Matéria de capa utilizou foto com pedestres cruzando a via, sugerindo ser essa a quantidade de pessoas que aguardam no canteiro central para travessia em duas etapas.

Ciclocidade emite nota de repúdio a matérias da Folha de SP sobre ciclovia da Av. Paulista

Associação de ciclistas divulgou nota esclarecendo matérias tendenciosas e imprecisas do jornal sobre a ciclovia da Av. Paulista, uma delas destacada na capa.

Matéria de capa utilizou foto com pedestres cruzando a via, sugerindo ser essa a quantidade de pessoas que aguardam no canteiro central para travessia em duas etapas.
Matéria de capa utilizou foto com pedestres cruzando a via, sugerindo ser essa a quantidade de pessoas que aguardam no canteiro central para travessia em duas etapas.

A Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade) divulgou uma nota de repúdio ao jornal Folha de São Paulo, em resposta a três matérias tendenciosas e imprecisas sobre a ciclovia em implantação na avenida Paulista. As matérias foram veiculadas na edição do domingo 14 de junho, com destaque na capa do jornal.

Nos textos é dito que o estreitamento de faixas vai gerar mais congestionamento, que as calçadas de pedestres ficarão menores e que as ciclovias são instaladas onde não há demanda. Na nota há explicações detalhadas sobre os problemas existentes na abordagem feita pelo veículo de imprensa, que apresentou dados  inverídicos e não contou com a opinião e parecer da entidade ou qualquer outro representante dos ciclistas.

Veja a nota completa e o contraponto de cada um dos itens.

Ciclovia da Avenida Paulista:

Nota em repúdio ao jornal Folha de S. Paulo

No último domingo, 14/6, o jornal Folha de S. Paulo publicou, nas versões impressa e digital, três matérias profundamente tendenciosas e depreciativas para a mobilidade por bicicletas em São Paulo.

Não obstante a demanda histórica por uma ciclovia na Avenida Paulista, especialmente por esta ser proporcionalmente a via mais perigosa da cidade aos ciclistas, a Folha forçou nessas matérias a visão de que a obra seria desnecessária, problemática para a mobilidade urbana e causadora de conflitos com outros modais de transporte, exatamente o que ela não é!

A Ciclocidade foi procurada
pela reportagem, mas o jornal
decidiu não incluir
a opinião e a visão dos ciclistas

A Ciclocidade foi procurada pela reportagem da Folha para contrapor os argumentos do engenheiro Luiz Fernando di Pierro, citado nas matérias. No entanto, o jornal optou deliberadamente por NÃO INCLUIR a opinião e a visão dos ciclistas e de especialistas em mobilidade por bicicletas, contemplando apenas a visão estreita e limitada dos engenheiros ouvidos pela reportagem. Isso mostra que a Folha de S. Paulo não se interessa em dar voz aos principais beneficiados pela obra.

Explicamos a seguir os problemas existentes na abordagem feita pelo veículo de imprensa.

A lição nº 1 do jornalismo: Ouvir os dois lados

Apenas o lado
negativo e depreciativo
da ciclovia foi
apresentado aos leitores

Aparentemente, a Folha de São Paulo esqueceu um dos principais pilares do jornalismo. Nas três reportagens publicadas no jornal de domingo, apenas o lado negativo e depreciativo da ciclovia foi apresentado aos leitores, induzindo de maneira literal e arrogante a sua leitura. Sabemos que isenção em uma informação é um conceito equivocado, mas privar os leitores de conhecer a opinião dos principais beneficiados por uma obra é, no mínimo, atentar contra a notícia em si.

 “Carros perderão espaço na Avenida Paulista”

A reportagem da Folha de S. Paulo escreve: “Não serão só os pedestres que terão que se adaptar às mudanças na avenida Paulista por causa da ciclovia. Motoristas habituados a dirigir pela congestionada via terão que se acostumar com uma condição mais “apertada”. (…) Para o consultor Sergio Ejzenberg, o estreitamento das faixas reduz a capacidade da via e “provoca aumento de acidentes e congestionamentos””.

Não é verdade! Estreitar faixas de rolamento é uma medida adotada internacionalmente para induzir o acalmamento de tráfego e o aumento da segurança viária – reduzindo velocidades e aumentando a atenção dos condutores de veículos motorizados. Veja o exemplo de Nova York neste link. Reduzir velocidades não significa reduzir a capacidade de atendimento da via. Um estudo realizado pelo Departamento de Transportes de Nova York mostra exatamente o contrário: reduzir a velocidade máxima de uma via pode significar melhorar a fluidez dos carros. Outro estudo, este feito pela própria CET-SP (Companhia de Engenharia de Tráfego) na Av. 23 de Maio, comprova exatamente a mesma coisa.

Se a Paulista é uma via congestionada,
é justamente dando oportunidade a
outras formas de deslocamento
que os congestionamentos diminuirão

Ademais, se a Avenida Paulista é uma via “congestionada”, como diz o próprio jornal, é justamente dando oportunidade a outras formas de deslocamento que os congestionamentos diminuirão. A única solução para o congestionamento de São Paulo é ter MENOS CARROS NAS RUAS e não mais estrutura viária para eles. Sobre isso, veja a entrevista que fizemos com o superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Luiz Carlos Néspoli.

Esta é uma questão tão elementar que espanta um jornal tão conceituado explicitar o sentido inverso. Segundo a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), um órgão ligado ao Governo do Estado de São Paulo, para colocar a poluição do ar “nos eixos”, a Grande SP deveria reduzir imediatamente 26% das viagens feitas de carros.

Estimular o uso de bicicletas, portanto, não apenas está alinhado a uma mobilidade menos poluente, mas também com uma melhora nos índices de congestionamentos, estimulando muitos dos motoristas atuais de automóveis a repensar seus deslocamentos e a considerar a bicicleta como um meio possível para as suas viagens diárias.

“A ciclovia da Av. Paulista vai espremer os pedestres”

A metragem total aos pedestres,
no canteiro central,
aumentará
com a obra da ciclovia

Esta é uma afirmação falaciosa. A metragem total aos pedestres, no canteiro central, AUMENTARÁ com a obra da ciclovia. A própria reportagem inclui essa informação da CET, mas optou por continuar forçando a ideia de que os ciclistas estão “tirando espaço” dos pedestres. Qual o interesse do jornal em instigar um conflito que não existe, entre ciclistas e pedestres?

Inclua-se a isso o fato importantíssimo de que o tempo para as travessias de pedestres na Av. Paulista deveria contemplar a travessia completa, e não forçá-los a esperar no canteiro central, o que não é o ideal em nenhuma hipótese. Trata-se de uma solução simples e que certamente acrescentaria muito à segurança e conforto de quem caminha.

“O pedestre é que terá que se adaptar para evitar acidentes”

Segundo a visão da reportagem e do consultor Luiz Celio Bottura, é a ciclovia que colocará os pedestres em risco e não os tempos exíguos de travessia, a alta velocidade ou a imprudência dos motoristas de veículos motorizados.

Essa abordagem bate de frente com os dados relacionados a quem mais provoca acidentes fatais no trânsito – dos quais os pedestres sempre são as principais vítimas. Segundo dados da CET-SP os principais envolvidos em atropelamentos que resultam em morte são, pela ordem (note a posição ocupada pela bicicleta):

Automóveis: 51%;
Motocicletas: 30,3%;
Ônibus: 10,4%;
Caminhões: 2,4%;
Bicicletas: 0,4%.

Sem ciclovia, ciclistas circulam em meio a carros, motos e ônibus. Opor-se à sua implantação é opor-se à proteção da vida dessas pessoas. Foto: Willian Cruz
Sem ciclovia, ciclistas circulam em meio a carros, motos e ônibus. Opor-se à sua implantação é opor-se à proteção da vida dessas pessoas. Foto: Willian Cruz

“Há ciclovias colocadas em lugares sem demanda, apenas por questão política”

A frase acima é uma citação da entrevista com o consultor Sergio Ejzemberg. Ao dizer isso, o engenheiro ignora que a infraestrutura urbana para transportes não atende apenas a demanda real, mas também à induzida.

Se o investimento no modal bicicleta é do interesse público e deve ser fomentado na cidade, a premissa da indução da demanda passa a ser central para um bom planejamento cicloviário, uma vez que ainda amargamos percentuais baixos de viagens feitas de bicicleta.

Usemos a analogia de um bairro que não possui uma estação de metrô como exemplo. Não há, portanto, usuários de metrô como origem de deslocamento naquele bairro. Isso não quer dizer, porém, que não há usuários em potencial de metrô naquele bairro e que, por isso, uma estação não deva ser construída ali. É por isso que trabalha-se com o conceito de demanda induzida.

Com as ciclovias não é diferente. Basta verificar o exemplo da ciclovia da Av. Eliseu de Almeida. Em 2010, antes da ciclovia, havia 561 ciclistas durante o período de contagem. Em 2015, em uma contagem bastante recente e já com uma ciclovia implantada, o número subiu para 1.245 ciclistas. Onde estavam, então, estes 684 ciclistas de diferença? Estavam em outros modais de transporte – carros, motos, transporte público. A ciclovia, portanto, INDUZIU a migração de modos e fez com que A DEMANDA de bicicletas aumentasse naquela via.

“Na Paulista, a ciclovia é tecnicamente inviável”

Por fim, concluímos com a pérola do engenheiro Luiz Fernando di Pierro, ainda sobre a Avenida Paulista, cujas aspas o jornal quis destacar. Sim, a ciclovia na Paulista é tão inviável que já está pronta! Sim, ela é tão inviável que nascerá subdimensionada pelo enorme volume de ciclistas que já circulam por ali e por tantos outros que passarão a circular. Sim, ela é tão inviável que será um marco para a cidade de São Paulo, um divisor de águas entre os odiadores incomodados com a perda de alguns míseros privilégios e quem quer ver uma cidade mais humana, social e ambientalmente mais justa.

Ciclocidade – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo

129 comentários em “Ciclocidade emite nota de repúdio a matérias da Folha de SP sobre ciclovia da Av. Paulista

  1. Caro Isac

    No exemplo do C4, fica bem claro aquilo que qualquer manual de trânsito afirma: mantenha ums distância segura do veículo da frente. Tanto é que nos caminhões existe o aviso de “mantenha distância “, pois nestes veículos grandes é difícil enxergarmos o trânsito à frente dos mesmos. Questão de bom senso. Ninguém liga para essas coisas, nem sequer procuram conhecer mais seu próprio veículo, saber, por exemplo, a capacidade de frenagem, aceleração, etc. Obviamente não precisamos todos sermos um Ayrton Senna,assim como nem todo piloto de avião precisa ser um astronauta da NASA. Aliás, falando em aviação, é de conhecimento geral que o avião é o meio de transporte que menos mata. Sabem por que? As regras e diretrizes de vôo são rígidas e, principalmente, respeitadas. É claro que sempre há um imbecil que não as segue, mas são minoria, ao contrário daqueles em nosso trânsito. Para ter uma idéia, cada modelo de aeronave possui seu manual de operação específico, e todo piloto é obrigado a estudá-lo antes de começar a operar determinada aeronave. Lá existem dados sobretudo desempenho, frenagem, comportamento, etc.,enfim, todo piloto realmente sabe o que tem nas mãos e seus respectivos limites. Seria obviamente um exagero exigir isto dos motoristas, mas pelo menos o básico já melhoraria muito. E infelizmente, a maioria nem o essencial conhece. Sem contar as falcatruas de nossas autoescolas. E vários erros de nosso CTB. Por exemplo : você acha certo um sujeito tirar habilitação de motocicleta, e sem experiência, poder sair por aí pilotando uma moto de 1000 cm3? No Japão, depois de habilitado (que já é um processo mais rigoroso do que aqui), por 2 anos o motociclista só pode pilotar motos pequenas, e após esse período, SE NÃO COMETEU NENHUMA INFRAÇÃO, faz outro exame, desta vez para motos médias, e assim por diante. Se cometer alguma infração no período, o exame é adiado por mais 2 anos. Rigidez excessiva? Sim, mas traz resultados, que todos sabem.

    Todo acidente é resultado de uma sequência de erros. No caso dos automóveis, some-se as péssimas condições de nossas vias com a falta de habilidade e bom senso da maioria, e aí temos nosso quadro de horror.

    Nossos motoristas têm de ter consciência de que conduzem um veículo de mais de 1 tonelada, e todo esse peso não pára em 10m.

    Por isso digo que velocidade não mata, mas a imprudência e inabilidade sim. Aí muitos dirão : “Ah, mas um atropelamento a 120 km/h é pior do que a 40 km/h.” Claro, mas você jamais vai ver um motorista preparado e consciente andando a 120 onde o bom senso recomenda 50. Diminuíram a velocidade nas marginais de 90 para 70, alegando redução de atropelamentos. Agora eu pergunto : que raio de pedestre consciente vai atravessar a marginal, uma via sem calçadas, sem semáforos e cujas pistas são separadas por um rio de mais de 40m de largura? O que as autoridades querem é mais ou menos isso: “Ah, é melhor ficar aleijado do que morrer”

    Isac, grato por responder, e que todos continuemos crescendo a cada debate.

    Um abraço
    Newton

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    1. Eu não estou propriamente acompanhando a discussão, que às vezes acho que o excesso de incremento argumentativo acaba é vitimando o bom senso, mas…

      Mas, por favor, Newton, responda no lugar certo, ok? Isso em respeito a quem quiser acompanhar, para que também não se torne vítima dessa brusca “mudança de faixa” sem a devida sinalização dos argumentadores.

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    2. Newton, concordo com tudo o que você diz em seu texto, exceto o último parágrafo.

      Acredito que você se equivoca muito ao isentar a velocidade de qualquer peso no acontecimento de um acidente. Se dependermos do bom senso meu amigo (como mostra em matéria do JN de hoje sobre a BR101, acredite se quiser), tudo vai para as ‘cucuias’… Pelo bom senso as ruas seriam completamente compartilhadas e o mais forte sempre respeitaria o mais fraco. Um pouco utópico né (apesar de Zurique estar quase lá, mas a exceção só prova a regra https://player.vimeo.com/video/108884155)… De novo, laranjas e maçãs. Sim, temos que ser mais conscientes das máquinas que operamos e das leis que regem sua locomoção, mas isso não impede que uma avenida no centro da cidade (como a Rio Branco ou a São João) permita absurdos 60 km/h de velocidade em uma região tão populosa. Física amigo. Com tantos cruzamentos, semáforos e pedestres, para que tanta velocidade se não vai ser desenvolvida e vai causar riscos desnecessários?

      É interessante sua consideração sobre as marginais. Segundo seu argumento aquele lugar é do carro, sempre foi, e sempre será. Interessante… Ou seja, que idiota vai querer passar por ali? Nenhum mesmo. E esse é o problema. Um trecho gigantesco dentro do tecido urbano e no entorno de seu principal rio dedicado somente para veículos motorizados. A solução não é expulsar o pedestre porque não é seguro, mas sim o carro para tornar seguro para o pedestre. Mas imagino que essa visão de mundo deve deixá-lo até meio confuso… Respire um pouco e tente imaginar não a marginal Tietê, mas o Rio Tietê que corre no meio dela.

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      1. Na minha opinião, deveria haver sim uma humanização das marginais e seu entorno, é perfeitamente possível construir um parque ao longo da mesma, devidamente acessível através de passarelas. Mas enquanto não é assim, atravessá-la a pé é algo suicida. Creio que deveríamos cobrar das autoridades algo nesse sentido.

        Quanto à questão da velocidade, creio que talvez a mensagem do autor não tenha sido muito bem compreendida…seria mais ou menos dizer “a imprudência mata, e a velocidade agrava, por isso, evite se envolver em acidentes”; mais ou menos como “as armas não matam, são as pessoas que matam”

        No mais, grato por manter a discussão em um nível decente, sem levar nada para o lado pessoal. Aprendi com você e os outros, opiniões diversas nos levam a questionar a nós mesmos, e tenho certeza que daqui em diante, antes de emitir quaisquer juízos a respeito de qualquer assunto, me lembrarei de todos que acrescentaram algo ao meu cabedal de conhecimentos, vocês inclusos.

        Um abraço e felicidades na festa de inauguração da ciclovia da Paulista.
        Newton

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    3. Bom, eu dei um puxãozinho de orelha, mas… Mas informação, quando é da boa e está relacionada, nunca é demais, né?

      – Proposta/Estudo da CET de fevereiro desse ano: Segurança Viária e Redução de Velocidades: http://www.cetsp.com.br/media/388004/relatorioreducaovelocidadesfev2015.pdf

      – E acabou de ser implantada mais uma Área 40, no quadrilátero R. da Consolação/Av. Paulista/Av. 9 de julho/R. João Guimarães: http://www.cetsp.com.br/noticias/2015/06/26/cet-implanta-area-40-em-vias-da-consolacao.aspx

      Boa leitura, Newton.

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  2. Sobre a matéria da FolhaSP,em 14jun15 à qual o Ciclocidade fez uma nota de repúdio, desafio alguém a encontrar no site da FSP qualquer uma dsa 3 materias e postar aqui os respectivos links. Obviamente, eu tentei, e não achei.

    Valeu!
    LuiZ

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      1. Zensho, talvez eu não tenha sido claro…

        Eu desafio qualquer pessoa a ir no próprio site da FSP, e tentar, usando a ferramenta de busca do site, encontrar alguma (UMA que seja) ligação ou link para a matéria…

        Tente aí!
        Abs

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    1. Tanto isto é verdade, que o número de acidentes aumenta cada vez mais, apesar de diminuir-se cada vez mais os limites de velocidade nas vias, e aumentarem a fiscalização eletrônica.

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      1. Claro Newton, pois a ÚNICA variável para medirmos o número de acidentes é o limite de velocidade…
        Sinceramente…

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  3. Péssima reportagem, Newton. É mesmo que a velocidade “é um mero fator agravante”? A listagem de causas deles é um paralelo com a causa mortis: ninguém morre de câncer de pulmão, muito menos porque fumou demais a vida toda, mas morre de parada cardiorespiratoria. A velocidade é um fator agravante, que diminui atrito com o solo, que diminui seu tempo de ação e mais diversos motivos que já listei anteriormente.

    Novamente: TODAS as causa listadas por vc são agravadas pela velocidade alta! Como vc quer desconsidera-la? Hahahahha
    E falar que o que mata é se tornar estacionário é um jogo de palavras bonitinho sobre física, balística e etc. Mas não convence. Se não rolasse a alta velocidade antes, não teria o impacto que o objeto em momento estacionário sofreria. Dã

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    1. Olha, não podemos perder o foco da questão em si, que é a segurança. Quando desejamos solucionar um problema, o mais lógico e que produz resultados positivos é atacar a CAUSA do problema em si. No caso em questão, seria ingênuo acreditar que a velocidade não traz perigo, creio que todos sabem disto até instintivamente. Mas a causa principal é a falta de atenção das pessoas no trânsito, e a inabilidade. Diminuir a velocidade reduz riscos? Não, apenas reduz as consequências, o que não é de se desprezar, porém, qualquer acidente, por menor que seja o resultado, é traumatizante, tanto física quanto psicologicamente. O X da questão é fazer com que as pessoas prestem real atenção no trânsito, e promover um nível de capacitação mais alto. Qualquer coisa diferente disto soa como a piada do sujeito que pegou a mulher no sofá com o amante, e para resolver o problema, vendeu o sofá…

      Quanto à questão de “o que mata é se tornar estacionário”, eu diria que você não entendeu nada.

      Além disso, não tenho a mínima pretensão de convencer ninguém, cada um que trate de se convencer, e isso vale para toda e qualquer situação da vida de cada um. O importante é que obtenhamos cada vez mais informação, pois só assim conseguiremos formar um juízo claro e consciente das coisas. Lembremos ainda que este site tem milhares de acessos diariamente, e nem todos que lêem postam aqui como nós, e se as informações que passo forem úteis para alguém, já me dou por satisfeito. Sempre existe a possibilidade de estarmos totalmente equivocados, mas mesmo assim, as coisas incorretas têm a virtude de nos mostrarem o caminho correto…

      Um abraço
      Newton

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      1. “Mas a causa principal é a falta de atenção das pessoas no trânsito, e a inabilidade. Diminuir a velocidade reduz riscos? Não, apenas reduz as consequências”
        Ok, Newton. Então a causa principal de um acidente é a falta de habilidade e atenção… Certo, por essa lógica todos deveriamos ser treinados para ser pilotos de F1, pois assim teriamos a capacidade de responder rapidamente àquele obstáculo acidental estando a 100km/h… Nhé… Acho que não.
        Ou talvez seguindo essa lógica, nas indústrias ou obras civís, deveriamos retirar todos os itens de segurança e só contratar aquelas pessoas infalíveis, sabe as mesmas que são pilotos de F1, super focadas e hábeis. Economizaríamos uma fortuna em tempo de obra e equipamentos desnecessários. Puxa como somos burros, pois “O X da questão é fazer com que as pessoas prestem real atenção”, pois como sabemos é muito mais fácil tornar o ser humano infalível do que criar ambientes onde suas falhas não vão resultar em danos permanentes…

        “Lembremos ainda que este site tem milhares de acessos diariamente, e nem todos que lêem postam aqui como nós, e se as informações que passo forem úteis para alguém…”

        Sabe foi essa frase sua acima que me animou a respondê-lo. Me dá medo pensar que com uma retórica e um texto muito bem escrito, você possa convecer alguém que esses argumentos de boteco fazem algum sentido.

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    1. Nossa, me dei ao trabalho de ler esse texto que você postou só para poder responder, mas quase não consigo, tamanha a quantidade de argumentos absurdos, apesar de estar muito bem escrito. Vamos lá…

      Absurdo #1 – “O fator humano é que preocupa. Sobre excesso de velocidade, o Department of Transport britânico não tece nenhum comentário.”

      Vejamos, temos aqui um monte de seres humanos falhos que em baixas velocidades causam X acidentes. Onde nessa afirmação factual você enxerga a possibilidade de se aumentar os limites de velocidade? Melhorando o treinamento e habilidade dos seres humanos? Inclusive dos pedestres? Talvez colocando rodas nos pedestres para eles reagirem mais rápido, melhor ainda motores, não espera aí, mas aí eles seriam automóveis… Tudo seria melhor assim não? Sem esse maldito “fator humano” atrapalhando a velocidade de meu automóvel.

      Absurdo #2 – “Velocidade, em si, não é um fator de risco. Se fosse, o departamento de trânsito britânico elencaria “excesso de velocidade” como um motivo relevante”

      Brilhante dedução. Digna de um jênio (com j mesmo). Como chega-se a conclusão de que uma coisa não é importante pois não é citada diretamente? Ah claro, pois a velocidade é “mero fator agravante”, ou seja, ela está presente em TODOS as causas citadas. E segundo esse estudo (http://thecityfixbrasil.com/2015/05/12/estudo-os-impactos-de-reduzir-a-velocidade-no-transito-2/) essa presença é exponencial!

      Absurdo #3 – “As estatísticas, aliás, mostram que a maior parte das mortes aconteceu em zonas de baixos limites de velocidade: 619 em áreas até 50 km/h e mais 661 em áreas com limite entre 50 km/h e 100 km/h. Exatas 1.290 das 1.901 mortes totais naquele país, ou 67,9%. O perigo maior, portanto, está nas cidades.”

      Voltamos ao maldito “fator humano”… Lógico que o perigo maior está nas cidades! Sabe o porquê? Por que lá tem gente, e gente tende a se machucar em acidentes sabe. Se pelo menos não tivessemos essas cidades aí atrapalhando…
      Ah, já lhe ocorreu que os limites nessas áreas são mais baixos por quê tem mais gente ali? E que as mortes não ocorreram pelos limites serem mais baixos, mas só não foram maiores por causa disto? Cito um trecho da reportagem do The City Fix Brasil: ‘a redução na velocidade deve andar de mãos dadas com a requalificação da infraestrutura viária e com a fiscalização ao respeito às normas de trânsito, garantindo a segurança de todos, especialmente de pedestres e ciclistas.’ Pois quando falamos de cidades, mobilidade, e seres humanos existem muito mais variáveis do que o limite de velocidade do veículo motorizado.

      Absurdo #4 – “senhorinhas que dirigem a 10 km/h perto de centros comerciais pensando se estacionam, seguem ou compram uma pamonha” e “Na boa, minha gente? É para isso que existe trem, metrô e ônibus, vulgo transporte público. Eles são ruins? Podem ser, mas, se você errar em um deles, vai só matar seu Angry Bird”

      Vê-se aqui qual a real preocupação do autor do texto: parem de atrapalhar o meu carro! Eu “pai de família a caminho do trabalho”, uma pessoa decente e bem sucedida preciso passar, e vocês degenarados e pobres pedestres e ciclistas, pessoas sem habilidade para pilotar um carro, que fiquem relegadas ao eternamente ‘péssimo’ transporte coletivo, e saiam do meu caminho!

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  5. Hahahaha Newton, o que te faz acreditar que estou confundindo velocidade com velocidade relativa? Reitero meu posicionamento. Apesar do seu exemplo, que entendo e concordo, é apenas uma gota no oceano (ou uma pedra no asfalto). As colisões vão existir de qualquer maneira, MAS a intensidade delas vai variar com a velocidade relativa. No entanto, meu ponto é: carros a 120km/h pode perder a linha rapidamente com apenas um toque torto no volante, causando colisões. Se surgir um pedestre ou um ciclista, então, além de ser mais difícil tomar uma decisão acertada em tempo hábil em uma velocidade alta (causando uma colisão), a velocidade em que o carro se encontra vai matar (considerando a velocidade relativa entre os objetos), o que não aconteceria em velocidades menores. Se o carro estiver muito rápido e o da frente também, claro, menor o problema…entre os carros. Mas basta um pequeno erro para acontecer uma tragédia (entre um carro e um poste, entre um carro e um ciclista, entre um carro e o próprio carro em si, por falta de habilidade, etc).

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    1. Qto maior a velocidade, maior é o estrago e também a probabilidade da vitima morrer. Tanto é que a maioria das cidades no mundo reduziram os limites de velocidades nas cidades. Nova Iorque implantou a Area 25 em dezenas de ruas.

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  6. Renato, EXATAMENTE isto, como os chineses são inteligentes! Construir redes metroviárias (transporte público ) é a melhor maneira de desafogar o trânsito. Obviamente não existe solução definitiva, mas o transporte público é a mais eficiente. Conjugado com uma rede cicloviária BEM PLANEJADA e bem construída simplesmente faz maravilhas. Parabéns aos chineses!

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    1. Metrô sozinho não resolve nada sem integração com outros modais. Pode ter uma grande malha, mas por traz disso você encontra grandes integrações.

      O metrô de São Paulo é lotado não é pq a rede é pequena, mas pq é muito bem integrado as redes de ônibus municipais, intermunicipais e no ano de 2000, foi integrado fisica e gratuitamente com os 260km da rede de trens metropolitanos da CPTM que ampliaram em pelo menos 130 km o alcance da rede do metrô, através das linhas da CPTM que atendem dentro da cidade.

      Se não fosse integrado com a rede de onibus, estaria subutilizado.

      Antes disso, a demanda era inferior a 1 milhão por dia. E hoje é de 4,5 milhão no metrô e 3 milhões na CPTM.

      A solução é INTERMODALIDADE…

      Em Toquio por exemplo, existe um incentivo enorme ao uso da magrela, assim como a integração com o transporte de massa. Aqui ainda é timido, mas nos bicicletários da CPTM que tem entre 150 a 300 vagas, estão sempre lotados. O Bicicletário da Estação de Mauá tem mais de 2.000 vagas e já precisa ser ampliado, pois também está sempre lotado.

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  7. Tanto isto é verdadeiro, que nas Autobahnen, cuja velocidade máxima é de 250 km/h, a velocidade minima na mesma faixa é de 120 km/h.

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    1. Não misture maçãs com laranjas nobre colega, a Autobahn é uma rodovia, completamente segregada, e os trechos de maior velocidade permitida são fora de perímetros urbanos.

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  8. Thais, não confunda velocidade com velocidade relativa. Um exemplo : se dois veiculos estão a 120 km/h, separados por, digamos, 30m de distância, se o da frente freiar, o de trás consegue parar a tempo, pois sendo a velocidade de ambos a mesma, e a desaceleração também, consegue-se manter uma distância de segurança. Por outro lado, se o veículo da frente está a 120 km/h, e o de trás a 160 km/h, a desaceleração do que está na frente será mais rápida, e uma colisão será quase inevitável. Fácil de constatar nas estradas quando há engavetamentos.

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    1. “pois sendo a velocidade de ambos a mesma, e a desaceleração também”

      Claro, por que as pessoas combinam quando vão frear…
      Dando o exemplo de um C4, que é um carro médio (http://quatrorodas.abril.com.br/carros/testes/conteudo_186119.shtml), necessita-se de 60m para a frenagem completa. Se os dois veículos do seu exemplo não possuem uma conexão telepática e o veículo da frente sofrer um acidente e parar bruscamente, suponho 5m, o de trás a 120 km/h vai arregaçar o da frente pois os 35m não são suficientes. imagina se for um pedestre então…

      E não entendo seu exemplo de um veículo circulando a 160 km/h em um país onde a velocidade máxima permitida é 120… Alguém está reprimido… rs

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    1. Não tanto quanto antes, há duas décadas as bicicletas dominavam a China, hoje os carros tomaram esse espaço e surgiram problemas de trânsito que antes não existiam por lá.

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      1. Tanto é que cidades como Pequim, Chongqing e outras, construiram vastas redes metroviárias rapidamente por conta dos congestionamentos…..

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    1. Gostoso é ver o Daniel Guth estraçalhar os argumentos patéticos do reporter da Folha. Sem preço.
      Mas é interessante para evidenciar a distorção da informação quando o poder da influência tem tão pouco conteúdo.

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    1. Interessante ver sua opinião sobre a conduta e a função da nossa imprensa, Bruno. Você acha que ela deve se comportar sempre assim ou só em casos “especiais”?

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    2. Ah tá? Então, você quer dizer que eu tenho que botar para correr o prefeito que iniciou a implantação de uma real infraestrutura cicloviária na cidade? Muito inteligente você. Parabéns, sua lógica não tem furos. Realmente, o importante é partidarizar uma política pública maravilhosa para tirar nossos ‘arqui-inimigos’ do poder… (sarcasmo mode on)…
      Acorda!

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  10. Ótima matéria. Sou ciclista e utilizo a magrela para meus deslocamentos diários entre casa e trabalho. Faça chuva ou faça sol. Há muito o que se fazer ainda e muito o que aprender e melhorar. Criticar é fácil. Difícil é ter o mínimo de boa vontade para fazer as coisas acontecerem.
    Abraço!

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  11. Como sempre os chamados “veículos de comunicação” não mostram o menor interesse em informar, em ouvir, em respeitar a opinião e a necessidade das pessoas dos diversos grupos existentes numa cidade. Continuam, e cada vez mais, sendo unilaterais, mostrando só o interesse de uma parte da população que nem representa sua maioria. Isso demonstra o medo da união das pessoas, medo da verdade e seu comprometimento não com a verdade ou com o jornalismo mas sim com o dinheiro de quem os paga. Vergonhoso para qualquer tipo de mídia.

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