Viagens combinadas com bike e transporte coletivo ganham estímulos em SP
Precisa ir longe? Cansou, teve problemas e não dá pra voltar pedalando? Dependendo do horário, você pode para embarcar com a bike em ônibus, trens e metrô
A ascensão da bicicleta como meio de transporte na região metropolitana de São Paulo vem impulsionando novas viagens combinadas entre a bicicleta e os modais coletivos, a chamada intermodalidade. Desde agosto de 2015, as magrelas são aceitas em dias da semana nas seis linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que cobrem uma distância de 260 quilômetros.
Um levantamento da companhia listou a adesão das bikes na malha, registrando 2.452 embarques em dias úteis entre o final de agosto do ano passado e o fim de fevereiro de 2016. No topo da lista está a Linha 10-Turquesa [Brás-Rio Grande da Serra], e algumas caraterísticas podem explicar este cenário. Mauá, cidade do ABC paulista atendida pela ferrovia, possui o maior bicicletário da América Latina. Com 2000 vagas, a estrutura foi criada em 2001, junto com a ASCOBIKE — Associação dos Condutores de Bicicletas de Mauá, por conta da demanda de ciclistas.
Em segundo lugar aparece a Linha 9-Esmeralda. No período de seis meses foram registrados 557 entradas. O ramal liga a cidade de Osasco ao bairro do Grajaú, extremo sul da capital paulista.
O relatório destaca também um aumento do uso da intermodalidade na Linha 11-Coral. Nos dois primeiros meses de 2016, a ligação entre a Luz e Estudantes, passando por Guaianases, registrou 200 bicicletas embarcadas, ante 227 acessos ocorridos nos quatro últimos meses do ano passado.
Veja aqui a lista completa do levantamento feito pela CPTM.
O embarque das bikes é permitido também nas seis linhas do Metrô. Os horários são os mesmos para Metrô e CPTM: nos dias úteis, depois das 20h30; aos sábados, a partir das 14h; nos domingos e feriados, o dia todo.
Bicicletas em ônibus da capital
Seguindo essa tendência, em parte do sistema de ônibus da cidade de São Paulo será permitido o transporte de bicicletas. A medida deve valer para os chamados “superarticulados”, veículos com 18 metros de comprimento que vêm sendo usados como “carro propaganda” da atual gestão.
O sistema de transporte coletivo por ônibus da capital paulista conta atualmente com 830 modelos desse tipo, dos quase 15 mil ônibus em circulação. A medida não contempla os demais veículos articulados ou biarticulados.
Segundo portaria publicada no Diário Oficial em 7 de maio, o acesso às bicicletas terá horários específicos. Nos dias úteis será permitido das 10h01 às 15h59 e entre 19h01 às 5h59. Aos sábados, a partir das 14h. Já aos domingos e feriados o transporte das bikes será liberado em qualquer horário. O ciclista deverá embarcar pela porta traseira, e apenas uma bicicleta será permitida por veículo.
A ação da prefeitura vem após testes em ônibus com espaços destinados ao ciclistas em linhas da empresa Sambaíba, que vinham sendo realizados há mais de um ano. Os veículos usados também eram do mesmo modelo e dispunham de espaço reservado para as bicicletas, assim como adesivo indicativo.
Rack externo foi testado em 2010
Não é a primeira vez que a cidade tenta introduzir o transporte de bicicletas em ônibus. Um modelo de rack externo já foi testado nos coletivos paulistanos.
Espelhada em modelos dos países norte-americanos e europeus, a Sambaíba chegou a desenvolver um rack para o transporte de duas bicicletas na parte frontal do veículo, que foi testado nas ruas em 2010. Mas a ideia não foi adiante, pois a Resolução 349 do Contran, publicada no mesmo ano, proibiu o transporte nesse formato (art. 3º, item VIII).
Bom mesmo é a bicicleta dobrável aro 20, que não tem hora para entrar no metrô. Eu pelo menos, nunca fui impedido de embarcar com a minha Dahon Jetstream.
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Essa resolução do CONTRAN se refere a automóveis, caminhonetes e utilitários, não a ônibus….
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