Projeto Cicloamazônia encerra sua primeira etapa, mas ainda precisa de apoio
Depois de dois meses na Amazônia, o desafio agora é trabalhar e disponibilizar todo o material colhido durante a viagem. Veja como ajudar.
Há dois meses, três guerreiros de São Paulo decidiram fazer uma expedição pela maior e mais importante floresta tropical do planeta, a Floresta Amazônica, no norte do país. Entre os objetivos do Projeto Cicloamazônia estava conhecer de perto, pedalando, a dinâmica de vida nos arredores da BR-230, a Transamazônica. Inaugurada há 40 anos sem nunca ter sido concluída de fato, é considerada hoje um dos mais polêmicos projetos de ocupação do país.
Saiba mais: O desafio de atravessar a Floresta Amazônica de bicicleta
Daniel Santini, Marcelo Assumpção e Valdinei Calvento pedalaram quase 2000 km, cruzando o estado do Amazonas entre julho e agosto desse ano, e acabaram de concluir a primeira fase do projeto. “Pudemos conhecer a realidade da extração de ouro, conversar com garimpeiros, ouvir histórias sobre descoberta de fortunas, ruína de alguns homens e até de tomada de garimpo por guerrilheiros no exterior. Tivemos que redobrar a atenção ao coletar água dos igarapés, quase todos de alguma forma contaminados pela extração do minério”.
Alguns relatos da viagem podem ser acompanhados no site do projeto. São fotos e registros impressionantes de uma realidade distante da nossa e que vem passando por um processo de transformação profunda, com problemas irreversíveis de desmatamento, contaminação, uso e ocupação do solo, que comprometem a biodiversidade da floresta e, por consequência, nossa existência.
“São quilômetros e quilômetros de pastagem sem nenhuma árvore para amenizar o sol. Quando não é capim, são tocos e terra queimada, arrasada mesmo. Na pecuária, em vez de roçar o mato para abrir espaço para o boi, todos parecem optar pelo fogo. Além da poeira dos caminhões, nos últimos dias tivemos que respirar constantemente fumaça [das queimadas]. O horizonte é de um azul borrado que varia entre tons de areia e cinza. É triste”, diz um dos relatos. “Nos últimos 200 km da viagem passamos por 120 km de isolamento dentro da Floresta Nacional da Amazônia, o trecho mais preservado de toda a estrada. Também vimos muitos animais atropelados”.
Apoio
Durante esses dois meses de imersão na Amazônia, os meninos colheram muitos depoimentos, ouviram as pessoas que vivem lá e realizaram registros com vídeos, fotos, arte. Agora, têm um trabalhão pela frente: organizar e editar todo esse material, escrever, relatar, dar vazão ao seu conteúdo, tornar públicas e acessíveis as coisas que estão acontecendo no nosso país, nas nossas costas, nesse exato momento, enquanto lemos esse texto.
Se você, assim como eu, tem interesse em ler e ver esse conteúdo disponibilizado na internet, tornando público e aberto o que acontece no coração do país, ajude através do crowdfunding do Projeto. Será necessário arrecadar R$ 15 mil para garantir, de forma livre e independente, a divulgacao completa do material, com produção de reportagens georreferenciadas e conteúdo multimídia sobre a Transamazônica.
Qualquer quantia doada ajuda a construir esse resultado, que pode servir como base de informação e conhecimento para mudar essa realidade preocupante. Saiba mais na página do projeto no Catarse.
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