Comissão aprova projeto que tira necessidade de retrovisor e campainha em bicicletas

(Publicado originalmente em 7 de novembro de 2002. Minha opinião mudou um pouco de lá para cá, mas mantive o texto aqui – com link quebrado e tudo – para deixar documentada a evolução do pensamento sobre o assunto desde que o Vá de Bike começou. Para dicas e conselhos atualizados sobre o uso da bicicleta nas ruas, consulte a seção Dicas para o ciclista urbano.)

Veja a notícia aqui.

A bicicleta tem que andar na rua e não na calçada. Portanto, a buzina (campainha é o termo técnico) seria teoricamente para os carros. Mas qual carro de janela fechada vai ouvir uma buzininha de bicicleta? Mais vale um grito bem dado, que é bem mais eficiente do que um tímido fó-fó ou blin-blin. Já passei por algumas situações de risco tanto com carros como com pedestres e se eu tivesse tirado uma das mãos do guidão para apertar uma buzininha que quase não faz barulho, talvez não estivesse aqui agora.

Claro, tem umas buzinas que funcionam com ar comprimido e que fazem um barulhão, mas essas matam do coração os pedestres distraídos e os carros quando a ouvem procuram por outro carro e não vêem a bike. Fico com o grito mesmo.

O espelho eu acho outra bobagem. O guidão trepida muito e a posição do ciclista varia bastante ao longo da pedalada. Só daria para ficar olhando no espelhinho se você usa uma bicicleta do tipo speed (aquelas de pneu fininho) em um terreno bem regular, como uma estrada. Nesse tipo de pedalada, a posição do corpo se altera pouco, mas mesmo assim nas subidas você teria que “regular o espelho”. Além disso, o espelho quebra a aerodinâmica do conjunto, o que para uma moto não faz a menor diferença, mas para um veículo de “propulsão humana” faz. Mas tem gente que usa o espelho e acha bastante útil, vai saber.

Muito mais importante que os dois juntos é o capacete, que os legisladores parecem nem saber que existe. Importante também é andar na rua e não na calçada, encostado na direita e na mesma mão dos carros, sinalizar sempre para os motoristas anteciparem seus movimentos, pedir licença pros carros e agradecer, usar luvas para o caso de cair no chão e tentar segurar a queda com as mãos, etc.

10 comentários em “Comissão aprova projeto que tira necessidade de retrovisor e campainha em bicicletas

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  3. AO INVES DE TIRAR MOS TAI ITENS DE SEGURANÇA DEVERIA MOS MELHORA LOS E ACRESCENTAR A ANTENA ANT LINHAS DE PIPAS Q TB MATA CICLISTAS…

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  4. Mas Willian, mas Willian, mas Willian, com retrovisor… Meussssss! Não, peraí, deixa eu me explicar, que tô todo exultante pelo seguinte: hoje finalmente estreei um Cateye modelo… esse aqui, ó: http://www.cateye.com/en/products/detail/BM-500G/ Tá, esses modelos são realmente medonhos, parece coisa feita pra corpo de moto, de carro, não de bike, nada a ver com as linhas aerodinâmicas delicadas desta, mas… Mas Willian, mas Willian, mas Willian, nunca, nunca, nunca me senti tão seguro, tão dono da situação em meio aos motorizados, defensiva e, digamos, vai, ofensivamente também, nunca!

    Agora, tem um detalhe importante aí: eu uso óculos, e de óculos olhar pra trás é foda, a armação ou mesmo as bordas nuas da lente atrapalham, borram a visão periférica. E, não teve jeito, logo tive que comprar um retrovisor. Comecei com um Zefal Spy, que é pequenino, que não compromete a, hum, estética da bike, mas… Mas só foi testar esse trambolho da Cateye e… fooooooda-se a estética! rs.

    (Nossa, tô que tô hoje.)

    Comentário bem votado! Thumb up 4 Thumb down 0

    1. Cícero, retrovisor é uma questão muito pessoal: alguns ciclistas se adaptam bem e adoram, outros não conseguem usar de jeito nenhum. Estou na segunda categoria. Minha posição na bicicleta varia muito enquanto pedalo, o retrovisor trepida, quando pulo os buracos e faço algumas outras coisas parecidas o espelho desposiciona constantemente e considero a área do espelho insuficiente para uma boa visão. Pra mim, o retrovisor é inútil. Já o meu irmão, por exemplo, não vive sem.

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      1. É, mas eu até entendo, entendo sim, Willian, que é uma questão de adaptação, e que é pessoal. Meu, mas ontem… ontem me senti tão “potente” com esse bitelão da Cateye…

        Mas quanto às desvantagens que você citou, um pouco delas também senti, não posso mentir. Mas esse modelo tem uma ótima área de visão, e ele é bem fixo, exige mínimos ajustes ao pedalar. Ah, e quanto às mudanças de posição durante a pedalada, por exemplo, em asfalto remendados em que você levanta um pouquinho do selim perdendo o ângulo de visão, claro, é outra desvantagem. Mas é como você mesmo disse e eu concordei: é uma questão de adaptação, de pegar o traquejo.

        (Putz, mas eu gamei nesse bitelão, foi amor à primeira retrovisada…rs.)

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