O símbolo de uma bicicleta foi pintado ao longo de toda a ponte, sugerindo o compartilhamento.

Ciclistas sinalizam ponte de São Paulo com bicicletinhas no asfalto

Com símbolos de bicicleta no asfalto, ciclistas sinalizaram a Ponte da Freguesia do Ó, na Zona Norte, chamando atenção para o risco que correm moradores da região.

O símbolo de uma bicicleta foi pintado ao longo de toda a ponte, sugerindo o compartilhamento.
O símbolo de uma bicicleta foi pintado ao longo de toda a ponte, sugerindo o compartilhamento.

Usando tinta branca e um stencil com o símbolo de uma bicicleta, ciclistas sinalizaram na noite de domingo (14/9) a Ponte da Freguesia do Ó, na Zona Norte da cidade. O objetivo é chamar a atenção para o risco que correm moradores da região que precisam cruzá-la pedalando. Veja a galeria de fotos no final da página.

“É uma ação de conscientização do poder público sobre a necessidade de reduzir a velocidade nas pontes e criar faixas de pedestres”, esclareceu um dos participantes da ação. “Notem que a ponte da Freguesia tem de um lado um supermercado e uma escola de samba e do outro faculdade e estação de trem da CPTM. E é quase impossível transpor essa ponte a pé ou de bicicleta”, ressaltou.

Uma ação de sinalização com placas de compartilhamento já havia sido realizada na mesma ponte, em dezembro do ano passado (veja aqui). Em setembro de 2013, ação semelhante foi realizada na Ponte das Bandeiras (matéria aqui).

Veja 18 razões para apoiar a implantação de ciclovias

Pontes têm sido alvo de estudos e planejamento

Em entrevista ao Vá de Bike, o superintendente de Planejamento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Ronaldo Tonobohn, disse que o maior problema para a mobilidade em bicicletas na cidade ainda é a travessia de pontes e viadutos. “É uma questão muito preciosa para nós”, declarou, afirmando que “toda ponte que for construída terá infraestrutura para bicicleta e pedestre” e que pesquisas e levantamentos estão sendo feitos em diversas pontes da cidade.

O secretário de Transportes, Jilmar Tatto, declarou em julho deste ano que todas as pontes que cruzam os rios Tietê e Pinheiros estão sendo estudadas e analisadas para determinar em quais é possível fazer ciclovia, compartilhamento com o pedestre, retirada de faixa de carro ou obras à parte. “Uma das partes mais difíceis da implantação de ciclovias é justamente a transposição dos rios na cidade”, afirmou.

O Vá de Bike teve a informação de que reuniões têm sido realizadas internamente no poder público para discutir cada uma das pontes sobre as marginais. Recentemente, alguns jornais informaram que ciclopassarelas estão sendo estudadas pela CET, para serem implementadas junto a algumas dessas pontes, mas ainda não há informações oficiais. Parece que novidades boas vêm por aí.

Sinalizar e reformar pontes é essencial

Milhares de ciclistas precisam cruzar diariamente as pontes paulistanas. E a maneira como foram construídas – servindo como alça de acesso para vias de alta velocidade – coloca em risco qualquer pessoa que não esteja em um veículo automotor.

O motivo do risco é bastante claro. O ciclista vem por uma avenida principal, na faixa da direita, quando de repente, “surge” uma nova faixa à sua direita, com veículos entrando em alta velocidade. E isso justo no momento em que começa a subida e a velocidade do ciclista, por consequência, diminui.

Mesmo após passar por essa entrada, o risco continua sobre a ponte, pois a velocidade da bicicleta diminui cada vez mais em razão do aclive e os veículos, que vêm da avenida abaixo em alta velocidade, vêem a ponte como uma extensão dessa via e tentam manter a velocidade que imprimiam anteriormente. O ciclista passa a ser visto como obstáculo e não raro ocorrem agressões que leh colocam a vida em risco, como finas e fechadas.

Mais adiante, quando tem início a descida, o risco continua, agora com os motoristas que querem chegar à saída na direita, para acessar a via rápida abaixo. Muitos não têm paciência com o ciclista e o fecham descaradamente, mesmo sabendo que com isso pode ocorrer um grave acidente.

E como mudar tudo isso? As melhores soluções, em termos de segurança viária, são:

  • Retirar dessas pontes a característica de alça de acesso, fazendo os motoristas entrarem na próxima rua para retornar à avenida abaixo. Sem isso, é muito difícil fazer uma travessia segura para pedestres um acesso para ciclistas.
  • Sinalizar a presença de bicicletas e a prioridade de circulação garantida no código de trânsito, através de sinalização horizontal (ciclofaixa, ainda que compartilhada com ônibus) e vertical (placas).
  • Realizar blitzes de fiscalização para coibir o comportamento desumano e criminoso de muitos motoristas ao entrar e sair das pontes, punindo exemplarmente por direção perigosa. Impunidade estimula o desrespeito à lei.

8 comentários em “Ciclistas sinalizam ponte de São Paulo com bicicletinhas no asfalto

  1. Marcos,

    Porque o Código de Trânsito Brasileiro diz que é assim. A bicicleta é um veículo e deve circular pela via, a menos que haja ciclovia.

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      2. Para a sua informação a ponte é via de tráfego rápido e, assim sendo é proibido circular de bicicleta por ali.
        Logo seu argumento não vale.

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        1. Ponte não é via de tráfego rápido. Ponte é ponte. Há uma definição para vias de tráfego rápido no CTB e outra para pontes, portanto são tipos de viário distintos aos olhos da Lei.

          “PONTE – obra de construção civil destinada a ligar margens opostas de uma superfície líquida qualquer”

          Se, por definição, a passagem de ciclistas não fosse permitida, algumas delas não teriam placa proibindo (como a Ponte Estaiada, por exemplo).

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          1. Há controvérsias…
            Na Anchieta e Imigrantes tb tem placa de proibido bicicletas, mas pelo CBT é permitido
            Independente disso pintar a rua ainda é vandalismo, não importa o motivo!

            Vandalismo é crime e esse site não deveria fazer apologia a isso.

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