizando a mesma metodologia? A ciclo faixa da Vergueiro conta em dobro por ser bidirecional?
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“A atual gestão já implantou em Curitiba mais de 70 quilômetros de vias cicláveis”
Mentira…. Não tem esses 70km em nenhum mapa, ninguem sabe onde fica, e se pergunta para prefeitura onde estão esses famosos 70km ela ignora…
Sobre a ciclorrota é interessante. Mas eu pedalo nessa região onde ela foi implantada e não é o melhor e mais rápido caminho a ser seguido para ciclistas mais “experientes”. É talvez uma iniciativa válida para os novatos.
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Ainda preciso percorrer essa ciclorrota, mas ela segue o esquema que eu mesmo usei muitas vezes para ir e voltar do bairro do Portão (e eu sou um ciclista experiente, te garanto), indo pelas ruas entre a Avenida dos Estados e a Kennedy. A Otavio Francisco Dias, nunca usei (acabava indo pela Castro), mas a Baltazar Carrasco dos Reis é outra rota excelente pra quem não quer encarar as agruras da Chile ou da Guabirotuba.
O grande problema aqui é a prefeitura ter demorado uma Era Geológica para instalar meia dúzia de placas e pintar umas bicicletas no chão. Esta é uma iniciativa que seria excelente, se tivesse sido tomada dois anos atrás.
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