Foto: Willian Cruz

Mortes de ciclistas caíram quase pela metade em São Paulo

Redução foi de 46% entre ciclistas e 18,5% no geral. Ciclovias, redução de limites de velocidade e áreas 40 foram algumas das mudanças implantadas no período.

Foto: Willian Cruz
Foto: Willian Cruz

A prefeitura de São Paulo divulgou, no dia 29 de setembro, um balanço das mortes no trânsito na cidade, com dados referentes ao primeiro semestre. E as mortes de ciclistas caíram drasticamente: de 28, nos primeiros seis meses de 2014, para 15, no mesmo período deste ano – uma redução de 46,4%.

No geral, considerando também motoristas e passageiros, motociclistas e pedestres, a redução foi de 18,5%, comparando o primeiro semestre de 2014 com o de 2015. Junto ao anúncio da estatística, foi iniciado o plantio de 118 mudas de árvores, simbolizando as mortes evitadas no tráfego da capital: 30 serão plantadas na Chácara do Jockey, 3o no Parque Ceret, 20 no Tietê, 18 no CDC Brasilândia, 10 no Pelezão e 10 no Vila Alpina. Presente ao evento, o prefeito Fernando Haddad prometeu manter o plantio na divulgação dos próximos balanços.

“O ciclista está mais seguro, caiu praticamente 50% o número de mortes. Isso é malha cicloviária. Onde tem ciclovia tem mais segurança”, afirmou Haddad. No início de junho do ano passado, a cidade possuía 64,7 km de ciclovias. Até o final de junho de 2015 foram implantados 270,2 novos quilômetros, de acordo com informações da CET, totalizando 334,9 km de vias e faixas exclusivas para bicicletas. Atualmente, são 356,8 km de estrutura cicloviária na cidade.

A redução quantitativa se dá em um momento em que a capital paulista vive um grande crescimento no uso da bicicleta, o que torna o número ainda mais relevante. De 2013 para 2014 a queda nas mortes foi de 10%, quando computado esse crescimento, apesar de um aumento quantitativo de 34% (o uso da bicicleta nesse período aumentou 50%, segundo o Ibope). Não há dados de uso da bicicleta referentes aos primeiros semestres de 2014 e 2015 que pudessem viabilizar um cálculo seguro, mas supondo que a taxa de aumento tenha se mantido em 50%, a queda de mortes levando em conta esse crescimento terá sido de 64,3%.

Fonte: CET-SP
Fonte: CET-SP

Programa de Proteção à Vida

Iniciado em 2013, o Programa de Proteção à Vida inclui várias frentes, como a implantação de Áreas 40, bolsões de parada para motos e bicicletas junto aos semáforos (moto/bike box), faixas de pedestres diagonais em cruzamentos de grande movimento e redução de velocidade máxima para o padrão de 50 km/h nas vias arteriais. A secretaria informa também ter revitalizados semáforos em 4.537 cruzamentos na cidade.

O índice de mortes a cada 100 mil habitantes caiu 8,7% em junho de 2015, passando de 10,35 para 9,45. A meta da ONU é reduzir em 50% o número de mortes no trânsito. “Quando começou o programa da ONU em 2011, o índice da cidade era 12 mortes a cada 100 mil veículos”, explica o secretário de Transportes, Jilmar Tatto. “Vamos trabalhar para atingir 6, que é a nossa meta junto à ONU até 2020.” Segundo dados do Ministério da Saúde, o índice nacional é superior a 20.

A redução nas mortes de pedestres no período analisado foi de 16,1%; as de ocupantes de veículos caíram 26,1%; e quanto aos motociclistas, a redução foi de 14,1%.

16 comentários em “Mortes de ciclistas caíram quase pela metade em São Paulo

    1. Diego, a matéria deixa claro que esse número de 28 mortes refere-se apenas aos primeiros seis meses de 2014, não ao ano todo. A comparação é entre o primeiro semestre de 2014 e o primeiro semestre de 2015. Grande abraço.

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  1. Ótima notícia.
    Eu sou a favor de mais ciclovias e concordo que os motoristas ainda não tem o devido respeito por ciclistas(e pedestres).

    Mas eu queria apontar também o despreparo(ou egoísmo) de muitos ciclistas. Especificamente na Avenida Jabaquara, aos domingos, é cena comum ciclistas desrespeitando o sinal vermelho, mesmo com aquele pessoal com camiseta vermelha levantando a bandeira de pare. E mesmo com pessoas atravessando.
    Isso traz uma péssima imagem para os ciclistas.

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    1. Você está falando das diclofaixas de lazer? Pois é, difícil essa situação, normalmente o pessoal que usa não é “ciclista de dia de semana”, são mesmo, em geral, pessoas despreparadas, uma categoria completamente diferente de ciclista, mas que na cabeça de muita gente são os mesmos. Francamente, se esse pessoal desrespeita os guias que estão lá, não sei o que pode ser feito…

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    2. Esse costume dos ciclistas só vai mudar qdo houver uma ampla e constante campanha educativa afim de conscientizar a galera sobre a importancia de se respeitar os sinais vermelhos e os pedestres. Eu faço a minha parte, independente de qualquer coisa. Mas infelizmente, sou a minoria….

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  2. Parabéns Willian. É reconfortante receber esse tipo de notícia. Continuem. A informação é que nos manterá vivos e atuantes. Abraços. Boz.

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  3. Sem dúvidas que as escolas podem dar grande contribuição para a educação no trânsito, lembrando que o tema está previsto nos PCN’s, no entanto, a resistência dos meus colegas professores é enorme, lembremos que professor também vive a cultura carrocrata.

    Ao menos uma vez por mês tem algum comentário tosco sobre as ciclovias de São Paulo, entretanto, minha lida diária de ir e vir 25km de bicicleta, me dá “moral” para falar do quanto as ciclovias são importantes, mesmo não sendo perfeitas. (Obs: Leciono em Diadema e Santo André onde não tem estrutura cicloviária).

    A tragédia é minha esposa não confiar em ir para o centro de Diadema pedalando, mas ir até a Praça da Árvore por que tem ciclovia nos trechos mais movimentados.

    A vitória das ciclovias é tão evidente que até a imprensa conservadora diminuiu as críticas. Lembremos que eles têm seus partidos preferidos, logo, logo, seus candidatos terão que discursar sobre o tema, como manter e ampliar a estrutura, só falar mal não resolve.

    Espero que o prefeito de Diadema acorde, ele envergonha os verdadeiros ambientalistas do PV.

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  4. Mesmo com tantos números, ainda temos grandes meios de comunicação detonando as medidas de proteção a vida que a prefeitura vem tomando. As vezes penso que o paulista prefere correr o risco de morte a ter que diminuir a velocidade e transitar com segurança.

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  5. Creio ser de suma importância cursos em escolas gratuitos capacitação para usuários de veículos de propulsão humana, do tipo bicicletas, handbikes, similares.
    Curso de capacitação Segurança e Legislação de Trânsito. Imprescindível, fundamental, indispensável, obrigatório, para o Programa de Proteção à Vida.
    Atenciosamente, Jacqueline Schein

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