O suposto agente da Guarda Civil Metropolitana, que agredia e insultava os skatistas sem se identificar, incitando-os a reagir. Um perfil de Facebook que seria dele está sendo divulgado maciçamente nas redes sociais, junto com supostos endereço e telefones.

De quem é a Praça Roosevelt?

Episódio de truculência da GCM demonstra despreparo das autoridades para lidar com a juventude e a cidade. Manifestação foi marcada para o dia 26.

A Praça Roosevelt, logo após a reforma. Foto: Prefeitura de São Paulo
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Numa sexta-feira, dia 4 de janeiro, marquei de encontrar um amigo para jogar conversa fora na Praça Roosevelt, centro de São Paulo. Ao chegar na “marquise” avistamos uma confusão gigante em torno dos carros da Guarda Civil Metropolitana. Muito corre-corre, gritaria, celulares apontados para a GCM, enquanto esta promovia perseguições a determinados jovens, com spray de pimenta nas mãos e muita truculência.

Saímos de lá apressados, com medo de sermos atingidos pelo gás que é absurdamente incômodo a nós e nocivo aos animais (eu estava com meu cachorro). Para minha infeliz surpresa, ao chegar no comércio local logo embaixo das escadarias da Praça, crianças eram carregadas nos colos das mães, chorando com as mãos nos olhos, enquanto ouvíamos a chegada do reforço policial.

Sem entender o que estava acontecendo, a população lançava suas opiniões. Esses caras são folgados mesmo, dizia uma senhora. Não tem limite, devem ter aprontado algo para a polícia ter feito isso, bem feito, disse outra. Se a praça era ruim, agora está pior por causa desses skatistas.

O agente da Guarda Civil Metropolitana que, sem farda e sem se identificar, agredia e insultava os skatistas, incitando-os a reagir. Um perfil de Facebook que seria dele está sendo divulgado maciçamente nas redes sociais, junto com supostos endereço e telefones - algo que ainda vai acabar mal. Imagem: Eduardo Régis/Reprodução

Agressões e xingamentos

Eis que na noite do dia 6 um vídeo ganhou repercussão nas redes sociais. É o registro/depoimento de um dos skatistas, Eduardo Régis, de 22 anos, que ligou a câmera ao ser brutalmente repreendido, quando tentava ajudar o amigo que estava levando uma “chave de pescoço” por um guarda à paisana. Sem identificação nem farda, o guarda era questionado pelos meninos sobre sua autoridade.

“Qual seu nome? Só quero saber seu nome. Você não tem direito nenhum de fazer isso”, dizia um dos jovens. “A GCM tá se achando no dever de tirar a gente aqui na Roosevelt porque a gente tá andando de skate. Jogaram spray de pimenta em todo mundo e ainda enforcaram meu amigo”, dizia Régis enquanto filmava.

Andar de skate em plena luz do dia justifica tanta agressão e truculência?

Assista ao vídeo. Repare, aos 32 segundos, que uma criança é atingida pelo spray de pimenta disparado por uma das agentes da Guarda Municipal.

 

Despreparo

O episódio demonstra claramente o despreparo das autoridades (que deveriam estar à serviço da população) com questões que envolvem a juventude e a cidade. Repressão e violência gratuita, principalmente em cima de quem não é bandido nem está armado, deve ser repudiada por nós!

Na Bike: Ação truculenta da Guarda Civil Metropolitana na Praça Roosevelt gera revolta em frequentadores

É comum sabermos de casos onde as autoridades policiais protagonizam cenas assim, de intolerância e abuso, típicas de ditadura disfarçada onde impõem o medo para conseguir respeito. Mesmo nas bicicletadas, Pedalada Pelada, Ghost Bikes e tantas outras manifestacões ciclísticas acabamos tendo contato com essa intimidação.

As novas tecnologias e as redes sociais têm dado uma vazão absurda a esse tipo de situação, escancarando para a sociedade um problema que já acontece e é bastante comum na calada da noite.

 

Agentes foram afastados

Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, pasta responsável pela GCM, informou que os agentes envolvidos na confusão foram identificados, afastados dos serviços externos e serão ouvidos pela Corregedoria Geral da GCM, que adotará as “providências cabíveis”. Leia a íntegra do documento.

 

De quem é a praça?

Entregue para a população em 29 de setembro do ano passado, depois de 2 anos de reforma e a um custo de 55 milhões de reais, a Praça Roosevelt se tornou um dos berços para patinadores e skatistas, ficando lotada de praticantes amadores e profissionais das modalidades.

Isso porque, mesmo sem essa pretensão, a prefeitura de SP acabou fazendo um espaço muito bom para a prática, mas que ao não contemplar oficialmente a presença delas, foram obrigadas a – mais uma vez – ocupar de qualquer jeito, sem nenhum critério nem orientação. “Sem querer, a prefeitura construiu uma pista de skate estilo Plaza no centro de São Paulo”, afirma em seu blog na ESPN o skatista e fotógrafo Otávio Neto.

Marginalizados e sem espaço, os skatistas, em especial, são a maior vítima do problema. Em 2011, mais de 400 praticantes do esporte ocuparam as ruas da região da Avenida Paulista em manifestação contra o preconceito e exigindo a legitimação na cidade, com espaço adequados e respeito. É pedir muito? Na época, os manifestantes já defendiam o direito de praticar o esporte na Praça Roosevelt, que ainda passava por reformas.

A Praça foi entregue sem contemplar quem anda de skate e, em consonância com essa mesma postura, a própria GCM trata como “vagabundos” quem prefere ocupar a praça PÚBLICA munido de uma prancha sobre quatro rodas. A polêmica já foi pauta de vários jornais que, infelizmente, repercutem a polaridade dos fatos e reforçam a pergunta: de quem é a praça, dos skatistas ou dos moradores? Mas perguntas erradas estimulam respostas erradas.

 

A Praça é de todos nós!

Independente de você gostar ou não de skate, essas pessoas têm o total direito de praticá-lo, ainda que a Prefeitura não legitime um espaço/horário para isso. A sociedade tem que se esforçar para entender que a juventude PRECISA praticar esportes, ter momentos de lazer e descobrir outras habilidades. Quantas praças você conhece que tem espaço para manobras de street? E não estamos falando de halfs, bowls e rampas.

Por tabela, o skate é ainda um meio de transporte, assim como a bicicleta, o patins e o patinete. Maneiras eficientes e saudáveis de se locomover pela cidade, sem congestionar nem poluir nosso ar. Mas tente usar skate ou patins para se locomover nas ruas para ver a receptividade “calorosa” dos motoristas…

Várias cidades do mundo já entenderam a importância dos skatistas e têm feito um trabalho fundamental de estímulo e compartilhamento da via, inclusive entre ciclistas. Aqui em São Paulo, especialmente, somos induzidos ao isolamento, individualismo, medo das pessoas e intolerância com o outro, quando na verdade o grande exercício de cidadania é justamente o oposto a isso: o uso constante da cidade, das praças, das calçadas, das ruas; a tolerância, o compartilhamento e o respeito.

 

Vandalismo

O que a GCM e os moradores do entorno chamam de vandalismo, muita gente chama de esporte. Reparem no elemento perigoso aos 33 segundos desse ótimo vídeo:

 

Praça já foi velódromo

No final do século XIX, a Praça Roosevelt era um velódromo, onde aconteciam competições de ciclismo. Inaugurado em 1892 para o ciclismo, passou a ser utilizado para o futebol a partir de 1901, sendo o segundo campo e o primeiro estádio da cidade de São Paulo.

No estádio havia uma placa em que se lia “proibido vaiar”.

 

Protesto marcado para 26/01

Na internet, um protesto contra este episódio lamentável já foi marcado e está com mais de 2 mil participantes confirmados. O evento, intitulado “Voz Ativa – Praça Roosevelt”, está sendo organizado via Facebook, onde é possível acompanhar as discussões sobre o uso compartilhado do espaço.

A manifestação pacífica será no dia 26 de janeiro, sábado, a partir das 14h, na própria Praça Roosevelt. Desde a sua inauguração a praça já recebeu diversos shows, apresentações culturais e protestos, demonstrando seu potencial agregador e revolucionário, ao trazer para a convivência toda a beleza e diversidade que temos em SP.

Enquanto os moradores do entorno da Praça Roosevelt não entenderem que a praça é pública e que, mais do que reclamar do comportamento, devem exigir a legitimação de um espaço para os skatistas, aquele local vai continuar sendo uma grande panela de pressão, pronta para explodir e lançar respingos para todos os lados – inclusive o seu.

Prepare a bicicleta, skate, patins, patinete
e vá até a Praça Roosevelt no dia 26/01

A CIDADE TAMBÉM É SUA!

Atualizado:

Há uma discussão sobre a data do evento, com sugestão de mudança. Acompanhe na página do Facebook.

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45 comentários em “De quem é a Praça Roosevelt?

  1. Ação Local da Praça Roosevelt fez um levantamento sobre o projeto da Praça Roosevelt, além de descobrirem que falta R$ 5.000.000,00 (Cinco milhões de reais) para terminar a Praça, Pelas informações disseram que já foi liberada e sumiu o dinheiro.

    Antigamente, na velha Praça. Existia um local fechado ara os cachorros andarem livremente, tinha os espeços dos Skatistas e dos Traficantes que adoravam ir para discutir o futuro das drogas(Não tenho medo do traficos e sim raiva porque nas periferias quando qualquer usuário ou que vendiam as drogas mexesse com as pessoas de bem, eles eram mortos, não um e sim um grupo todo.

    Eu já morei em periferia no passado e vi com os meus proprios olhos que me deixaram traumatizada, infelizmente.

    O arquiteto que fez a Praça, fez com intensão de um cartão posta, mas acontenceu o contrário a ponto dos que dizem Skatistas andarem em qualquer lugar4, porque os que utilizam o espaço deles conforme acordo, cumprem e não encomodam ninguém.

    Na Praça existia a policia Militar que tiveram que ser transferida na reforma e que deveria voltar e não poderam porque o local que é para ser deles de direito não está pronta. Foi construida totalmente irregular para 140 PM ficarem.

    Quem fica falando que a Praça é do Skatistas, são exatamento pessoas que tem interesses politicos e trafico de drogas.

    Até quando os moradores deveram que aturar jovens agressivos que não sabem ser educados. Na Reuniões de Pais e Mestres da Escola que fica na Frente da Praça Roosevelt, só vai 4 pais o resto que ganha bolsa Familia e que tem por pura obrigação de estar em todas as reuniões porque são pagas para isso. Mais um projeto do PT que não de4u certo…

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  2. Antes da reforma, no tempo que ela era feia, estava abandonada, e se não fossem skatistas, estaria com gente morando lá até hoje. Só é chato reformar e dai expulsar quem sempre esteve lá.

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  3. Soube que esta praça estava abandonada e entregue a marginais. Agora que foi “resgatada” é natural que todos queiram utilizar. Pelo que vejo na foto a praça é enorme! Teria lugar para todos, certo?

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  4. A praça Roosevelt é dos skatistas, teve até um campeonato a algumas semanas atrás.
    Quem quiser caminhar que caminhe dentro de casa e quem quiser se sentar, que sente no seu próprio sofá que é macio.
    Não é assim que a intolerância e o recalque manda fazer?
    Amigos, a praça é pública e com isso aberta para qualquer tipo de atividade, seja esportiva, seja cultural, vai do bom senso do skatista na hora de mandar uma manobra observar quem está próximo, se não há perigo de se ferir e de ferir as pessoas ao redor, vai também do não skatista o bom senso de não largar as crianças, a vovó ou não se deitar no mesmo lugar onde o pessoal está se divertindo com o skate.
    Afinal, existem zilhões de locais para caminhar e se sentar e muitos poucos pontos bons para a prática do skate, que é o segundo esporte mais praticado, atrás apenas do futebol, e o primeiro esporte individual na cidade de São Paulo.
    Quanto a relação skatista com drogas, digo apenas que isso é um problema que atinge a sociedade de forma geral, não só na praça Roosevelt, com em toda a cidade, assim como no Brasil e no mundo.
    Reclamam da depredação do patrimônio na praça, mas não se importam em jogar papel de bala na rua, não se importam se seus filhos rabiscam as carteiras da escola, e assim por diante.
    A GCM faz seu papel de proteger o patrimônio, infelizmente o Zé Machão do vídeo se julgou acima da lei e resolveu fazer as próprias. Foi grosso, perdeu a oportunidade de fazer tudo de uma forma tranquila, quem anda de skate sabe que a galera do esporte é da paz.
    Agora, tem muito frustrado na vida que vê no esporte uma oportunidade para dar pitaco, se skate fosse algo ruim não veriamos algo assim http://esporte.uol.com.br/radicais/ultimas-noticias/2013/09/10/haddad-veste-capacete-e-anuncia-dominio-dos-radicais-na-virada-esportiva.htm
    Abraços e vida longa ao skate!

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  5. É preciso proibir qualquer forma de uso inadequado da praça pública. Skates e patins SÃO OS VILÕES ATUAIS DO MOBILIÁRIO PÚBLICO! Querem subir nas coisas e quebrá-las, FAÇAM DENTRO DAS SUAS CASAS, subam com skates na pia da cozinha, no sofá da sala e na portaria do prédio de vocês. Absurdo, falta de educação e de consciência. Sou a favor da multa e de serviços prestados à comunidade.
    No Largo da Segunda feira (RJ – Tijuca), onde moro, a praça está cada vez mais danificada, blocos de pedra que foram feitos para sentar estão quebrados, rachados, partidos e fora do lugar. ISSO TEM QUE ACABAR!!! É uma atitude muito perigosa, pois passam pessoas que muitas vezes são machucadas pelos skates que escapam dos pés, além do mais, são idosos, crianças e bebês em carrinhos. E ainda tem um monte de IDIOTAS que acham certo. só vão perceber que estão errados quando um skate voar e quebrar a cabeça da mãe ou do filho do praticante.
    TEM QUE HAVER UMA LEI PARA ACABAR DEFINITIVAMENTE COM ESTE ABSURDO!
    Se não há tanto espaço para usar o skate, só lamento, pois não podemos aceitar que usem a praça pública de forma errada até conseguirem espaço. ESTÃO COLOCANDO A INTEGRIDADE FÍSICA E MORAL DAS PESSOAS EM JOGO, ALÉM DA DESTRUIÇÃO DO MOBILIÁRIO PÚBLICO.

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    1. Se leis bastassem, todo mundo teria uma calçada impecável, ótima para qualquer um usar, e aposto 100 pila que sua calçada é tão ruim quanto qualquer outra.

      Eu prefiro uma praça sendo usada, independente de como, que abandonada pelos moradores (geralmente em bairros “nobres”, dai enche de “mendigo”, “vagabundo”, etc).
      Não seria melhor o poder público utilizar materiais resistentes? ao invés de madeira de qualidades duvidosas, ou pedras de sabão?

      Na minha concepção de espaço público, seria ele agregador, e não segregador…

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      1. Se apostar vai perder! Trabalhei no Rio-Cidade no período que construíram a praça de minha casa e foi realizada uma obra impecável. Sou a favor de um local específico para skate, patins assim como qualquer outro esporte que solicite espaço adequado. Entretanto, sou a favor de penalidades. A lei foi feita para ser mantida e obedecida, e é através dela que a ordem é permanecida, independente se funciona na integra ou não. É ela a única forma que temos para manter a paz. Mas quando houver uma lei a favor dos skatistas todos estarão com ela em punho para gritar pelos seus direitos, agora, enquanto não existe algo relativo os idiotas e depredadores do patrimônio público fazem descaso com o meu dinheiro, o nosso dinheiro que são investidos nos consertos.
        O espaço público deve ser agregador quando se agregam conceitos e elementos parecidos. Deve ser desagregador quando no próprio exemplo: Skate, patins etc não combinam com destruição do patrimônio público.
        Há um grande problema social: as classes e sub-culturas só olham para o próprio umbigo. Um exemplo: no dia que só houver evangélicos no poder seremos obrigados a crer em Deus, ir a igreja, usar “tercinho” etc. Só vejo imbecis a todo momento lutando somente pelo que dá prazer para sí próprio enquanto o outro – o sentimento e desejo do outro – é colocado de lado sem ser ouvido, é como se fosse um “foda-se” para todos enquanto uma pequena parcela quer se dar bem.
        TEM QUE TER MULTA MESMO!!! Afinal de contas, se a multa para sujar a rua está funcionando, com certeza irá funcionar prara os vermes destruidores que andam sobre o skate.

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  6. Faloar da “truculência” da GCM vcs falam. falar dos skatistas q machucam até crianças querendo se exibir vcs não falam né? Hipócritas! Deveriam botar todo mundo pra correr, isso sim. Tem pista lá. E tem espaços por toda a cidade, o q falta é mais porrada mesmo!

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  7. Parabéns pela matéria . Hoje vários skatistas que ali freqüentam como eu vivemos do skate, movimentamos uma boa parte da economia, e pros leigos somos vagabundos, maconheiros…nao tenho culpa de viver feliz no esporte e trabalhando com o que amo, irei sempre lutar pelo skate em qualquer cituaçao obrigado André Hiena

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  8. Aqui em Santos os skatistas tem a disposição a praça Palmares e o Emissário Submarino… porém, como nada é perfeito, tem sempre um grupo que se junta na Fonte do Sapo, tradicional local de brincadeira das crianças santistas, querendo dividir o espaço com elas. Minha filha quase foi pro chão quando um skatista resolveu fazer uma manobra “radical”, ele ficou e o skate foi embora, batendo na bicicleta dela.
    Desnecessário dizer que eu e os outros pais quase comemos o sujeito na porrada… foi a intervenção da PM que evitou que ele virasse strogonoff.

    Sobre a praça Roosevelt, me parece – pelas fotos – que a praça é bem grande. Será mesmo que delimitar um espaço pros skatistas ia prejudicar tanto assim o espaço?
    E já não é o primeiro caso de treta entre GCMs e skatistas… tem um video no Youtube feito no Skatepark (RJ) onde o skatista é derrubado com uma rasteira por um GCM.

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