Ghost Bike em Florianópolis

Ghost Bike
Foto: ghostbikes.org

Dois praticantes de Triatlo saíram cedo para fazer um treino preparatório para o Ironman numa bela manhã de domingo, em uma das rodovias da ilha de Florianópolis. Sem aviso, um imbecil passa com seu carro por cima dos dois, que pedalavam no acostamento.

O rapaz de 21 anos que dirigia o Gol já estava embriagado às 7h30 da manhã, como comprovou o teste do bafômetro. Provavelmente já estava de cara cheia desde a noite anterior. Thiago Luiz Stabile, o assassino bêbado, matou Rodrigo Machado Lucianetti na hora. O atleta morreu ali mesmo, na beira da estrada. Thiago também conseguiu causar fraturas expostas em Marcelo Occhialini, quebrando seus ossos da perna e do braço esquerdos e de uma das mãos, sendo necessária uma cirurgia de quatro horas.

A falta de bom senso de Thiago custou os ossos de Marcelo e a vida de Rodrigo. Quando pegou o carro, deve ter pensado “ah, estou bem, é só daqui ali, nem tem ninguém na rua a essa hora…”. Mas nenhum dos três chegou em casa naquele dia: Rodrigo morreu, Marcelo foi para o hospital e Thiago para a delegacia. Foi preso em flagrante e vai responder por homicídio doloso.

“Doloso” é o homicídio com intenção de matar. Quem decide dirigir alcolizado sabe que está colocando a vida de outras pessoas em risco e deve assumir essa responsabilidade. Se assume o risco, que assuma as conseqüências. Por essa razão, Thiago foi preso. Mas ficará “à disposição da justiça”, que vai decidir se ele deve ficar livre ou não.

Espero sinceramente que continue preso, para não colocar mais ninguém em risco e para que esse caso contradiga a tradicional impunidade no trânsito. Foi criada uma comunidade no Orkut em homenagem ao falecido Rodrigo, onde é possível saber que um pedido de Habeas Corpus para o assassino foi negado.

Nesse sábado, 9 de agosto, haverá um ato público para homenagear o atleta e também para exigir mais segurança no trânsito e punição para o motorista responsável pelo acidente. Haverá várias pedaladas, a maior delas contando com a participação de crianças e presença de escolta policial. Às 15h, será colocada uma “ghost bike” no local do acidente (semelhante à que foi colocada em São Paulo, uma forma de protesto realizada em todo o mundo). Mais informações sobre as manifestações desse sábado no site da Viaciclo.

Uma ironia nessa história: uma breve busca no Google me faz crer que Thiago seja estudante de Direito.
Segundo comentário enviado por um leitor deste blog, Thiago cursa Sistemas de Informações na Universidade Federal de Santa Catarina (obrigado pela correção, Fabiano).

Obs.: Incrível como alguns veículos de comunicação têm medo de afirmar que o motorista estava embriagado, mesmo tendo sido informados disso pela Polícia Militar Rodoviária de Santa Catarina.

7 comentários em “Ghost Bike em Florianópolis

  1. Convenhamos, filho do dono do SAJ (sistema de automação do judiciário), que o Tribunal de Justiça de Santa Catarina usa, vocês realmente acham que vai acontecer alguma coisa com ele?
    Fala sério, o bicho já tá de volta à vida de playboyzinho dele, enquanto que o Rodrigo e o Marcelo ficaram com o resultado dessa falta de responsabilidade.
    Que justiça, hein?

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  2. Acho dificil nao conseguir pronunciar o nome. Com 0.7 no bafometro, nao justifica (a lei anterior era ate 0.6). Talvez pelo “choque” do ocorrido.
    Eh claro que o cara eh culpado… mas acho que a midia esta fazendo mais do que eh (minha opniao).
    int+

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  3. Péssimo. Por isso que não entendo quando falam em lei seca. Não existe nenhuma restrição ao uso de álcool, a lei tenta impedir esse tipo completamente estúpido de assassinato.

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