Relato da Bicicletada de Aniversário da Praça do Ciclista
Apesar da festa na Praça, a Bicicletada trafegou estranhamente quieta nesse dia. Com exceção de duas “ôlas” e gritos de “menos carros, mais bicicletas” logo após sair da Praça, o resto do percurso foi quase silencioso, apenas com brincadeiras entre os próprios ciclistas, mas sem manifestações coletivas.
No final da Paulista, a massa acabou escorrendo para a 23 de Maio. Mas logo que entramos lá, duas pessoas caíram. Uma delas, uma moça, machucou o braço e ficou bastante abalada. Com receio de ter acontecido algo mais grave, os ciclistas relutavam em movê-la dali.
Enquanto isso, alguns ciclistas convenciam os outros a liberar aos poucos duas das faixas da avenida para que os carros pudessem fluir por ali, o que rapidamente foi feito. Assim que a menina levantou e foi para a calçada, a massa partiu, restando algumas pessoas para cuidar da moça. Paramos um táxi, a encaminhamos para um hospital e os que haviam ficado ali seguiram seu caminho.
Atualizado: a menina passa bem e sofreu apenas escoriações (várias).
Armadilha urbana
Saindo dali, foi minha vez de levar um belo tombo. Saí da 23 de Maio voltando pela calçadinha estreita, como havíamos comentado que faríamos alguns minutos antes. Chego até o final dela, faço a volta para a calçada de cima, procuro os demais que esperava estarem atrás de mim e… cadê todo mundo? Segui pedalando próximo à grade para olhar para baixo e tentar encontrá-los e quando percebi estava voando por cima da bicicleta, sem entender o que estava acontecendo.
A tal grade, na calçada à beira da Av. 23 de Maio, ao lado do prédio da IBM, tem barras de metal em diagonal de meio metro de comprimento como suporte. De cor escura como a grade, em um lugar pessimamente iluminado. Impossível de ver. Eu vinha rápido e bati numa dessas barras com tanta força que a câmara de ar estourou na hora. Voei por cima do guidão, batendo o ombro na grade, a coxa no selim e uma costela no guidão.
Na hora doía tanto que eu mal conseguia respirar. Andei até a grade, olhei para baixo e não havia ninguém. Haviam seguido para o outro lado.
“Coragem”, pensei. Girei a roda para ver se tinha entortado, porque a pancada no pneu foi realmente forte. Estava boa. Reuni forças, empurrei a bicicleta e ia seguir pedalando quando percebi o pneu vazio. Xinguei. Empurrei até o outro lado da rua e cacei a câmara no fundo do alforge. Tudo que eu tentava fazer me doía o ombro. Fui tentar tirar o pneu com a mão e não conseguia fazer força, tive que usar as espátulas.
A troca de câmara que levaria 10 minutos no máximo levou meia hora. Mas um senhor que faz segurança de rua por ali veio conversar comigo, perguntou o que era aquele monte de bicicletas, comentou que tem um sobrinho que gosta disso também e o papo foi fluindo. O tempo até passou rápido, a dor quase esquecida. Amizades efêmeras que a bicicleta nos traz.
Pedalei até em casa e ainda vim conversando com outro ciclista que encontrei no caminho, com uma bela bicicleta híbrida, que estava chupando um picolé enquanto pedalava. No dia seguinte fui ao hospital fazer uma radiografia, porque a costela doía tanto que eu estava com receio de ter trincado. Mas está tudo bem, tanto com ela como com o ombro. A dor uma hora passa, o médico receitou um antiinflamatório que está ajudando bastante.
A bicicleta entortou a gancheira e o câmbio está roçando nos raios. Mas isso é o de menos, o importante é que não quebrei nada, mais uns dias estou novo.
Escapei dessa, mas parte do grupo que participava do movimento sentiu a dor do atropelamento.
Vou de bike à qualquer lugar de Poa. Cada vez mais os carros andam devagar pelo grande número, pra isso devemos desenvolver a habilidade de andar entre eles. Não esquecer das máscaras contra gases, pode ser aquelas que se usam para pequenos trabalhos.
Estamos na via.
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Que susto em Cruz? Boa recuperação nas dores. Uma pena que a Massa estava em silêncio, talvez algo passou por ali e avisou da tragédia em POA.
Abraços,
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