Rota pode ser percorrida tanto de bicicleta quanto a pé. Foto: Divulgação/Prefeitura de São Bernardo do Campo

Região metropolitana de São Paulo ganha uma rota cicloturística, a Caminho do Sal

O trajeto de 53,5 km situa-se em estrada municipal e rodovias estaduais entre Santo André, São Bernardo do Campo e Mogi das Cruzes. A utilização da rota é gratuita.

Rota pode ser percorrida tanto de bicicleta quanto a pé. Foto: Divulgação/Prefeitura de São Bernardo do Campo
Rota pode ser percorrida tanto de bicicleta quanto a pé. Foto: Divulgação
Trajeto de mais de 50km remonta a período histórico da invasão portuguesa. Foto: Divulgação/Prefeitura de São Bernardo do Campo
Trajeto de mais de 50km remonta a período histórico. Foto: Divulgação

Da parceria entre as prefeituras de São Bernardo do Campo, Santo André e Mogi das Cruzes foi criada no fim de junho a rota Caminho do Sal, ligando áreas rurais e históricas entre os três municípios e que poderá ser percorrida a pé ou de bicicleta.

Com 53,5 quilômetros, o trajeto é dividido em três partes: o Caminho do Zanzalá (16 km, entre São Bernardo e Santo André), o Caminho dos Carvoeiros (10 km, em Santo André) e o Caminho de Bento Ponteiro (27,5 km, entre Santo André e Mogi das Cruzes).

Ao longo do percurso há placas padronizadas da rota com setas de orientação para os ciclistas, o que permitirá fazer o passeio tanto com o acompanhamento de guias de empresas que façam passeios monitorados quanto por conta própria. O engenheiro mecânico Thomas Edison Azisaka, que percorreu a rota no dia da inauguração, disse ter avistado cerca de 15 placas durante o trajeto entre São Bernardo do Campo e Paranapiacaba, distrito de Santo André. “Considero insuficiente para evitar se perder. Como foi comentado pelos organizadores, há necessidade de placas mais visíveis nos cruzamentos de terra com asfalto”, diz. Já o produtor Leandro Balduíno, que fez o mesmo trecho, elogiou a sinalização. “Estava bem direcionado.”

A prefeitura de São Bernardo do Campo informou que a Guarda Civil Municipal (GCM) irá reforçar as rondas pelo trajeto, além da colocação de placas indicativas de velocidade e de cuidados com pedestres nos trechos onde também trafegam veículos.

O secretário de Gestão Ambiental da cidade, João Ricardo Guimarães Caetano, explicou que o objetivo da rota Caminho do Sal é criar um produto ecoturístico que contribua com a preservação do patrimônio natural e histórico e que fomente a economia da região. A rota Caminho do Sal foi inaugurada dia 21 de junho e contou com a presença de mais de 90 ciclistas, segundo a prefeitura de São Bernardo do Campo.

Foto: Divulgação
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Preparo físico

Boa parte da rota é composta por estrada de terra/cascalho, onde trafegam motos off-road e veículos 4×4, exigindo, portanto, um bom preparo físico e alguma técnica de mountain bike. “São várias subidas e descidas de barro ou cascalho grosseiro. No dia em que fiz o trajeto estava garoando e considerei cansativo”, afirma Asizaka.

Balduíno ressalta que devido à quantidade de pedras soltas e o excesso de lama, buracos e grandes poças, “o grau de dificuldade foi maior do que qualquer participante imaginava”. Isso tudo aliado ao frio e umidade.

No trajeto os ciclistas puderam observar natureza intocada, uma vez que não há moradias na região, e alguns riachos de água límpida. Não há locais para compra de suprimentos, portanto o ciclista deverá levar alimento, água e ferramentas.

Roteiros

O Caminho do Zanzalá começa no km 39,5 da Rodovia Caminho do Mar e segue por 15,5 km pela Estrada Mogi das Cruzes, tendo no caminho represa, área de montanha e um belo mirante de onde se pode ver o mar. No encontro da Estrada Mogi das Cruzes com a SP-122 começa o trecho considerado mais fácil. São os 10 km do Caminho dos Carvoeiros que terminam na Vila de Paranapiacaba.

Por fim, o trecho entre Paranapiacaba e Mogi das Cruzes é o mais técnico e difícil, onde há mais subidas, por estar na Serra do Mar. Entretanto, esse também é o trecho onde o visual mais impressiona, pois está mais dentro da mata. Roberto Ferraz de Carvalho, proprietário e guia da Brasil Adventure Sports, responsável pela equipe de apoio na inauguração e que já fez o trajeto todo, ressalta que o percurso completo é indicado para ciclistas mais experientes. “Recomendamos que o trajeto completo seja feito em dois dias de bicicleta e três dias a pé”, diz.

Foto: Divulgação
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Origem

A rota foi uma das primeiras trilhas no Planalto paulista no início da ocupação do território pelos portugueses. Conhecido como Zanzalá, o percurso, que ligava São Bernardo a Mogi das Cruzes, foi aberto em 1640 para transporte de sal, produto estratégico para sobrevivência dos povoamentos na época. Mais tarde, tropeiros passaram a utilizar o caminho para desviar dos impostos cobrados pelo comércio de pedras preciosas. Em 1722, o rei de Portugal ordenou o bloqueio do Caminho do Zanzalá, fato que contribuiu para que o trajeto fosse esquecido.

A retomada do percurso resgata alguns trechos originais do Caminho do Zanzalá, além de proporcionar abordagem simbólica do caminho. O Caminho dos Carvoeiros retrata parte da história marcada pela extração de madeira para os fornos das olarias dos núcleos colônias de Ribeirão Pires e São Caetano, e a produção de carvão para atender ao crescimento acelerado da capital paulista e de Santos no fim do século 19. Atualmente, esse trecho possui mata em estágio pioneiro de regeneração, com muitos manacás, árvores típicas da Mata Atlântica.

Já o Caminho do Bento Ponteiro resgata o trecho percorrido por um comerciante que no mesmo período saiu de Mogi das Cruzes para se instalar na Parte Alta da Vila de Paranapiacaba, em Santo André. Como construiu pontes em sua mocidade, era conhecido por ‘Ponteiro’.

Foto: Divulgação
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Como chegar

Quem pretende sair de São Bernardo do Campo deve se dirigir de carro ou de bicicleta ate a Estrada Caminhos do Mar (SP-148), no km 39,5, onde tem inicio a rota. Se estiver de carro, procure estabelecimentos comerciais ao longo da rodovia onde possa estacionar, pois não há estacionamento no local.

Em Paranapiacaba, distrito de Santo André, é possível estacionar próximo a entrada da rota. Também há a possibilidade de ir de trem saindo de São Paulo até a estação de Rio Grande da Serra (Linha 10 – Turquesa). São aproximadamente 15 km entre Rio Grande da Serra e Paranapiacaba.

Para sair de Mogi das Cruzes é possível ir de trem até a estação Estudantes (Linha 11 – Coral da CPTM) e pedalar 25 km até a praça da Paróquia Santa Cruz Capela do Ribeirão em Taiaçupeba, distrito da cidade, ou descer na estação Jundiapeba (Linha 11 – Coral da CPTM) e pedalar 20 km até o mesmo local. Outra opção é ir de São Paulo a Mogi das Cruzes de ônibus e usar a bicicleta até Taiaçupeba.

ATENÇÃO: o embarque com bicicletas nos trens da CPTM só é permitido aos sábados após as 14h e nos domingos e feriados o dia todo

Rota cicloturística Caminho do Sal
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A empresa Brasil Adventure Sports irá organizar passeios regulares para o Caminho do Sal, como uma das opções de roteiros que possui, com frequência de uma vez ao mês. Quem quiser fechar um grupo também poderá fazer o mesmo.

A rota cicloturística Caminho do Sal ainda não possui site, portanto quem precisar de mais informações pode ligar para os telefones oferecidos pelas prefeituras:

Santo André – (11) 4439-0109 / 0321
São Bernardo do Campo – (11) 4122-1116
Mogi das Cruzes – (11) 4726-9920 (de terça a domingo, das 9h às 15h)

29 comentários em “Região metropolitana de São Paulo ganha uma rota cicloturística, a Caminho do Sal

  1. Até hoje o maior problema, para mim, é não poder colocar a bike no ônibus intermunicipal de Embu das Artes até algum metrô, e os horários em que permitem a entrada no metrô ainda me limitam bastante, no melhor horário para ir, sábado de manhã, não se pode levar a bike no trem. Espero que isso mude em breve 🙂

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