Montadoras comparam carros à bicicleta nos comerciais
Bicicleta é ágil, leve, barata, não polui, quase não ocupa espaço e não congestiona. Isso todo mundo sabe ou deveria saber. Mas de um tempo pra cá, outro atributo tem se consolidado: defender o uso da bicicleta, mesmo não a utilizando, passou a ser algo cada vez mais bem visto.
A bicicleta tem aparecido cada vez mais nos comerciais de TV. Se antes só aparecia sendo pedalada pela família no parque (ou no condomínio), para associar a sensação de liberdade, alegria e descontração a algum produto ou serviço, de uns tempos para cá ela aparece também como meio de transporte, para associar a imagem de verde e moderninho ao que estiver sendo vendido.
Pode reparar: em comerciais onde passam rápidas cenas de cidade, quase sempre tem uma bicicleta trafegando ou encostada em alguma parede ao fundo. Nessas aparições relâmpago, o que importa não é você percebê-la conscientemente: tudo compõe um cenário absorvido inconscientemente, que traz uma sensação que você associará com aquele produto. Em um comercial bem feito, todos os detalhes são estudados e nada está ali por acaso.
No vídeo abaixo, vende-se a idéia de que quem compra esse carro é alguém tão cool e verde quanto um ciclista. É alguém moderno, preocupado com o meio ambiente, que embeleza a cidade e o ar com seu carro. No final, ele se junta aos ciclistas que jogam hóquei em bicicletas de roda-fixa: ele faz parte da mesma turma e é aceito naquele meio (tão aceito que enfia o carro no meio das bicicletas e ninguém reclama).
Ok, o carro não emite gases poluentes por ser elétrico, mas a eletricidade utilizada para carregá-lo também causa poluição ao ser produzida. Ainda mais na Europa, onde não há tantas hidrelétricas (e mesmo elas também poluem um pouco e têm seu impacto ambiental). Além disso, poluir não é o único problema do automóvel. Ele ainda perde feio de uma bicicleta em vários quesitos.
Nesse outro vídeo, tentam convencer que o carro é tão ágil na cidade quanto uma bicicleta. O resultado é patético. (dica do @Wadilson)
Percebam que as cidades dos dois comerciais quase não tem carros. A cidade ideal para as montadoras seria uma cidade sem carros? Ou é a única situação em que seria possível dirigir com algum prazer?
No segundo anúncio, não tem nenhum outro carro mesmo, apenas o da moça sorridente que leva a bicicleta para passear. Assim fica fácil ser ágil.
Nessa mesma linha de cidades sem carros, veja esse outro comercial onde todo mundo que está na rua some quando o cara está dentro do carro. Eu diria até que é uma situação realista: muita gente quando dirige não vê mais ninguém do lado de fora e age como se existisse apenas ele no mundo…
Não sei o que é pior: fazerem propagandas assim ou tanta gente cair nelas.
Eu adoro a fumacinha de cor e felicidade que os carros soltam nessas propagandas cools. Ela se espalha pela cidade e deixa tudo mais bonito.
Ela é ótima pq atinge os adultos mas tb já catequisa as crianças na religião automobilística.
Abraço!
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o fantástico da bicicleta é justamente a sua simplicidade, ainda não inventaram um meio de transporte tão ecológico e saudável quanto à bike; onde encontrar um veículo movido a energia limpa, (no meu caso, com 01 litro de água,ou menos,rodo dezenas de km) e o motor fica melhor quanto mais uso?
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se o planeta decidisse andar de bike, digo todos, qual seria o aumento (em hec) das plantações de arroz e feijão e qual seria o impacto ambiental desse aumento ?!?!
brincadeiras a parte, as novel(h)as da Globo parecem comerciais quando aparece automóvel, bike no fundo como o Willian falou, para dar um ar de simplicidade e descontração, nunca vi cena de trânsito, e não tem irmão ou tio estressado porque pegou trânsito na marginal e precisava de uns trocados para tirar o carro da reserva!!!!
maior viagem
detalhe, tudo subliminar
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Vale lembrar que a produção da energia eólica que está aumentando no Brasil não há emissão de poluentes… =-)
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Neto, a fábrica da bike e do carro poluem para fabricar sim. Mas além do impacto ambiental da fabricação de uma bicicleta ser BEM menor que a de um carro, depois que ela sai da fábrica não é gerada poluição nenhuma para abastecê-la, nem diretamente (caso dos carros movidos a gasolina, álcool, diesel, gás) e nem indiretamente (carro elétrico). Não coloquei em pauta a poluição causada pela produção do bem mas, mesmo que colocasse, a do carro seria bem maior. O foco foi a poluição durante o uso.
E olha que só falei sobre a poluição do ar, tem outras como a causada pelo óleo que cai no asfalto e é levado para os rios. Bicicleta também tem lubrificante? Tem, claro. Mas quanto de lubrificante uma bicicleta solta no asfalto, por pior que seja sua situação, e quanto um carro solta? É só ver as manchas de óleo pela rua, que aparecem mais em dias molhados, quando elas ficam multicoloridas e bastante perigosas para quem pedala, que você vai ter uma idéia de quanto óleo vai parar nos rios. E você já deve ter ouvido falar em como uma pequena quantidade de óleo contamina MUITA água.
Quanto à poluição causada pela geração de energia elétrica, boa parte dela na Europa é gerada a partir de termoelétricas (a carvão, diesel e gás) e até por usinas nucleares. E mesmo a hidrelétrica causa alguma poluição, principalmente porque a área alagada expele metano como consequência de uma floresta submersa e apodrecida.
Leia aqui sobre a poluição causada por termoelétricas e aqui e aqui sobre a poluição causada por hidrelétricas. Sobre as nucleares, acho que não preciso nem comentar, já que a sobra da produção de energia é lixo radioativo…
Grande abraço,
Willian Cruz
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Willian, muito bom o post.
Faço apenas uma resalva pois acho que vc esta sendo muito radical ao falar que o carro elétrico tbm polui pois a usina que gera a eletricidade polui. Se for levar assim a minha e a sua Bike tbm poluiem pois as fábricas deles poluem…
Tirando isso seu post esta de parabéns.
abraços
Neto Goulart
Ciclista – Curitiba -PR
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Redículo, simplesmente… Lembrei que a Peugeot aqui no Brasil também tinha uma campanha (anúncio em revistas) em que procurava pegar embalo na atraente bicicleta, você lembra dessa? Uma bicicleta em no teto do carro.
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A idéia da Peugeot é interessante, carros menores e não poluentes, pois é uma alternativa ao carro grande, viril e beberrão. Tem gente que gosta de carro e não larga o osso. Existem várias saídas, mas o problema que vejo é a falta de vontade. É como paz mundial, todo mundo concorda, mas ninguém move uma palha para que isso aconteça. E essa falta de vontade vira terreno fértil para os vendedores de complicação. As soluções vão desde aumentar imposto dos carros e combustíveis até ciclofaixas e melhorar o transporte público. Aliás, o problema disso é a chamada última milha, que é a distância entre o ponto de ônibus, metro, trem e a porta da casa do usuário. Nesse trecho uma bicicleta iria bem a calhar. A coisa mais sensata que já ouvi foi que antes de tudo deve haver uma convivência pacífica e respeitosa entre os meios de locomoção. E sem essa babaquice de querer vender carro por bicicleta.
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Dá para fazer uma boa comparação vendo este vídeo
http://bonsares.wordpress.com/2009/09/30/mais-sobre-bicicletas/
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Ótimo post e bela reflexão.
#Vá de bike
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