CET-SP apresenta projeto de travessia segura de pontes para GT da Ciclocidade

Entidade realizou encontro com representante do órgão de trânsito paulistano, para conhecer o planejamento da melhoria na travessia de pontes e viadutos.

Ponte da Casa Verde já está sendo reformada. Área de circulação foi sinalizada, com áreas separadas para pedestres e ciclistas. Foto: Pedro Cruz
Ponte da Casa Verde já está sendo reformada. Área de circulação foi sinalizada, com áreas separadas para pedestres e ciclistas. Foto: Pedro Cruz

Por Ciclocidade

O Grupo de Trabalho (GT) Pontes da Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo) realizou encontro no dia 16 de outubro com a supervisora do Departamento Cicloviário da CET, Suzana Nogueira, para conhecer o planejamento da prefeitura para a melhoria da travessia de pontes e viadutos.

Segundo Suzana, a prefeitura já está começando as reformas e em novembro é possível que já tenhamos pontes adaptadas. O plano, que considera ações em 28 pontes e viadutos que se encontram nas marginais, prevê desde intervenções consideradas de pequeno porte até as mais estruturais, como, por exemplo, a colocação de ciclopassarelas acopladas. As 12 pontes que devem ser reformadas até final de 2015 devem ser aquelas nas quais há maior facilidade, porque existem soluções técnicas pactuadas e recursos disponíveis. Algumas, por outro lado, apresentam questões mais complexas, dependendo de análises da Siurb, SPObras e SPUrbanismo e do empenho de recursos específicos. As primeiras pontes reformadas serão Julio de Mesquita Neto, Casa Verde e Cruzeiro do Sul, na região norte, e o Viaduto Domingos Franciulli (Ponte da Penha), na região nordeste da cidade.

Para Suzana, as Operações Urbanas, como a da Faria Lima (que incorpora as pontes da Eusébio Matoso e Cidade Jardim), da Água Branca (ponte Freguesia do Ó) e Mooca-Vila Carioca, contribuem para o redesenho urbano e dispõem dos recursos financeiros necessários. Para isso, Suzana ressaltou a importância da participação de ciclistas em reuniões dos conselhos de cada O.U. para defender as melhorias em pontes e no seu entorno. Ela também diz que Polos Geradores de Tráfego também são opções para viabilizar economicamente as obras.

Nos casos da Ponte do Jaguaré e da Cidade Universitária, a maior dificuldade parece estar exatamente na possibilidade de obter esses recursos, já que estão fora do perímetro de Operações Urbanas. Vale lembrar, no entanto, que a proposta de lei para o orçamento de 2015 foi enviada à Câmara e passará por aprovação, com possibilidade de alguma mudança  ou emendas parlamentares.

O que está previsto para acontecer nas pontes adequadas?

As intervenções nas pontes variam muito por conta das características de cada estrutura. Mas, segundo Suzana, todas devem receber tratamento nas vias de interligação (conexões com a ponte), com ciclovias e ciclofaixas, estrutura segregada para a travessia na ponte, calçadas para pedestres e, em quase todos os casos, redução de velocidades. As características dessas estruturas segregadas mudam bastante: canteiro central, com ou sem elevação, nas laterais, bidirecional ou unidirecional, na calçada, com gradil ou barreiras ‘newjersey’ e outras soluções. Há situações em que faixas de rolamento serão reduzidas ou retiradas.

Para lidar com as alças, em geral está sendo proposta a colocação de travessias com faixa de pedestres e sinais piscantes acionáveis (amarelo). Será testado o uso de lombofaixas (travessia de pedestre com elevação da pista), que foram regulamentadas recentemente por uma resolução do Contran, com velocidade máxima de 40km/h. Segundo a supervisora, não há previsão de retirada de alças (fazendo conversão pelo bairro).

Entre casos mais complicados, Suzana aponta a ponte da João Dias, que dependeria de um redesenho do viário, com poucas soluções viáveis. Na ponte Cruzeiro do Sul o problema seria menos a adaptação da estrutura, mas a alta velocidade dos carros propiciada pelo desenho do viário e, na ponte das Bandeiras, o problema estaria principalmente na Praça Campo de Bagatele,  já do lado da zona norte.

Mais informações do que foi apresentado na reunião, com pequenas alterações, podem ser encontradas nessa matéria do site Vá de Bike.

Experiência-piloto

Suzana ressalta o caso da primeira estrutura que recebeu tratamento, o Viaduto Alberto Marino, que interliga a Av. Rangel Pestana com a Celso Garcia, no Brás. Segundo ela, houve uma redução de quatro para três faixas, sendo uma destas destinada ao ônibus e verificou-se que não houve impacto negativo no trânsito. A experiência mostra que mesmo a retirada de faixas de rolamento para veículos particulares motorizados pode não afetar a fluidez, como costumeiramente se alega.

Diálogo da prefeitura com a Campanha Adote Uma Ponte

Ao final da apresentação foram discutidos encaminhamentos para que os ciclistas da Campanha Adote Uma Ponte sejam incluídos no processo de adaptação e reforma de pontes. O principal encaminhamento foi uma agenda com a CET:

  • Dia 29 de outubro (quarta-feira) na parte da manhã faremos uma vistoria nas pontes Cruzeiro do Sul e da Casa Verde, que já deverão ter intervenções. Se houver tempo será visitada também a ponte Julio de Mesquita Neto.

  • Serão realizados mais dois encontros em 2014, sobre projetos em construção. Nesse caso a Campanha identificará ciclistas, que devem elaborar um breve dossiê identificando problemas e sugestões de cada estrutura (se possível acompanhado de fotos e outros recursos para visualização), considerando elementos de segurança, conforto e as conexões em até 1km. O primeiro encontro será para debater as pontes Bernard Goldfarb (ao lado da Euzébio Matoso) e a Cidade Jardim, e o segundo para debater as pontes João Dias e Morumbi. A recomendação é que os respectivos grupos produzam os documentos até dia 2 e 17 de novembro, respectivamente. A Suzana ficou de agendar as duas datas com os técnicos da CET.

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1 comentário em “CET-SP apresenta projeto de travessia segura de pontes para GT da Ciclocidade

  1. No caso da Ponte Jaguaré, a solução mais em conta seria a de aproveitar as passagens de pedestres que está entre as pontes, já que praticamente não é usado pelos pedestres. Assim evita de gastar em obras desnecessárias, o que facilitaria a aprovação. E ficará integrado a ciclovia na Av. Jaguaré no canteiro central, que tem amplo espaço, além de ter impacto mínimo no trânsito, e de um trecho da ponte até a passagem de bicicletas que ficou famoso por causa da petição de aumento de tempo de travessia de pedestres, criado por Daniel Graf ( sim por coincidência essa passagem é próxima a ponte Jaguaré ! ).

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