Os planos do novo prefeito de São Paulo para as bicicletas
Veja no Vá de Bike o que Fernando Haddad, prefeito eleito de São Paulo, se propõe a fazer pela bicicleta nos próximos quatro anos.
No domingo, 28 de outubro, São Paulo elegeu Fernando Haddad para comandar a prefeitura da cidade pelos próximos quatro anos. E o Vá de Bike traz um documento com o detalhamento de suas propostas para as bicicletas.
O plano foi disponibilizado na internet por Chico Macena – ex-vereador e agora Secretário das Subprefeituras (veja entrevista) – e foi baseado em acompanhamento e estudos de políticas, reivindicações e ações de defesa da bicicleta, dentro do município e nos arredores.
Segundo Henrique Boney, que participou da elaboração, o plano “tem o dedo de cada cicloativista que em algum momento participou ou colaborou de alguma forma com estudos, trabalhos, debates, propostas e protestos a favor da bicicleta nos últimos 4 anos”.
“É praticamente uma sintese de quase tudo que queremos e acreditamos ser necessário para viabilizar a bicicleta como modal de tansporte, não apenas em 4 anos de mandato, mas além disso, para que entre na agenda da cidade de forma definitiva”, diz ele.
O Vá de Bike agrupou as propostas em categorias, com comentários quando necessário. No final da página, a íntegra do documento.
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Ciclovias e ciclofaixas
Criação de um Sistema Cicloviário Municipal, integrando-o com sistemas locais já existentes. O documento declara a meta de 400km de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas até o final do mandato.
Esperamos que não incorram na falácia de incluir nesse número as Ciclofaixas de Lazer – uma iniciativa importante na cidade e que tem todo nosso apoio, mas que não configura infraestrutura cicloviária, por não ser perene e não atender à mobilidade cotidiana por bicicletas na cidade.
Hoje, a Ciclofaixa de Lazer é uma estrutura realmente de lazer, não de mobilidade, o que acaba por inflar o número oficial da infraestrutura cicloviária para 200 km – com o subterfúgio inclusive de contar a ida e a volta, duplicando a extensão implementada para lazer. Isso precisa sempre ser deixado bem claro.
Paraciclos e bicicletários
A falta de locais para estacionar a bicicleta é um dos problemas que restringe seu uso na cidade. Para atender a essa questão, a proposta inclui:
- Paraciclos públicos em paradas de ônibus na periferia, com possibilidade de quiosque comercial para se responsabilizar pela guarda;
- Bicicletários nos terminais de ônibus e em estações da CPTM e do Metrô, em convênio com o governo do Estado;
- Ampliação de paraciclos e bicicletários em prédios e equipamentos públicos;
- Reserva de vagas para bicicletas nas áreas de Zona Azul (sem detalhar como isso será implementado).
Uso conjugado com o transporte coletivo
Além da oferta de paraciclos e bicicletários citada acima, a proposta para promover a intermodalidade inclui o incentivo à implantação de suportes para bicicletas em ônibus.
Empréstimo e compartilhamento de bicicletas
Ponto mais divulgado durante a campanha, consiste em disponibilizar bicicletas públicas utilizando o Bilhete Único como instrumento de controle.
O documento não diz se o sistema atual, o Bike Sampa, será mantido como está, adaptado para a nova proposta ou cancelado. Mas tendo como base declarações feitas durante a campanha, supomos que a nova iniciativa será independente e em outras regiões da cidade.
Educação de Trânsito
A nova administração pretende realizar campanhas de educação no trânsito, visando o respeito ao ciclista e a conscientização sobre as regras e deveres de ciclistas e motoristas, além de reativar um Centro para Educação de Ciclistas da CET.
Há também a intenção de continuar o programa Escolas de Bicicleta nos CEUs e expandi-lo para algumas outras escolas da rede municipal.
Órgão Gestor e participação da sociedade civil
Um “órgão coordenador/gestor do Sistema Cicloviário” será criado, vinculado à Secretaria de Transportes (SMT). Haverá também um Conselho com participação dos cidadãos, com o objetivo de democratizar a informação e a gestão, com formato a ser definido em debate aberto com a sociedade.
O Plano Cicloviário Municipal será incluído como parte do Plano Diretor Estratégico e do Plano Municipal de Mobilidade, para garantir sua implementação. Leis que tratam da mobilidade por bicicleta, como a 14.266 (conhecida por obrigar os locais com grande afluxo de pessoas a terem bicicletário) serão regulamentadas, garantindo sua execução e viabilizando a fiscalização.
Recursos
Os recursos para implementar essas mudanças virão, além da destinação orçamentária, de um percentual do Fundo Municipal de Transporte. Afinal, bicicleta também é transporte.
Região Metropolitana
O documento também fala em articular com os municípios vizinhos a rede cicloviária e a política de mobilidade em bicicletas, atendendo às viagens de bicicleta intermunicipais que já ocorrem hoje em grande número.
Participe, divulgue e cobre
A participação política dos cidadãos não termina quando se encerra a votação. Na verdade, está apenas começando.
Todos devemos participar desse processo, seja divulgando a informação, cobrando sua implementação, participando ativamente de entidades representativas como a Ciclocidade, exercendo o diálogo com o poder público em oportunidades como as audiências públicas, buscando interação com vereadores e acompanhando os mandatos do executivo e do legislativo.
Devemos sempre apoiar as iniciativas boas e criticar as ruins, apontando os melhores caminhos. Exerça você também sua cidadania e ajude a construir a cidade que precisamos.
A cidade é de todos nós.
Andar de bike é tudo de bom.
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Acho que é hora de avaliar o que foi prometido pelo atual prefeito. Assim avaliar as atividades pró-mobilidade.
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Oque houve com esse plano cicloviario, parou ? nem começou? Ando todos os dias nas ruas e oque vejo é que a cada dia piora o comportamento dos motoristas e dos poucos km de ciclovias da cidade.
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quero parabenizar todos ciclistas de sp pela coragem,determinação na luta pela causa,estamos perto de grandes conquistas vamos continuar a luta,que deus proteja a todos
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ando todos os dias de bike pela cidade , juro que não vi nada melhorar . Ta bem devagar essa mudança…
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Peraí… deixa eu ver se entendi bem. O fato dos motoristas levarem muitas multas então é um sinal de que são respeitosos?. Tsc Tsc Tsc. Cabem sim muitas bicicletas em São Paulo, além de mais espaço para os pedestres (principalmente). Basta apenas que os governantes tenham pulso para corrigir esse urbanismo falido que prioriza a maior parte do espaço público para os automóveis de forma direta (vias, pontes, avenidas, estacionamentos) ou indireta (redes de serviços, postos de gasolina, espaços automotivos) e siga a liçao que está sendo executada na Europa, EUA, em países da Améria Latina e outros: tornar as cidades locais de convivência e mobilidade de pessoas. E já que você se mostra tão mal informada sobre mobilidade urbana, surgiro se informar um pouco lendo mais os posts do Vá de Bike e assistindo o excelente documentário Luto em Luta no Youtube.
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