Foto: Willian Cruz

A importância da ciclovia da Avenida Paulista

A relevância dessa estrutura vai muito além do óbvio. Conheça a história dessa conquista e saiba porque ela é resultado de demanda popular, não arbitrariedade.

Obras ciclovia Paulista 2015-06-18 - Foto Willian Cruz 034
Mesmo antes da inauguração e ainda com tapumes, cidadãos já deixavam de circular junto aos carros para usufruir da segurança provida pela estrutura segregada. Foto: Willian Cruz
Veja também
Abertura da Paulista às pessoas não prejudica hospitais
Conheça em detalhes o projeto da ciclovia da Av. Paulista
Ciclistas entregam abaixo-assinado pedindo ciclovia na Paulista
Conheça as ciclovias que serão conectadas à da Av. Paulista
Com ciclovias, cada vez mais pessoas trocam
carro e transporte público pela bicicleta em São Paulo

Com a avenida aberta às pessoas, a festa de inauguração da Ciclovia da Paulista atraiu cerca de 50 mil pessoas (veja em vídeo e fotos). Havia até gente de outras cidades e outros estados, que perceberam que se tratava de um momento histórico na mobilidade por bicicletas do Brasil e se sentiram parte dessa conquista.

E era de se esperar: em março, quando uma ação do Ministério Público Estadual de São Paulo tentava barrar a construção de todas as outras ciclovias da cidades, com o pedido inclusive de que a obra em andamento na Paulista fosse desfeita, irmãos de pedal de todo o país se uniram para protestar contra a arbitrariedade, que representaria um retrocesso gigantesco tanto em termos de política cicloviária quanto de proteção à vida.

“Vai ter ciclovia”, gritamos todos, unidos em São Paulo e em mais de 45 outras cidades no Brasil e no mundo. Só em São Paulo, mais de 7 mil pessoas foram às ruas na noite de 27 de março, quando por fim o Tribunal de Justiça de São Paulo derrubou a liminar que proibia a continuidade das obras de ciclovias na capital paulista.

Essa conquista é, merecidamente, de todos, não só dos paulistanos. A implantação dessa estrutura, em uma avenida de grande visibilidade e com histórico de várias mortes de ciclistas, é considerada um divisor de águas na bicimobilidade brasileira, pois escancara a demanda (atual e reprimida), com cidadãos circulando ininterruptamente de bicicleta em uma das avenidas mais famosas do país.

Essa visibilidade também incentiva avanços na mobilidade ciclística em cidades de todo o Brasil, ao mostrar que proteger a vida do ciclista e estimular o uso da bicicleta são medidas importantes para o crescimento ordenado das cidades, não só pelos efeitos diretos na mobilidade quanto pelos benefícios para os indivíduospara a economia, para a saúde pública, o comércio e até o turismo (veja 18 razões para apoiar a implantação de ciclovias e 12 bons motivos para adotar a bicicleta em seus deslocamentos).

A ciclovia da Avenida Paulista ajuda muita gente que pedala na cidade. Foi desejada e esperada por muitos anos pelos cidadãos que utilizam bicicleta em São Paulo. Seu uso superou em muto as expectativas dos críticos em poucos meses, principalmente com a criação das conexões que agora a alimentam (Pacaembu, Rafael de Barros, 13 de maio).

Conquista dos cidadãos

Ao contrário do que pensam os que a consideraram “um delírio autoritário” do então prefeito, Fernando Haddad, a ciclovia na avenida símbolo da cidade era uma demanda antiga dos ciclistas de São Paulo e é considerada uma das maiores conquistas do cicloativismo paulistano. A via já estava incluída em planos cicloviários da cidade desde, pelo menos, 2008, sem contudo ser implantada – o que mostra, mais uma vez, que planejamento sempre foi feito, o que faltava era colocar em prática alguma parte de todos esses estudos.

"Die in" na Av. Paulista, em 2013, simula corpos atropelados no asfalto. Veja a galeria completa. Foto: Ignacio Aronovich / Lost Art
“Die in” na Av. Paulista, em 2013, simula corpos atropelados no asfalto. Veja a galeria completa. Foto: Ignacio Aronovich / Lost Art

Foi nesta avenida que perdemos Márcia Prado, em 2009, Juliana Dias, em 2012, e Marlon Moreira de Castro, em 2014, após serem atropelados por motoristas de ônibus, além do caso de David Santos, que teve seu braço levado ao ser atropelado por um motorista embriagado e quase veio a óbito na ocasião, sendo ressuscitado por massagem cardíaca pelo estudante de Publicidade Thiago Chagas dos Santos, de 26 anos, que passava pelo local.

A Paulista já foi palco de um sem número de Bicicletadas (que ocorrem mensalmente na avenida), Pedaladas Peladas, passeios do Dia Mundial Sem Carro e muitas outras manifestações por um trânsito mais seguro. Uma delas foi realizada em resposta ao atropelamento de David, com a afixação de um braço de plástico simbólico no canteiro central, e acabou resultando na primeira reunião de ciclistas com um prefeito na história da cidade e, por consequência, na primeira campanha de respeito ao ciclista veiculada na TV na cidade e na decisão de colocar em prática o plano de 400 km de ciclovias.

Não à toa, ciclistas comemoraram o início das obras, em janeiro de 2015, com uma divertida “pajelança”, com direito a champanhe (ou espumante, como queiram), sal grosso e folhas de arruda. Veja em vídeo.

Quando uma ação do Ministério Público suspendeu a implantação das ciclovias naquele ano, uma manifestação com mais de 7 mil pessoas lotou a avenida de bicicletas e foi ecoada em dezenas de cidades do Brasil e do Mundo, pedindo continuidade da implantação de ciclovias na cidade. A suspensão foi derrubada em segunda instância pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Opositores

Algumas figuras públicas se posicionaram contrárias a essa ciclovia, como o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), que chegou a afirmar que “se faz de tudo para os ciclistas e se esquece dos carros”. O vereador também afirmou que o canteiro central era “essencial para a segurança de pedestres e motoristas“, dando a entender que a ciclovia colocaria em risco a vida de quem dirige. Devido à repercussão negativa de suas declarações, Matarazzo posteriormente mudou de opinião, passando, ao menos no discurso, a ser favorável à estrutura. Mas continuou criticando o plano de 400 km de ciclovias com base em fotos de obras em andamento (mesmo depois de já estarem concluídas) e de problemas pontuais, o que gerou críticas em seu perfil no Facebook. Uma das fotos utilizadas pelo vereador, por sinal, era propriedade intelectual do Vá de Bike e foi utilizada sem autorização, tendo nosso logotipo cortado da imagem, em um flagrante de patente falta de ética.

A Associação Paulista Viva também contestou a construção da ciclovia, alegando serem necessários “estudos mais aprofundados”, para que a intervenção pudesse “atender a todos os cidadãos de forma justa”. Entre outros questionamentos, apontou uma suposta “descaracterização da ideia de boulevard” da avenida.

Apesar da importância da estrutura ter sido destacada com unanimidade em Audiência Pública na Câmara Municipal de São Paulo, em novembro de 2014, a ação do Ministério Público Estadual, na qual a promotora Camila Mansour Magalhães da Silveira pedia interrupção da implantação das ciclovias, também exigia que a obra dessa avenida fosse interrompida – o que foi negado pela justiça, apesar da suspensão temporária dos trabalhos em outros locais da cidade. A interrupção foi fortemente criticada por diversos setores da sociedade e culminou em uma manifestação com milhares de pessoas, apoiada por dezenas de cidades em todo o mundo, sendo finalmente suspensa pelo TJ-SP.

A imprensa tradicional também se posicionou contrária à implantação em diversos momentos. Dois exemplos marcantes foram a matéria da revista Veja questionando o custo das obras e esta reportagem da Globo (entre várias outras), reclamando sobre uma supposta “tinta” da ciclovia.

Uma bicicleta branca (ghost bike) marca o local onde Marcia Prado faleceu atropelada por um motorista de ônibus. Foto: Willian Cruz
Uma bicicleta branca (ghost bike) marca o local onde Marcia Prado faleceu atropelada por um motorista de ônibus. Foto: Willian Cruz

Por que a ciclovia da Paulista é importante?

Segundo dados da CET, a Paulista era a via com mais acidentes com ciclistas por quilômetro em São Paulo – um título nada agradável para a avenida que representa a cidade. Uma de suas esquinas também era considerada, historicamente, a líder de atropelamentos de pedestres na cidade, com a sinistra alcunha de “esquina da morte”.

Apesar da falta de receptividade dos motoristas, muitas pessoas já passavam em bicicletas pela avenida, principalmente no horário de pico da tarde. Uma contagem fotográfica realizada pela Ciclocidade em 2010 registrou 733 ciclistas na avenida em um espaço de 16 horas. A média de 52 ciclistas por hora equivale a praticamente uma bicicleta por minuto, mesmo sem haver ciclovia ou qualquer outro tipo de sinalização no local. E isso cinco anos antes da inauguração.

Mas se a bicicleta não era bem aceita pelos motoristas na avenida, por que ainda assim tanta gente passava pedalando por ali? Para responder a essa pergunta, é importante entender que as pessoas raramente saem de casa para passear na Paulista de bicicleta: quase sempre trafegavam ali para chegar a algum lugar, exatamente como os motoristas que ali estavam. E para muita gente, esse sempre foi o melhor caminho de bicicleta, por ser o mais curto e mais plano.

O eixo do “espigão”, que vai do Jabaquara à Pompeia, é relativamente plano, com um desnível irrisório e bem distribuído ao longo de seus mais de 13 km de extensão. Qualquer rota alternativa implica em muitas subidas e em aumento da distância percorrida – o que todo ciclista que está realizando um deslocamento sem intenção de treino costuma evitar.

Sem ciclovia, ciclistas pedalavam fugindo de motoristas que não aceitavam sua presença na via. Foto: Willian Cruz
Sem ciclovia, ciclistas pedalavam fugindo de motoristas que não aceitavam sua presença na via. Foto: Willian Cruz

Paralelas não seriam uma opção?

Por mais que se pedisse, incentivasse ou mesmo se obrigasse a circulação de ciclistas nas vias paralelas, em vez de construir uma ciclovia na avenida, muita gente continuaria utilizando a Paulista para se deslocar em bicicleta, por dois motivos que se complementam: aclives e falta de segurança viária. Como a questão dos aclives é bastante clara, comentaremos apenas a questão da segurança.

Na Alameda Santos, o principal problema está nos trechos de subida, onde motoristas embalados pela descida anterior e acelerando livremente devido à falta de fiscalização se tornam impacientes com qualquer veículo em baixa velocidade à sua frente. Numa situação como essa, os maus motoristas buzinam, forçam passagem, passam perto demais e fecham o ciclista, principalmente por se tratar de uma via com menos faixas de rolamento e veículos estacionados, que dificultam as ultrapassagens.

No sentido oposto, no trecho inicial, relativamente plano, há presença intensa de ônibus. Além de virarem à direita ao chegar na Brigadeiro, as faixas mais estreitas e em menor número dificultam aos motoristas dos coletivos a realização de ultrapassagens. Parte deles acaba forçando a passagem, com o veículo de várias toneladas a centímetros do ciclista, geralmente com velocidade alta devido à ligeira descida. Um risco fortíssimo de atropelamento e morte.

Além do aumento do esforço físico e da distância ao adotar esses trajetos paralelos, as situações de risco com carros e ônibus assustam e afastam os ciclistas dessas vias. Muitos se sentiam menos seguros nessas paralelas do que na avenida principal, por isso ela era tão utilizada mesmo antes da construção da estrutura.

Saiba mais a respeito da escolha da principal e não das paralelas nesta videorreportagem de Rachel Schein.

É curioso que muitas das pessoas que sugerem aos ciclistas que peguem as vias paralelas com aclives sejam as mesmas que alegam haver subidas demais em São Paulo para que a bicicleta seja adotada.

A avenida é rota conhecida dos ciclistas, que raramente optam pelas paralelas. Foto: Willian Cruz
A avenida é rota conhecida dos ciclistas, que raramente optam pelas paralelas. Foto: Willian Cruz

Deslocamentos humanos

As grandes avenidas costumam ser construídas em regiões de fundo de vale ou sobre “espigões”. Isso faz com que as paralelas geralmente tenham aclives, tornando a avenida principal o caminho mais plano, reto e geograficamente adequado a quem usa a bicicleta.

Em uma cidade para pessoas, esses caminhos devem ser priorizados para pedestrianismo e meios movidos a propulsão humana, deixando o ônus dos aclives para quem só precisa pisar em um pedal ou torcer uma manopla para vencê-los.

Não adianta insistir para que o ciclista escolha outro trajeto: quem se desloca usando um meio que dependa de esforço físico (a pé, bicicleta, skate, patins e outros) tende sempre a buscar o caminho mais curto e plano. É isso o que também faz as pessoas atravessarem fora da faixa de pedestres, por exemplo, quando utilizá-la implicaria em um deslocamento de dezenas de metros.

São escolhas lógicas, naturais e compreensíveis, que devem ser aceitas e protegidas pelo poder público, além de previstas e incentivadas por quem planeja a infraestrutura viária e o meio urbano, tornando a cidade mais amigável e segura para quem for a pé ou de bicicleta e incentivando os deslocamentos sustentáveis, que fazem bem para as pessoas e para as cidades.

É curioso que muitas das pessoas que sugerem aos ciclistas que aumentem seu trajeto para desviar da avenida Paulista sejam as mesmas que alegam que as grandes distâncias na cidade são um impeditivo para que a bicicleta seja adotada.

136 comentários em “A importância da ciclovia da Avenida Paulista

  1. alguem poderia me responder se a rua pamplona recebera ciclofaixa ? pois a uns 40 dias preguntei a cet pelo site e eles me reponderam que nao sabiam se essa rua iria ter ciclofaixa …..

    Thumb up 1 Thumb down 1

  2. O fato de alguém estar cometendo uma infração que não coloca nossa vida em risco não nos dá o direito de ameaça-lo, desrespeita-lo ou qualquer outra coisa. No entanto, regras não deixam de ser regras e um país só se torna desenvolvido quando sua população entende isso. A circulação de pedestres na ciclovias não compartilhadas como Faria Lima e na futura da Paulista é proibida. Devem ser ameaçados e desrespeitados se estiverem o fazendo? Obviamente que não. Mas dizer que são coisas flexiveis é extremamente incoerente na minha opiniao. Quando se trata de leis e regras, temos que segui-las, independemente de sua opinião a respeito, para conseguirmos viver em sociedade e isso vale para todas as esferas. Não podemos aceitar de braços amplos e abertos infrações que podem muito bem ser evitadas, como pedestres na Faria Lima, pois existem 2 calçadas largas e caminham pela ciclovia puramente para tirar vantagem. Ou ciclistas nas pistas de uma rodovia (proibido por lei circular nelas) mesmo havendo acostamento ou ciclovia. Concordo plenamente em adotar um discurso de respeito e convívio, no entanto discordo do discurso “paz e amor”. Não se pode deixar para lá, temos que lutar pelos nossos direitos, todos eles.

    Comentário bem votado! Thumb up 8 Thumb down 3

    1. Aqi no DF algo parecido acontece. Tem a calçada e a ciclovia lado a lado, e os caminhantes/corredores utilizam ambas indiscriminadamente.
      Muitas vezes dá para passar ao lado sem maiores formalidades além de um trimtrim para avisar, mas frequentemente caminham lado a lado, bem no meio, em grupos, com criança em triciclo, com cachorro, com fones, e aí é preciso trimtrim + “bicicleta” (grito) + “licença” e um joinha para agradecer depois.
      Já vi cara feia por estar “atrapalhando” o exercício…
      Por isso são sim necessárias regras de convivência e divulgação de que a ciclovia é via de trânsito e não de lazer.
      E tem razão também em outro ponto: ameaçar e desrespeitar, JAMAIS! Sabemos como isso é errado por experiência própria!

      Thumb up 0 Thumb down 1

  3. Poderíamos combinar de todos irmos com camisetas brancas para simbolizar a paz que a ciclovia traz a nós mesmos….O que acham???:)

    Thumb up 2 Thumb down 2

  4. [Comentário oculto devido a baixa votação. Clique para ler.]

    Esse comentário não tem feito muito sucesso. Thumb up 1 Thumb down 6

  5. William, a data da inauguração ainda não está decidida! Quem se adiantou, comeu bola e provavelmente errou. Eu não aposto as minhas fichas no dia 27!

    Thumb up 0 Thumb down 0

      1. Não foi confirmado pela prefeitura. A notícia do G1 se baseia em uma declaração da empresa que está tocando a obra. A prefeitura está para divulgar uma nota de esclarecimento, mas passamos o dia monitorando os sites da CET, SMT e prefeitura e até agora nada. De qualquer forma, os ciclistas continuam se organizando nas redes sociais para o dia 27. Vamos ver o que acontece quando sair a nota mudando a data… Manteremos vocês informados!

        Thumb up 3 Thumb down 1

        1. Alias, vendo a obra, acho perfeitamente viavel a entrega para o dia 27, pois a obra física já está praticamente pronta, só faltando sinalizar e colocar os gradiz de proteção nos trechos próximos a travessia de pedestres. Falta mais de 15 dias ainda.

          Thumb up 1 Thumb down 0

  6. A gente vê cada coisa nas ciclovias. Se existe seres folgados e espaçosos, esses são os pedestres.
    Estive na Holanda a trabalho, o contingente de bicicletas é alguma coisa assim espetacular. Tive o privilégio de dar algumas pedaladas por lá. Meus amigos é outro nível. É triste dizer, mas o Brasil é um exemplo de falta de educação e mostra cada vez mais o seu modo de ser, com sua “cultura chula” e desrespeito. Por isso, ando apenas nos finais de semana na ciclovia de Santana, eu, minha esposa e meus filhos fazemos o trajeto de carro mesmo. Como disse o Toreto no filme “Velozes e Furiosos 5″….ISSO É BRASIL :((

    Polêmico. O que acha? Thumb up 2 Thumb down 6

    1. Quando vivemos em uma cidade de motoristas sem educação, significa que a população é sem educação e isso se estende a motociclistas, pedestres e ciclistas.
      Essa é a triste realidade, e precisamos fazer a nossa parte para mudar isso.
      (Não precisamos ir até a Holanda. Em Brasília – DF o comportamento da população no trânsito dá de 10 a 0 em nós paulistanos.)

      Thumb up 3 Thumb down 0

      1. Em Caieiras e Franco da Rocha, aqui na Grande SP, os motoristas param nas faixas para os pedestres atravessar…vi isso in loco nas várias vezes que estive em ambas as cidades.

        Comentário bem votado! Thumb up 7 Thumb down 0

        1. Aqui no DF também… e em Macapá, Petrolina… São vários locais, independentemente de ser norte ou sul.Ou seja, sim, nós podemos!

          Thumb up 1 Thumb down 0

  7. Não acho que devam parar de construir ciclovias por causa disso, aliás, aguardo ansiosamente a inauguração delas. Mas a questão do pedestre se aproveitando é fato. E tenho certeza que farão isso na paulista, o “toque” não adianta, visto que na Faria Lima ocupam sem dó. Muitos não sabem seguir regras e isso dificulta demais, independentemente do tipo de infraestrutura que a cidade possuir. Não sem se tem solução para esse problema atualmente, mas que é um fato, é.

    Thumb up 2 Thumb down 1

    1. Pior (ou não?) é a galera que usa a ciclovia pra praticar corrida/caminhada, principalmente nas da Sumaré e Pedroso de Morais/Prof. Fonseca Rodrigues.

      Tem gente que tem a cara de pau de passear com vários cachorros, ou de casalzinho, e ainda reclamam se você pedir passagem. Não vou nem falar dos corredores, mas pra essa galera da caminhada eu pergunto: porque não dão rolê em qualquer calçada da cidade???

      Thumb up 1 Thumb down 1

      1. Pois é, isso em lugares onde sobra espaço. Na paulista onde não sobra muito devido a quantidade excessiva de pedestres, há o risco de ser ainda pior.
        Isso só será resolvido no longo prazo com educação. Por enquanto teremos que aturar essas barbaridades.

        Thumb up 1 Thumb down 1

      2. De fato há situações bem irritantes, e inclusive com outros ciclistas que andam em grupo ocupando as duas mãos, às vezes em velocidade, e não respeitam os ciclistas na mão contrária. É uma questão de consciência e educação, que vem com o tempo, e ainda assim sempre haverá gente desrespeitosa. Mas, a bem da verdade, em relação aos pedestres e corredores na Sumaré e Pinheiroos, temos de reconhecer que já eram áreas amplamente usadas por essas pessoas – grandes trechos da pista de Pinheiros ainda nem são “oficialmente” ciclovias e se não me engano há previsão de compartilhamento na Sumaré, justamente por já ser um local consideravelmente usado para jogging etc. De minha parte, compreendo o uso pelos pedestres, ainda mais dadas as condições gerais da cidade, e acho que com bom senso não há grandes problemas (eu pelo menos nunca os tive). Na da Paulista, por ser mais estreita, teremos, ciclistas e pedestres, de redobrar o cuidado, mas não acho que vá haver dificuldades dramáticas – a verdade é que, com exceções pontuais, o convívio entre ciclistas e pedestres é muito mais flexível e “auto-ajustável” do que costuma ocorrer em relação a outros meios de transporte.

        Comentário bem votado! Thumb up 9 Thumb down 1

        1. Gostei muito do seu comentário, André, super coerente. Só um senão: a ciclovia da Sumaré, por ter sido sempre informalmente compartilhada, tornou-se oficialmente compartilhada desde a sua, hum, oficialização como ciclovia. Tem uma placa da CET a cada quarteirão sinalizando isso.

          Thumb up 2 Thumb down 1

          1. Obrigdo, Cicero. Na verdade me expressei mal, quando disse “previsao de compartilhamento” sobre a Sumare, quis dizer justamente que ele ja estava oficializado. Abs

            Thumb up 0 Thumb down 0

          2. De nada, André, seu bom senso merece todo aplauso. Porque vou te dizer uma coisa, viu? Essa intolerância de certos ciclistas (bikecratas?) contra pedestres anda me assustando, pois comparável à dos carrocratas em relação a nós ciclistas. É obrigação nossa 100% respeitar o pedestre e protegê-lo, mesmo um “folgado, espaçoso, mal-educado, invasor de ciclovia”. e ponto final.

            Pô, tem alguém aqui que foi parido e veio ao mundo com o cordão umbilical preso a um carro ou a uma bike, e não como pedestre? rs.

            Comentário bem votado! Thumb up 4 Thumb down 0

            1. É bem isso, Cícero. Nunca tive problemas com pedestres, cadeirantes, catadores ou carrinho de bebê nas ciclovias, quando muito aquela constatação resignadamente humorística sobre como tem gente que anda distraída na rua… Na esmagadora maioria dos casos, é só aplicar o conselho que damos aos motoristas: espere alguns segundos e ultrapase com segurança (e se possível simpatia). Mas isso naturalmente pressupõe que o ciclista cumpra a sua obrigação de respeitar o pedestre. No fundo somos algo entre o pedestre e o motorista (um superpedestre, se quiserem…). Como eu disse, o que me enche o saco às vezes nas ciclovias são ciclistas que andam de forma rápida e desatenta, ou como se fossem os donos da ciclovia, mudando de mão sem olhar se vem vindo alguém na direção contrária (e não cedendo a mão quando percebem…), forçando ultrapassagens ridículas (ainda vamos ver gente “dando farol” para passar…), usando a ciclovia para “treinar”, brincando de Eddy Merckx… Mas é uma minoria. O bom da bicicleta e do pedestrianismo é que, quando as coisas ficam na escala humana, o bom senso geralmente resolve.
              abs

              Comentário bem votado! Thumb up 8 Thumb down 0

          3. No caso da Paulista, o Pedestre deverá evitar o canteiro central que será mais estreito do que da Sumaré e acredito que depois de um certo tempo, estará passando muitos ciclistas, como já ocorre na Faria Lima.

            Nas muitas vezes que circulei na Ciclovia da Faria Lima, não tenho tido problemas com pedestres circulando por lá não, contrariando quem disse isso. Um ou outro esporadico, e geralmente atravessando a avenida e olha lá. Na Paulista vai ser a mesma coisa. Os pedestres tem as largas calçadas planas e bem espaçosa para eles.

            Polêmico. O que acha? Thumb up 5 Thumb down 3

    2. Isso é algo realmente triste, a gente pedala fazendo zigue-zague entre pedestres, mas prefiro isso por que acertar pedestres doe menos do que ser atingido por um carro.

      Thumb up 0 Thumb down 2

  8. Meu medo é o da possibilidade de alguns pedestres que não conseguiram atravessar começarem a usar a ciclovia para ganhar tempo, como ocorre constantemente na Faria Lima. Lá eles andam bem em cima da ciclovia, mesmo tendo grama curta ao lado.

    Thumb up 1 Thumb down 1

    1. Ai são os pedestres que estão errados, não? Eles atravessam fora da faixa e os carros tem que desviar. Se for deixar de construir ciclovias por causa disso, não teremos ciclovia em lugar algum. Para os ciclistas é mais facil desviar de um pedestre no meio do caminho, dando um toque para que ele evite de caminhar pela ciclovia.

      Thumb up 2 Thumb down 1

      1. Renato, acho que o André não falou que não se deve construir ciclovia por causa disso, mas que o problema que ele relatou acontece, acontece…

        Thumb up 1 Thumb down 1

        1. A unica ciclovia que tem muitos pedestres e é ruim para pedalar por causa disso é a da Sumaré. E Isso é mais aos domingos e feriados. Sabados tem bem menos gente e dias uteis é mais pela manha e final da tarde, qdo o sol está mais fraco.

          Na Faria Lima não tenho tido problemas e só vejo um ou outro atravessando e olha lá….Acho que na Paulista (que tem 2 largas e espaçosas calçadas) vai ser a mesma coisa.

          Thumb up 1 Thumb down 1

    1. A ciclovia é no canteiro central não atrapalhará em nada a ida aos hospitais.

      Mesmo assim, concordo que a Paulista tem que estar livre para tais acessos (levar pacientes), então tiremos uma faixa de rolamento de carros, que causam congestionamento, para ser usada por ambulâncias.

      Espero que São Paulo continue dando bons exemplos. Quem sabe o prefeito da minha cidade (Diadema) aprenda e copie.

      Comentário bem votado! Thumb up 14 Thumb down 2

      1. Também concordo, Adriano, uma faixa exclusiva para os hospitais é uma boa ideia. Já pensou uma ambulância parada no meio do congestionamento causado pelos carros? Desrespeito total.

        Thumb up 4 Thumb down 1

      2. Pra quem não lembra (ou era pequenino ou nem tinha nascido…rs.), na década de 90 a CET tentou implantar faixas prioritárias, mas não eram exclusivas, para veículos de emergência. E na avenida Paulista tinha uma delas.

        E não deu certo, né? E por quê não? Simples: a frota de veículos (privados e não emergenciais, claro) foi aumentando, aumentando e aumentando até entupir o sistema viário da cidade.

        http://www.cetsp.com.br/media/20737/nt193.pdf

        Thumb up 0 Thumb down 1

    2. Desrespeito é não ter nenhuma ciclovia para a segurança dos ciclistas.

      QUAL É A SUA SOLUÇÃO PARA OS CICLISTAS?

      Polêmico. O que acha? Thumb up 6 Thumb down 3

    3. Muitos argumentos sobre o impeditivo de hospitais proibirem a ciclovia

      Inclusive os hospitais (como o santa catarina e o 9 de julho) bem proximos a paulista nao impediram a morte de ciclistas na mesma… =(

      Thumb up 1 Thumb down 1

  9. Gostei muito do texto. Apenas uma ressalva: não sei se era seu objetivo, mas os dois últimos parágrafos me deram o entendimento de que atravessar fora da faixa seria tão justificável quanto adotar caminhos curtos e planos e que deveriam ser aceitos e protegidos pelo poder público. Entsndi corretamente? Gostaria antes de ter certeza para depois emitir minha opinião.

    Thumb up 1 Thumb down 0

    1. Bom dia.
      O pedestre é obrigado a atravessar na faixa ou passagem sempre que esta se encontre a menos de 50 m do local onde ele está.
      Quando não há faixa ou estiver acima dessa distância o pedestre terá preferência. Portanto justifica-se a travessia fora da faixa ou passagem
      Havendo ou não faixa, e estando ou não errado o pedestre em atravessar fora dela, os veículos maiores são responsáveis pela segurança dos menores e todos são responsáveis pela incolumidade do pedestre.
      Em suma, ninguém está autorizado a ameaçar a vida de ninguém para “dar lição” ou “educar”, mesmo que a pessoa esteja totalmente errada. Um erro não justifica outro.
      Tudo isto está no CTB (art. 214, 68 a 71 e 29, salvo engano, e outros mais).
      Espero ter contribuído. Boa semana a todos!

      Comentário bem votado! Thumb up 9 Thumb down 0

      1. Obrigado pela resposta, Rosana. Valdemar, é exatamente isso. E, para além da permissão legal de travessia fora da faixa, é no mínimo inocência esperar que uma pessoa caminhe cem metros para atravessar na faixa quando pode aguardar alguns segundos pelo fim da passagem de carros. É ignorar completamente a lógica dos deslocamentos humanos, que envolvem esforço físico. É desconsiderar que se mesmo motoristas fazem conversões proibidas para não dar a volta na quadra, pedestres não irão aumentar seu caminho se sentirem segurança para fazer a travessia onde estão. E o planejamento urbano tem de levar esse comportamento e essa necessidade em consideração.

        Comentário bem votado! Thumb up 7 Thumb down 3

  10. [Comentário oculto devido a baixa votação. Clique para ler.]

    Esse comentário não tem feito muito sucesso. Thumb up 2 Thumb down 25

    1. Na verdade houve estudos sim e várias oportunidades de discutir o plano cicloviário, você é que teve preguiça de pesquisar sobre esses encontros, resultado que pegou o bonde andando. Desinformação não é mais desculpa na era do Google.

      Comentário bem votado! Thumb up 8 Thumb down 3

    2. Bom dia.
      Estudos: sim, há estudos.http://transparencia.prefeitura.sp.gov.br/Paginas/Publica%C3%A7%C3%A3o-re%C3%BAne-estudos-da-CET-para-a-implanta%C3%A7%C3%A3o-de-ciclovias.aspx
      Audiências públicas: sim, ocorreram.(Até eu que sou do DF fiquei sabendo).http://cidadeaberta.org.br/audiencia-publica-discute-ciclovia-da-paulista-e-rede-cicloviaria-de-sao-paulo/
      Defesa: com argumentos comprovados, não com “ferro e fogo”, portanto válida.
      Desvio de dinheiro público: pode provar o que afirma? “Veja” e “Globo” não são fontes confiáveis, conforme links na própria matéria que estamos comentando.
      “Estreiar”: o certo é “estrear”.
      A cidade é para as pessoas, e não para os carros. Partindo desse príncípio é possível compreender a importância do plano cicloviário.
      Boa semana.

      Comentário bem votado! Thumb up 8 Thumb down 2

  11. [Comentário oculto devido a baixa votação. Clique para ler.]

    Esse comentário não tem feito muito sucesso. Thumb up 4 Thumb down 27

    1. Primeiro, CAIXA ALTA é falta de educação e só vai apressar seu comentário ser oculto.
      Segundo, se quer as notas fiscais nós não as temos, deverá questionar a prefeitura de preferência de forma coerente e educada, sem gritar.
      Terceiro, de uma olhada nos links da matéria, num deles tem um sobre uma matéria da Veja que deve ter vindo essa sua questão de preços, cisto médio, superfaturamento, etc.

      Comentário bem votado! Thumb up 16 Thumb down 5

    2. Arnon, na ciclovia do Rio Pinheiros também fizeram apenas a pintura do asfalto, e o custo por KM saiu 4x maior, só na época ninguém deu importância. É fácil criticar os outros seguindo o embalo da moçada, difícil é ser critico de verdade por que dá trabalho correr atrás da verdade.

      Comentário bem votado! Thumb up 7 Thumb down 1

  12. Será umas das muitas conquistas que vocês iram ter. Quem dera se fosse em todo o estado de São Paulo essa ciclovia.

    Comentário bem votado! Thumb up 9 Thumb down 4

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *