Ação distribuiu mais de 3 mil coletes e luzes para ciclistas em São Paulo

Ser visto no trânsito, principalmente à noite, é importantíssimo para quem pedala: além de permitir que os motoristas o vejam com a antecedência necessária, você impõe sua presença na via, não passando despercebido. Pensando nisso, uma ação distribuiu mais de três mil coletes refletivos e luzes sinalizadores para ciclistas na capital paulista, na última semana de maio.

A iniciativa partiu da 99, empresa que disponibiliza um aplicativo que integra taxistas a seus clientes, permitindo chamar um carro pelo celular. “Os ciclistas são uma realidade na cidade de São Paulo e a doação desses materiais proporcionam mais segurança ao dia a dia deles”, explica Matheus Moraes, diretor de Política e Comunicação da 99. A empresa também doou 300 racks para os taxistas, para que possam transportar bicicletas de clientes em seus carros.

Trabalhadores que se deslocam de bicicleta

Os coletes e luzes foram doados ao Instituto CicloBR, que contou com o apoio de voluntários de várias partes da cidade para fazer a entrega, incluindo os coletivos Bike Zona Sul, Bike Zona Leste e ciclistas da Zona Norte. Ao todo, foram 53 voluntários. Além dos coletes, que possuem várias faixas refletivas, foram distribuídas luzes de led, dianteiras na cor branca e traseiras na cor vermelha. Veja a galeria de fotos no final da matéria.

“Esses equipamentos notadamente aumentam a visibilidade dos ciclistas e salvam vidas”, explica Hamilton Takeda, presidente do CicloBR, que afirma ter ficado feliz com a parceria. A ação, que fez parte do Maio Amarelo, ocorreu em sete pontos da capital que possuem grande fluxo de trabalhadores ciclistas, vários deles fora do centro expandido: Ponte do Socorro, Águia de Haia, Eliseu de Almeida, Inajar de Souza, Faria Lima, Berrini e Avenida Paulista.

Algumas das pessoas que recebiam o material ficavam tão agradecidas que queriam retribuir de qualquer forma. Um caso interessante aconteceu com o voluntário Edgard Calhelha, na ponte do socorro, com um entregador que carregava pães. “O senhor pode pegar um pão, dois ou três, já que me deu esse presente”, insistia o ciclista, ao que Edgard agradeceu. Outros passavam e não paravam, ou diziam “não quero comprar”, mas quando percebiam ser de graça voltavam para pegar.

Apesar de bem recebida pelos ciclistas atendidos, a iniciativa sofreu críticas de algumas pessoas, que viram na ação uma suposta culpabilização da vítima, opinião potencializada por uma publicação com recomendações para os ciclistas na página da empresa no Facebook. Para estes, em vez de recomendar conduta para quem pedala, a 99 deveria focar em ações para que os taxistas protejam quem trafega de bicicleta nas ruas, já que é comum ciclistas serem ameaçados por esses profissionais quando se deslocam pela cidade, além deles formarem um dos grupos contrários à implantação de ciclovias em São Paulo.

Depois do episódio, foram publicadas recomendações também para motoristas e motociclistas. Fato é que falta aos taxistas entenderem que quem abre mão de ter um carro para usar a bicicleta transforma-se em um cliente potencial dos serviços de táxi. Quanto mais ciclovias, ciclofaixas e bicicletas nas ruas, melhor para a categoria.

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