Questão de prioridade

Devido ao alagamento, carros utilizam a pista que deveria ser exclusiva do Expresso Tiradentes

Com a chuva que caiu hoje em São Paulo, muitos pontos ficaram alagados. Os motoristas ficaram desesperados para encontrar lugares por onde pudessem passar com os carros. Até aí, muito justo: se o caminho está cheio de água, desvia-se para seguir por outro.

O problema é que os carros – não sei se por iniciativa própria ou recomendação da CET (o que não duvido nem um pouco) – resolveram utilizar a pista do Expresso Tiradentes, como mostram as imagens ao lado, que fazem parte desta matéria do G1.

Olha, é compreensível que os carros tentem utilizar outra via para chegar onde querem já que a principal está alagada. Mas NUNCA deveriam usar a pista do Expresso Tiradentes, que é EXCUSIVA de ônibus.

Dessa forma, pune-se o usuário de transporte público pelo excesso de carros, principalmente porque os carros podem tentar sair dessa avenida e procurar outro caminho, mas OS ÔNIBUS NÃO. Quem usa o Expresso Tiradentes foi condenado a esperar que centenas de carros saíssem da frente do ônibus (e não saíam, porque o lugar para onde iam também estava cheio de água) para que o ônibus pudesse seguir viagem.

Uma cidade que levasse a sério a mobilidade dos cidadãos, priorizaria os milhares de usuários de ônibus e não as centenas que estão em seus carros e poderiam procurar outro caminho. Uma cidade preocupada equalitariamente com os cidadãos, se esforçaria para ajudar a maior parcela da população, que é aquela que utiliza transporte público, em vez de se preocupar apenas com a fluidez da minoria privilegiada (será?) que se utiliza do automóvel.

8 comentários em “Questão de prioridade

  1. Ei, vou e volto de Bike todos os dias fazendo um total de 40kms sagrados, e naquele dia caótico fiz um filão de carros e onibus só não dei tchauzinho porque seria sacanagem, mas cá entre nós e disso que a patifaria dos governantes desta cidade gostam CAOS e mais CAOS todo ano é a mesma coisa, vem o prefeito dizer a população que obras estão sendo feitas, para resolver o problema das enchente, e daí não vejo melhoras, mas não se pode culpar só os prefeitos desta ou daquela cidade, pois em grande parte a grande massa támbém tem a sua parcela de culpa pois imaginemos cada papel de bala jogado na rua, cada latinha e assim por diante imagine só como estão as “bocas de lobo” todas intupidas não há para onde as águas escoarem o que dizer que esta cidade foi sendo concretada a cada metro quadrado. Será que vai haver algum abençoado que crie projetos como adequação de calçadas das hoje existentes para calçadas ecologicas, e digo mais cada residencia deveria ter um reservatorio de pelo menos 3000 m³ cubicos para reteção de aguas de chuva, também cada nova residencia deveria dispor de uma area verde para que o solo retesse mais a agua, e em se falar de transito porque não insentivar os cidadãos a andarem de bike ao ir ao trabalho, 10km gasta-se apenas 30 minutos de bike, se o sujeito pode ir á pé por que não ir então. Quantas e quantas vezes não me deparei com a cena de uma ambulância tentar trafegar e não conseguir se deslocar. POVO feio do Brasil vamos acordar para a realidade pois o ralo da cidade de São Paulo tá entupido. Gente essa cidade deveria ter uym pedágio urbano como em Londres. Tenham certeza São Paulo vai parar. SE LEREM ESTA MENSAGEM DIA 22 DE SETEMBRO VAI CHEGAR PEGUEM SUAS BIKES E VAMOS PEDALAR POR UM DIA SEM CARRO.

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  2. Oi Mario
    vou fazer um paralelo que a princípio parece ser tirado da cartola.

    Você já pensou na quantidade absurda de lixo que é produzida pelo uso de materiais descartáveis? Penso aqui em garrafas, copos, pratos, talheres plásticos, fraldas, modess, pilhas e o caramba. Quando a gente usa os descartáveis, pensa no nosso próprio conforto e calcula o gasto de tempo e dinheiro que o indivíduo terá. Lavar fraldas? Usar sempre o mesmo copo? Esperar a pilha recarregar? Eu, hein! eu sou uma pessoa moderna que não tem tempo pra essas atividades. Meu dinheiro paga coisas novas e higiênicas.

    A gente não pensa no lixo que a gente gera, porque a partir do momento em que o caminhão de lixo leva os nossos dejetos embora, nosso lixo deixa de nos preocupar.

    Voltemos aos carros. Enquanto sociedade urbana, consumimos carros e tudo que está ligado a eles (asfalto, semáforo, placa, mecânico, guincho, borracharia, posto de gasolina, insulfilme, som, repórter de trânsito e acho que já deu pra sacar que a lista é longa). Acreditamos que tanto o carro próprio como a fralda descartável são avanços da civilização, de que não podemos abdicar. O carro se tornou tão símbolo de status e segurança, que não conseguimos sequer pensar em dividir nosso carro com outros, em esquemas de carona. De forma alguma pensamos em caminhar pequenas distâncias ou usar meios de transporte coletivos para distâncias maiores.

    O lixão e o planeta têm um limite. As ruas de São Paulo também. E o pior é que nem essas catástrofes, que você chama de naturais (pra mim, a catástrofe é a impermeabilização do solo, a poluição, o aquecimento global. A chuva não é catástrofe) acendem a consciência nas pessoas de que seus hábitos diários precisam mudar. Do jeito que as pessoas são mais propensas a se adaptarem do que mudarem seus hábitos, não duvido que lancem um carro anfíbio à prova da água do Rio Tietê. Oba! Mais uma coisa pra consumir!!

    Mario, o discurso não é dos ciclistas contra os motorizados. O que importa é a consciência de como a vida que levamos é insustentável.

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  3. A minha opinião definitiva sobre esse incidente depende de saber de quem partiu a iniciativa de encher a pista de ônibus com carros.

    Mas há algo que posso adiantar. As fotos comprovam que se os carros ficassem parados na Av. do Estado, seriam destruídos pela água. Eu acho que os motoristas não têm a mínima culpa ou merecimento por isso. E podemos assmir que os que subiram no viaduto não estavam pensando em luta de classes e outros vieses ideológicos, apenas tentando se salvar de um desastre natural.

    Assim sendo, cuidado, cicloativistas, com manifestações de revanchismo genérico e intransigente contra os carros, porque quando os motorizados cometem revanchismo genérico e intransigente contra os ciclistas, estes prontamente gritam furiosos que é injustiça.

    A compaixão deve ser uma via de mão dupla.

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  4. Pior que isso é ver que os governantes esqueceram totalmente as promessas de adequação e construção de novos corredores EXCLUSIVOS de ônibus.
    Os corredores constituídos não são diretamente ligados uns aos outros e nesses trechos não há outra opção que não ficar esperando para acessar o outro corredor (exemplo Av. Nove de Julho com São Gabriel e Santo Amaro ou Av. João Dias com Estrada do Itapecerica e outros).
    Grande parte da população foi penalizada única e exclusivamente pela falta de respeito de alguns motoristas em seus carros que pensam ter mais direito de circular do que as setenta (70) pessoas em um coletivo. Isso é simples de comprovar… pois onde não há corredores, os veículos particulares, simplesmente entram ousadamente na frente dos ônibus apenas com intuito de bloqueá-lo e ganhar alguns metros.

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  5. É esse tipo de noticia que me faz entender porque no mundo de hj existe, pessoas disposta a enfiar um avião em um predio. da vontade de virar terrorista.
    e como um primo diz:
    “- É DE CAI O CÚ DA BUNDA”

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  6. Isso sim é obsceno! Dá nojo de ver essas fotos e dizer que essa é a cidade onde nasci e vivo até hoje. Ainda bem que posso depositar minhas esperanças num pessoal comprometido com o fim desse tipo de escrotice, um pessoal que se encontra na paulista toda ultima sexta-feira do mês e uma vez por ano tira a roupa pra mostrar que obsceno é isso que vemos nessas fotos.

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