Fotos: Thiago Benicchio

Com ações criativas, pedestres e ciclistas pressionam poder público a resolver problemas da cidade

Conheça iniciativas cidadãs que forçaram o poder público a resolver problemas no espaço urbano, como travessias de pedestres e sinalização em ciclovias.

Faixa de pedestres colorida no Largo da Batata, zona oeste de São Paulo. Foto: Divulgação
Faixa de pedestres colorida no Largo da Batata, zona oeste de São Paulo. Foto: Rachel Schein

Sabe aquele semáforo que você atravessa todo dia e reclama que fecha muito rápido? Aquela rua que você sempre precisa cruzar mas não tem uma simples faixa de pedestres? Diante de problemas que afetam a coletividade e que não são resolvidos pelo poder público, há cidadãos que criam suas próprias soluções depois de aguardarem – em vão – respostas dos órgãos responsáveis.

Separamos nessa matéria algumas ações realizadas na zona oeste da capital paulista, como exemplo e inspiração. Outras, do Brasil e do mundo, podem ser vistas aqui.

Travessias

O primeiro caso da região que conseguiu resultado quase imediato foi o do designer Daniel Graf, em 2014, como mostramos aqui no Vá de Bike. Depois de notar que o tempo do semáforo onde atravessava todos os dias era curto demais, ele fez inicialmente uma solicitação à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Sem resposta, entrou com uma petição online e arrecadou cerca de 700 assinaturas, exigindo o aumento do tempo do semáforo e a uniformização das faixas. Veja aqui o resultado.

Faixa de pedestres pintada pela comunidade perto da Praça das Corujas. Foto: Carolina Ferres
Faixa de pedestres pintada pela comunidade perto da Praça das Corujas. Foto: Carolina Ferres

Em março de 2015, um grupo de pessoas resolveu pintar uma faixa de pedestres em frente à praça que frequentavam, na Vila Beatriz. Depois de algum tempo, a CET apagou a faixa “pirata” e pintou uma oficial, exatamente no mesmo lugar. “Era uma demanda da comunidade, pois a rua conecta o Parque Linear das Corujas à Praça das Corujas. Tanto a praça quanto o parque acompanham o córrego de mesmo nome, um dos poucos que fluem a céu aberto de São Paulo”, conta a designer Carolina Ferres, uma das participantes da ação. “Havia um processo pedindo uma faixa há três anos, feito pelo pessoal que frequenta a Praça”, completa.

Carolina acredita que a repercussão na mídia foi responsável pela rápida resposta da CET. “[A ação] saiu na Veja São Paulo, provavelmente por isso a CET repintou.”

Faixa de pedestres colorida

Apenas um mês depois da ação na Vila Beatriz, uma rua que cruza o Largo da Batata ganhou uma faixa de pedestres colorida. Uma contagem feita por voluntários alguns meses antes estimou que cerca de 9.000 pessoas atravessavam naquele ponto todos os dias. Uma faixa para travessia e sinalização adequada foram solicitadas no local.

Os ônibus passam muito rápido por aquela rua, entram na curva a toda velocidade e param no próximo sinal, na esquina logo adiante, onde há uma faixa. Apesar de haver a sinalização de travessia, ela não está colocada de forma a contemplar a necessidade dos pedestres, obrigando-os a caminhar mais do que o necessário.

A pintura da faixa colorida foi realizada por integrantes de coletivos que ocupam o espaço todas as sextas-feiras desde o início de 2014 (assista ao vídeo). Mas, na semana seguinte, a CET alegou que por ser um trecho em curva e por não atender a especificações técnicas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a faixa não poderia ficar lá. A intervenção colorida foi apagada, mas uma faixa de pedestres foi pintada pouco tempo depois.

Foto: Rachel Schein
Sinalização popular em cruzamento de ciclovia na Av. Pedroso de Moraes. Foto: Rachel Schein

Cruzando ciclovias

Um pouco antes do início do processo de implantação de 400 km de ciclovias na cidade, uma ação sinalizando a travessia da ciclovia da avenida Pedroso de Moraes foi realizada durante a madrugada por um grupo de ciclistas. No dia seguinte já era possível ver os motoristas respeitando a faixa, e os ciclistas e pedestres atravessando em segurança. Veja detalhes dessa história aqui.

Em 2015, o arquiteto Sergio Reis – o mesmo que plantou árvores no Largo da Batata –, pegou material da própria obra que estava sendo feita na ciclovia da Pedroso de Moraes e fez algumas rampas de acesso, em guias que não estavam rebaixadas. “Fazia anos que essa ciclovia estava pronta e não havia rampas nesses trechos. Eu vi que tinha essas pedras, peguei um pouco e joguei lá.” Em pouco tempo ciclistas já faziam o caminho natural, atravessando pelas rampas improvisadas.

Pontes

Em 2010, um grupo de ciclistas saía durante os jogos do Brasil na Copa do Mundo para pintar faixas pela cidade aproveitando que as ruas, na hora da partida, ficavam vazias. Foi durante o jogo do Brasil 2 x 1 Coreia do Norte que a ponte Cidade Universitária ganhou uma faixa de pedestres. Infelizmente, pouco tempo depois a faixa foi apagada. Hoje, mesmo com uma ciclovia desembocando nessa esquina para levar à Ciclovia Rio Pinheiros, não há nenhuma travessia sinalizada.

Sinalização pintada em 2010 na ponte Cidade Universitária. Fotos: Thiago Benicchio
Sinalização pintada em 2010 na ponte Cidade Universitária. Fotos: Thiago Benicchio

Foi próximo a essa ponte que um vídeo foi feito em 2012, relatando problema semelhante. Em 2015, uma faixa de travessia foi pintada e um semáforo exclusivo para pedestres foi instalado:

Faixa e semáforo de pedestres na Av. Prof. Manoel José Chaves, próximo à Praça Panamericana. Foto: Rachel Schein
Faixa e semáforo de pedestres na Av. Prof. Manoel José Chaves, próximo à Praça Panamericana. Foto: Rachel Schein

Para conquistar a cidade que queremos, temos que ser protagonistas dela.

Obrigação do poder público

A sinalização das vias não é apenas competência do poder público: é obrigação. O artigo 24 do Código de Trânsito Brasileiro determina que quem DEVE garantir a segurança de ciclistas e pedestres dentro das cidades é o órgão de trânsito local:

Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
(…)
II – planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas.

37 comentários em “Com ações criativas, pedestres e ciclistas pressionam poder público a resolver problemas da cidade

  1. Enquanto não inventarem um site bom de “carona paga” aqui no Brasil, igual na Alemanha (http://www.mitfahrgelegenheit.de/) para ir trabalhar… Vou usar bike tb nos meus deslocamentos e vou precisar de mais ciclovias e ciclorrotas… DIGA NÃO AO TRANSITO CAÓTICO MOTIVADO PELO INDIVIDUALISMO BRASILEIRO… DIGA NÃO AO FALSO MORALISMO… “PINTAR A RUA É ARTE, CHAMAR A ATENÇÃO PARA A NECESSIDADE FAZ PARTE”…Carro e bike são veículos, e pedestre somos todos nós, temos que criar consenso sobre os deslocamentos de todos nós e não ficar criando PICUINHAS COM VETORES (ESQUERDAxDIREITA; PTxPSDB; BIKExCARRO)…

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    1. Aqui no Brasil tem o Uber, mas o s taxistas estão esculachando os usuários.

      No mais, parabéns pelo comentário sensato e relevante.

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      1. Obrigado tarantino..
        Tenho carro tb, mas o transito na marg. tiete é infernal cara, levo 1:20hs pra chegar em casa tanto de carro como de bike, hoje optei pela bike devido a falta de tempo para ir para academia e pela economia tb.. concordo com vc que a prefeitura e as subprefeituras são coniventes com alguns trechos ruins e com a falta#demora de solucionar os problemas de mobilidade… gostaria apenas que as pessoas levassem mais a sério os apps diwgo e wego caronas, que fosse mais seguro utilizar qualquer modal… e que deveríamos bater menos de frente cara…

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        1. Hehe, afinal de contas, o que todo mundo quer é ser feliz!

          Vou te dizer uma coisa: sou um sujeito chato, e adquiri esse vício em parte justamente por correr atrás de coisas que deveriam ser naturais e automáticas, como por exemplo, nosso direito de ter coisas excelentes e bem feitas pelo nosso (des)governo. Isso é estressante, mas se quisermos deixar um país melhor e mais justo para nossos filhos, o negócio é ir atrás. Nesse ponto, nosso (des)governo presta um grande desserviço à população, estimulando a dissidência entre as várias “facções ” da população. Porra, não existe esse negócio de facção, somos todos seres humanos, temos nossos sonhos, nossas metas, e não é nenhum governo porco que vai criar tensão entre todos nós. Uma coisa qualquer que eu faça aqui, vai influenciar alguém, sei lá, do outro lado do mundo. Eu não sou o ciclista, nao sou o motorista, não sou o pedestre, e ao mesmo tempo sou todos eles. Somos a humanidade, meu caro.
          Vamos seguir todos na mesma direção, ninguém, como você disse, previsa bater de frente. A sua felicidade é a minha felicidade. Minha cidade é a sua cidade. Somos todos um.

          Abraço
          Tarantino

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  2. [Comentário oculto devido a baixa votação. Clique para ler.]

    Esse comentário não tem feito muito sucesso. Thumb up 4 Thumb down 9

        1. A diferença é que não é só ciclista que pinta ciclovias “paralelas” como forma de pressionar o orgão publico. Muitos pedestres (que nem são ciclistas, se vacilar) também pintam faixas de pedestres…Se chega a esse ponto, a culpa é do orgão publico que trata o ciclista e o pedestre como segundo e terceiro plano, venerando e priorizando o usuário do carro (que é a minoria)….

          Então o que o orgão publico não faz, o povo vai lá e faz, simples assim….

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          1. Usuários de carro não são minoria. A cidade possui 8 milhões de veículos e o número de viagens de automóvel é similar ao de ônibus, sendo que em alguns anos é maior e em outros levemente menor.

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            1. Errado, precisa se informar melhor. Kd os dados que comprovem sua tese? Se não tem, sua opinião nada mais é que apenas achismo

              Possuir 8 milhões de veículos não quer dizer que os 8 milhões estejam rodando ao mesmo tempo.

              A CPTM e o metrô transportam diariamente mais de 7,5 milhões de usuários por dia ítil. E a rede de onibus outros 5 milhões, o que totaliza mais de 12 milhões de viagens diarias feitas pelo transporte publico em geral. Fora aqueles que fazem deslocamentos a pé e de bicicleta.

              Deslocamentos por carros representam 85% dos gastos mas só atendem 31% das pessoas

              “… Segundo o levantamento, “as viagens a pé e em bicicleta foram a maioria (25,1 bilhões = 40% do total), seguidas pelo transporte individual motorizado – carros e motocicletas (19,4 bilhões = 31% do total) – e pelo transporte coletivo (18,2 bilhões = 29% do total), sendo que o transporte coletivo é responsável por percorrer 57,2% das distâncias nas viagens habituais”. Os carros são usados apenas em 31% das distâncias…”

              http://viatrolebus.com.br/2014/07/deslocamentos-por-carros-representam-85-dos-gastos-mas-so-atendem-31-das-pessoas/

              A pesquisa de mobilidade de 2012 por amostragem:

              http://www.metro.sp.gov.br/metro/numeros-pesquisa/pesquisa-mobilidade-urbana-2012.aspx

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      1. Não sou contra essas medidas…

        O blog parece que tb não. A pergunta é: E se “o povo” pintar vagas de estacionamento sobre a ciclovia, tb é legítimo?

        Qual a diferença?

        Polêmico. O que acha? Thumb up 3 Thumb down 5

        1. As faixas de pedestres foram pintadas no lugar de faixas de rolamento, foram?

          E as ciclovias foram pintadas em areas de estacionamento proibido, não sobre vagas de estacionamento demarcadas….logo…

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          1. Muitas ciclovias foram feitas em locais onde era permitido estacionar…

            Mas pelo seu argumento então o “povo” pode pintar faixas de rolamento sobre as ciclovias?

            De novo, qual a diferença? Quando uma coisa passa de “superlegal/no mundo inteiro é assim” para vandalismo?

            Polêmico. O que acha? Thumb up 4 Thumb down 4

            1. A diferença é que estamos falando de maquinas vs pessoas. E VIDAS.

              Nova iorque, Bogotá, Paris, Londres, Buenos aires, Santiago, Toquio, Lisboa, Amsterdã e várias e várias outras cidades fizeram ciclovias retirando milhares de vagas de carros. E tem que tirar mesmo.

              SP tem mais de 17.000km de vias pavimentadas para carros, que ocupam 80% do espaço publico para muitas vezes transportar apenas 1 pessoa.

              Qto tem de ciclovias segregadas mesmo? Nem 2% desse total. As pessoas fazem isso por carencia de espaço. Não é o certo, mas se for esperar o poder publico, você morre esperando.

              O povo não vai fazer isso ,pq o POVO são os pedestres, a parte mais fragil. E sabe pq? Tem espaço de sobra para carros (cujas vias cobrem a cidade inteira). Então não tem essa de “SE”., isso não ocorre, pois não há falta de espaço, diferente de faixas de pedestres e ciclovias. Por isso não se ouve falar.

              Então substitua o “povo” por “carrocratas”.

              Polêmico. O que acha? Thumb up 6 Thumb down 3

              1. Vc está falando de vidas…

                Vc acha que a sua demanda é mais justa que a dos outros, que a sua vontade deve prevalecer sobre a dos outros…

                “carrocratas” são piores do que “ciclichatos”!

                Entenda que quem decide quem está certo e quem está errado não é vc.

                Que pintar ciclovias, faixas de pedestres e etc, é tão errado quanto pintar vagas de estacionamento sobre as ciclovias.

                Questiono a incoerência desse blog e de muitos de seus seguidores.

                Se o governo não faz a população vai lá e faz! Podemos justificar linchamentos assim!

                Em tempo: Sou contra essas iniciativas descritas nessa postagem, tanto quanto sou contra que se estraguem as ciclovias.

                Polêmico. O que acha? Thumb up 4 Thumb down 4

              2. No dia que o motorista chorão não encontrar vaga para estacionar (o que não ocorre pois são historicamente privilegiados), ele sempre terá a opção de deixar o carro na garagem.
                Já o pedestre faz o que quando não encontra opções? Amputa as pernas?

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            2. Fabio, pois é…e as bicicletas então? Carro tem toda uma infraestrutura completa para seu total deslocamento, ao passo que não tem para bikes. E nego ainda fica de mimimi, é mole?

              Ah, eu nem vou mais perder meu tempo, já falei o que tinha que falar. Engraçado que muito antes das ciclovias, não via ninguém falando todo esse bla bla bla…

              Mas não tem problema…isso passa, porque mais cedo ou mais tarde, TERÃO que aceitar, quer gostem ou não.

              Estou bem tranquilo quanto a isso.

              ———

              E JORGE!! VIVA O FALSO MORALISMO!!!
              HIPOCRISIA RULES !! XD

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              1. Pronto… Quando falta argumentos querem logo transformar na velha briga carro x bicicleta…

                O que estou discutindo é coerência.

                Em que o seu vandalismo (ou “solução criativa) difere de alguém que tira uma placa de proibido estacionar só para parar o carro onde não pode?

                Já pensou que uma faixa de pedestres onde não deveria existir pode colocar pessoas (pedestres e motoristas) em risco, e por isso não podem ser pintadas a esmo?

                Ou pintar bicicletinhas no chão pode induzir ciclistas a trafegar aonde é proibido (vias de tráfego rápido) colocando motoristas e principalmente o próprio ciclista em risco?

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              2. Jorge, o que você define por vandalismo?

                Na minha opinião, o ato de vandalismo está relacionado com a agressão ao indivíduo ou ao patrimônio.

                O que vemos na matéria desse blog é solução criativa porque ela tenta fazer o que o poder público não faz, seja por incapacidade técnica, financeira ou pura omissão.

                Em outras palavras, o vandalismo destrói e a solução criativa constrói. Um é desfavorável, o outro é favorável. Um contribui negativamente, o outro positivamente.

                Impossível também fazer uma comparação entre uma solução criativa e o linchamento. Sabe por quê? O primeiro é plenamente justificável (ex.: falta faixa para o pedestre atravessar com o mínimo de segurança) e o segundo não é (por mais que se queira fazer justiça, a agressão não é válida numa sociedade que acreditamos ser organizada).

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              3. Anti Jorge, se a “solução criativa ” por mais bem planejada e executada que seja, não foi executada pelos órgãos oficiais, ela não possui valor legal.
                Em relação ao linchamento ser ou não justificável…bem, a princípio sou contra fazer justiça com as próprias mãos, mas me colocando no lugar de alguém que, por exemplo, teve algum ente querido assassinado, e essa pessoa não vê nenhuma atitude efetiva tomada pelos órgãos competentes, fica fácil achar justificativa para um linchamento…

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            3. Minha opinião é que tudo deve ser feito pelas vias legais. Mas como aqui no Brasil as coisas não funcionam, muitas vezes as pessoas ficam de saco cheio de esperar e decidem fazerem as coisas por conta própria. Até concordo, não podemos passar a vida inteira esperando a boa vontade dos órgãos (in)competentes.

              Porém, existe o outro lado.

              Toda vez que alguém faz algo à revelia da lei, é aberto um precedente, o que pode estimular outras pessoas a também quererem fazer coisas por conta própria. E aí começam as discussões: “Por que você pode e eu não? Eu também sou cidadão ”

              Com o passar do tempo, a situação sai de controle e a cidade vira terra de ninguém.

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          1. Vc disse, vc não explicou! Ou a sua opinião é absoluta?
            E o cidadão que pinta “proibido estacionar” ou coloca um cone na frente de sua loja. Vc também aprova essa “solução criativa” (nas palavras do blog)?

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            1. Jorge

              Enquanto o povo deste país não respeitar o Estado de Direito, jamais alcançaremos um nível de civilidade de 1o mundo. A indisciplina é característica marcante de povos atrasados. Infelizmente, tudo aqui é feito nas coxas, o improviso e a gambiarra estão incrustados no espírito da maioria dos brasileiros, e será somente um milagre que desanuviará a mente oportunista e distorcida do povo.
              Falar que Deus é brasileiro deveria ser motivo de excomunhão.

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          2. Fabio, não perca seu tempo…não vale a pena!

            Para mim a segurança do pedestre e ciclistas está acima de qualquer outro….por serem a parte fragil!

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            1. Exatamente, a segurança dos pedestres e ciclistas está em primeiro lugar.
              Justamente por isso as obras viárias, sinalização inclusa, deve ser feita por quem sabe o que está fazendo (pelo menos em teoria ).

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      1. Bom mesmo é o transporte coletivo, que não precisa estacionar. Solução completa não há, mas o transporte público atende o maior número possível de pessoas. O ideal é a integração entre os meios de transporte.

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      2. Tá faltando um pouco de interpretação de texto aí…

        De novo, não é carro x bicicleta, ciclovia/travessia de pedestre x vaga de estacionamento… É sobre COERÊNCIA!

        Uma ciclovia ou faixa de pedestre “pirata” podem colocar, pedestres, ciclistas e até motoristas em risco.

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          1. Mesmo sendo bem planejadas, existe um problema: se por acaso um ciclista for atropelado numa ciclovia “pirata”, qualquer reclamação não surtirá efeito, pois oficialmente, tal ciclovia não existe, e quem pintou-a a fez à revelia da lei.

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      3. …uma vaga de estacionamento serve para…estacionar! Não é incrível?

        Todos na cidade pagam impostos, e o motorista paga ainda mais pelo fato de possuir um carro. Não acho injusto, assim como também não acho injusto que existam vagas de estacionamento (muitas delas pagas, aliás), afinal, toda a infraestrutura existente foi feita com o dinheiro dos impostos. Vagas que, inclusive, podem ser utilizadas pelos ciclistas quando estiverem usando o seu próprio carro para levarem a mamãe, a vovó ou o filhinho pequeno no médico, por exemplo.

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  3. Muito legal essas atitudes, totalmente a favor. Vivo escrevendo aqui que os ciclistas devem pressionar os órgãos competentes para melhorarem a qualidade das ciclovias, mas parece que a maioria não entende, já vão logo xingando de carrocrata e outras coisas…

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