Subprefeito do Butantã trouxe esclarecimentos sobre a ciclovia e o andamento do processo. Foto: Rachel Schein

Subprefeito do Butantã apresentou projeto da ciclovia da Eliseu de Almeida

Saiba o que falta para que a obra seja iniciada.

Subprefeito do Butantã trouxe esclarecimentos sobre a ciclovia e o andamento do processo. Foto: Rachel Schein
Subprefeito do Butantã trouxe esclarecimentos sobre a ciclovia e o andamento do processo. Foto: Rachel Schein

A Frente Parlamentar em defesa da Mobilidade Humana recebeu o subprefeito do Butantã, Luiz Felippe de Moraes Neto, para discussão sobre a ciclovia da Av. Eliseu de Almeida, em São Paulo. No encontro, realizado na noite de no dia 5 de setembro, o projeto foi apresentado pelo subprefeito, que garantiu já ter sido entregue à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) – um requisito para a liberação da verba.

Depois da apresentação, algumas questões foram levantadas, como o compartilhamento de parte da calçada com pedestres – dos 4 km de ciclovia, 300 m seriam numa calçada compartilhada – e a falta de ligação da ciclovia com a estação Butantã do Metrô. Em alguns pontos, a ciclovia será separada da via para os carros por mureta e grade (guarda-corpo).

Quem paga?

O valor estimado da obra, inicialmente estimada em R$ 1,8 milhão, agora é de R$ 3,15 milhões, sendo uma parte para a obra civil e outra para a sinalização e semaforização. Uma parte desta verba (2 milhões) já está disponibilizada pela CET, outra parte seria alocada por emendas de vereadores. A justificativa para o aumento é que o valor anterior não incluía essa sinalização e semaforização.

Quando fica pronta?

O prazo de execução da obra é de 120 dias a a partir do seu início. A previsão do subprefeito é começar as obras até o final de setembro, caso a verba seja disponibilizada até essa data.

“Para a obra ser realizada, ainda falta uma liberação da verba da CET para o projeto recebido da JBA Engenharia e falta o valor complementar para a execução da ciclovia”, explicou Gabriel di Pierro, da Ciclocidade. Ainda segundo Gabriel, “o que não ficou muito claro é se os 2 milhões da CET seriam para sinalização e semaforização e para o piso, que é o primeiro passo. De qualquer forma tem uma indicação de mais R$ 1,2 do vereador Aurélio Miguel, que precisa ser liberado, mais um valor de uma emenda do vereador Nabil [Bonduki] e o comprometimento da Frente Parlamentar de completar o valor caso seja necessário.”

Gabriel ressalta que o grande encaminhamento da reunião foi a definição de uma articulação frente à prefeitura, com o envio de um comunicado para o secretário de relações governamentais, Joao Antônio, solicitando um posicionamento em relação à liberação das emendas dos vereadores para ter a garantia da verba.

Veja entrevista de Willian Cruz com Gabriel di Pierro, da Ciclocidade, que faz suas considerações logo após a reunião:

Ciclovia da Eliseu é só o começo

O subprefeito se mostrou bastante interessado em executar a obra com rapidez. Para Gabriel di Pierro, a ciclovia da Eliseu é só o começo: “a gente não está interessado só na ciclovia da Eliseu, ela seria na verdade o pontapé inicial, por ser uma demanda muito antiga. O ideal seria pensar numa infraestrutura pra toda a região.” E já adianta:  “O próximo passo poderia ser a ciclovia da Av. Corifeu [de Azevedo Marques].” 😉

Assista a reunião na íntegra. O encontro foi transmitido ao vivo pelo Vá de Bike, por esta página.

Muitos ciclistas utilizam a Av. Eliseu de Almeida diariamente, sendo colocados em risco pelo viário agressivo e por motoristas irresponsáveis. Foto: Rachel Schein
Muitos ciclistas utilizam a Av. Eliseu de Almeida diariamente, sendo colocados em risco pelo viário agressivo e por motoristas irresponsáveis. Foto: Rachel Schein

A demanda e a urgência

Durante 3 anos consecutivos, a Ciclocidade realizou contagens de ciclistas na região, demonstrando uma demanda relevante de pessoas utilizando a bicicleta. Em 2012, foram fotografados 561 ciclistas na avenida entre as 6h e 20h – um número alto, mas que seria bem maior se houvessem condições seguras para os cidadãos que pedalam para se deslocar. É o que ocorreu na Av. Faria Lima, por exemplo.

Não se trata apenas de estimular o uso da bicicleta, mas de proteger as vidas das pessoas que já a utilizam na região. O eixo representado pelas avenidas Eliseu de Almeida e Pirajussara é muito utilizado por ciclistas, por ser um caminho plano e direto ligando a região de Taboão da Serra ao centro expandido. E o viário que estimula a velocidade dos automóveis, aliado à falta de fiscalização, acaba por resultar em constantes atropelamentos de ciclistas.

No ano passado, o pedreiro Lauro Neri morreu na avenida, gerando protestos. Próximo a região, na Av. Francisco Morato, Nemésio Ferreira Trindade também teve sua vida interrompida por um motorista de ônibus que trafegava fora da faixa exclusiva e, recentemente, o chefe de cozinha José Aridelson morreu na rua Ari Aps, paralela à Rodovia Raposo Tavares, quando voltava do trabalho pra casa. Pessoas que continuariam vivendo junto a seus amigos e familiares se já tivéssemos infraestrutura para bicicletas na região e uma cultura de respeito a quem pedala pelas ruas.

No dia da manifestação em frente à subprefeitura do Butantã pedindo a ciclovia na Eliseu (29 de agosto), uma ghost bike foi instalada no local da morte de José Aridelson.

Veja na nossa galeria de fotos exemplos práticos da demanda por uma ciclovia no local e imagens da manifestação de 29 de agosto.

Assista ao vídeo da manifestação do dia 29 de agosto, no site Bike é Legal.

Bicicleta branca em homenagem a José Aridelson, na R. Ari Aps. Foto: Rachel Schein
Bicicleta branca em homenagem a José Aridelson, na R. Ari Aps. Foto: Rachel Schein
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Deveria estar pronta em 2006, mas nem começou

Segundo dossiê elaborado pela Ciclocidade, as tentativas de implantação de uma ciclovia na região vêm desde 2004, com a realização do Plano Regional Estratégico do Butantã, que estabeleceu o ano de 2006 como data para a conclusão da obra. Mas, no ano seguinte, houve o anúncio da prefeitura de que a estrutura seria concluída até 2010.

“Em 2012, ao fim de mais uma gestão, o poder público não deu início a viabilização de qualquer infraestrutura básica a fim de fornecer segurança e conforto para o tráfego de bicicletas nessa importante avenida, acessada diariamente por mais de 600 ciclistas, em condições extremamente precárias e com trânsito intenso de automóveis”, diz o relatório.

Projeto Ciclo Rede Butantã, que não foi implementado. Clique para ampliar. Fonte: Dossiê Ciclocidade/Apresentação Pró-Ciclista de Arturo Alcorta

Não foi por falta de pedir

Além das cobranças da imprensa e de ciclistas e moradores, que chegaram a entregar um abaixo assinado à Prefeitura, a Ciclocidade realizou uma reunião com a subprefeitura do Butantã em setembro de 2010 (que, naquele momento, assumia para si a responsabilidade pela ciclovia). Nessa reunião, os representantes da entidade ficaram sabendo que o início das obras não ocorreria antes do final de 2011, quando seria concluída a canalização do córrego Pirajussara.

A Ciclocidade sugeriu então a possibilidade de uma nova proposta cicloviária, com a infraestrutura para bicicletas junto à calçada. Desse modo, a segurança dos ciclistas naquele importante e bastante utilizado eixo de deslocamento seria atendida mais rapidamente.

Mas imprensa, ciclistas, moradores e a associação de ciclistas não foram levados a sério. A canalização foi concluída, mas as obras da ciclovia estão longe de começar. Enquanto alguém pensa se desengaveta o projeto ou não, vidas se esvaem. Uma ciclovia no local não é nem “para ontem”: é para sete anos atrás.

18 comentários em “Subprefeito do Butantã apresentou projeto da ciclovia da Eliseu de Almeida

  1. eu caminho todos os dias pela ciclofaixa da av Elizeu de Almeida,precisa urgente de lixeiras porque me deparo com muita embalagem de tudo,salgadinho,garrafa pet agua,lata de refrigerante,e coco de cachorro,gente vamos colaborar
    att

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    1. Só uma pequena correção: Ali é uma ciclovia, não ciclofaixa….. 🙂

      Bem, qto as lixeiras, não adianta colocar lixeiras porque vandalos vai lá e destroem tudo, vide lixeiras na cidade, todo dia a prefeitura troca várias que são depredadas..moro no centro e aqui no meu bairro tinha várias lixeiras, hoje, não tem nem metade disso….

      O que tem que se investir é em educação, orientação e conscientização dos usuários da ciclovia para não jogar lixo na ciclovia, pois pode ocasionar um acidente…uma latinha de refrigerante jogada no meio da pista por exemplo, pode fazer um ciclista desatento cair da bicicleta.

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      1. Será que são mesmo os usuários da ciclovia? Em alguns casos pode ser, mas isso é mais comum de ser feito por quem está dentro dos carros ou a pé. Quem passa de bicicleta dificilmente está comendo salgadinho ou tomando refrigerante em lata, porque não é muito fácil de fazer isso com pelo menos uma das mãos no guidão e em movimento. Também não está levando o cachorro para passear (não no chão).

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    2. E tem outra coisa…ali não é para caminhar, por ser uma ciclovia, se destina exclusivamente a circulação de bicicletas. Caminhar por ali você pode ser atropelada por um ciclista ou provocar um acidente….

      Ainda mais agora que vem aumentando o número de ciclistas em circulação com a recente ampliação até Taboão e conexão com 2 novas ciclovias que vem de outras ruas….

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      1. Acho mesmo sendo proibido, podemos compartilhar sim. Falta um pouco de consciência das pessoas quando elas caminham na ciclovia uma ao lado da outra, fechando assim nossa passagem. Dá minha parte, não vejo empecilho, podem usar tb, mas precisamos de regras comuns a todos. As pessoas precisam evitar de caminhar lado a lado nas ciclovias e nós devemos nos aproximar com cuidado 🙂

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  2. Afinal a ciclovia da Eliseu de Almeida vai até a Estação Butantã? parece que ficou indefinida esta questão, ainda o bicicletário da estação está constantemente lotado. Será que vai ser ampliado?

    Se alguém souber informar ficarei grato.

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  3. Caros amigos ciclistas, precisamos soltar rojões! Hoje de manhã pude ver o início das obras da ciclovia da Eliseu. Começaram pelos trechos mais simples com o cimentado dos canteiros centrais onde tem grama. Vamos fiscalizar e acompanhar até o final.

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  4. No dia 5 de setembro, o subprefeito do Butantã anunciou em “altos brados” que as obras de ciclovia da Eliseu seriam iniciadas ainda no mês de Setembro. Todos aplaudiram. Estamos terminando o mês de Outubro e nada . . . Será que foi mais uma promessa como as outras ? Alguém tem notícias sobre o assunto ?
    Continuo utilizando diariamente aquela avenida e passando pelos mesmos problemas agora agravados pelo corredor exclusivo de ônibus (exclusivo mesmo, porque o CET diz que bicicletas não podem transitar lá). Mesmo assim continuo utilizando a faixa da direita porque nas outras é bem mais perigoso. Fico “espremido” próximo do meio fio e quando há buracos neste local (o que é normal), tenho que desviar e passo apuros com os ônibus buzinado atrás !

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  5. Essa ciclovia vai pegar a avenida do começo ao fim? Pelos meus cálculos são 5km de avenida e não 4. Se bem que se ela começar na junção com a Av. Pirajussara e ir até a Av. dos três poderes já tá ótimo, dali dá pra se virar.

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  6. A notícia não deixa de ser alvissareira, mas não basta construir ciclovia, demarcar ciclofaixas, proteger o ciclista, etc., os ciclisticas precisam aprender a andar no trânsito, respeitá-lo para ser respeitado. Basta de ciclistas na contramão, ciclista que se julga o dono da rua ( o mesmo vale para o motorista), Ciclista precisa ser cidadão. Precisa respeitar as leis. E por aí vamos. E sou ciclista de longa data. Vejo os absurdos ciclísticos por isso meus comentários.

    Polêmico. O que acha? Thumb up 4 Thumb down 6

    1. Temi por um ciclista outro dia na Corifeu, pedalando no meio da avenida, como se estivesse numa motocicleta. Ele poderia ter sido atingido tanto por carros quanto por motos e ônibus, pois, estes últimos, muitas vezes são obrigados a passar à faixa do meio para desviar dos carros estacionados rente às calçadas.

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