Conheça a “bicicaixa”, construída para transportar crianças
Artur Elias fez duas adaptações para levar os filhos à escola e a passeios. Conheça suas versões de long tail e bakfiets e veja como construir você mesmo.
A necessidade é a mãe da inovação. Em Porto Alegre (RS), a convicção da efetividade da bicicleta como meio de transporte e o amor pelos dois filhos pequenos, somados a um forte senso de praticidade, fizeram o músico Artur Elias Carneiro (que é flautista na OSPA, Orquestra Sinfônica de Porto Alegre) desenvolver sua própria versão da bakfiets holandesa, que em tradução livre do próprio Artur significa “bicicaixa”.
Grosso modo, a bakfiets é uma bike de duas rodas com um “compartimento de carga” dianteiro de grande capacidade. Em países como a Holanda ela tornou-se parte do cotidiano principalmente por servir muito bem ao transporte de crianças. Mesmo no rigoroso inverno europeu, basta colocar uma cobertura plástica para proteger os pequenos da chuva, neve e vento. Na Dinamarca o expediente também é muito utilizado, sendo mais comum por lá a versão com duas rodas dianteiras.
Ciclista urbano há cerca de dez anos, Artur quis que os filhos, já em idade escolar, também embarcassem nessa onda. A primeira empreitada do músico foi a construção de uma bicicleta long tail (com a traseira mais longa, que ele apelidou de “Bicicletona”) com o uso de parte de um outro quadro usado, a partir de um tutorial que encontrou na internet. À estrutura o músico acoplou duas cadeirinhas infantis para bike e passou a levar seus dois filhos, Tuco e Mari, à escola, que fica a 4km de onde moram, na Zona Sul da capital gaúcha.
Evolução
O inevitável processo de crescimento das crianças as tornou muito pesadas para a long tail, que foi usada por dois anos. Foi a deixa para Artur se dedicar a uma nova pesquisa, desta vez para a construção da bakfiets. Artur explica que a bicicaixa é melhor que os trailers traseiros (usados normalmente para o transporte de bichos de estimação) justamente pela fragilidade sobre irregularidades na pista, pela má qualidade do asfalto ou diante da necessidade eventual de subir na calçada.
Foram três meses intensos que Artur levou para ter a estrutura da bicicaixa totalmente pronta, e que consumiram todo o período de férias de verão, entre 2011 e 2012. Após a compra dos materiais e a construção de um protótipo mais barato para teste da geometria, foram duas semanas em que o galpão do soldador Rubimar virou a segunda casa de Elias. A estimativa de custo total foi de cerca de R$ 2 mil, incluindo o material do quadro, aço carbono, além de todas as peças usuais da bike e materiais extras. “A mão de obra da solda contou bastante no preço pelo trabalho artesanal cuidadoso”, esclarece.
O protótipo, sem pintura, ficou pronto no início de fevereiro de 2012, a tempo do Artur contar sua experiência na oficina “Um outro SUV é possível”, durante a primeira edição do Fórum Mundial da Bicicleta, em Porto Alegre. Durante o evento, a bicicleta ficou à disposição de quem quisesse aprender a guiá-la. Mas o sucesso da bakfiets veio mesmo com as crianças. Mari, Tuco e todos os seus amigos fazem fila para passear na bicicaixa, onde não faltam itens de conforto e segurança: tem almofadas e cinto de segurança, além de “lotação” de duas crianças sentadas com folga.
O projeto bicicaixa continua sendo aprimorado: a esposa de Artur melhorou o acabamento, pintando a estrutura de aço e a caixa de madeira, colocando até um pequeno quadro para as crianças anunciarem suas ideias pintadas a giz. O flautista ainda tem planos de colocar um motor de assistência elétrica para as subidas, já que seus filhos continuam crescendo com saúde.
Quer construir a sua?
No blog do Artur, “Pés pra Cima” (ele também é adepto das bicicletas reclinadas), existe um passo a passo completo para a construção da bicicleta long tail.
O flickr do músico também tem fotos de todo o processo de construção da bicicaixa.
Importante: se decidir montar a sua, muita atenção às soldas! Certifique-se de estar construindo algo seguro a ponto de poder levar crianças, com o mesmo cuidado que Artur teve na produção de suas bicicletas artesanais.
Cara,que máximo! Tô penando aqui em SP pra encontrar alguém que possa adaptar uma dessas pra mim e pra minha cria,rs…
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CICLOVIA E CICLOVIA E NÃO PISTA D CAMINHADA…..BASTA VER O A SETAS INDICATIVAS…OS VEÍCULOS JÁ NA RESPEITA O ESPAÇO DO CICLISTA….AGORA TAMBÉM QUEM NÃO RESPEITA O ESPAÇO DO CICLISTA E O CAMINHANTE ….CADA UM NO SEU ESPAÇO PARA NINGUÉM SE MACHUCAR ……
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Eu já levo o meu filho na cadeirinha em uma Mountain Bike, mas é apenas um e ainda não me precisei tentar modificar muito a minha.
😀
Parabéns ficou muito bacana!
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Genial. Logo logo vou ser eu a levar minha filha pra escola :). Da-lhe cadeirinhas.
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