22 de setembro – Dia Mundial Sem Carros
O que é Movimento internacional em defesa do meio ambiente e da qualidade de vida nas cidades, que acontece anualmente no dia 22 de setembro. A Jornada “Na Cidade Sem Meu Carro” surge da preocupação relacionada com a qualidade do ar das nossas cidades. Tendo em vista que o setor dos transportes é responsável por 40% da emissão das partículas poluentes do ar (chegando a 90% na cidade de São Paulo), isto somado aos crescentes problemas relacionados com o uso do automóvel, vários países da União Européia lançaram esta iniciativa pela primeira vez em 22 de Setembro de 2000. Não se trata da mera questão de vedar o tráfego motorizado em algumas ruas, mas sim de proporcionar às pessoas uma oportunidade para descobrirem outras formas de transporte e de viverem este dia sem sentirem restrições à sua mobilidade. A jornada pretende provocar uma reflexão sobre a presença tão determinante dos automóveis nas cidades. Poluição, acidentes, falta de convivência no espaço público, agressividade, estresse e desperdício de espaço urbano com ruas, avenidas e estacionamentos são algumas das conseqüências do uso excessivo do automóvel. Esse dia será uma oportunidade para que as pessoas experimentem vivenciar a cidade de outra forma. Transporte público, bicicleta e mesmo a caminhada são alternativas saudáveis e cidadãs, que contribuem inclusive para a locomoção daqueles que realmente necessitam utilizar o carro, sobretudo em situações especiais de mobilidade (melhor idade, gestantes, transporte de crianças pequenas, portadores de necessidades especiais, etc.). Se você utiliza o carro no dia-a-dia, faça um desafio a si mesmo na próxima sexta-feira e descubra se você é capaz de passar pelo menos um único dia no ano sem seu carro. A cidade, o planeta e nossas crianças agradecem. |
São Paulo é cidade apoiadora
São Paulo mais uma vez não vai participar formalmente do Dia Mundial Sem Carros, mas esse ano a cidade pelo menos atuará como apoiadora.
Para ser considerada cidade participante, seria preciso fechar uma importante área ou via de tráfego, como uma grande avenida, por exemplo. Isso a CET não permite, pois o fluxo de veículos automotores não pode ser prejudicado (nem mesmo nesse dia). Foi oferecida uma rua de pouco tráfego, que não faria diferença nenhuma e não seria suficiente para caracterizar a cidade como participante do Dia, sendo portanto descartada e substituída pela cessão de três vagas de Zona Azul para a realização da Vaga Viva (leia abaixo).
As iniciativas que serão desenvolvidas como parte do Dia Sem Carros, garantindo a participação de São Paulo como apoiadora e, principalmente, divulgando o Dia e colaborando com uma cidade melhor para todos, são:
Desafio Intermodal
Quais os meios de transporte mais eficientes em São Paulo? E quais os mais poluentes? E os mais agradáveis, que permitem interação com a cidade, descoberta de novas paisagens e o contato humano entre os cidadãos? E por que a “cidade que não pode parar” virou a “metrópole que não anda”?
Com o objetivo de investigar respostas para estas perguntas, acontece na próxima quarta-feira (20) o primeiro Desafio Intermodal de São Paulo. Promovido pela sociedade civil, com apoio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, o desafio pretende investigar o cotidiano da cidade e o que pode ser feito para melhorá-lo.
Trata-se de uma “corrida” ponto a ponto, na hora do rush, utilizando diversos meios de transporte (ônibus, carro, bicicletas, metrô, moto e trem). Mas mais do que uma corrida, o Desafio é uma simulação de percursos, onde se tenta reproduzir a realidade de uso de cada modal na situação proposta.
Além de medir o tempo gasto por cada participante, o desafio pretende fazer uma análise qualitativa do percurso. Afinal, passar uma hora dentro de um carro pode ser bem mais desagradável do que uma hora e quinze em cima de uma bicicleta.
Pretendemos também medir a emissão de poluentes. A moto, por exemplo, além de ser o veículo mais perigoso em termos de acidentes, é também o que mais polui (chegando a emitir mais poluentes do que um ônibus, que transporta 60 pessoas).
O evento será realizado nessa quarta-feira, tendo início exatamente ás 18 horas, e será coberto por diversos órgãos de imprensa. Após o desafio, divulgaremos um balanço dos resultados. O Desafio Intermodal foi realizado também no Rio de Janeiro, no mês passado.
Vaga viva
No dia 22 de setembro, três vagas de Zona Azul se transformarão em praça por um dia, incentivando a convivência das pessoas e mostrando que o espaço ocupado pelos carros poderia ser utilizado para atividades bem mais agradáveis.
Participe! Visite a Vaga Viva e veja um pequeno exemplo de como a cidade poderia ser mais humana com menos carros nas ruas.
Horário: das 10h às 20h
Local: Av. Ipiranga, altura do número 210 (em frente ao edifício Copan)
Bicicletada
A Bicicletada é uma celebração mensal do transporte não-motorizado e da convivência humana nas cidades. É gratuita e aberta a todos os cidadãos. O movimento existe em São Paulo desde julho de 2002, inspirado pela Massa Crítica originada em São Francisco na década de 90.
Além da concentração lúdico-educativa e do momento de troca de informações e experiências entre os participantes, a Bicicletada promove uma pedalada pelo direito de circulação segura para todas as pessoas (pedestres, ciclistas, motoristas, motociclistas e cadeirantes). Durante o percurso, há distribuição de panfletos informativos e conversas com os motoristas.
Desde fevereiro de 2006, o ponto de encontro da Bicicletada (o canteiro central da avenida Paulista, próximo à Consolação) foi batizado de Praça do Ciclista.
Participe! No Dia Sem Carro, a Bicicletada sairá da Praça do Ciclista e seguirá pelas ruas da capital para inaugurar a Vaga Viva, na Av. Ipiranga.
Concentração: 7h30 – saída às 8h30
Local: Praça do Ciclista (alt. do número 2500 da av. Paulista, em frente ao Instituto Cervantes)
À noite, para encerrar o Dia Sem Carro em São Paulo, acontecerá outra Bicicletada, desta vez saindo da Vaga Viva em percurso a ser combinado no local.
Concentração: 19h – saída às 20h
Local: Av. Ipiranga, altura do número 210 (em frente ao edifício Copan)
Os eventos do dia 22 de Setembro de 2006 na cidade de São Paulo foram possíveis graças ao esforço e iniciativa dos seguintes movimentos e entidades: Bicicletada – Apocalipse Motorizado – Vá de Bike! – Ciclo BR – Escola de Bicicleta – Gabinete da Vereadora Soninha Francine – Secretaria do Verde e do Meio Ambiente – CET |
Chester, foi boa sua pergunta, isso merece mesmo ser explicado para que não pareça que eu estou tirando dados da cartola.
Os dados que eu cito aqui no site sempre vêm de alguma fonte. Na maioria das vezes, eu já deixo um link para o lugar onde se pode confirmar a informação ou a página de onde ela foi obtida. Dessa vez eu esqueci, principalmente por ter copiado trechos do texto do release que distribuímos à imprensa.
A informação sobre a poluição causada pela moto foi obtida na página do Ibama que fala sobre os Programas de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE, para automóveis, e PROMOT, para motocicletas): http://www.ibama.gov.br/proconve/
A poluição é mensurada por km rodado e não por litro consumido, porque o objetivo dos programas do Ibama não é diminuir consumo e sim emissão. Um combustível “bem aproveitado” pela queima adequada no motor e que passa por um sistema de exaustão com catalisador, mesmo que consumido em maior quantidade, pode emitir menos poluentes que um combustível consumido moderadamente mas sem aproveitamento e filtragem adequados. Óleo misturado ao combustível também aumenta a emissão de poluentes. As tabelas apresentadas nessa página mostram emissões diversas: monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio e material particulado (em algumas tabelas).
Compare por exemplo um ônibus comum (que se enquadra na categoria veículo pesado a diesel convencional), com uma moto de até 150cc, ambos zero km. Essa comparação favorece a moto, pois com menor cilindrada ela polui um pouco menos e o ônibus escolhido poderia ser um movido a GNV em vez de diesel. Os dados abaixo dizem refletem essa comparação e foram retirados daquela página. O primeiro valor diz respeito ao ônibus, o segundo à moto:
Monóxido de Carbono: 5,45 / 5,5
Hidrocarbonetos: 0,78 / 1,0
Óxidos de nitrogênio: 5,0 / 0,3
A moto só emite menos óxidos de nitrogênio que o ônibus, mas ganha (melhor seria dizer perde) em monóxido e hidrocarbonetos.
A margem pode ser pequena no caso do monóxido de carbono, mas é importante lembrar que a moto transporta no máximo duas pessoas (salvos utilizações bizarras), enquanto o ônibus leva várias dezenas. A poluição que você, individualmente, causa utilizando um ônibus velho que solta fumaça preta é bem menor que se você usar sozinho sua moto de 150 cilindradas, zero quilômetro.
Espero ter esclarecido! Qualquer hora transformo isso em post aqui no site.
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Willian,
Como de costume, a matéria está ótima, e parabéns pela iniciativa. Contudo, novamente vejo mencionada esta “estatística” que afirma que motos “poluem mais” do que outros veículos.
Confesso que me incomoda não saber ao certo o que é esse “poluir mais”. É a emissão de poluentes por intervalo de tempo em funcionamento? Por peso transportado? Por passageiro? Por litro de combustível? Por quilometro rodado?
Isso não é apenas um detalhe. Por exemplo, se a poluição em questão for por litro de combustível, vale lembrar que algumas motos chegam a consumir 1/10 do combustível de um automóvel para fazer o percurso equivalente. Se for por tempo também deve-se levar em conta que o tempo para percorrer um trajeto é menor.
Eu insisto neste ponto porque, embora raramente use moto hoje em dia, o fato de consumir muito menos combustível (e portanto, numa primeira intuição, me parecer poluir muito menos por conta disso) foi bastante influente quando o fazia.
Existe alguma fonte confiável desta estatística? Ela menciona a metodologia de medição? Todas as pesquisas que fiz recaem sobre uma mesma pesquisa feita na Europa, sobre a qual pouco se sabe além desta afirmação de que “poluem mais”.
Acho pouco.
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Cristiano, o primeiro percurso proposto era parecido com esse: centro – parque do carmo. Mas foi descartado porque, além de ser longo (o que faria o Desafio demorar muito para terminar) era muito arriscado para os ciclistas, já que seria necessário pegar Radial Leste e Av. Aricanduva, totalmente desaconselháveis para a bicicleta. É como pedir para pegar a 23 de maio: não dá.
Durante 15 dias discutimos percursos possíveis, mas foi difíci ldecidir porque sempre havia algum modal sendo beneficiado ou prejudicado demais. O percurso pelo qual optamos realmente foi da Berrini e até a Prefeitura e foi escolhido de forma a não beneficiar ou prejudicar em especial nenhum dos modais. É um roteiro relativamente difícil para qualquer modal – inclusive a bicicleta, já que havia bastante subida.
O site Apocalipse Motorizado está divulgando o resultado do Desafio, links para as notícias na imprensa online e vídeos das matérias na TV: http://apocalipsemotorizado.blogspot.com/
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hahahaha, imagina só um percurso Berrini – Itaquera:
– Quem for de bicicleta pode até participar da seletiva do IronMan :oP
– Quem for de carro vai precisar reabastecer no caminho
– Quem for de ônibus, até amanhã
abraço
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Bom, se aqueles que organizam ja tem o percurso definido, OK. Mas ele não pode ser da Berrini até a Prefeitura, pq ninguem mora em nenhuma dessas pontas.
Acredito que deva ser do centro (talvez mesmo da Berrini, Itaim) até uma área residencial (Itaquera, V. Ema, Cachoeirinha, Santana, V. Madalena, Perdizes, etc)
Só assim fará algum sentido. Mas lembrem-se que SP tem mais metro/trem do que RJ
abraço
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Danilo, o percurso será divulgado depois do Desafio, tendo sido aberto apenas à imprensa. Afinal, se tiver muita gente ali na hora pode acabar atrapalhando a execução da prova, principalmente se o pessoal resolver acompanhar os participantes.
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Wiliian, faltou dizer qual o percurso do desafio. Acredito que seja da Berrini até a prefeitura, não é?
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