Conselho de Segurança de região de São Paulo se posiciona contra ciclovias

Mesmo tendo como objetivo promover mais segurança aos cidadãos, Conseg de Santa Cecília decide registrar Boletim de Ocorrência coletivo contra ciclovias na região.

Olha que situação: os cidadãos que frequentam as reuniões do Conseg Santa Cecília estão se organizando para registrar um Boletim de Ocorrência (?!) contra as novas ciclovias na região. O twitter do grupo está sendo utilizado para divulgar a mobilização a órgãos de imprensa.

O mais irônico é que CONSEG significa “Conselho Comunitário de Segurança“. Ainda assim, são contra a segurança no viário, certamente buscando favorecer o uso particular do espaço público como área de estacionamento.

A implantação de ciclovias não possui nenhuma relação com a falta de segurança de moradores, comerciantes e frequentadores da região, problema que deveria ser o alvo primário da atuação de um Conselho Comunitário de Segurança. Pelo contrário, já que onde há mais cidadãos circulando a criminalidade diminui – como já explicava anos atrás o ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, ao afirmar que incentivos ao uso da bicicleta podem melhorar a segurança pública. Temos a certeza de que, pelo aspecto da segurança, o Conseg deveria incentivar a criação de ciclovias, não criticá-la.

É impressionante que questões individuais e individualistas ganhem mais relevância que a proteção direta à vida que as ciclovias representam, junto com as melhoras potenciais de qualidade do ar, saúde pública, democratização do uso do espaço público, diminuição de congestionamentos e redução na superlotação de transportes coletivos.

A quem os questiona no twitter, o responsável pela mídia social pergunta se a pessoa mora na região, como se o viário fosse propriedade particular de quem reside ali. Seguem alguns tweets para esclarecer o posicionamento deles – e o nosso.

48 comentários em “Conselho de Segurança de região de São Paulo se posiciona contra ciclovias

  1. Lendo e relendo o texto acima e acredito que a maioria que aqui se expressa já tenha ouvido falar em aquecimento global, descongelamento das calotas polares e tantos outros assuntos relacionados ao meio ambiente. É portanto inadmissível que um grupo de moradores e comerciantes venham requerer um espaço que pertence ao publico para proveito próprio, haja vista que, a sua utilização somente trará benefícios a uma parte da população bem maior dos que os que protestam seu contra. Minha opinião reflete os benefícios que este tipo de esporte traz, pois em dois meses me utilizando de uma bicicleta, minhas medicações contra a hipertensão baixaram de maneira assustadora, igualmente minha pressão arterial chegou a níveis normais no mesmo ritmo que pedalava a saber; EXFORGE HTC 320mg, que são a combinação de 3 medicações e hoje Losartana 50mg, tendendo a retirada. Pergunto, pode a inescrupulosa ganância se sobrepor a vida e ao bem estar? Claro que não. Acredito sinceramente que o bem comum prevaleça.

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    1. Fabio, o Aquecimento Global embora seja fato, em termos de mobilização desmontaram os argumentos para as pessoas tomarem medidas. Como o espaço aqui não é a argumentação do Aquecimento Global, deixemos de lado, e, proponho a troca por aquecimento local. Esse sim, é um problema, e toma forma de Ilhas de Calor, e, por causa da posição da Cantareira, a Ilha de Calor da Cidade de São Paulo, impede que as chuvas precipitem na represa. Com essa abordagem e mais as ciclovias que tiram carros das ruas que também contribuem para as Ilhas de Calor e poluição do ar, podemos alavancar as ações de sustentabilidade e melhor cuidado com o meio ambiente. Contudo, tem que haver essa conscientização, dos problemas relacionados a Ilhas de Calor.

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  2. Moro em frente a ciclovia, na Alameda Nothmann. Quando voltava pra casa, à noite, sentia medo ao caminhar do metrô pra casa, pois havia carros estacionados pela Alameda Nothmann, em toda a sua extensão, muitos deles pernoitando por noites a fio no mesmo local, como se estivessem abandonados. Dessa forma, a sensação que sentia era de estar num cemitério de carros, que transformavam a rua em um local escuro, abandonado. Os próprios carros estacionados isolavam a calçada da vista dos motoristas nos carros em movimento, causando maior sensação de isolamento e, consequentemente, de medo e de insegurança.

    Numa noite, da varanda do meu apartamento, vi um homem num caminhão colorindo a rua de vermelho. Senti felicidade, redenção: a ciclovia havia chegado à minha porta! E me ligava direto a minha escola na República!

    Não hesitei: comprei uma bike e comecei a ir pra aula à noite ! Resultado: emagreci, economizo dinheiro com estacionamento e gasolina, e chego com o cérebro já oxigenado na aula. Além de retirar uma parcela de poluição da cidade.

    Viva São Paulo! Viva a ciclovia! Eu amo essa cidade!

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  3. O automóvel estacionado é um bem particular utilizando-se permanentemente de um bem público, que é o espaço destinado a ele para estacionar o dia inteiro. É o mesmo que comprarmos uma geladeira ou móvel e diariamente acomodá-lo em parte da calçada, dificultando ou obstruindo a circulação de pedestres. Leiam os sites: (http://urbanidades.arq.br/2010/09/fatores-de-vitalidade-urbana-em-ruas-comerciais/) e (http://urbanidades.arq.br/2010/02/seguranca-nas-cidades-jane-jacobs-e-os-olhos-da-rua/).

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  4. Esse negócio de CONSEG é movido pelo medo. No Parque Continental/Jaguaré está havendo uma onde de criminalidade onde os moradores estão tomando atitude, e é claro, nestas reuniões aparecem palpiteiros de qualquer espécie. É bom sempre ter sempre alguém para dar um porém nas decisões.

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    1. Justamente, é bem por aí.

      É praticamente formação de quadrilha institucionalizada, e depois ficam atrás de manifestantes.

      Os caras congregam policiais, militares e civis, e justiceiros de plantão. Dá nisso.

      Tanto que a principal preocupação da ConSeg é expulsar pobres e viciados do Bairro.

      Enfim, são perigosos

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    2. Agora neste ponto do ativismo ciclistas, é se integrar com a sociedade. CONSEG é uma delas onde pode ser posto sugestão onde integra as ciclovias e policiais à paisana ou à caráter fazendo ronda de bicicletas e com rádio à mão para apoio. Ao invés de usar carro que custa para o posto, e diminui a eficácia e eficiencia do policiamento. Com bicicleta, mais policiais poderão cobrir uma área maior,e com menor custo.

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  5. O negócio é os ciclistas organizarem um CHURRASCÃO de gente diferenciada contra os xiiitas da Ciclovia. Afinal, os motorizados não querem perder seu espaço e é claro que esse mimimi todo foi por acharem que são donos das ruas e que tem direito sobre algo que é publico e que é função do poder público e da CET a definição do que fazer com o sistema viário.

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    1. E ainda tem gente que defende ir lá conversar com eles:

      “Palavras como “pilantropia”, “nóias” e “violência” foram usadas constantemente na reunião, que contou com a presença do major Genivaldo Antonio da Polícia Militar, do subprefeito da Sé Marcos Barreto, e de Edison Ferreira da Silva, chefe de gabinete da Santa Casa de São Paulo. Apenas duas opositoras, que denominaram esta ideia de “processo de higienização”, tentaram se pronunciar, mas foram vaiadas. Uma delas, Marina Ganzarolli, teve o som do microfone cortado pela mesa, para que parasse de falar.”

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      1. Esse é um problema destas associações, CONSEG, Sociedades Amigos de Bairro, ONGS … eles não estão comunicando o que estão fazendo, não são transparentes. Em parte pela pouca participação da comnunidade nos assuntos públicos. Se até mesmo reunião de condomínio as pessoas não vão. O que se pode pensar de CONSEG, Conselhos de Administração Participativa, Sociedades de Amigos do Bairro, … ? As coisas estão mudando, e esses conselhos antes presididas por gente acostumado pela falta de participação popular, começam a se apavorar, em parte pela reação da comunidade, em parte pela ameaça aos acordos feitos com a prefeituras, subprefeituras e secretarias. É possível que o problema da CONSEG Jagauré/Parque Continental e a Socidade Amigos do Residencial Parque Continental ( SARPAC ). Residencial e bairro que está passando por problemas de segurança e agressão a uma pista de BMX: http://espn.uol.com.br/noticia/422784_prefeitura-destroi-pista-de-bmx-em-sao-paulo
        O negócio é ir com calma. Ciclovias implementado assim pela prefeitura, causa esse tipo de reação, porque não foram consultadas. Em parte da culpa da prefeitura, que fez esse cálculo político para melhorar a popularidade. Sem dúvida a prefeitura está contando a reação da comunidade ciclista para provocar esta mudança. E com isto ter mais apoio para a Dilma. No meu ponto de vista, fazer desta maneira é dar o tiro no pé, fora atrapalhar a aceitação de bicicletas como meio de transporte. E se com isto o PT imaginando que vai automaticamente diminuir a rejeição de PT, estará totalmente enganado.

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  6. Nos anos 90 a prefeitura do Rio começou a tirar vagas de carros a 45º da mundialmente famosa Avenida Atlântica. A grita foi geral, moradores e comerciantes esbravejaram com a prefeitura e nos jornais alegando que a obra dificultaria o acesso das pessoas à praia (apesar das vagas serem poucas para as milhares de pessoas que vão à longa praia) e etc. Preocupada com a repercussão política negativa a prefeitura encomendou um estudo de opinião para saber se o carioca aprovava ou não a ciclovia. Resultado: 80% de aprovação.

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  7. Quanta bobagem desse pessoal,acham que estão em uma reunião de condomínio? mobilidade urbana já é uma realidade,precisamos de segurança no trânsito para que mais pessoas abandonem os carros,a bike é um meio de transporte inteligente que tem sido esmagado pela ignorância,intolerância,falta de paciência e por atitudes egocêntricas como dessa tal CONSEG Santa Cecilia …

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  8. Meu eu fico bravo quando leio essas coisas, só olhando pela foto da pra perceber que o povo ai so anda de carro e ponto final,oq acontece é q infelizmente falta planejamento para implantação das ciclovias, mas nada que nao possa ser resolvido, eles dizem “onde os idosos , gestantes, etc.. vao descer”, simples coloca-se vagas exclusivas para esse fim ou cria uma coisa chamada “Permissão residencial” que já é utilizada em outros paises, provavelmente vão dizer mas as pessoas não respeitam, nessa hora q a fiscalização entra, New York tem 700km de ciclovia e passaram pelo mesmo problema e hj se adequaram e aprenderam a conviver com isso, acredito que se eles mudassem o padrao da ciclovia ao invés de ser de mão dupla colocar mão unica em uma rua e em outra rua paralela colocassem o outro sentido poderia funcionar tranquilamente logico que depende da regiao e local

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