Ministério Público quer explicação para a redução de velocidade em São Paulo
Não é preciso investigar muito: um estudo da Rede Sarah de hospitais de reabilitação responde claramente essa questão. Veja aqui.
O promotor Valter Foleto Santin, do Ministério Público Estadual de São Paulo, quer investigar se a redução de velocidade das vias em São Paulo, feita pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), teve realmente o objetivo de reduzir acidentes ou o de aumentar a arrecadação. A apuração começou há cerca de três meses, depois que um cidadão entrou com uma representação, reclamando por ter sido multada pelo menos três vezes desde janeiro. Leia mais no Jornal da Tarde.
Escrevo este texto apenas para dizer que o promotor não precisa perder seu tempo investigando. Basta ler este estudo da Rede Sarah de hospitais de reabilitação. Nele, vai descobrir essa informação:
- em atropelamentos a 32km/h, 5% dos pedestres atingidos morrem, 65% sofrem lesões e 30% sobrevivem ilesos;
- a 48km/h, 45% morrem, 50% sofrem lesões e 5% sobrevivem ilesos;
- a 64km/h, 85% morrem e os 15% restantes sofrem algum tipo de lesão;
- acima de 80km/h, praticamente todos os atropelados morrem.
Também vai poder se deleitar com trechos interessantes, como esse: “em choques a velocidades acima de 60km/h, o pedestre, em geral, rola por sobre a dianteira do carro após o segundo contato (provavelmente o da cabeça) contra o veículo, com o corpo dobrando-se e as pernas podendo atingir o teto do habitáculo”. Acho que não precisa de infográfico para compreender essa cena.
Mas, se ele preferir que alguns cidadãos continuem morrendo para que outros paguem menos multas, que tente provar que a culpa é da mitológica indústria das multas. Ao cidadão que recebeu três autuações desde janeiro, recomendo que preste mais atenção à sinalização das vias ou passe a utilizar transporte público. A cidade agradece.
Pessoas estão morrendo no trânsito, todos os dias.
É com isso que o Ministério Público precisa se preocupar.
2013 – e o Dilema continua.
Discordo do seu ponto de vista, essa medida é a famosa lei do menor esforço.
Sabe o que causa acidente? Falta de educação. O mesmo comportamento que faz um sujeito não esperar as pessoas saírem do metrô para querer entrar tb faz o sujeito querer passar sinal vermelho, correr, passar fora da faixa etc.
Primeiramente, quando o assunto é trânsito temos que recuperar o caráter humano por de trás das latas. Não são carros, motos, caminhões, pedestres etc. São pessoas transitando em carros, motos, caminhões a pé etc.
O motorista em São Paulo está agressivo para além da conta, e isso causa problema graves no que podemos dizer “condicionamento” da direção.
O que as pessoas ñ percebem na direção é que com o tempo as ações se tornam intuitivas, ou seja, o corpo vai engatando, pisando na embreagem etc sem que o sujeito pense sobre isso. Quanto mais experiência o sujeito tem no volante mais automático (e menos “racional”) são suas ações. Na psicologia isso se chama condicionamento.
Quando o sujeito começa passar sinal vermelho, dar fina em pedestres e carros pq estes cometeram algum erro (fina educativa etc), este motorista vai condicionando seu corpo a atacar intuitivamente. Basta um milésimo de segundo (de bobeira) para o corpo intuitivamente provocar um acidente por estar condicionado a atacar.
O que o governo deve fazer é fiscalizar o código de trânsito por inteiro (buzina sem motivo, trocar de faixa sem sinal etc).
É óbvio que a velocidade é perigosa, mas em cidades como São Paulo algumas vias foram construídas a mais de 30 anos para que carros com tecnologia antiga (imagine os novos) pudessem andar a 70, 80, 90km e até mais em alguns casos. Se vc estiver a noite numa via reta, sem buraco e longa, segurar um carro a 60Km é quase impossível, o veículo puxa, pede mais, e vc passa a ter que olhar o velocímetro ao invés da rua e o pedestre.
O fato é que existe o conceito de velocidade natural das vias. O que a CET fez foi, mais uma vez, não dar explicação de para onde vai tantas taxas e impostos que pagamos. Pq eles deveriam usar isso para fiscalizar, para construir mais passarelas para pedestres, para melhorar a estrutura para todos diminuindo o estresse e o corre corre.
O que defendo aqui não são vias para se andar a 110Km, mas sim, na sua velocidade natural, para a qual ela foi projetada. Uma Bandeirantes por exemplo não é via para 60Km, tb não é para 100Km, por volta de 70Km já está de bom tamanho.
Dar passagem, ser gentil, não brigar etc são premissas universais que transcendem o modo de transporte usado. Tanto faz vc estar a pé ou de carro, de bicicleta ou skate, se as pessoas usarem da educação básica do “com licença”, “por favor”, “pois não” e “obrigado” já está de bom tamanho. E é tudo isso que ninguém faz na cidade de São Paulo, seja pedestre, motorista, ciclista ou o raio que os parta. É cada um por si e quem tem mais lata contra todos.
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É a opinião mais sensata que eu vi aqui.
Acho que muita gente não dirige aqui e não tem muita noção do lado dos carros.
A principal causa de acidente é a falta de educação e a falta de atenção, não a velocidade em si.
Muitos motoristas sabem de cor onde tem radar e nunca provocaram nenhum acidente de transito pois, apesar de não estarem sempre no limite de velocidade, tem o bom senso, o discernimento de saber que áreas pode-se desenvolver velocidades mais altas.
Aquela vontade de querer sempre chegar na frente, nunca dar passagem pro outro, ficar nervoso porque perdeu 5 segundos da vida é que torna o transito brasileiro tão violento.
Fora a falta de fiscalização de pessoas que costuram perigosamente, fazem ultrapassagens perigosas, entram em curvas com faixa em alta velocidade.
Educação e caráter radar nenhum consegue ensinar.
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Suas considerações sobre as consequências da velocidade e consequências de acidentes se baseiam apenas em opinião. Existe gente que estuda o problema, o VDB tem diversas referências para isso, e não são achismos sobre ‘educação’.
Velocidade torna as ruas mais perigosas. É simples.
Mas a paixão por carros cega as pessoas, que passam a disparar suas teorias e continuam a praticar nas ruas seu desconhecimento dos fatos.
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