O empreendimento que tem como uma das contrapartidas viárias o acesso ao Parque do Povo, visto da Ciclovia Rio Pinheiros.

WTorre não tem pressa para construir passarelas na Ciclovia Rio Pinheiros

Como contrapartida viária do empreendimento na Av. Juscelino Kubtschek, a empreiteira WTorre se comprometeu a construir um trecho da Ciclovia Rio Pinheiros (já entregue, mas sem saída), e duas passarelas de acesso (Parque do Povo e Parque Villa-Lobos). Mas parece não ter pressa.

O empreendimento que tem como contrapartidas viárias os acessos aos Parques do Povo e Villa-Lobos.

Como contrapartida viária do empreendimento na Av. Juscelino Kubtschek, que inclui o Shopping JK Iguatemi, a empreiteira WTorre se comprometeu a construir um trecho da Ciclovia Rio Pinheiros (entre as estações Hebraica/Rebouças e Jaguaré/Villa-Lobos) e duas uma passarela de acesso (Parque do Povo e Parque Villa-Lobos).

A obra da ciclovia está pronta e entregue. Quanto aos acessos, não há previsão. O trecho novo da ciclovia permanecerá sem saída por tempo indeterminado, inviabilizando-o para quem o utilizaria para deslocar-se de forma mais rápida e segura.

ERRATA: Ao contrário do que informamos inicialmente, apenas a passarela do Parque do Povo é responsabilidade da WTorre (a do Villa-Lobos foi substituída pela construção do trecho da ciclovia, que não constava da obrigação original – veja aqui).

Na ponta Jaguaré-Villa Lobos, a ciclovia realmente ficará sem saída por um bom tempo, pois ninguém se comprometeu a construir um acesso por lá até o momento. Não há previsão, projeto, nada. “Apenas” demanda.

A cidade de São Paulo deixa sob responsabilidade do governo do estado a criação e manutenção da Ciclovia Rio Pinheiros, por estar em área estadual. A Secretaria Estadual de Transportes passa a bola para a CPTM, que por sua vez terceiriza parte do trabalho a uma empresa privada que deve uma contrapartida ao município. E, com todo esse drible, o cidadão acaba sendo feito de “bobinho”, sem saber com quem está a bola.

Não adianta cobrar os acessos da Ciclovia Rio Pinheiros da Prefeitura – que poderia muito bem fazer sua parte, adaptando as pontes ao longo do caminho, ligando a ciclovia ao viário da cidade e legitimando-a como opção de transporte. Aliás, desde antes da inauguração o Vá de Bike insiste nessa solução (entre outras sugestões). A prefeitura se exime dessa responsabilidade, mas certamente computa essa quilometragem no número inflado de quilômetros de ciclovias na cidade.

A enorme e polêmica estátua de Borba Gato, no bairro de Santo Amaro. Foto: ALESP

E agora, a CPTM  sai do circuito, deixando a responsabilidade desses dois acessos para a empreiteira WTorre, como contrapartida ao polo gerador de tráfego criado na região. Cria-se uma situação inusitada, onde o cidadão deve cobrar uma empresa privada, que tem outros objetivos que não o de atender à população, pela construção de uma infraestrutura viária que tornará mais seguros os deslocamentos de quem usa a bicicleta. Essencialmente, uma estrutura que pode salvar vidas.

A empresa já demonstra falta de sensibilidade quanto à importância da questão, considerando a bicicleta apenas instrumento de lazer, ao abrir um trecho de ciclovia onde não há saída. Imagine abrir 2km de avenida sem saída no final dela. Teria cabimento?

Nos resta acompanhar o desenrolar da disputa entre o Ministério Público, que não permite a abertura do Shopping sem o cumprimento dos termos (e de outros procedimentos de praxe, como vistoria final do Corpo de Bombeiros), e a WTorre, que tenta conseguir autorização para colocar seu empreendimento para funcionar sem a entrega das obras acordadas, “mediante caução ou fiança bancária”.

Enquanto isso, o empresário Walter Torre afirma que seu shopping center não trará impacto “nenhum” ao trânsito na região – mesmo atraindo 20 mil pessoas por dia. Torre também acredita que as 6,4 mil vagas do empreendimento vão “aliviar o trânsito do bairro”. “Mereço uma estátua na avenida”, disse Torre, em entrevista ao Estadão. Teremos um novo Borba Gato?

12 comentários em “WTorre não tem pressa para construir passarelas na Ciclovia Rio Pinheiros

  1. Resgatando o post. Até por volta de Abril de 2015, haviam estruturas metálicas ao lado das fundações da passarela na Estação Jaguaré/Villa-Lobos, em Junho/2015 elas sumiram ! O que reforça um remanejamento nos cronogramas ou até mesmo para atender algum outro lugar … como estas passarelas são modulares, podem ser utilizados até mesmo em aplicações não voltados para bicicletas. Um revoltante tratamento para os usuários da ciclovia Pinheiros. Ciclistas da Zona Oeste ficam revoltados com esse remanejamento.

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  2. Só nos resta saber a mão de quem a construtora teve que molhar para ter essa decisão favorável a ela, é com essas atitudes que casos como Cachoeira iniciam.
    O raça corrupta.

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  3. Eu devo discordar desse artigo, embora seja defensora ferrenha das bikes (uso só esse meio de transporte desde 2004).
    Quem define o que deve ser construído e dá as autorizações para a construção deve ser a prefeitura. É ela que define o que é feito ou não. Portanto, a construção dos 2km em nada tem a ver com decisão da construtora. Não é a empresa que demonstra falta de sensibilidade, mas sim o governo que determinou a construção. Ainda, por mais que haja a previsão de duas passarelas, o governo ainda não definiu onde e como elas devem ter sido construídas. Novamente a culpa não é da construtora. Segundo ponto. A contrapartida é necessária com relação ao complexo inteiro, que incluem duas torres que só serão concluídas em 2014, então o acordo de compensação só precisa ser cumprido até essa data.
    Acho injusto culpar uma construtora por algo que o governo permitiu (construção do complexo) e não definiu a contrapartida. Só para dissipar suspeitas a WTorre não doou para nenhum partido nas eleições da prefeitura.

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    1. Nesse jogo de empurra-empurra de responsabilidade há má vontade, mesmo. O custo da construção desses acessos é ínfimo, comparado c/ o custo global do empreendimento. E essa deve ser a mesma lógica em termos de retorno financeiro que a WT deve estar usando p/ postergar sua execução, não se importando c/ os benefícios p/ os usuários da ciclovia. Para eles é uma obrigação não prioritária. Mudando de assunto, a nova Arena Palestra tem que ter bicicletário.

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      1. Edson,

        Ia te perguntar exatamente sobre o seu último comentário. Está previsto bicicletário na Arena Palestra? E nas dependências do clube, sabe se haverá?

        Com sorte, teremos algo diferente daquele “bicicletário açougue”, com as bicicletas penduradas…

        Eu já escrevi para o Palmeiras, e você? Frequenta o clube?

        Abraços
        RLN

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        1. Ricardo,
          Nada sei sobre o bicicletário na Arena, mas como o Willian sempre alerta, é obrigatório por lei. Sobre os bicicletários do clube, realmente poderiam melhorar mas esses até que atendem bem pois estão em todos os acessos e bem próximo a eles e à vista dos funcionários que os controlam. Além disso, todos as vezes que relocaram os acessos devido às obras, os bicicletários acompanharam as mudanças. Frequento o clube e acho que vou encaminhar uma cópia daquele manual de paraciclos do Transporte Ativo para a ouvidoria do clube. Bem lembrado! Abs.

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  4. Nosso caminho é a Defensoria Publica, Procuradoria do Municipio e Promotoria, caso contrário todos irão se omitir e nada ocorrerá. Quanto ao senhor Walter Torre… faz-me rir… quanta arrogância…

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  5. Com esses palavras esse cara só mostra que é só mais um especulador babaca nesta cidade, movido pela ganância. Uma cidade que cada vez mais perde sua identidade, destruindo seus patrimônios para dar lugar a prédios, lojas e estacionamentos.

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  6. Legal né, tudo que é pra o povo e bem publico costuma ser mal feito, mal administrado, superfaturado e demora pra sair. dá até vontade de chorar pois é vergonhoso tanta lenga lenga pra construir passarelas, penso o que não rola pra fazer viadutos que são muito mais caros e complexos.

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