Até agora, ciclistas era obrigados a carregar a bicicleta escada acima.

Escadarias: resposta da ouvidoria do Metrô de São Paulo

Conheça o caso de Carla, que teve que ir ao hospital depois de ser obrigada a carregar uma bicicleta DOBRÁVEL nas escadas do Metrô, e leia a resposta que a Ouvidoria tem dado aos ciclistas.

Carregar a bicicleta por várias escadarias como essa para conseguir sair da estação pode comprometer sua coluna. E a escada rolante logo ao lado, livre.

O Vá de Bike publicou recentemente matéria sobre a obrigatoriedade de carregar as bicicletas pelas escadarias do Metrô de São Paulo, dando exemplos de como é essa relação em outros países e mostrando a entrevista com o presidente da companhia (feita pela Sabrina Duran, do blog amigo Na Bike).

Entre os comentários recebidos, um em especial me impressionou bastante. Carla Tennenbaum conta que ficou com uma lombalgia aguda por ter sido obrigada a carregar sua bicicleta dobrável nas escadarias da estação Luz. Sim, DOBRÁVEL! Um completo absurdo e extrema falta de consideração. Carla ficou com dor nas costas e, chegando na estação Paulista, tentou usar o elevador, mas foi abordada por um segurança que a impediu de fazer isso. Ela tentou explicar a situação, mas o segurança foi inflexível, alegando que regras precisam ser seguidas.

Carla precisou ir ao hospital, ainda sente dor e a lesão prejudicou suas férias. Caberia até uma ação nesse episódio lamentável.

Situações como essa devem ser denunciadas à Ouvidoria. É importante, para formalizar a reclamação, anotar dia, horário, estação e nome do funcionário que fez a abordagem, descrevendo o ocorrido com riqueza de detalhes no formulário do site do Metrô. Muitas situações desagradáveis decorrem mais da conduta de um funcionário mal orientado (ou com síndrome de pequeno poder) do que de propriamente de uma determinação da companhia.

No caso da Carla, o funcionário poderia muito bem ter indicado a escada rolante, ou aberto uma exceção para o uso do elevador.

Sinais de mudança

Por outro lado, parece que a Companhia do Metropolitano de São Paulo tem interesse em mudar essa situação. Ciclistas que têm reclamado à Ouvidoria nos últimos dias têm recebido uma resposta que sinaliza isso. Reproduzo abaixo o e-mail recebido pela Renata Lopes Ramos (enviada a nós pela página do Vá de Bike no Facebook). Outros ciclistas receberam resposta semelhante.

Prezada sra. RENATA

Sabemos como é incômodo para os ciclistas ter que carregar o equipamento utilizando as escadas fixas das estações do Metrô.

Mas essa regra está sendo revista por nossos técnicos a pedido do Presidente da companhia sr. Sérgio Avelleda, que é um ciclista empenhado em incentivar o uso da bicicleta como meio de locomoção na cidade de São Paulo e, em entrevista recente informou que solicitou um estudo técnico aos engenheiros de segurança do Metrô quanto à possibilidade de liberação das escadas rolantes ou outra forma de melhorar o transporte do equipamento dentro das estações do Metrô.

Estamos todos no aguardo desse laudo técnico e esperamos ter boas notícias em breve.

Permanecemos à disposição.

Atenciosamente,

Edna Figueiredo
Ouvidora em exercício
Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô
Rua Augusta 1626 – 3º andar – CEP 01304-902

E você, já falou com o Metrô?

Se você ainda não escreveu à Ouvidoria, escreva. Eles só têm como mensurar como o problema afeta os usuários a partir dessa comunicação. Quanto mais gente escrever, mais claro fica o quanto essa situação nos incomoda e causa dor.

Não desanime se receber uma resposta padrão: é um procedimento normal quando o volume de e-mails para responder é muito grande. Mas isso não significa que sua mensagem foi ignorada. E-mails respondidos, geralmente, são e-mails lidos, principalmente quando a resposta vem de uma Ouvidoria. No mínimo, são contabilizados em algum relatório e servem como sinalizador do tamanho do problema.

E um ponto importantíssimo: precisamos sensibilizá-los quanto ao tratamento com as dobráveis. Uma vez dobradas, devem ser tratadas como bagagem, não como bicicletas. E ninguém obriga a carregar malas pesadas escadaria acima, certo? Fale sobre isso com a Ouvidoria.

29 comentários em “Escadarias: resposta da ouvidoria do Metrô de São Paulo

  1. Pois é,parece que aqui em Sampa tudo é mais difícil para nós Ciclistas. Não existem Bicicletários nos Shoppings,Parabikes nas lojas de rua[porquê os proprietários não enxergam os ciclistas,também como consumidores]a maioria das grandes empresas não incentivam os funcionários a usarem a bicicleta como meio de transporte,algumas galerias de lojas não são permitido atravessarem de um lado ao outro com bicicleta. Querem um ex: Rua Nova Barão[começa na Barão de Itapetininga e termina na Sete de Abril]Bike nem pensar. Galeria R.Monteiro[da 24 de Maio para a Barão de Itapetininga]nem com a Bike no ombro. Galeria Presidente e a famosa Galeria do Rock,você não sobe com a Bike nem pela escada fixa! Eu já sabia, más recentemente fiz um teste,olhei para os lados,levantei a Bike no ombro e ia começar a subir as escadas rolantes quando veio até a mim um segurança da galeria e me repreendeu dizendo que era “proibido” subir de Bike,eu disse se podia pela escada fixa…também não. Então ele soltou uma “daquelas” “deixa a Bike embaixo da escada rolante que a gente olha”…então tá. Como vocês percebem,na região central não temos nenhuma opção de onde deixar a nossa Bike.

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  2. Alguns corredores de acesso às plataformas do metrô são tão extensos que deveria haver ciclofaixas, pois perdemos muito tempo caminhando nesses corredores.

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  3. Passei uma vez com a bike pela linha amarela, do Butantã para Pinheiros, e achei que lá era mais tranquilo, subi e desci pelas numerosas escadas rolantes e ninguém me incomodou (ainda bem, é um quadro 23″ cheio de acessórios, pesa bastante). Na CPTM e na linha Lilás tive que usar as escadarias, o que fez com que nunca mais usasse esta forma de intermodal.

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  4. Vale lembrar que a estação Paulsita, na qual impediram a Carla de utilizar o elevador não é administrada pelo metrô e sim pela via4, se a formação dos seguranças do metrô já é problemática da via4 simplesmente não existe.

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    1. Legume, na primeira vez que vi os seguranças da linha amarela eu achei que eram funcionários de alguma empresa de transporte de valores recolhendo dinheiro dos caixas. Não só pelo uniforme quase de soldado, mas também pela maneira como olham desconfiados para todos que passam. Só fui perceber que eram da companhia na segunda vez que usei a linha da viaquatro.

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  5. Algo que me incomoda bastante em relacao as dobraveis é a (suposta?) necessidade de cobri-las para carrega-la no metro. A minha tem cesto e nao rola cobri-la. No maximo, daria para ensaca-la, o que, convenhamos, é um saco quando se trata de 12 kg.

    Pergunto: existe mesmo essa necessidade prevista ou fica a criterio do funcionario? Geralmente, passo tranquilo sem cobrir. So de vez em qdo algum pentelho encana.

    Se houver, acho que é o caso de nos manifestarmos tambem contra esse preciosismo inutil.

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    1. Nunca cobri, acho que depende muito da aparência, uma coroa sem proteção, por exemplo, dá a impressão de que vai sujar todo mundo que chegar perto.

      O interessante é que quando cobrimos a bike ela parece muito maior do que realmente é, tudo bem que a minha capa é vermelha, parece ter sido feita para ser identificada via satélite.

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    2. Tambem nunca cobri e sempre consegui passar. Vez ou outra topo com algum funcionário chato que manda cobrir, mas sempre consegui passar, nem que seja “só dessa vez”.

      Mas não me satisfaço com essa de “só dessa vez”. Imagna perder uma reunião por perder tempo com algum funcionário desinformado ou com sindrome de pequeno poder. Por isso, queria ter a certeza.

      Alguém sabe se realmente é obrigado a cobrir? Se sim, por qual razão? De qq forma, não acho sensata essa obrigatoriedade. No máximo, acho razoavel impedir a entrada de bike cheia de lama,por razoes obvias.

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  6. Esta questão de carregar a bike para mim nunca foi um transtorno assim tão grave pelo fato do peso, até ai é tranquilo, o ruim mesmo é que sempre acabo me sujando de alguma forma…rs…e fds quando saio por ai as escadas rolantes estando vazias subo de boa, nunca fui abordado nem nada…mas de fato não são as mesmas estações “problemáticas” citadas pelos amigos…

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  7. Acabei de enviar a solicitação ao Metrô. Eu uso as escadas fixas, principalmente porque sempre levo uma bronca dos seguranças. O problema maior ainda acho que é na linha amarela, onde eles são mais “severos” em relação a isso, além de ser mais profundo o metrô fazendo a gente subir 4,5 escadas.

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    1. Realmente, a linha amarela é a mais chata. Para fazer a baldeação da estação Consolação(linha verde)para a Paulista(linha amarela) tem aqueles corredores de fitas fazendo o caminho para as pessoas. Quando passo de bicicleta pela escada fixa, saio do outro lado desse abadá. Daí ou eu vou pela contra-mão ou tenho que passar por baixo da fita.
      É um saco.

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  8. Pior eh a SPTrans, que abre o chamado e sequer da retorno…Ateh o dia que mais umciclista for vitima de alguns pessimos motoristas de onibus…

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  9. Eu uso a criatividade para desrespeitar essa regra. Funciona com frequência. Faço isso com a consciência tranquila, pois sei que as regras é que estão erradas neste caso, e não eu.

    Imagine ter que carregar uma bicicleta nos cinco andares que separam o trilho do trem e a saída da estação Pinheiros.

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      1. Tipo, mostre-se surpreso com a orientação do funcionário de forma educada e sorridente. Você pode ganhar um agente individual dentro do sistema do Metrô que pode pesar a favor da mudança na regra. Ser agressivo ou falar com aquele tom de “indignação” só reforça a típica tendência paulistana de achar que o outro tá errado, mas quer ter razão (ou seja, mais um mala).

        Agradeça a orientação apesar de não concordar com ela. Saia dando indícios de que vai seguir a orientação e tente despistar o olhar do guarda. Tranquilamente, coloque sua bicileta de pé (sobre uma roda, segurando bem o guidão), não atrapelhe outras pessoas e acesse a escada rolante.

        Isso funciona em estações maiores. Muitas vezes nem precisa esperar o guarda te abordar. Vá fazendo com tranquilidade e convicção. Não olhe para os guardas. Sempre faça-se se desentendido se for repreendido. Mesmo que não possa seguir o plano, trate todos eles com cortesia e educação, e comente sobre o desconforto de carregar a bike. Sem se fazer de vítima, sem “chorar”. Pois eles estão lá trabalhando também… Se você não for um chato, nas próximas vezes o agente pode passar a fazer “vista grossa” pra você, pois percebeu que você é civilizado, toma cuidado com as pessoas e não foi hostil com ele e nem ficou resmungando (mimimi), como muitos paulistanos fazem em relação a tudo.

        Esse tipo de abordagem pode ajudar, mas não é 100% garantido. Ajuda também na amenização do stress cotidiano. Colocar as questões sem se extaltar.

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  10. Pelo ao menos a ouvidoria do Metrô está respondendo, e a ouvidoria da Via Quatro (linha amarela) que nem sinal de vida dá quando nós reclamamos, e são nestas novas estações extremamente fundas que está o problema com escadarias. Outro dia na estação Luz (linha amarela) não encontrei a escada fixa para subir, ai um funcionario falou que eu podia usar a rolante, qdo cheguei na rolante a fixa estava ao lado dela. Mas mesmo assim ele permitiu que eu usasse a rolante, já que não subia mais ninguem por ela no momento. Temos que começar a reclamar também na linha 4 já que é independente do resto do Metrô.

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  11. Eu entrei em contato com a Ouvidoria do Metrô de SP e obtive a mesma resposta que foi dada a Renata, espero que essa regra realmente mude, isso facilitaria muito meus embarques no Metrô, já que sempre que uso é a noite e depois de um dia cheio e cansativo. Mas mesmo assim as vezes procuro voltar pedalando mesmo para não ter que enfrentar as escadas fixas.

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  12. Aqui novo RJ o Metrô Rio, na maioria das vezes, os seguranças ou funcionários não impedem os ciclistas de usar escadas rolantes. Somente uma vez fui repreendido, mas não impedido.

    Nunca vi nem no site ou nas estações q existe esse tipo de proibição inclusive para os elevadores, mas por ter uma MTB, sei q seria complicado entrar com ela dentro de um.

    A impressão q da aqui é q é uma regra invisível q vai mais pela vontade do funcionário q pelo menos no relacionamento com os ciclistas é bem educado.

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