Atopelamento ocorreu na ciclovia que segue sob o Elevado Costa e Silva, o popular Minhocão. Foto: Fábio Arantes/Secom

Morte de pedestre atropelado por ciclista reacende discussão sobre ciclovias em São Paulo

As ciclovias paulistanas são um risco aos pedestres? São perigosas também aos ciclistas? Do modo que foram feitas, melhor que não existissem? Veja aqui.

Atopelamento ocorreu na ciclovia que segue sob o Elevado Costa e Silva, o popular Minhocão. Foto: Fábio Arantes/Secom
Atopelamento ocorreu na ciclovia que segue sob o Elevado Costa e Silva, o popular Minhocão. Foto: Fábio Arantes/Secom

A lamentável morte de um idoso atropelado por um ciclista na tarde dessa terça-feira (18) em São Paulo trouxe à tona uma forte discussão nas redes sociais: as ciclovias seriam mesmo uma medida de proteção à vida ou, pelo contrário, colocam em risco as vidas dos pedestres?

Segundo depoimento do filho da vítima ao G1, o ciclista estaria em alta velocidade. Informações prévias que apuramos indicam que a vítima não faleceu no local, mas um ou dois dias depois, o que indica que pode haver uma relação indireta. Ainda não há mais informações sobre o ocorrido, mas é razoável supormos que:

  • O ciclista deveria estar rápido sim, embora “alta velocidade” para uma bicicleta, ainda mais num trecho com curvas, deva ser no máximo uns 25 km/h, o que por si não é suficiente para matar alguém.
  • O atropelamento ocorreu próximo a um pilar, ocultando o pedestre da visão do ciclista (e vice-versa).
  • O idoso se feriu de forma grave, provavelmente mais pelo impacto com o solo ou com uma grade durante a queda do que pela força colisão em si, vindo a falecer depois (não que a queda deixe de ser uma consequência do atropelamento).

Não há informação para concluir se o ciclista estava fora da ciclovia ou se o pedestre estava sobre ela, mas isso sinceramente não importa muito e não muda o que aconteceu. E por favor, ainda que se verifique posteriormente que o senhor de idade estivesse sobre a ciclovia, não caiam no discurso de que a culpa foi dele ou que o atropelamento só aconteceu por ele “estar onde não devia”. Não há como afirmar isso e, sobretudo, lembremos que uma família perdeu um ente querido, uma pessoa de idade que deixará um vazio em suas vidas. O idoso que faleceu e sua família merecem nosso respeito e solidariedade.

A reportagem do SP TV informou que o ciclista permaneceu no local, seguiu até a delegacia e prestou esclarecimentos.

Atualizado, 19/08 18h15: O ciclista Gilmar Raimundo de Alencar, de 45 anos, afirmou que o atropelamento não aconteceu na ciclovia, mas na faixa de ônibus. “Eu estava prestando atenção no trânsito, estava com o foco na frente. Não tive a menor chance de reação”, contou ao G1. “Não estava na ciclovia, estava na rua. Ia acessar a ciclovia. Estava fazendo a trajetória da pista e o impacto se deu na rua, na faixa de ônibus, um pouco antes do acesso da ciclovia o canteiro a 50m”. Alencar também contou à reportagem que a pilastra pode ter impedido que o idoso enxergasse a bicicleta e levado a vítima a atravessar a rua bem em frente ao seu trajeto.  “Ele caiu na rua. Caímos os dois. Então o coloquei na calçada, perto da ciclovia, para poder prestar socorro”.

Vale considerar dois outros pontos:

  • O viário no local é bastante agressivo a ciclistas, que corriam sério risco circulando pela via antes da implantação da estrutura sob o elevado.
  • A avenida também é bastante agressiva a pedestres, com velocidade relativamente alta para uma região com grande fluxo de pessoas a pé.

Posto isso, vamos avaliar a questão da periculosidade das ciclovias paulistanas, para ciclistas e para pedestres.

Mortes de ciclistas

Historicamente, poucos são os números oficiais relativos à bicicleta no Brasil. Muitos acabam sendo obtidos por associações de ciclistas e grupos de cicloativismo que realizam medições nas ruas, como é o caso das contagens de ciclistas.

Entretanto, foi divulgado há alguns meses o número de mortes no trânsito em São Paulo. Segundo o relatório, foram 47 mortes de ciclistas no ano. Dessas 47, apenas uma ocorreu em ciclovia – e foi um caso de queda, em que o ciclista perdeu o equilíbrio. A CET, responsável pela divulgação dos dados, informou ainda que, de agosto a dezembro, com os primeiros quilômetros de novas ciclovias em operação na capital, houve registro de 17 casos, contra 30 nos primeiros sete meses do ano.

Esses números nos mostram que as mortes caíram muito depois que as novas áreas começaram a ser implantadas. Em um cálculo geral, abrangendo o ano todo, as mortes de ciclistas caíram em 10%, como demonstramos aqui no Vá de Bike.

Os dados são claros: as ciclovias não estão matando ciclistas, nem fazendo que quem esteja fora delas morra. Depois do início da implantação, as mortes diminuíram mesmo fora das pistas exclusivas.

Mortes de pedestres

E quanto aos pedestres? O relatório aponta 555 mortes dessa categoria de usuários da via ao longo do ano. Não há indicação direta no relatório de quantas dessas pessoas foram atropeladas por cada tipo de veículo, mas há um gráfico que mostra os “veículos atropelantes”.

A bicicleta aparece com duas ocorrências, em um total de 538. Ou seja, 0,37% dos casos. Guarde esse número, voltaremos a ele daqui a pouco. Nos demais, o atropelamento foi causado sempre por um veículo com motor: carro (200), ônibus (114), motocicleta (90) ou caminhão (31). Já temos aí uma boa medida: quem realmente mata pedestres no trânsito são os motoristas de automóvel.

Ora, mas há muito menos bicicletas circulando que automóveis, então esse número, quantitativamente não nos diz muita coisa, certo? Os dados mais recentes que temos sobre o uso da bicicleta na cidade vêm de uma mesma pesquisa de mobilidade feita pelo Ibope, em 2014. Além de apontar um aumento de 50% no uso da bicicleta entre 2013 e 2014, o estudo mostra que 3% das pessoas já usavam a bicicleta diariamente em 2014, contra 80% utilizando modais motorizados que não o transporte por trilhos. Ou seja, desses 83% de viagens com potencial de atropelamento, 3,6% são eram feitas em bicicleta em 2014 – mesmo ano das estatísticas que temos sobre mortes por atropelamento.

Lembra que pedimos para lembrar daquele número? Pois bem: o veículo que responde por 3,6% das viagens diárias está envolvido em apenas 0,37% dos atropelamentos na cidade. 99,63% dos atropelamentos são causados por 96,4% dos veículos em circulação.

A conclusão é que, mesmo proporcionalmente à quantidade de veículos em circulação, quem realmente oferece risco aos pedestres são os que possuem motor.

Para além desses números, também devemos considerar as outras 694 mortes de pessoas dentro dos carros, motociclistas e ciclistas, todas em ocorrências com veículos motorizados. Com isso, temos que 99,84% do total de 1.249 mortes no trânsito em 2014 teve envolvimento de um veículo com motor. Entende onde, de fato, está o problema?

Para proteger a vida de pedestres, devemos reduzir a velocidade máxima nas vias, aumentar os tempos de travessia, reposicionar e acrescentar pontos para cruzar as ruas e avenidas, aumentar a segurança de quem cruza a pé as pontes e viadutos. E, enquanto motoristas e ciclistas, devemos sempre respeitar a preferência de travessia de quem cruza a via a pé.

Simplificar dizendo que a culpa é da ciclovia é tirar o foco do que realmente importa. 

As ciclovias na prática

Quem utiliza as ciclovias em seus deslocamentos cotidianos geralmente é da opinião de que elas protegem, sim, suas vidas e que, apesar de falhas pontuais, no geral é muito mais seguro circular onde elas existem. Também há estatísticas mostrando isso, como a pesquisa do Datafolha que indica (lá no meio, escondidinho, sem nenhum destaque) que 90% das pessoas que já utilizaram as novas ciclovias as aprovam (fev/2015).

Mas vamos colocar isso em termos práticos: por mais que uma ciclovia tenha falhas de pavimento ou de sinalização, é muito mais seguro circular em um espaço segregado, que está sinalizado como seu direito de circulação, do que compartilhando o viário com motoristas que não aceitam a presença da bicicleta na via e mostram isso ostensivamente, com finas e fechadas que podem levar a óbito.

Deixamos aqui alguns vídeos para a reflexão de vocês.

Pedalando na Paulista sem ciclovia

Esse vídeo mostra como era pedalar na avenida antes da construção da ciclovia, com as tentativas de assassinato de motoristas de ônibus, espremendo o ciclista propositalmente contra a calçada. O vídeo foi postado no Facebook por Tiago Vieira.


Com e sem ciclovia – uma comparação musical

Outra mostra de forma clara, utilizando a linguagem universal da música, a diferença que um ciclista sente ao pedalar onde não há ciclovia e nos locais onde já existe a estrutura. O vídeo nos foi enviado algum tempo atrás por um leitor, o Sr. Tresillo.


149 comentários em “Morte de pedestre atropelado por ciclista reacende discussão sobre ciclovias em São Paulo

  1. [Comentário oculto devido a baixa votação. Clique para ler.]

    Esse comentário não tem feito muito sucesso. Thumb up 11 Thumb down 17

  2. Sinto muito, mas a explicação do ciclista não faz sentido nenhum. Se ele estava na faixa de ônibus, a distância entre “o pedestre está atrás do pilar” e qualquer posição razoável no asfalto é de quase 3 metros, pois o pilar não está mais beirando o meio-fio e sim possui uma ciclovia que cria uma distância entre o pilar e o asfalto.

    Portanto são possíveis os seguintes cenários:
    1. Pedestre corredor olímpico, que saiu do pilar a 20 km/h e não olhou pro lado e nem reduziu a velocidade antes do desnível calçada-rua. Dessa forma, seria impossível para o ciclista que está na rua ver o pedestre. Mas também seria muito difícil passar por cima de um obstáculo tão veloz. O acidente só ocorreria se fosse grande a coincidência temporal entre os percursos de dois objetos em alta velocidade.
    2. Pedestre comum e ciclista próximo à região do atropelamento: a vítima não estaria em velocidade grande o suficiente para pisar no asfalto antes do ciclista passar por ela. A vítima teria que percorrer mais de 1 metro de calçada/ciclovia após sair do ponto cego, ao invés de simplesmente “aparecer” no asfalto, como era antes.
    3. Pedestre comum e ciclista distante da região do atropelamento: a vítima pisaria na calçada/ciclovia muito antes do ciclista poder alegar que não viu o pedestre.

    O problema é que ao isentar a ciclovia de culpa, o ciclista pode ter confessado uma atitude imprudente. E aí o remendo sobre o pilar não fez sentido nenhum.

    Thumb up 3 Thumb down 0

    1. Foi exatamente o que pensei, RicardoP: os pilares nao ficam rente a avenida, e um ciclista atento e a uma velocidade moderada provavelmente teria tempo de ver o senhor e evitar o ocorrido. Um possível cenário eh que 1) o ciclista estivesse em velocidade relativamente alta, ate por estar no trafego, e num momento de desatenção, ou prestando atenção apenas no transito, e 2) o idoso, por razoes compreensíveis nao tenha notado o ciclista, (nao esperava uma bicicleta vindo pela rua, ainda mais num lugar com ciclovia, bicicleta eh um veiculo silencioso, deficits auditivos e visuais etc,). E ainda assim deve ter havido 3) a sincronia trágica entre a ultima passada no idoso e a passagem do ciclista. Claro que so as investigações vao poder dizer o que aconteceu de fato (aparentemente a reconstituição já foi feita, e parece confirmar que o ciclista estava mesmo na rua), e talvez ainda surjam imagens de câmeras; nada disso elide a responsabilidade do ciclista, que tem a obrigação de estar atento e no controle do seu veiculo, como qualquer condutor, e deve proteger o pedestre. A “sincronia trágica”, que nao eh fruto do acaso, tinha de ser antecipada e evitada pelo ciclista. Mas o paradoxo, também trágico, que parece estar surgindo eh que, em que pesem os problemas da ciclovia, se o ciclista estivesse nela (como deveria estar) o acidente possivelmente nao teria ocorrido, pois sua atenção nao estaria pressionada pelo transito e ele poderia estar numa velocidade menor. A julgar pelas noticias, o ciclista parece ser uma pessoa correta (como alias a imensa maioria dos motoristas que se envolvem em acidentes – no fundo, todos estamos querendo ir de um ponto a outro em segurança, e ninguém quer matar ninguém no transito) – afinal, ele prestou socorro, esta colaborando, e vai responder pela tragédia que provocou. Por isso imagino ( e reconheço que eh apenas suposição) que se ele estivesse na ciclovia, sem a pressão do transito, nao estaria desatento, com a atenção dividida ou pedalando alucinadamente (como certos ciclistas inegavelmente fazem, o que, como ciclista e pedestre, me irrita profundamente). Como eu disse, eh apenas suposição minha, mas o fato eh que, no mínimo, ele teria condições de faze-lo, e era la que devia estar. Mas vamos aguardar as investigações e, como ciclistas, lembrar que temos de redobrar a atenção quando divisamos pedestres se aproximando – temos o dever de protege-los.

      Thumb up 3 Thumb down 0

  3. Existem 3 fatores neste caso que contribuem para a ocorrência de acidentes: a imprudência, a ignorância e a negligência. O pedestre agiu com ignorância ao desprezar as normas de circulação e segurança; o ciclista foi imprudente, d a prefeitura negligente. Obviamente, o comportamento individual de cada um não depende de ações dos órgãos públicos, mas o maior mestre é o exemplo. Se as obras e manutenção são exemplares, naturalmente o indivíduo tenderá a respeitar e agir de acordo. Um bom exemplo aqui em SP é o Metrô, da porta da estação pra dentro parece outro país, sendo inclusive elogiado por estrangeiros. Fora que, dando o exemplo, a prefeitura teria como cobrar o mesmo da população.

    Thumb up 2 Thumb down 0

    1. Infelizmente o metrô não é essa maravilha que vc fala não. Empurra-empurra, gente que não deixa a esquerda livre, fica na região das portas atrapalhando o embarque e desembarque, fora o estouro da boiada nos horarios de pico (ao adentrar no trem), senta em assento preferêncial, entre outras barbaridades….

      Itaquera as 7h00hs é um bom exemplo disso.

      Thumb up 4 Thumb down 1

  4. Vamos falar um Português claro: uma bicicleta é um risco maior para um pedestre do que um carro é para uma bicicleta, por isso a legislação determina que se pedale pela rua e não pela calçada. Então precisamos parar com essa demagogia de achar que está tudo bem transformar a ciclovia numa extensão do passeio.
    Não estou responsabilizando o idoso pela própria morte, mas a nossa cultura urbana que insiste em tratar bicicleta como brinquedo. Os ciclo ativistas também precisam parar com o discurso de “olha como eu sou legal, lhe empresto minha ciclovia para o seu cooper matutino”.
    Sei que é pedir demais, mas os pedestres precisam aprender a ficar fora da ciclovia. Apesar de já ser difícil convencer as pessoas a atravessar uma rodovia pela passarela ou uma avenida pela faixa (quando o sinal estiver verde), devemos que insistir nisso. Do contrário, essa será a primeira de muitas mortes em ciclovias.
    E mesmo que o Código de Trânsito imponha que o maior cuide sempre do menor, no final, quando der merda é o menor quem mais se fode.

    Comentário bem votado! Thumb up 8 Thumb down 4

    1. Falou tudo. Mas eu acredito mais em uma ampla e constante campanha educativa para ambos: Pedestres e ciclistas sobre o respeito e bom senso do uso de cada espaço. Ciclovias = bicicletas
      Ruas = todos os tipos de veiculos
      Calçadas = Pedestres

      Cada macaco no seu galho.

      Infelizmente o pedestre acha que a ciclovia é extensão da calçada….

      Thumb up 3 Thumb down 3

    2. Bom, a comparação não se dá dessa forma: uma pessoa pesa 80 kg em média. Uma bike pesa 15kg, é 20% do peso de uma pessoa. Um carro pesa 900kg, é 1125% do peso de uma pessoa. Enquanto uma bike é 20% mais pesada que uma pessoa, um carro é 900% mais pesado que um ciclista. A física diz que numa colisão, o objeto mais leve absorve maior impacto, é por isso que em videos onde uma bike bate em algum, os dois vão pro chão, enquanto em videos onde o carro bate em alguém, a pessoa sai voando feito uma bola de futebol.

      É logico que todos nós devemos ter cuidado, pois bom senso salva vidas, mas quem realmente tem potencial pra causar acidentes graves são os veículos mais pesados. Por isso sou a favor de leis que assistam veículos pesados, como caminhões e ônibus. O poder publico deveria fiscalizar de perto empresas de transporte, para garantir motoristas bem treinados e com condições dignas de trabalho. Em seguida, os veículos de passeio, que são maioria no transito e também são pesados. Medidas pra garantir um transito mais seguro tem mais potencial de salvar vidas do que investir em saúde, pois o brasileiro dirige muito mau e tem liberdade pra cometer excessos.

      Comentário bem votado! Thumb up 5 Thumb down 0

      1. Quando disse que uma bicicleta é um risco maior para um pedestre do que um carro é para uma bicicleta obviamente não levei em conta a Mecânica da colisão, mas a exposição ao risco: um carro é muito mais estável que uma bicicleta que tem sua estabilidade mais próxima à do pedestre. Claro, num atropelamento de bike as massas e a velocidade é menor, tendo assim bem menos força no impacto.
        Não estou falando de imprudência, mas de comportamento espontâneo. Cada categoria de veículo tem suas características próprias e é fácil prevê-las (exemplo: motos atravessam os corredores entre os carros, então os motoristas já deixam uma distância do carro ao lado prevendo isso). Mas pedestre não é veículo, por isso é imprevisível. Uma pessoa a pé muda de direção de repente, sem fazer curva. Do nada um pedestre, que segue reto para frente vira-se para a a esquerda e sai correndo. O que um ciclista faz se estiver em velocidade e com pouco espaço para frear ou desviar? Atropela (exatamente como faria um carro, um caminhão ou um trem). Se você pedala por uma ciclovia, provavelmente desenvolverá uma boa velocidade e não terá muita margem de manobra caso um pedestre “pule” na sua frente.
        Como disse anteriormente, se o convívio de bicicletas com carros fosse menos seguro do que com pedestres, a determinação seria pedalar pela calçada e nem precisaríamos de ciclovias.

        Thumb up 3 Thumb down 2

        1. Em relação as calçadas, se fosse possivel, essas precisariam ser de boa qualidade, pois do jeito que estão, não é viavel nem para pedestres. São perigosas para pedestres, para bike então, pior ainda…

          Thumb up 3 Thumb down 3

  5. Embora não se possa culpar o ciclista pela morte deste senhor, o ciclista é o responsável pela gravidade do acidente. Cabe a nós ciclistas, também zelarmos pela segurança e proteção dos pedestres. Portanto, entendo que o ciclista deve responder por homicídio culposo, ou seja, quando não se tem a intenção de matar. Em suma, ciclovias, etc., são um uma forma excelente de percorrer de bike, sem estar exposto ao perigo de morte no trajeto, mas, nós ciclistas, temos o dever de proteger o pedestre, esteja ela atento ou não.

    Comentário bem votado! Thumb up 6 Thumb down 0

  6. Não faltou planejamento nesse caso. O canteiro central dessa avenida nunca foi pra servir como calçada. Não existe nada ali que seja de interesse dos pedestres. Era um espaço inutilizado e agora está sendo útil.

    Polêmico. O que acha? Thumb up 8 Thumb down 6

    1. Flávia, não sei sua idade, mas estudei nos arredores (Colégio Oswaldo Cruz ) na década de 1980, e ali sempre foi usado por pedestres e indigentes que moravam ali, portanto, se tem alguém que foi desalojado foram os pedestres e mendigos. Além disso, os pontos de ônibus do corredor ficam nesse mesmo canteiro central. A falta de planejamento é evidente até para o mais simplório indivíduo.
      O uso do canteiro central pode até mesmo não ter sido previsto, mas qualquer conhecedor da lógica dos deslocamentos humanos sabe que o caminho mais curto sempre é o mais usado, vide os trechos desgastados pelo trânsito de pessoas em qualquer gramado, invariavelmente este sempre é o caminho mais curto e lógico.

      Thumb up 4 Thumb down 2

    2. Você está errada, Flavia. O canteiro central possui ponto de ônibus. A prefeitura colocou uma ciclovia com pontos cegos e um elemento de alto fluxo de pedestres no mesmo canteiro central.

      Thumb up 3 Thumb down 0

    3. De fato, ninguém se lembra que antes da ciclovia o espaço entre o pilar e a rua era de menos de 20 cm. Ninguém andava por lá, e se o fizesse, se exporia a risco consideravelmente maior. Foram alargadas as calçadas para caber a ciclovia, e, como resultado, uma verdadeira multidão usa o espaço para caminhar…. quem poderia imaginar, não é mesmo? E a razão é simples: é melhor caminhar pela ciclovia, correndo o risco de se chocar com uma bicicleta ou ser xingado por algum mal-educado de duas rodas, do que pela calçada, que é interrompida inúmeras vezes por entrada de garagem ou esquina onde motoristas aparecem sem aviso e sem seta – e não vão nem pedir desculpas se atropelarem.
      E isso acontece em quase todas as ciclovias que eu percorro. Longe de mim a atitude de culpar as pessoas por andarem no lugar menos perigoso! Ainda tem MUITO atropelamento por carro em São Paulo e no resto do país, e quando estou pedalando é muito comum reduzir a velocidade e pedir licença pra quem está caminhando.

      Thumb up 2 Thumb down 1

  7. Querem ver uma solução simplicíssima e que ainda vai tornar a ciclovia mais bonita?

    Na área próxima aos pilares, construam um pequeno canteiro com plantas altas de uns 80 cm. de altura, com o formato exato da área. Isso desestimula o pedestre a se posicionar no ponto cego. Simples e eficiente.

    Ao invés de grades pesadas e horríveis, façam cercas vivas dividindo as duas faixas da ciclovia. Fica mais agradável, e resolve dois problemas, pois os pedestres não atravessarão fora das faixas.

    É só usar um pouco a cabeça, amigos. Tenho muitas idéias, já sugeri à prefeitura muito antes da ciclovia estar pronta, mas parece que não há interesse.

    Comentário bem votado! Thumb up 11 Thumb down 1

  8. Estou cada vez mais desanimado com este site. Acredito que o melhor é não ficar enfatizando quem critica a ciclovia. Isto vai acontecer mesmo e tudo bem. Por que não enfatizar no ocorrido e sem culpabilizar o ciclista ou o pedestre. A implantação das ciclovias devem SIM seguir premissas de segurança e aqui não falamos apenas de acidentes fatais. Então porque não criar uma matéria que somente analise se é possível fazer alguma coisa nos trechos do minhocão onde tem a pilastra que acaba virando ponto cego para pedestres e ciclistas. Esta criação de inimigos é improdutiva. Muitos como eu são pedestres, ciclistas e motoristas.

    Gostei de algumas sugestões aqui como talvez colocar grade nas pilastras. Além disto, sinalização visual e/ou sonora para pedestres e ciclistas entre outras coisas. Creio que o enfoque deve ser nisto. Também gosto de ações que ajudem na utilização compartilhada do espaço.

    Thumb up 1 Thumb down 2

  9. [Comentário oculto devido a baixa votação. Clique para ler.]

    Esse comentário não tem feito muito sucesso. Thumb up 6 Thumb down 20

    1. Caro, Fale também sobre as 6 mortes de pedestres atropelados por carros todos os dias. E também dos ciclistas.

      Não são ciclovias que matam pessoas, mas sim as imprudências, seja de quem quer que seja. Ciclista, motoristas ou motociclistas, com o agravante de que o motorista dirige uma máquina…..

      Sem mais

      Thumb up 4 Thumb down 3

  10. A imparcialidade é impossível, mas penso que a observação sobre a “baixa” velocidade que está logo após “mas é razoável supormos que:”, é tendenciosa, pois sabemos que impactos muito menores podem sim, levar à morte.
    O mais importante é a apuração precisa dos fatos e a responsabilização das partes envolvidas, à luz das leis vigentes.
    Façamos todos nossa parte para o convívio pacífico entre todos os modos de mobilidade nas cidades.
    Atenciosamente,

    Flavio Rocha
    Arq. urbanista e usuário de bicicleta.

    Thumb up 2 Thumb down 2

  11. O ciclista que postou o vídeo na faixa de ônibus na Paulista ta reclamando do que?,além de estar errado, deveria estar nas outras faixas ,considerando que bicicleta é veículo,portanto não poderia estar na faixa de ônibus, o,ônibus tirou dele,,com isso o motorista poderia até ter tomado uma multa por causa desse ciclista, ja que ele saiu da faixa exclusiva,tem ciclista que chora demais, eu ando de bicicleta tbm e dirijo ônibus, e apesar de ser mais seguro, dirigir ônibus nesse trânsito é muito pior que andar de bicicleta

    Thumb up 2 Thumb down 5

    1. O secretário municipal dos Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, que também preside a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), afirmou ao Estadão em 17 de setembro que ciclistas devem circular pela faixa da direita, mesmo em locais onde ela tenha se tornado exclusiva para os ônibus.

      http://vadebike.org/2013/09/ciclista-faixa-de-onibus-avenida-sao-paulo/
      http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,velocidade-maxima-sera-reduzida-na-avenida-paulista-diz-secretario,1075711

      Comentário bem votado! Thumb up 4 Thumb down 0

    2. “o motorista poderia até ter tomado uma multa por causa desse ciclista, ja que ele saiu da faixa exclusiva” – A faixa é exclusiva para ônibus, não obrigatória. ônibus pode circular fora dela.

      Thumb up 2 Thumb down 0

  12. Já testemunhei duas colisões de bicicletaXpedestre na paulista desde a inauguração da ciclovia, porém pela vitima ser tratar de uma pessoa bem mais jovem, os dois casos terminou com o pedestre xingando e o ciclista fugindo. Uma vez pedalando na ZN parei para o farol vermelho e um outro bando de ciclistas passaram por mim me xingando por eu ficar no caminho deles e logicamente passaram pele farol vermelho (tenho que admitir que naquele momento torci para que eles fossem atropelados). O motorista é sem educação no transito ?, sim, porém esse mesmo mal-educado é o mesmo animal que vai pedalar irresponsavelmente.

    Comentário bem votado! Thumb up 9 Thumb down 1

  13. O quê? Morreu “um ou dois dias depois”???!!!! “Informações prévias que apuramos indicam que a vítima não faleceu no local, mas um ou dois dias depois, o que indica que pode haver uma relação indireta.” É muita vontade de distorcer as informações em prol de uma causa. Vc, Willian Cruz, além de ter uma tremenda cara de pau, é desonesto. Essa ciclofaixa é um ótimo exemplo do planejamento esdrúxulo da prefeitura. É estreita demais, não oferece boa visibilidade nas áreas próximas às colunas de sustentação do viaduto e disputa espaço com os pedestres. É um evidente exemplo de mau uso do dinheiro público e jamais deveria ser feita dessa forma. O vadebike.org teria de ser um endereço de credibilidade, e não um local de incenso de uma iniciativa a todo custo, mesmo quando é uma evidente demonstração de incompetência do poder público. Ridículo.

    Polêmico. O que acha? Thumb up 6 Thumb down 5

    1. Só deixo aqui uma reflexão:

      Mortos no trânsito de são paulo, por obra de veículos motorizados (2014, dados CET): 1249 pessoas. mortos atropelados por bicicletas: 1 (2015, ontem). 1249 X 1. mortos pela poluição de veículos automotores ao ano: 7.800 (dado, FM-USP). mortos por poluição produzida por bicicletas: 0. 7.800 a 0. somando-se as estatísticas: 1249 + 7800 = 9049, e 1 + 0 = 1. 9049 x 1. nove mil e quarenta e nove. a um.

      logo se conclui que:

      1. a bicicleta é perigosa pra kct.

      2. esses ciclistas são doidos terroristas que ficam matando as pessoas.

      3. tem que proibir a bicicleta em são paulo, tão matando todo mundo.

      Postagem original:

      https://www.facebook.com/odinn.ogro

      Ridículo é criminalizar a ciclovia por conta de um acidente fatal….

      Thumb up 3 Thumb down 0

      1. [Comentário oculto devido a baixa votação. Clique para ler.]

        Esse comentário não tem feito muito sucesso. Thumb up 0 Thumb down 6

        1. Por favor, pare de ficar criando confusão, se não saber argumentar sem chamar os outros de desonestos e ignorantes não poste nada, respeite a vitima do acidente e todos outros que vem aqui debater com respeito, mesmo os buracos, acidentes e mortes e a suposta “falta de planejamento” não vão evitar que novas ciclofaixas sejam implantadas e cada vez mais mais gente as use, é um caminho sem volta, pois elas trazem imensamente mais benefícios do que problemas.

          Todos já entenderam a intenção, gaste seu tempo e neurônios para cobrar por melhorias, alí melhor sinalização e educação no transito para ambos evitariam a morte.

          E dê uma pedalada para relaxar, está precisando.

          Comentário bem votado! Thumb up 4 Thumb down 0

        2. 9049 x 2, pronto, agora foi virada histórica! Vamos vigiar todos os ciclistas e deixar os motoristas matarem em paz.

          Comentário bem votado! Thumb up 4 Thumb down 0

      2. Obviamente a ciclovia nao pode ser a CULPADA pelo acidente, mas, a exemplo das estradas mal planejadas, contribuem sim para a ocorrência dos mesmos. Claro que a bicicleta é menos letal que um carro por motivos óbvios, mas isso não as coloca acima da lei.

        Thumb up 1 Thumb down 0

        1. Por isso que eu insisto: Precisa ter uma campanha educativa para que as pessoas se acostumem com essa nova realidade e que os ciclistas tenham mais bom senso na hora de pedalar, não correndo que nem louco, como fazem os motociclistas.

          A ciclista é responsavel pela segurança do pedestre, assim como o motorista é responsavel pela segurança dos 2.

          Isso ai deveria ser ensinado nas auto-escolas. E também nas escolas.

          Thumb up 3 Thumb down 0

  14. Sei que vou ser negativado até a oitava geração, mas vamos lá…

    Toda esse debate, números e tal e coisa, perdem todo o sentido quando se pensa na perda de uma vida.
    Tenho pena desse ciclista, vai carregar isso consigo para sempre.

    Comentário bem votado! Thumb up 8 Thumb down 2

    1. Tenha pena da família do aposentado meu caro. Esta sim vai carregar isso para sempre.
      Já o ciclista, terá o mesmo destino da nutricionista Gabriella Guerrero Pereira…ou seja, já já vai voltar a pedalar por aí, e a família do aposentado restará, como o pai do Vitor Gurman, utilizar camisetas com a foto do ente e fazer protestos ao vento…

      Polêmico. O que acha? Thumb up 5 Thumb down 6

        1. Vidas perdidas são vidas perdidas….Não importa como. Carro tem o agravante, é uma máquina, a responsabilidade é maior, mas quem atropela, não tem consciencia que está dirigindo uma máquina. Logo, a comparação é valida e vale como reflexão de como a midia e carrocratas são hipocritas só para desviar do assunto….

          Thumb up 1 Thumb down 0

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *