Prefeito de Taboão terá que esclarecer desativação de ciclovia em Audiência Pública
Câmara de Taboão da Serra/SP atende solicitação sociedade civil e convocará prefeito e secretário de transportes para darem explicações em Audiência Pública.
A manifestação realizada no município de Taboão da Serra/SP no dia 3 de setembro, terça-feira, conseguiu um passo importante em direção à recuperação da ciclovia da cidade, desativada arbitrariamente pelo prefeito Fernando Fernandes (PSDB) no início de 2013.
O grupo se concentrou às 19h, na Praça Nichola Vivilechio, se dirigindo em seguida para a Câmara Municipal. Por volta de 20h30, entraram no prédio cantando palavras de ordem. A pedido do presidente da casa, vereador Eduardo Nóbrega (PR), formaram uma comissão para discutir o assunto em uma rápida reunião. A comissão foi formada por cinco participantes do grupo, um deles cinegrafista.
O cidadão Álvaro Diogo contou toda a história da ciclovia e alguns vereadores emitiram suas opiniões. O grupo pediu então que que o prefeito Fernando Fernandes e o secretário de transportes Rinaldo Tacola prestem esclarecimentos à população em audiência pública na câmara.
A solicitação foi atendida pelo presidente da câmara e delegada ao presidente da comissão de transportes, vereador Carlinhos do Leme (PP). A data ainda será definida, mas o grupo solicitou que seja realizada em no máximo 30 dias (portanto, até 3 de outubro).
O grupo foi convidado pelo vereador José Aparecido Alves, o Cido (DEM), para uma reunião no dia 7 de outubro com a concessionária OHL, que administra a Régis Bittencourt. A ciclovia que foi desativada servia de alternativa à rodovia, que apresenta alto tráfego de ciclistas.
Parabéns aos persistentes ciclistas da região que, apesar de terem sido recebidos com truculência e despreparo em duas manifestações, continuaram reivindicando seus direitos de forma pacífica, sem esmorecer.
Mas a questão ainda está longe de uma solução aceitável. A participação na Audiência Pública, com questionamentos claros e argumentação sólida por parte da sociedade civil, é importantíssima. Se você também quer mais segurança para quem pedala na cidade ou passa por ela de bicicleta, participe ativamente desse movimento. Cidades mais humanas dependem da atuação de todos nós.
Atualizado: o prefeito continua contrário à ciclovia, vendo-a como um “prejuízo enorme à mobilidade” (dos carros!) e insistindo em tratar o uso da bicicleta apenas como lazer. Veja aqui.
Entenda a desativação
Em fevereiro de 2013, a Prefeitura de Taboão da Serra (SP) desativou uma ciclovia que cruza bairros importantes da cidade e serve como alternativa à perigosa rodovia Régis Bittencourt. Na época, o Vá de Bike tentou contato por vários dias com a Prefeitura da cidade para obter um posicionamento, mas tivemos nossos e-mails ignorados. Não conseguimos contato telefônico.
Segundo o site Via Trolebus, a justificativa para a retirada foi que a ciclovia termina na Av. Eliseu de Almeida, em São Paulo, onde não há ciclovia, portanto não haveria necessidade de uma ciclovia em Taboão também. O atual Secretário de Transportes e Mobilidade Urbana, Rinaldo Tacola Filho, afirmou ao Taboão em Foco que a ciclovia “era pouco utilizada e o município precisa de mais espaços para circulação de veículos”.
Já o prefeito Fernando Fernandes, justificou a desativação como uma forma de “melhorar o fluxo dos carros na cidade” e, para solucionar a questão, propôs a criação de uma ciclofaixa de lazer aos domingos, demonstrando que não considera a bicicleta um meio de transporte.
Para o prefeito de Taboão da Serra, a pressa dos motoristas é mais importante que a vida de quem utiliza a bicicleta. Se o custo para as pessoas chegarem mais rápido de carro é o risco de morte para quem usa a bicicleta, tudo bem. É um preço que o prefeito aceita pagar. Afinal, ele só anda de carro (e pelo jeito não dirige muito bem).
Manifestações
Em março, cidadãos organizaram uma manifestação para tentar sensibilizar o prefeito, mas foram recebidos pela GCM e pelo Secretário de Segurança da cidade, Gerson Pereira Brito, que ameaçou de prisão quem fizesse barulho em frente à casa do prefeito. Por coincidência (mas não muita), o secretário é também cunhado de Fernandes.
No dia 29 de agosto, houve nova tentativa, relatada aqui. Dessa vez, GCM e PM impediram que os manifestantes passassem pela rua onde mora o prefeito. Como se não bastasse, o Comandante da GCM apertava disfarçadamente um spray de gás de pimenta enquanto conversava com o representante da Ciclocidade. O secretário de segurança também estava por lá.
Histórico da ciclovia
Em 2008, a ciclovia foi anunciada no site da Prefeitura com a justificativa de acidentes frequentes. “A ciclovia é muito importante, pois democratiza os meios de locomoção, ajuda o trânsito, além de colocarmos o debate para a sociedade sobre o meio ambiente”, afirmou à época João Piza, assessor técnico da Secretaria de Habitação. O custo da obra chegou próximo aos R$ 600 mil, investimento que agora é jogado fora.
Em 2010, moradores e principalmente comerciantes já questionavam a ciclovia, por reservar uma das faixas à circulação segura de bicicletas, anteriormente utilizada como área de estacionamento. Como é comum em implantações de ciclofaixas, quem não pôde mais usar o espaço público como estacionamento particular começou a reclamar, desconsiderando que o viário é da cidade, não do morador ou comerciante, e destinado primariamente à circulação, não ao estacionamento.
Na época, foi feita uma avaliação da ciclovia pelo então diretor do Instituto CicloBR, André Pasqualini, apontando que o traçado era adequado mas a sinalização precisava ser melhorada, entre outros pontos. O então Secretário de Transportes e Mobilidade Urbana, Claudinei Pereira, defendeu a ciclovia, afirmando que no município “as pessoas andam mais de bicicleta do que de táxi” e por isso não poderia pensar de forma diferente.
Mas as melhorias na sinalização nunca vieram. A ciclovia ficou sem manutenção todos esses anos, o que causou sua deterioração. A falta de fiscalização tornava comum seu uso para estacionamento de automóveis. O atual Secretário de Transportes, Rinaldo Tacola, usou a falta de manutenção como um dos argumentos para justificar a retirada da ciclovia, pois o custo para reverter a deterioração da ciclovia seria alto. Pelo jeito, as vidas dos cidadãos que usam a bicicleta não justificam esse investimento. Que criem (ou ganhem) asas.
E ficou por isso mesmo! A ciclovia continua desativada, eu gostaria de vir de bike para o trabalho, do Inocoop até o Metro Morumbi, mas o medo de morrer na BR é maior. Tenho que gartar quase 12 reais por dia de transporte Municipal.
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temos que fechar a elizeu de almeida com um mega bloqueio de ciclistas em pleno horario de pico se e so assim que se chama atenção dos nossos representantes não e so ciclovia e lazer para todos da regiã0,aqui no taboão a ciclofaixa era tambem a unica calçada pois não á ,aqui futuramente só andara jipe4x4 porque tanto imposto que se arrecada a cidade não tem dinheiro vergonha vergonha vergonha
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e pessoal infelismente tiraram a ciclovia para dar lugar aos carros a intençã0 do secretario era a fluides dos carros mas voutou a ser estacionamento e uma vergonha morar nesta cidade de ladroes pois ate o filho do prefeito e o secretario de esporte
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William, eu espalhei a notícia a votação hoje em todos os cantos, inclusive enviei e-mail para o SPTV. Você já tem alguma notícia do que aconteceu hoje????
Grata, Tânia.
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A votação foi adiada. Estamos preparando texto sobre o assunto.
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Seria otimo se a concessionária da Regis construisse uma ciclovia paralela a rodovia, o espaço existe e tenho certeza que não sairia tão caro assim.
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