Repressão na Serra do Mar: quem causou toda essa situação?

Quem causou a situação que levou à repressão com lacrimogêneo na tradicional descida de ciclistas a Santos? Veja o diz nosso colunista Guilherme Moraes

Foto: Willian Cruz

Há quase 10 anos diversos grupos de ciclistas promovem deslocamentos de São Paulo a Santos nos dois primeiros finais de semana de dezembro. Não se trata de um protesto, manifestação ou mobilização, mas de apenas um deslocamento de bicicletas de São Paulo a Santos.

REPRESSÃO NA SERRA DO MAR
Mesmo com ausência da Ecovias, Audiência Pública
trouxe propostas para a descida a Santos
Justiça já havia negado liminar que proibiria ciclistas
Alckmin sugere “pedalar no parque”
Protesto contra a repressão a ciclistas
bloqueou Imigrantes (16/12 - fotos e vídeo)
"Falta de segurança" é argumento para proibição?
Ecovias conduziu ciclistas à Anchieta,
onde seriam atacados com bombas de gás
Afinal, quem causou toda essa situação?
Vídeo coletivo mostra detalhes da repressão
Galeria de fotos - descida e repressão
Próximos passos
Ecovias e autoridades estaduais serão convocadas
a se explicar na Assembleia Legislativa,
sendo obrigadas a comparecer (saiba mais)
Geralmente, são dois os pontos de partida: Marginal Pinheiros (Ciclovia Rio Pinheiros) e estação Jabaquara do Metrô. Eventualmente, como neste ano, surgem outros pontos de aglomeração para saída. A se considerar a saída da marginal pinheiros, os ciclistas cruzam a Ilha do Bororé, percorrem aproximadamente do km 38,5 até o km 43 no acostamento da Rodovia dos Imigrantes e ingressam no Parque Estadual da Serra do Mar. A se considerar a saída da estação Jabaquara, os ciclistas percorrem o acostamento da Imigrantes até o km 43 e ingressam no Parque Estadual da Serra do Mar. É a chamada Rota Cicloturística Márcia Prado.

Nos primeiros anos a Polícia e a Ecovias encararam o aumento de ciclistas nesses dois finais de semana como se fosse uma interferência indevida na via. Depois houve algum diálogo com alguns grupos para que se promovesse alguma estrutura de segurança viária aos ciclistas.

Mas as portas se fecharam e a Ecovias parou de dialogar com os ciclistas, mas não sem antes exigir que cada aumento do fluxo de ciclistas fosse previamente comunicado e fossem pagos valores astronômicos para a disponibilização de uma estrutura cinematográfica com helicópteros, batedores em motos velozes e diversos carros de apoio da concessionária.

Ao que consta, os ciclistas nunca quiseram promover interferências no Sistema Anchieta-Imigrante (SAI) e simplesmente pretenderam se deslocar de São Paulo a Santos através do Parque Estadual da Serra do Mar.

Ciclistas pedalam pelo acostamento da Rodovia dos Imigrantes, direito garantido pelo artigo 58 do Código de Trânsito. Foto: Willian Cruz

Há alguns anos a Ecovias se nega em prestar a mínima condição de segurança aos ciclistas (seja durante o ano todo seja durante a primeira quinzena de dezembro). Para a Ecovias é mais simples encarar todo e qualquer deslocamento de bicicleta como uma interferência indevida que merece ser impedida.

Com esse entendimento, a Ecovias há anos promove ações judiciais para impedir os ciclistas de se deslocarem pelo SAI. Foram diversas derrotas na justiça, mas algumas liminares foram deferidas. O principal dos argumentos utilizados pela Ecovias é a segurança dos usuários da rodovia, todavia a concessionária se esquiva de promover medidas mínimas que promovam a segurança do usuário ciclista.

É importante esclarecer que na análise de liminares o Poder Judiciário não exaure a matéria posta em discussão e apenas aprecia os argumentos trazidos pela Ecovias. A alegação de falta de segurança no SAI é uma forma da Ecovias se furtar de suas obrigações e beneficiar-se da própria torpeza.

Em 2017, alguns “eventos” foram abertos em diversas redes sociais. É até infantil ter de explicar que a categoria “evento” das redes sociais não categoriza evento para os fins de direito. A descida de bicicleta a Santos não possui inscrição, contagem de tempo, medalhas ou qualquer elemento típico de evento ciclístico. Trata-se tão somente de pessoas de bicicleta se locomovendo de uma cidade a outra.

A se retirar o veículo bicicleta há exatamente a mesma situação encontrada normalmente pelos motoristas que se dirigem ao litoral, ou seja, pessoas na estrada com seus veículos em direção à praia.

Qual foi o problema ocorrido em dezembro de 2017? A intransigência da Ecovias em cumprir suas obrigações com o usuário ciclista, criando, com o respaldo de uma liminar, transtorno desnecessário a todos os usuários do SAI.

Não fossem os ciclistas bloqueados no acesso à Anchieta, depois de terem sido conduzidos até lá pela própria concessionária, não haveria a concentração de pessoas e a desorganização generalizada com bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo disparadas pela polícia.

É importante ressaltar que o objetivo dos ciclistas não era causar interferência alguma no SAI. As pessoas de bicicleta apenas e tão somente queriam chegar a seu destino.

A desorganização alegada pela Ecovias (e manifestada pelo caos por ela produzido) é fruto da insistente falta de gerenciamento eficaz do tráfego no SAI. Bastaria o mínimo de diálogo com os ciclistas e estes sequer seriam notados. Ao revés, preferiu-se montar uma praça de guerra contra pessoas desarmadas e indefesas que objetivaram unicamente chegar a seu destino.

A ação policial foi desnecessária, mas é leviano colocar a culpa do caos na polícia. A responsável pela desorganização histórica no SAI é a Ecovias, empresa que se preocupa mais com sua imagem do que com uma eficaz prestação de serviços aos usuários.

Guilherme Moraes
Paulistano, possui parentes em São Vicente/SP e já morou no litoral, mas atualmente vive na capital. Desde 2008 usa a bicicleta diariamente pela cidade e, sempre que possível, viaja pedalando até alguma cidade próxima. Já perdeu as contas de quantas vezes pedalou de São Paulo para a baixada. Se formou em Direito e foi advogado por alguns anos. Possui especialização em Direito Processual Penal pela Escola Paulista da Magistratura e hoje é servidor do Tribunal de Justiça (TJ-SP).

42 comentários em “Repressão na Serra do Mar: quem causou toda essa situação?

  1. Quando estudei Direito Tributário na universidade, o MESTRE sempre me alertava: “leis no BRASIL foram feitas para serem desrespeitadas; não se iluda meu jovem”. Há uns dias atrás enviei uma pergunta à esse site: “como faço (ou se alguém já fez) o trajeto até a ILHA BELA de bicicleta…”. Depois do ocorrido com essa tradicional atividade anual (em homenagem à bióloga “assassinada” na Avenida Paulista, porque estava pedalando no logradouro público), já repensei no caso e irei é mesmo de carro; afinal de contas, as prefeituras e os departamentos de trânsito desses trajetos precisam de nosso, literalmente, “dinheiro suado a sangue”. Em 1973, depois de se levar em pauta a questão do uso dos “veículos especiais”, na CÂMARA dos DEPUTADOS (ou seja, lá em Brasília), ficou decidido que as bicicletas não eram equiparadas a veículos automotores e deveriam circular livremente, SEM NENHUM IMPEDIMENTO; com relação ao transito pelas rodovias estaduais e federais (e mesmo dentro dos municípios), deveria ser deixado um espaço no acostamento e nos viadutos para o trânsito de pessoas e “veículos especiais”(…). Atualmente, com os planos diretores e planos das cidades, além do BRASIL ser signatário de vários tratados internacionais com respeito à sustentabilidade e preservação do meio ambiente, simplesmente as autoridades se esqueceram “que as mesmas criaram todo esse circo”, aliás, pouco difundido pela imprensa regional. Ano que vem (2018), teremos eleições e, nesse momento, será a nossa vez de darmos o troco por toda essa agressão desmedida; por todos esses desmandos dessas pessoas que, por não possuírem saúde física e mental, receberão o recado nas urnas. Espero que essas “criaturas” possuam capacidade intelectual para entenderem o recado…

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  2. Considerem estas afirmações do Guilherme:
    Quatro mil pessoas descendo ao mesmo tempo É UM EVENTO e tem que ser tratado como tal. A Ecovias pediu nesse ano uma taxa de R$ 93 mil para garantir a segurança do evento o que daria menos de R$ 24,00 para cada ciclista!
    Pergunto: quatro mil bicicletas ocupam o espaço de quantos carros? Pensemos 800, assim sendo, o uso da Imigrantes será sempre um EVENTO (com maiúsculas, claro) para os carros. O que esta em jogo não é apenas a velocidade, a “fluidez do tráfego”, conceito que preside, desde sempre, as restrições impostas aos ciclistas nas cidades. Não por outra razão, incluiu-se nas leis a exigência de que nenhum veículo pode usar as rodovias em velocidade inferior à metade da VMA para esta rodovia. De que veículos se esta falando? Claro os de tração animal (humanos e cavalos). Sendo a VMA da Imigrantes 110 km/h, pela “letra fria” da lei, um carro andando a 50 km/h tem que ser enquadrado como em EVENTO, o motorista deve pagar uma taxa etc e tal. Pergunto: e os 4.000 ciclistas simplesmente entrassem na Imigrantes circulando dentro dos preceitos do CTB, pelo acostamento? Poderiam ser barrados?

    Polêmico. O que acha? Thumb up 8 Thumb down 9

    1. Não entendi direito seu comentário, só queria informar que esse limite mínimo de 50% da velocidase máxima não se aplica à pista da direita.

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          1. Fernando Henrique sempre foi amiguinho do Lula por trás dos panos.
            Pesquise sobre “estratégia das tesouras”, e entenderá melhor o que ocorre.

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            1. CTB – Lei nº 9.503 de 23 de Setembro de 1997
              Institui o Código de Trânsito Brasileiro .

              Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores.

              Fica claro que ciclovia, ciclofaixa e acostamento são os espaços preferenciais para circulação de bicicletas.

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          1. CTB – Lei nº 9.503 de 23 de Setembro de 1997
            Institui o Código de Trânsito Brasileiro .

            Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade da velocidade máxima estabelecida, respeitadas as condições operacionais de trânsito e da via.

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            1. CTB – Lei nº 9.503 de 23 de Setembro de 1997
              Institui o Código de Trânsito Brasileiro

              Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à metade da velocidade máxima estabelecida para a via, retardando ou obstruindo o trânsito, a menos que as condições de tráfego e meteorológicas não o permitam, salvo se estiver na faixa da direita.

              Não fosse assim, caminhões de lixo fazendo a coleta, outros transportando cargas pesadas e ônibus cheios de passageiros não poderiam circular em avenidas.

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    2. Não sei se é má fé ou preguiça de pensar… Mas vamos lá…

      É comum 4000 ciclistas descerem a Imigrantes?
      É comum 800 carros descerem a Imigrantes?

      Vc acha que essa sua comparação é honesta ou inteligente?
      Vc acha que essa quantidade de ciclistas é corriqueira ou usual?

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  3. Já desci e ainda desço pela Manutenção várias vezes por ano.

    É um direito meu que exerço sempre que quero, o problema são os cicloativistas que só querem causar!
    Quatro mil pessoas descendo ao mesmo tempo É UM EVENTO e tem que ser tratado como tal. A Ecovias pediu nesse ano uma taxa de R$ 93 mil para garantir a segurança do evento o que daria menos de R$ 24,00 para cada ciclista!

    Mas para que pagar R$ 24,00 e fazer um evento com segurança, dentro da lei (sim existia uma liminar concedida pela justiça proibindo esse evento) se você pode fazer bagunça, atrapalhar a vida de todo mundo que quer utilizar a estrada e aparecer na TV bancando o rebelde injustiçado de graça?

    Taí mas uma vez os cicloativistas prestando um desserviçoa a quem pedala de verdade.

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  4. Há uma única falha no texto: “uma empresa que se preocupa mais com sua imagem….”
    Uma empresa que se preocupa com sua imagem na verdade não produz tamanho caos…

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  5. Esta boa relação que você fala, entre o Alckmin e a Ecovias é, na prática, intermediada pela ARTESP – A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo, que é justamente a autarquia estadual responsável por regular e fiscalizar as concessões rodoviárias; o transporte coletivo intermunicipal de passageiros e todos os serviços de transporte público delegados no estado de São Paulo e sem dúvida também garantida pela PM.

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  6. Nunca é demais lembrar:

    Artigo 5 da Constituição Federal (em seu inciso XV)
    “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;”

    Ou seja, todos podemos (segundo a nossa lei máxima) circular livremente pelo país.

    Artigo 21 do CTB (Lei nº 9.503 de 23 de Setembro de 1997, que Institui o Código de Trânsito Brasileiro) “Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
    I – cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições;
    II – planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;
    X – implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;”

    Ou seja, os órgãos e entidades executivos rodoviários, neste caso do Estado (em se tratando de uma rodovia estadual) tem OBRIGAÇÃO de PROMOVER a circulação e GARANTIR A SEGURANÇA DE CICLISTAS:

    E já que o inciso X do artigo 21 do CTB fala da Política Nacional de Trânsito, também vale a pena saber o que ela diz sobre a circulação de bicicleta, em seu artigo 5 (A Política Nacional de Trânsito é orientada pelas seguintes diretrizes:…), item III (da garantia de mobilidade, acessibilidade e qualidade ambiental) na letra c:
    ” incentivar o desenvolvimento de sistemas de transporte coletivo e dos não motorizados;”

    Ou seja, é uma orientação da Política Nacional de Trânsito INCENTIVAR (e não INTIMIDAR, BLOQUEAR ou IMPEDIR) o sistema NÃO MOTORIZADO de transporte.

    CONCLUSÃO: os únicos que estavam agindo legalmente neste caso, considerando o Governo do Estado; a Concessionária – Ecovias, mesmo com a ação judicial; a Polícia Militar e a Sociedade Civil (representada pelos ciclistas) eram justamente os últimos – OS CICLISTAS

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  7. Tudo isso acontece porque bicicletas não pagam pedágios !!! As concessionárias são as que mais sonegam impostos (não fornecem N.Fiscal de serviços) e financiadoras (caixa dois) nas campanhas eleitorais dos governadores

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  8. Tudo isso tem só uma razão …bicicletas não pagam pedágios !!! Concessionárias das rodovias são as maiores sonegadores (não fornecem N.Fiscal) e financiadoras (caixa dois) nas campanhas politicas dos governadores

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  9. “Tragédia dos Comuns” – pequeno grupo de pessoas (ONGs, Cicloativistas, Canais de Comunicação, Web Influence…) agindo de forma independente e racional com interesses próprios (usam o discurso de “promover a bicicleta”, para na verdade se “auto promover e ganhar dinheiro muitas vezes”) agindo contrário ao interesse da maioria das pessoas (cultura do automóvel/capitalismo) esse pequeno grupo “formador de opinião” está esgotando todos os recursos direcionado a bicicleta no Brasil e destruindo a percepção da sociedade para com o ciclista nivelando sua imagem por baixo!!!

    O que os grupos privilegiados estão ganhando com tudo isso? (ONGs, Cicloativistas, Canais de Comunicação, Web Influence…) auto-promoção, dinheiro, patrocínio de bancos, cliques, likes, compartilhamentos, doações, usar pessoas numa causa como voluntários, alienar as pessoas, criar e perpetuar riqueza, esconder um objetivo político por trás do discurso da bicicleta…

    O que os grupos privilegiados oferecem aos ciclistas realmente?

    Quais os meios dos ciclistas estabelecerem metas realizáveis e penetrar entre os tomadores de decisões da sociedade? Identificar políticos ciclistas, empresários ciclistas, formadores de opinião ciclistas…

    Será que as pessoas tem dificuldade em perceber que o motorista não vai deixar de dirigir… que o interesse no dinheiro por parte das corporações não vai parar… a realidade é: se políticos e empresários não ganharem nada financeiramente com a presença dos ciclistas, esses eventos não ocorrerão!!! E digo mais, vislumbro um futuro terrível para os ciclistas de uso diário da bike por essa disseminação do ódio e de atitudes irresponsáveis de formadores de opinião conduzindo a massa de ciclistas para o caos… não estão promovendo a bicicleta! Estão se auto-promovendo usando os ciclistas… cicloabraços joaozinhomenininho

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    1. João Rodrigo Campos, sim, o capitalismo, corporativismo, dinheirismo, etc ainda têm um vulto maior, do que um grupo de ciclistas no Brasil. Podemos começar o grande debate exatamente por este ponto. Nem sempre a minoria está errada. Muitas vezes é justamente essa minoria que não tem a mente bitolada pelos meios alienantes/emburrecedores de comunicação e conseguem ter uma visão mais perspicaz do meio. Por exemplo, durante os anos 80 os jovens que tinham interesse por computadores, engenharia e redes eram tidos como idiotas sonhadores infantis, durante milhares de anos por muitos lugares a escravidão era tida como normal e natural pela maioria da população. As maiorias já acreditaram em leite de deusas no céu (via Láctea) terra plana, deuses morando nas nuvens. Dependendo de onde você estiver, a maioria vai achar que as mulheres são propriedades privadas que, recentemente, foram elevadas ao status de animal perante as leis. Daí você pode perceber que nem sempre a maioria está certa, nem sempre a minoria está errada. A questão da bicicleta é muito simples, e as populações dos países mais evoluídos já compreenderam. É o seguinte: vivemos em um planeta sem igual, pelas redondezas, no universo. Nada indica que poderemos mudar de planeta caso nossa espécie consiga fuder toda a natureza aqui. A atmosfera é a parte mais delicada e sensível do ecossistema, é a parte mais fácil de ser alterada, e não ter mais conserto. Os seres-humanos só conseguem sobreviver dentro de níveis e parâmetros químicos ESPECÍFICOS nessa atmosfera, e estes parametros estão atingindo níveis de gases que estão saindo dos níveis que os humanos conseguem sobreviver. Os ciclistas de hoje, serão os heróis desconhecidos do futuro, pois eles estão forçando e puxando a civilização para um caminho que garanta a sobrevivência da nossa espécie por mais algumas gerações. Às vezes o dinheiro e o mimimi dos motoristas não são a prioridade. A conscientização das populações para com a preservação das condições atmosféricas é deveras mais importante. A questão nem é “salvar o planeta” ou “salvar a natureza”. O planeta vai continuar, a natureza vai continuar. A questão é salvar a nossa espécie da autodestruição, e o capitalismo, dinheirismo, consumismo, estão levando rapidinho a humanidade para este caminho. Um pouco mais de lixo, um pouco mais de fumaça e… Babau. É esse o caso.

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      1. Bom dia… “começar o grande debate”, primeiro eu não vou te convencer de nada, você não vai me convencer da nada… a maioria das pessoas acessa esses canais já convencidos das próprias percepções de mundo, fato!

        Segundo, palavras usadas por ti: “idiotas”, “infantis”, “consiga fuder”, “Babau”… nem vou comentar para manter uma conversa amigável e de bom nível.

        Taiara (não sei nem se é o nome real ou perfil fake) todos aqui acredito que são inteligentes e sabem de uma forma geral o que é “certo e errado”, o que é bom para a natureza ou não, mesmo as pessoas praticando ou não!!!

        Terceiro, sou ciclista… nunca gostei de dirigir, sempre amei pedalar. A verdade é que se não for uma pessoa com forte ligação pessoal (amigos, parentes…) na realidade as pessoas são egoístas em esmagadora maioria e não se importam contigo, comigo ou com qualquer situação!!! Estão realmente preocupadas com suas próprias necessidades, você é inteligente e sabe disso, todos sabem!!! Se as pessoas não sentirem na liberdade ou no financeiro o resultado de seus erros/atitudes elas simplesmente não mudam. E praticamente todas as evoluções que ocorreram na história humana foi por uma necessidade, por um problema grave que precisava ser resolvido urgentemente, não acredito que dessa vez será pelo amor… pessoas só entendem pela dor infelizmente.

        As pessoas que leram os comentários que escrevi, não precisam concordar comigo… o fato de fazê-las questionar e pensar já valeu a pena!

        “A questão nem é “salvar o planeta” ou “salvar a natureza”. O planeta vai continuar, a natureza vai continuar. A questão é salvar a nossa espécie da autodestruição” será mesmo que a raça humana precisa salvar nossa espécie da destruição? O planeta Terra é perfeito, será que ele precisa de humanos, ou os humanos em quase sua totalidade são um câncer para o planeta vivo?

        Quanto ao assunto inicial do artigo, pense:

        ECOVIAS/GOVERNO DE SP

        “-Por que a Ecovias ou qualquer administradora da rodovia optaria em deixar de arrecadar R$25,60 de pedágio de cada um dos milhares de veículos fora caminhões, ônibus… por apenas 1 dia para atender vamos supor 5.000 ciclistas sem ganhar nada financeiramente com isso, e atender a lei CBT?”

        “Por que a administradora da Anchieta/Imigrantes escolheria ter um custo financeiro para movimentar batedores, polícia, ambulância, organização, trânsito… para levar os ciclistas do ponto A ao ponto B e atender o CBT/legislação deixando de arrecadar mesmo que por horas com o pedágio?”

        “Por que a administradora da Anchieta/Imigrantes + Governo de SP não utilizam recursos para criar/adaptar um caminho turístico da capital ao litoral tornando-o rentável pois tudo tem um custo (funcionários, energia, água, estrutura, sinalização, apoio, ambulância, polícia…)?”

        DESCIDA PARA PRAIA 2017

        “Por que foi criado um perfil fake/falso no facebook, sem foto, sem nome, sem nada e organizou um evento desse porte (3.000 ciclistas) sem a estrutura necessária, sem plano B caso ocorra algo errado?”

        “Se há uma decisão judicial para que um evento não ocorra, por que as pessoas que se interessaram/confirmaram presença foram diariamente na semana que antecedeu o evento notificadas com postagens que o evento ocorreria mesmo assim (havia idosos, crianças, famílias…)? Houve bombas e balas de borracha, a pessoa não o mínimo de consciência que pessoas poderiam se machucar?”

        “Quem responde pelo fracasso do evento, pelo custo de deslocamento para as pessoas, pela saúde das pessoas, por denegrir a imagem do ciclista perante a sociedade pela maioria da mídia direcionada, por forçar a descida com decisão judicial, as pessoas perderam seu tempo de vida no domingo colocando suas vidas em risco em prol de uma causa…? E as pessoas que estavam em outros modais: caminhões, ônibus, carros, motos… e tiveram sua viagem também atrapalhada/atrasada quem paga por isso? Isso é pensar em fluidez? Isso é pensar no coletivo/mobilidade?”

        “Já marcaram outro evento – DESCIDA DE CARRO PARA PRAIA DIA 29/12/2017 no facebook – em marcha super lenta claro satirizando tudo o que ocorreu…”

        **eu não tenho as respostas, só tenho as perguntas!
        ***se você ou alguém tiver todas as respostas, comente e compartilhe seu conhecimento com todos!

        cicloabraços joaozinhomenininho

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  10. Eu estava lá e acompanhei muito de perto muitas situações, diálogos e posturas, tanto dos ciclistas quanto de alguns Policiais.
    A Policia Rodoviária Estafual armou esta ARAPURA para milhres de ciclistas pacíficos. A prova disto é o Pelotão de Choque já estar postado e pronto para a repressão atrás do bloqueio. Foi dito pela PRE para esperarmos com calma que existia a possibilidade da liberação e que seria organizada a descida em comboio com as viaturas. Tudo isto é real e verdadeira, assim como o Teatro de Horrores que os milhares de homes, mulheres e crianças passaram com a atuação absurda, inaceitável, descabida, exagerada do Pelotão de Choque. Quem ordenou esta atuação foi um dos policiais que chegou com outros 3 numa viatura do Choque que tinha a pintura tipo camuflada, assim com os seus uniformes. Por DEUS não aconteceu uma tragédia. Vale resaltar que todos os ciclistas que foram e voltaram pedalando, não causaram e nao foram vítimas de nenhum acidente.

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  11. Enqunto o brasileiro não aprender a se organizar para fazer pressão, nos politicos e no poder público, esse estado de violência e abuso de autoridade continuará.

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  12. Eu estava lá, e o caso é muito triste. A PM “montou uma armadilha”, direcionando todos os ciclistas para a Anchieta na interligação; segurou todo mundo no início da descida, esperou todo mundo se concentrar. Com todo mundo lá querendo descer, bomba de gás e borrachada para todo mundo voltar…

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  13. Isso é um absurdo , temos o mesmo direito de descer , assim como os carros não roubamos as bikes compramos e so queremos fazer uma descida , quem saiu perdendo foi a cidade de santos iríamos gastar bastante

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  14. Não. A culpa é do governador geraldo que é quem comanda a PMe deve ter “uma boa relação” com o pessoal da ecovias. É ele quem manda neste estado. a culpa é dele

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