Foto: Pat Pavanelli, via Flickr

Gente diferenciada, ciclistas e a cidade

Veja o que realmente aconteceu nesse dia e entenda o que essa manifestação representa. Ciclistas, que são tratados diariamente como “gente diferenciada”, engrossaram o protesto.

Foto: luddista

A massa de mais de mil pessoas diferenciadas fez uma festa a céu aberto que durou até a noite, de forma pacífica e bem humorada, derrubando novamente o mito de que quem se manifesta pelos seus direitos é gente sem educação que quer queimar pneus, destruir lojas, atacar velhinhas indefesas e devorar criancinhas

O “churrascão da gente diferenciada”, que ocorreu no bairro de Higienópolis, em São Paulo, contou com a presença de dezenas de ciclistas, muitos dos quais seguiram em grupo desde a Praça do Ciclista.

O ciclista paulistano já está acostumado a ser tratado como “gente diferenciada”, seja pelo poder público que fecha os olhos ao seu direito de circular com segurança, por motoristas que os agridem e os colocam em risco para que não usem as vias, por comerciantes que tratam com diferença ou negam estacionamento a clientes ciclistas ou por empresas que tratam de forma “diferenciada” os funcionários que optam por esse meio de transporte.

Ainda tem quem acredite que mesmo o modesto número da PM, de 600 pessoas, foi inflado. Para Veja e R7, quase ninguém compareceu. Foto: luddista

O protesto

O protesto foi motivado pelo discurso preconceituoso de moradores da região ao recusarem uma estação de Metrô no coração do bairro, na esquina das ruas Angélica e Sergipe. Com uma pretensa preocupação com a velocidade dos trens e a qualidade do serviço, os moradores do bairro fizeram um abaixo assinado com cerca de 3500 assinaturas pedindo que a estação não fosse construída, alegando que a distância entre as estações seria muito pequena.

Pelos depoimentos (e pela incoerência de quem não se interessa nem um pouco em usar transporte público se preocupar tanto assim com um pequeno detalhe da qualidade dele), percebe-se que a real preocupação dos moradores é quanto ao aumento da circulação de pessoas de menor poder aquisitivo e de camelôs no bairro, o que uma das moradoras definiu como “gente diferenciada”. Como escreveu João Carlos Lacerda no Futepoca: “mais do que a polêmica sobre a estação do metrô, o protesto foi principalmente contra essa ‘doença’ paulistana, cada vez mais perceptível, a ‘pobrefobia’ “.

Muita gente criticou a manifestação como sendo coisa de vagabundos, desordeiros ou até de “mauricinhos que não têm o que fazer”. Por que, afinal, lutar por direitos e contra o preconceito social é coisa mesmo de quem não trabalha (num sábado à tarde) e de quem só quer destruir tudo (não houve desordem, nem tumulto e até recolheram o lixo). E quem é de classe média deveria ficar contente com a maneira como as coisas estão, se esconder no seu carrinho e engolir silenciosamente o preconceito contra os outros, portanto não deveria participar. Ah, tenham dó.

Os argumentos

No vídeo acima pode-se perceber como os moradores aos poucos remodelam seus argumentos, já que a alegação “técnica” da queda de qualidade do serviço devido à distância entre estações não colou e foi desbancada pela declaração do ex-secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella.

Dessa vez, os moradores que não querem pobre por perto alegam que a região já é muito bem servida por transporte público e que existiriam QUATRO estações de metrô no bairro. Seria, portanto, um desperdício colocar a estação naquele ponto, já que há regiões da cidade precisando muito mais de metrô do que Higienópolis. Pois vamos analisar esses argumentos.

Já tem estação no bairro?

Há, realmente quatro estações de metrô na região, mas todas nos limites do bairro. Há ainda uma quinta a ser construída, também no limite do bairro, na R. da Consolação. Para quem mora, trabalha, estuda ou simplesmente quer passear por lá, as estações podem estar bem longe de seu destino.

No vídeo, um dos moradores afirma que basta andar “quatro quadras pra lá ou quatro quadras pra cá” para chegar a uma estação. Examinando a posição das estações no mapa, percebe-se que a única que está a quatro quadras de distância do ponto polêmico é a futura estação Mackenzie. Portanto, se a pessoa estiver no ponto exato onde será construída a nova estação, serão realmente apenas quatro quadras até a estação Mackenzie.

Mas e se a pessoa não estiver saindo do supermercado que hoje ocupa aquele local, mas de um ponto mais acima ou mais abaixo na avenida, ou mais para dentro do bairro? Se o usuário de transporte público estiver no Shopping Higienópolis, por exemplo, todas as outras três estações citadas estão longe demais para se ir a pé. E sabemos que muita gente que lá trabalha usa transporte público.

No mapa abaixo é possível ver a localização de cada estação no entorno do bairro. Foram marcados em amarelo alguns pontos geradores de demanda que estão além dos 500m da zona de influência das demais estações.

Outros bairros precisam mais

Essa justificativa é tão claramente fraca que eu nem deveria me dar ao trabalho de explicar. É CLARO que existem bairros precisando muito mais de metrô que Higienópolis! Mas infelizmente não é possível colocar uma estação de metrô onde a linha não passa. Não se pode tirar a estação Angélica de Higienópolis e plantá-la no Itaim Paulista, para que o trem se teleporte magicamente para outra região na cidade. Espero que um dia tenhamos metrô até lá, mas enquanto a linha não chega nem perto dali, não existe milagre.

O que a manifestação mostrou

Foto: Pat Pavanelli, via Flickr

– que os cidadãos reconhecem que São Paulo precisa de mais transporte público, mesmo que alguns setores da sociedade não o queiram para si

– que as pessoas não aceitam mais o preconceito caladas e que atitudes e discurso dessa natureza não podem ficar sem resposta

– que o paulistano (e o brasileiro) está aprendendo a lutar pelos seus direitos e contra o preconceito de todos os tipos

– que protesto não precisa ser ateando fogo e quebrando tudo

– que a PM está deixando de tratar manifestante como bandido e, com isso, está ajudando a tornar os protestos mais pacíficos

– que os bairros são da cidade, não das pessoas que neles residem

– que o paulistano cansou de ver sua cidade refém de pequenos grupos e está disposto a lutar por um lugar melhor para se viver

– que as redes sociais têm realmente um grande poder de mobilização

– que as pessoas começam a entender que detrás do teclado não é possível mudar o mundo e é necessário ir para as ruas

– que por mais legítima, lúdica e vultuosa que seja uma manifestação, sempre vai existir quem tente reduzi-la a algo sem importância, agressivo ou pequeno

– que manifestante não é bandido, não é desocupado e não é vagabundo, é apenas alguém que tem a decência e a coragem de mudar o mundo

24 comentários em “Gente diferenciada, ciclistas e a cidade

  1. Olha pessoal, eu sinceramente acho que o grande problema dessa briga classita é a confusão que algumas pessoas fazem em ser rico e ser mal caráter ou ser pobre e a mesma coisa. O fato de alguém ser rico não quer dizer necessariamente um entrave no desenvolvimento do menos favorecido, pois com você sendo pobre ou não, isso não muda a realidade dele. O entrave está sempre em você, é você que faz errado, fala demais e fala menos, põe a culpa no mundo por causa dos seus problemas e não pensa em resolvê-los, não luta, não dá valor a cada minuto que respira ou que pode fazer alguma coisa. É claro que em algumas circunstâncias extremas em que a vida não sorriu muito para algumas pessoas, as coisas são mais difíceis, mas a decisão de ser inerte e não fazer nada é sempre sua, e é claro que sabemos que disciplina para mudar a sua vida não dá em árvores. O maior miserável não é aquele que tem o que tem, seja porque lutou ou porque herdou, e sim o babaca que fica na sua frente e te diz “você não vai conseguir”. E com esse que você se preocupar, alias, que você tem que dar a volta, passar por debaixo das pernas, ou, se puder, por cima. Hoje profissionalmente recebo acho que umas 5 vezes mais do que recebia a uns 5 anos atras, e vocês não imaginam a quantidade de @#! que tive que driblar e passar por cima para conseguir o que tenho hoje, e quero mais ainda sabe. O metrô é importante, sim, extremamente, mas se você não tivesse nenhuma chance de sucesso na sua vida, e se derrepente aparecesse uma para você, só que você teria que atravessar a cidade para ir atrás, o que você faria? Esperaria do governo? faria uma passeata ou criaria um blog para discutir o problema?? Não meu amigo, seu instinto faz você agir quando quer alguma coisa, só precisaria saber para que lado que é…Eu desprezo a arrogância e a sobreba pois são sentimentos muito mediocres e de quem é pobre de espírito. Se ele pode mais, o problema é dele, se ela falou uma asneira, com certeza notamos, pois vimos o resultado, agora na boa, fique sem tudo o que tem que te ajuda a ter uma vida mais fácil, e com todos contra você. Quando você sair do branco que vai te dar do “E Agora??” e começar a reagir denovo, aí realmente você saberá a diferença do que é ser nobre e não ter essa virtude. Uma ajudinha no transporte público é sempre bem vinda para quem precisa de uma mão extra, mas ser mole e frouxo não é desculpa para não se virar com o que tem. Quem quer faz.

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  2. Bom dia gte…
    caso vcs usem ou conhecam alguem que va da bicicleta para a faculdade ou trabalho, respondam meu questionario ou repassem por favor

    Faz parte da minha dissertação de mestrado
    ou qq coisa responda aqui: https://spreadsheets.google.com/spreadsheet/gform?key=0AkUQyTwo3i9tdFdCS2YxbmxpR3c4VjJNLWdCUVo3MWc&hl=en_US&gridId=0#edit

    Essa pesquisa tem como objetivo desenvolver um modelo para estimativa da demanda de viagens por bicicletas, com ênfase nos movimentos pendulares; identificando os fatores que influenciam na escolha do modo de transporte e a demanda potencial dos usuários de bicicletas dentro de uma região ou cidade.
    Muito Obrigada e conto com sua colaboracao.

    Luiza

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  3. Olá Willian.

    Como sempre, um bom texto. Mas acho que faltou incluir duas informações importantes. Primeiro, que a manifestação não ocorreu devido à declaração “infeliz” da moradora, como alguns podem pensar. O Metrô de fato anunciou mudanças no projeto e a partir das notícias veiculadas na imprensa é que a sociedade se manifestou (como está na matéria da FolhaonLine: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/914153-apos-protestos-governo-de-sp-desiste-de-metro-na-angelica.shtml).

    Outro dado importante, embora ninguém tenha dado a devida atenção, é sobre o público atendido pela estação. Eu trabalho na rua Sergipe, há menos de uma quadra de distância do local escolhido para a estação. Quem anda por aqui sabe que o movimento de idosos é alto, principalmente por haver inúmeros consultórios médicos na região (a Av. Angélica é conhecida por isso). É óbvio que a estação seria de muita ajuda para essas pessoas, muito mais que para os alunos da FAAP, que podem caminhar alguns quarteirões. E quem já pegou ônibus na Av. Angélica certamente percebeu que boa parte dos passageiros utiliza esse transporte para integração com o Metrô. Só isso já seria um ótimo motivo para defender a estação na rua Sergipe.

    Para finalizar, não acredito que o problema seja a “pobrefobia”. Pode até existir, mas, pelo que vejo aqui, o pessoal não quer é ser incomodado pelas obras. Fora que essa história de que “os pobres” vão para a região só por que agora existe uma estação de Metrô é no mínimo uma visão distorcida. Basta ver a Av. Paulista. Afinal, pobre trabalha, e tem mais o que fazer além de passear em Higienópolis.

    Abraços!

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  4. Elkin Kloster

    Seu erro é clássico, você, como as pessoas que moram nos Jardins, Higienópolis, etc, como diz, acreditam que isoladas estarão a salvo da criminalidade. Examine e verá que os criminossos justamente saem das periferias e vão avançar sobre os “ricos” alienados em seus mundos cor-de-rosa.
    Não será vivendo em guetos de pobres e ricos que a diferença social será controlada. Essa, sim, uma causa evidente que gera criminalidade.
    O churrascão foi para acordar as mentes do absurdo do isolamento. Quem tem boa condição econômica e social no Brasil quer viver numa concha, acredita que não tem responsabilidade nenhuma sobre os fatos atuais, que paga seus impostos e os problemas sociais são problemas para os governos. São pessoas que não querem abrir mão de sua “felicidade”(de fato não o são) para prestar atenção e se envolver, aceitar a parcela de ônus que cabe a todo cidadão brasileiro pelo simples fato de ter nascido e viver aqui. Ou que se mude para Ny, Paris ou Londres, lá a responsablilidade implícita deixa de existir.
    O cidadão “bem nascido” aqui só vota pela continuidade de seu “status quo”, pela manutenção de sua condição privilegiada.
    Separar pessoas por classe econômica, cultural, só agrava os ressentimentos, aumenta o estranhamento e rancores, diminui a sensação de cumplicidade com o todo.
    “Os pobres que progridem querem fugir da criminalidade”, claro, mas nem por isso são pessoas melhores, os melhores são os que tem ambições mais maduras; ser pobre e progredir não necessariamente é ser uma pessoa melhor para o mundo. Ser rico e bem sucedido não é ser uma pessoa melhor para o mundo. Muitos que foram pobres aprenderam o “comportamento de rico” distorcido observando esses quando na pobreza, eos imitam por mediocridade de anseios.
    Eikin, o mundo pode ser bem melhor que isso, muito melhor mesmo. E não, isso não é discurso de comunista, equerdista, vagabundo, petista ou burguês em causa.

    abraço

    Márcio Campos

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    1. Márcio,
      Para tudo deve haver um equilíbrio. Algum atrito deve haver entre as classes, para que se busque alguma justiça social. O atrito não deve ser demasiado, para que o conflito de classes não degenere em guerra civil. Condomínios fechados e alphavilles representam mesmo uma quebra de diálogo entre as classes. Mas o diálogo tem que acontecer. Uma das obrigações do Estado é prover segurança. Uma forma produtiva de levar o impasse entre os moradores de Higienópolis e o metrô é mostrando como o Estado pode se fazer presente no bairro e garantir que a segurança lá melhore ao invés de piorar.

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  5. A rua é sua moradia?
    Não confunda seu bairro com sua propriedade. Enquanto vivermos em uma cidade, as ruas serão patrimônio público, e querer transformar seu bairro em sua propriedade particular vai contra qualquer conceito básico de cidadania.
    Trazer o transporte público para uma região não significa prestigiar apenas essa região. Você ignora tanto o que acontece ao seu redor que não percebe que sua região depende das outras, ela não pode se isolar do resto!
    Não se deve pensar a cidade em guetos.
    Transporte público representa a integração da sua vizinhança à cidade. Se não quer viver numa cidade, fuja para as montanhas! O Brasil é grande. Vá para o meio do mato se não quer conviver com a diversidade que faz da cidade o que é.
    Se você não se contenta em viver com menos ostentação, se você se sente cerceado ao andar na rua cheia de pobres, talvez este mundo não esteja bom o bastante para você. E não vai ser espantando para longe as pessoas que você não considera dignas de compartilhar o espaço público que você vai conseguir alguma melhora.
    Você vai cultivar o ódio.
    Se você acha que o Willian representa a loucura, eu sou o primeiro a discordar. Você é que representa a loucura, a loucura de querer viver isolado do resto da sociedade. Você talvez mereça o muro que quer construir para si mesmo. Só não vai ser fácil conseguir fazer isso numa região central da cidade.

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      1. tiago – “Vá para o meio do mato se não quer conviver com a diversidade que faz da cidade o que é.””

        ricardo – “Por que eu faria isso? Eu estou muito satisfeito morando num bairro nobre com pouco fluxo de pobres. ”

        LOL. E o pior é que eu fui pro meio do mato mesmo… e está cheio de paulistano fugido do caos da cidade aqui.

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  6. [Comentário oculto devido a baixa votação. Clique para ler.]

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    1. E é por isso que o Brasil não evolui, por pensamentos de gente como você!
      100% de chance que vc estuda numa Uni Abobrinha qualquer e mora por essas bandas de Higienópolis, ou então é tão pobre de espírito e fútil que fingi ser o que não é!
      E antes que alguém fale algo, moro na Zona Leste e não me sinto de forma alguma ameaçada pelos “pobres” que residem ao meu redor… tenho mais medo desses políticos que deixa de fazer melhorias numa cidade como São Paulo em função de uma minoria escrota.
      Aliás, não sei se você sabe, mas em cidades como Paris e Nova York (com gente que tem muito mais classe e poder aquisitivo) tem metrô e trem por toda parte (olha só que coisa!).
      Atenciosamente,

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        1. Eu nem devia me dar ao trabalho de responder a uma argumentação tão frágil quanto a sua, mas…
          1- Em qual Brasil você vive? Porque esse ai que evoluiu eu não conheço! O Brasil que eu vivo não tem escolas públicas decentes e nem em número suficiente, as universidades públicas também são escassas e as poucas que existem tem uma infraestrutura precária (vivencia in loco), as pessoas são preconceituosas e querem se isolar em uma bolha, o crescimento consistente ainda é, infelizmente, só para uma minoria, pois grande parte da população tem que viver de 1 salário mínimo (o que pessoas normais sabem…não dá pra nada!).Desse modo preferia estar estagnada igual a Argentina.
          2 – Justamente por haver mais igualdade entre todos, inclusive com os meios de transporte divididos igualmente pelos bairros é que não há tanta preocupação. Inclusive não estou comparando indice de criminalidade, veja bem, aqui se trata de meios de transporte!
          3 – Na minha percepção de moradora da Zona Leste não tenho medo e vejo o mesmo comportamento nos meus vizinhos e amigos, portanto acho que a sua percepção de uma pessoa que provavelmente passou uma ou duas vezes em algum bairro um pouco mais perigoso ou não está um pouco fora da realidade, inclusive há bairros tão “ricos” ou mais do que alguns em outras regiões (ex.: Anália Franco). Aliás, é nos Jardins que as pessoas andam de carro blindado e colocam câmeras e seguranças cercando a casa toda. Quem será que tem mais medo ?!
          Eu nem vou mencionar aqui que numa cidade do tamanho de São Paulo, não há uma região sequer que não tenha criminalidade.

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  7. Bom Dia á todos!

    Gente porque não fazer protestos para construções de hospital e escolas!?!?!? Com educação essa diferença entre “Classes Sociais” irá diminuir!!!

    Por causa de um comentário infeliz que um morador fez todos os demais pagaram por isso!

    Todas as regiões da cidade tem seu problemas, mas sabemos que a região leste é uma das mais atingidas, e ao meu ver a preocupação do morador, foi que aumentasse ocorrências de violência no bairro dele. Quem não se preocupa com isso gente!?!?

    Eu tenho certeza que a maioria das pessoas que se sentiram ofendidas com a expressão “gente diferenciada” e estavam nesse protesto não eram dessa região!

    Na minha opinião, esses “protestantes” deveriam lutar por outras melhorias em pról das região menos favorecidas!

    Isso parece inveja…

    Apenas para esclarecimento: Não sou de higienópolis.

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    1. Pô Thalita, que bom que você e o Eikin se preocupam com escolas e hospitais. Porque você não divide com a gente esses trabalhos humanitários que você faz, de qual ONG você participa? Quando foi a ultima manifestação que você organizou em prol desses temas?
      Acho importante que tenhamos pessoas como você, que lutam por escolas e moradia, assim como é importante pessoas lutando por condições de transporte melhores na cidade, afinal, o transito causa muitas doenças respiratórias que levarão as pessoas as estes novos hospitais que você conseguio se manisfestando. Por favor,informe-nos dos novos eventos, queremos participar também. Abraços.

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  8. Complementando o comentário do Matheus, gostaria de acrescentar que este protesto também serviu para ajudar as pessoas a entenderem que a mídia tradicional somente noticia o que é de interesse de SEUS ANUNCIANTES. Se vc quer informação de verdade, procure no twitter, nos blogs especializados e na imprensa alternativa. Para GLOBO, GAZETA, BAND, RECORD, SBT e REDETV a questão alí foi relativa somente a estação do metrô. Não “captaram a mensagem” ou “passaram a mensagem que queriam”.

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  9. Triste é ver o desserviço que os meios de comunicação prestam ao dizer que o protesto foi em prol do metrô Higienópolis. Não foi nem em prol nem contra, muito pelo contrário! Foi contra a discriminação – e ponto.

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  10. Cara, pegaram a fala de uma pessoa só e generalizaram para todo o bairro… nem sou de lá, sou do Rio.

    O que ocorre é que, do mesmo modo que mostram “a legalidade da manifestação” do churrasco de “gente diferenciada”, SATANIZAM a opinião de umas tantas pessoas de Higienópolis que são contra o Metrô.

    Os moradores contrários ao metrô podem até ter dado declarações infelizes, mas apenas usaram um canal legítimo para alcançar seus objetivos, do mesmo modo que os manifestantes do churrasco.

    Fato é que todos os moradores de São Paulo têm o direito de reivindicar a estação por ali, do mesmo modo que os moradores de lá (e do resto da cidade) têm o direito de não querê-la ali.

    Uma pessoa fez um comentário infeliz e faz-se um escarcéu danado, e ainda generalizam o preconceito dessa pessoa contra todos os moradores do bairro, tidos como “pobrefóbicos” e afins. Calma lá, nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno.

    Só peço que evitem tomar “Associação de Moradores” com 3.500 assinaturas como a manifestação de todo um bairro, e muito menos a opinião de umas poucas como a opinião geral dos moradores de lá.

    Amplexos!

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    1. Oi Marcus. Concordo com você: generalizações são perigosas e, geralmente, preconceituosas. Entendo que essa não é a postura de todos os moradores do bairro e não podemos julgar todos por alguns ou mesmo pela maioria. Há ali quem apoie o metrô e até mesmo gente que participou da manifestação.

      Mas sinceramente não consigo ver, até agora, nenhum outro motivo para a argumentação de quem recusa o metrô no bairro que não seja o egoísmo ou a “pobrefobia”. As argumentações de que a recusa se dá pensando no bem comum, nas pessoas de toda a cidade, não se sustentam frente a uma análise mais profunda. Demonstram-se falaciosas e escamoteiam o motivo real, que a pessoa não se sente confortável ou segura para expor para a imprensa mas deve deixar bem claro em conversas de bar como as do Ed Motta.

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      1. Eles podem ser contra por n motivos. Certamente “pobrefobia” deve ser o motivo de alguns. Egoísmo, por não precisar de transporte público, pode ser o de outros. Mas também podem não querer os transtornos causados por obras (vide o buracão da Estação Pinheiros).

        Aqui no Rio, já passamos por séculos de praças e calçadas interditadas por obras de metrô que chegaram anos depois. Eu passei minha infância com metade da praça General Osório interditada para obras do metrô, e a estação só veio 20 anos depois!

        E, ainda que sejam egoístas e pobrefóbicos, eles devem ter o direito de reclamar e fazer o que for lícito para evitar a estação. Torço para que sejam vencidos, mas respeito a liberdade deles expressarem seu desacordo, por mais torpes que sejam os motivos reais ou alegados. Do contrário, nós nos tornamos os “elitefóbicos”, tão errados quanto eles.

        Aqui no Rio, ao contrário de SP, o governador não houve ninguém que não esteja de acordo com ele. Estamos correndo o sério risco de jogar no lixo um projeto excelente de metrô para que o atual governador possa fazer “o que dá nesse mandato”…

        Amplexos!

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  11. Na última vez que fui a Sampa (já faz alguns anos) fiquei hospedado em casa de amigos em Higienópolis. Lembro que não foi muito legal sair no metrô Santa Cecília e carregar mala até a Av. Angélica com a R. Dr Viega Filho. Ainda bem que era de dia.

    No dia da volta, estava perto do Mackenzie e resolvi caminhar até o metrô Consolação. Lembro bem da caminhada: longa, subindo uma ladeira ao lado da movimentada R. da Consolação, intransponível até o semáforo com a Paulista.

    [sarcasmo mode on] É, Higienópolis é mesmo BEM atendida pelo metrô…. [sarcasmo mode off]

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  12. Concordo, antigamente falavam que redes sociais era coisa de nerd vagabundo e maniaco. Parece que esse dilema de geracoes esta mudando conforme mais e mais pessoas usam a internet. Acho que a principal diferenca esta no fato de que antigamente as pessoas so assistiam tv que eh basicamente um instrumento passivo. Ja a internet se apoia na colaboracao de todos e assim muda a percepcao do ser humano por tras da tela
    O jornal que compro nos finais de semana sao essencias para o meu cachorro, porque agora so leio blogs (ex: sakamoto) e noticias pela internet. Assim, pouco a pouco mudamos o mundo que vivemos !
    Recomendo: http://vimeo.com/14770270

    ps: meu teclado ingles se recusa a usar acentos !

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