Para Jilmar Tatto, São Paulo acompanha tendência mundial de "crescimento vertiginoso" do uso da bicicleta. Imagem: iG/Reprodução

Prefeitura de SP protegerá ciclistas com ciclovias e redução de velocidade

Construção de 150km de ciclovias, redução de velocidade para um uso mais seguro das vias e 50 mil bicicletas compartilhadas são objetivos da gestão. Veja o que disse o Secretário de Transportes, Jilmar Tatto, em entrevista ao portal iG.

Para Jilmar Tatto, São Paulo acompanha tendência mundial de "crescimento vertiginoso" do uso da bicicleta. Imagem: iG/Reprodução
Para Jilmar Tatto, São Paulo acompanha tendência mundial de “crescimento vertiginoso” do uso da bicicleta. Imagem: iG/Reprodução
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A intenção de melhorar a vida dos ciclistas na cidade de São Paulo é o que se percebe na entrevista de Jilmar Tatto, atual secretário de transportes da gestão Fernando Haddad, ao portal iG. Além de garantir a construção de 150 km de ciclovias (com separação física dos automóveis), a Prefeitura da capital paulista pretende diminuir a velocidade dos carros, para que o uso da bicicleta onde não há ciclovia se torne mais seguro.

“Temos que aumentar a velocidade do ônibus e diminuir a do carro”, diz o secretário. “Aumentar a velocidade dos ônibus para que as pessoas possam migrar e melhorar a qualidade do transporte e diminuir a do carro em função da segurança”, esclarece. “E pra que a bicicleta possa compartilhar [as vias] com o carro”.

Proteger o ciclista e facilitar o uso da bicicleta

– construção de 150 km de ciclovias –

– estímulo ao compartilhamento das ruas –

– redução de velocidade dos automóveis –

– integração com terminais de transporte público –

– 50 mil bicicletas compartilhadas na cidade –

Para Tatto, as cidades no mundo têm caminhado na direção de menos carros e mais bicicletas. Nas cidades que já estão “estruturadas” e que têm uma boa rede de transporte público, tem ocorrido “uma diminuição do uso de carro e um aumento vertiginoso do uso de bicicleta”, afirma. “E é uma tendência na cidade de São Paulo. Hoje no final de semana você tem 300 mil pessoas usando bicicleta”. A estimativa do Vá de Bike é que esse número seja maior, mesmo durante a semana.

E, diante desse cenário, o que a Secretaria de Transportes pretende fazer? “Primeiro, cumprir o compromisso de fazer 150 quilômetros de ciclovia”, enumera o secretário. “E ciclovia é uma via segregada”, reforça. Recentemente, a prefeitura anunciou seu Plano de Metas, sendo uma delas a implementação de 400 km de “vias cicláveis” até o final do mandato, o que incluiria ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. Também anunciou que pretende construir ciclovias junto a todos os novos corredores de ônibus.

Em segundo lugar, o secretário afirma que pretende “reduzir a velocidade dos carros em alguns locais, que é aquela zona 40, ou zona 30, pra poder compartilhar o carro com a bicicleta”. “Eu acho que isso é o ideal”, afirma Tatto. “É humanizar, [para] que as pessoas pudessem andar de carro e de bicicleta juntos. Que a gente tivesse um respeito mútuo em relação a isso”.

“Há uma tendência mundial de
diminuição do uso de carro
e aumento vertiginoso
do uso de bicicleta”

A secretaria ainda pretende “autorizar a concessão de bicicletas”, em uma referência ao sistema de bicicletas compartilhadas (bike sharing), que passaria a cobrir uma área bem maior da capital. “Nós fizemos um estudo e isso significa 50 mil bicicletas na cidade”.

“E essa rede de uso de bicicleta é integrada com o transporte público, integrada com o bilhete único e integrada com as estações”, explica Tatto. O bilhete único seria para uso do serviço. A integração com as estações visa estimular a intermodalidade e, provavelmente, engloba também bicicletários para quem utilizar sua própria bicicleta.

“Não dá pra fazer ciclovia em tudo quanto é lugar”, esclarece o secretário. “Então tem que compartilhar. E pra compartilhar você tem que reduzir a velocidade dos carros”. Um posicionamento bastante sensato. Só não se deve esquecer que é necessário fiscalizar ostensivamente para que os limites de velocidade sejam cumpridos.

Menos carros, mais bicicletas e ônibus

Em resumo, a Prefeitura de São Paulo demonstra ter percebido que a única forma de reduzir os congestionamentos é diminuir a quantidade de carros nas ruas. Para isso, aposta no estímulo ao uso de transporte público e bicicletas.

Para estimular o uso do transporte público, tornará os ônibus mais rápidos que os carros, através de diversos novos corredores. Para que mais pessoas usem a bicicleta, pretende proteger os ciclistas através de medidas como construção de ciclovias, redução de velocidade nas vias e o estímulo ao compartilhamento através de sinalização e campanhas educativas.

Esse incentivo às pedaladas também se dará expandindo o sistema de bicicletas compartilhadas e aumentando a disponibilidade de bicicletários, para estimular o uso da bicicleta como parte do deslocamento, facilitando o acesso a terminais de transporte público.

Campanha de conscientização

Durante a reunião de ciclistas com Haddad, ocorrida em março, uma das deliberações foi de que seria elaborada uma campanha de conscientização sobre o direito do uso da bicicleta nas ruas e a importância de se respeitar e proteger o ciclista. A campanha está em andamento, em fase de criação, e será mesmo levada adiante.

Ciclistas que participaram da reunião têm sido consultados sobre o teor e a abordagem dessa campanha, como havia sido definido na reunião com o prefeito. Assim que as peças estiverem prontas e puderem ser divulgadas, informaremos aqui no Vá de Bike.

38 comentários em “Prefeitura de SP protegerá ciclistas com ciclovias e redução de velocidade

  1. “Aumentar a velocidade dos ônibus e reduzir a dos carros” é a maior estupidez, em termos de segurança, que já ouvi. Vão aumentar a velocidade justamente daqueles veículos que circulam ou na faixa próxima à calçada ou do canteiro central, ou seja, bem onde estão os ciclistas.

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  2. Bicicleta como meio de transporte numa cidade como São Paulo é coisa para enganar trouxa. Já de cara, não pode ser utilizado por quem mora muito longe. Além disso, quando está muito sol ou chovendo, fica impraticável. Além disso, temos os idosos, temos as pessoas que não sabem e as que não querem andar de bicicleta. Não sei se há estudo sobre isso, mas me parece que a utilização de bicicletas não tem potencial sequer para resolver 1% do problema do transporte urbano. Um governo sério atacaria o problema com metrô, este sim é a solução adotada pelas grandes cidades do mundo. Basta comparar o metrô de São Paulo com o metrô de Nova Iorque, para vermos como nossos governantes são incompetentes, e tentam disfarçar essa incompetência com soluções que não solucionam nada, apenas gastam o dinheiro do contribuinte a toa e promovem a morte de pessoas em ciclovias mal feitas.

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      1. A foto da abertura da matéria “São Paulo não foi feita para pedalar” é a prova inconteste que a falta de educação no trânsito é a maior responsável pelos congestionamentos. Nota-se que em ambos os sentidos das duas vias que se cruzam, após o cruzamento as vias estão vazias, e a confusão foi gerada por motoristas que fecharam o cruzamento.

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  3. Tudo errado, São Paulo precisa de investimentos metroviários e se tiver corredor de ônibus novos que sejam 100% independentes de vias para automóveis. Ciclistas? Ciclovias são bem vindas mas a cidade não tem espaço para estas pois as ruas e avenidas em sua maioria são estreitas. Não se pode esquecer da travessia nos acessos das pontes sobre os rios onde não existe prioridade ou respeito aos ciclistas. Assim sendo o correto seria existir ciclovias à esquerda no canteiro central das pontes. Mas isto também é impossível pois nesses locais já existem corredores de ônibus, e para finalizar para que 1,50m de distância para ultrapassar uma bicicleta sendo que esta se espreme em qualquer intervalo de 40cm entre dois carros. 0,50m. já é muito seguro. Resumindo Não se pode parar a cidade por causa das bicicletas. A cidade é grande e precisa de velocidade. Metrô e anéis metro-ferroviários são a única solução viável e compatível com São Paulo. Mas a construção do sistema ferroviário anda a passos de tartaruga bem ao contrário da velocidade de operação do mesmo.

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    1. Creio que essa visão está cada vez mais desfocada da realidade. Pouco a pouco as bicicletas estão tomando espaços, não na velocidade que deveria ser. Por exemplo, aquela ciclovia da Eliseu de Almeida, em uma via rápida, … outras podem ser criadas, espaço tem, como por exemplo as periféricas como a Av. Jaguaré, que faz parte da plano cicloviário da subprefeitura da Lapa, permite, e, quem sate até Raposo Tavares, adaptando a Av. Politécnica, … o que falta é vontade política para implementá-las. As coisas estão andando.
      Outras coisas também, como a realocação da favela Jardim Wilson, na divisa de São Paulo e Osasco, Haddad e Lapas, já iniciaram e está em andamento. Esta realocação visa a resgatar uma via ( no final de uma das avenidas do plano viário da subprefeitura da Lapa ) que dá para a Estação Presidente Altino, que pode ser criado um bicicletário por lá, estimulando o uso de bicicletas na região, que vai ter por causa de empreendimentos imobiliários nesta mesma avenida Presidente Altino, já que estes fizeram propaganda com a bicicleta nos seus panfletos ….

      P.S.: William a revitalização deste post foi uma provocação ? :-).

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      1. Carlos, quem revitalizou o post foi quem veio aqui fazer afirmações sem pé nem cabeça, disparando e-mails para quem estava seguindo os comentários da página. Não fiz nada não… 🙂

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      2. Se foi para mim a “visão desfocada” discordo. A situação só não é pior porque tem poucos ciclistas que realmente utilizam a bicicleta como meio de transporte e só por isso não estamos no caos… Reitero somente com transporte de massa que atenda decentemente a demanda da cidade de São Paulo com dignidade haverá mobilidade urbana. Já andei muito de bicicleta mas na maioria dos trabalhos não há suporte para uso da bicicleta, o sujeito chega suado e não tem onde tomar um banho. Não tem um vestiário para pegar o seu terno ou uniforme. Se chover outro problema. Ou seja, equivocada é a visão de que as bicicletas salvarão São Paulo. Concordo que deveriam ter vias exclusivas para que esta seja uma opção, mas o correto é onde não há as tais vias exclusivas existir educação e a bicicleta utilizar seu espaço há muito rejeitado pelas pessoas. Mas nosso povo é mal educado motorista não respeita pedestre, pedestre também não respeita, ciclista não respeita, motoqueiro não respeita. O erro não está nos meios de transporte e sim na educação do povo. Duvido que isto mude. Ah! Já vi muito motoqueiro invadindo a pista exclusiva dos ciclistas. Não revitalizei o Post. Vi dia 26 de julho de 2014 e coloco minha opinião. Se fosse para comentar então todos posts deveriam expirar. Isso é mais incoerência ainda.

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      3. corrigindo: onde está escrito, Se fosse para comentar então todos posts deveriam expirar leia: Se fosse para Não comentar então todos posts deveriam expirar

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