Fórum Mundial da Bicicleta 2016 debateu o poder do cidadão para transformar as cidades
Participantes discutiram em Santiago o papel da bicicleta como ferramenta para a transformação. Cidade do México será sede do evento em 2017, Lima em 2018.
Entre 31 de março e 5 de abril de 2016, a cidade de Santiago, no Chile, sediou a quinta edição do Fórum Mundial da Bicicleta. O evento teve como tema principal o empoderamento do cidadão na missão de transformar as cidades. Organizações da sociedade civil e representantes de diversos países se dividiram entre workshops, mesas de debates e diversas atividades, com objetivo de compartilhar experiências sobre o papel da bicicleta como ferramenta de transformação e promoção de um estilo de vida mais saudável e sustentável.
A cerimônia de abertura foi realizada no Museu de Direitos Humanos de Santiago e contou com uma homenagem aos ciclistas que foram mortos por ocorrências de trânsito. Nomes consagrados como o ciclista Gary Fisher, considerado um dos inventores do Mountain Bike, e Chris Carlson, fundador do movimento Massa Crítica, afirmaram em suas apresentações que a bicicleta é muito importante na luta pela equidade social urbana. Nesse sentido, segundo Pablo Arriagada, um dos organizadores do fórum, realizar o evento em regiões com contextos diferentes foi um dos maiores desafios do evento. O Fórum foi realizado na capital Santiago e contou com atividades nas regiões de Maipú, Independencia e El Bosque.
Brasileiros no Fórum
O Brasil, país que deu origem ao fórum, foi representado por um grupo com mais de 40 pessoas de diferentes regiões que apresentaram projetos, trabalhos e participaram de diversos painéis chamados de “Pechakucha”. No segundo dia, Luciana Nicola, Superintendente de Relações Governamentais e Institucionais do Itaú, apresentou o modelo de bicicletas compartilhadas financiado pelo banco nas cidades brasileiras e em seguida, Suzana Nogueira, coordenadora de Projetos Cicloviários da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apresentou dados sobre a expansão da malha cicloviária da cidade de São Paulo.
André Soares, diretor-presidente da União de Ciclistas do Brasil (UCB), que participou de um encontro de ciclistas no Palacio de La Moneda com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, disse que a possibilidade de conhecer a realidade de outros países e comparar com as dificuldades enfrentadas no Brasil é um ponto muito positivo do fórum. “Percebemos que a luta por uma infraestrutura adequada para a bicicleta é a mesma em diversos países e que o caminho para a construção de cidades melhores está no investimento em educação e conscientização sobre respeito e boa convivência no trânsito”.
Empoderamento feminino
Durante o quarto dia, as atividades foram realizadas na região chamada Independência, onde mulheres, representando Chile e Equador, compartilharam suas experiências na luta por igualdade de direitos. Na programação não constavam os nomes dos integrantes do painel sobre inclusão social com o tema “Mujeres en bici”, sendo que todas as outras atividades seriam apresentadas por homens. Isso gerou inquietação nas brasileiras, que já estavam articulando de se reunir no fim do dia e acabaram adiantando a reunião com objetivo de discutir a representatividade feminina no fórum, para buscar uma forma de diálogo para conduzir um grupo de trabalho de abrangência nacional sobre a questão de gênero.
VOTAÇÕES PARA CIDADES-SEDE | ||
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2017 | 2018 | |
Primeiro turno
Segundo turno
| Primeiro turno
Segundo turno
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Próximas cidades-sede
Durante a assembléia de encerramento, a capital do México foi eleita cidade-sede para 2017, superando Recife. Na sequência, Lima, no Peru, foi eleita para 2018. Roderick Jordão, da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), lamentou a cidade ter ficado de fora. “É uma pena, pois a vinda do Fórum poderia nos ajudar a fortalecer as políticas cicloviárias da cidade, pressionando o poder público a colocar em prática um plano de mobilidade que contemple a bicicleta no contexto da cidade.” A capital pernambucana ficou em segundo lugar nas duas votações (veja quadro).
Após a assembléia, cerca de 15 mil pessoas se reuniram na Plaza Italia para uma Bicicletada que encerrou o evento.
O Fórum em outros anos
Veja aqui como foi o Fórum Mundial da Bicicleta em outros anos, incluindo as edições realizadas no Brasil
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