Foto: Ciclofaixa Osasco/Divulgação

Osasco/SP prioriza o automóvel nos finais de semana de dezembro

Enquanto a capital paulista abre sua Ciclofaixa de Lazer na madrugada, vizinha Osasco adota posicionamento diametralmente oposto.

Foto: Ciclofaixa Osasco/Divulgação
Em Osasco/SP, Ciclofaixa de Lazer será desativada para dar mais “fluidez” aos automóveis. Foto: Ciclofaixa Osasco/Divulgação

Enquanto na capital paulista a Ciclofaixa de Lazer funcionará durante toda a madrugada na principal avenida da cidade, a vizinha Osasco prefere adotar um posicionamento diametralmente oposto. Ao invés de incentivar o deslocamento em bicicleta, desativará sua estrutura segregada por dois domingos (dias 15 e 22 de dezembro de 2013), para priorizar a circulação em automóveis.

O site da Prefeitura justifica dizendo que a medida visa “oferecer mais fluidez no trânsito da região central de Osasco, no período das compras para as festas de final de ano”. A página oficial no Facebook afirma que “foi feito um acordo com a Associação Comercial de Osasco para que a Ciclofaixa não funcione nos dois domingos mencionados”.

31 comentários em “Osasco/SP prioriza o automóvel nos finais de semana de dezembro

  1. Não adianta culpar ou fazer os brasileiros de vilões apenas para defender ciclistas. Dessa maneira vamos nos tornar “ciclochatos” que apenas enxergam um lado da discussão e ficam repetindo “bicicleta é vida, morram carros e motoristas” sem qualquer razão. Gostar de bicicletas e levar como estilo de vida é LINDO e eu faço isso mas também respeito os motoristas e pedestres (Não pedalo entre os carros, não subo na calçada, desço da bicicleta na faixa de pedestres e empurro, uso capacete, etc…)

    A bicicleta tem sim seu espaço e espero que tenha ainda mais, mas também entendo a utilidade de carros, ônibus e caminhões. Eu não pretendo ir para a praia (200km da minha casa) de bicicleta fazer um bate-volta de 2 dias. Mesmo planejando com 2 semanas de antecedência eu não teria condição física de pedalar 200km.

    Abraços!

    Polêmico. O que acha? Thumb up 4 Thumb down 6

    1. Fiquei pensando muito sobre este comentário, pois tem algo perturbador por ser uma atitude frequente, de tanto ouvir que soa como um “mimimimi” … ou como uma desculpa para não ver o problema, para ignorá-la. Sim, quando falamos de brasileiro, não é para culpar ( como isto resolvesse o problema, também, assim como ignorar ou isentar de culpa ). É um problema complexo, mas sem dúvida um problema que é possível resolver, só que não se resolve de dia para o outro ( outro problema do brasileiro, quer tudo imediatamente, se não obtém, já taxa como insolúvel ).
      Quando falamos de brasileiro, não estamos na verdade falando de culpados, ou aquela visão fatalista da sociedade brasileira, … é algo complicado de se explicar, de modo que vale uma leitura do livro “A cabeça do brasileiro” de Alberto Carlos Almeida, baseado nos estudos de Roberto Da Mata. É um livro difícil de ler, pois muita gente não consegue olhar o espelho que reflete o que é brasileiro. Um dos conflitos é a briga entre o velho e o novo.
      Outro problema de brasileiro, é a alegada falta de memória, na verdade, tem memória, senão não teriam estas atitudes, ou de ignorar, ou de culpar. Uma das coisas a atitude do brasileiro frente a problemas é de certa forma explicado no trabalho de Alberto Carlos Ameida e Roberto da Mata. Se o modelo mental é velho, vai tender ao fatalismo ou recorrer a procedimentos não eticos, ou se resigna. Se o modelo mental é novo, que é necessário para a mudanças, vai entender o problema e vai investigar, viver, observar, ver a realidade como é. Como estamos vendo aqui no exemplo de Osasco. Ter uma vivência do dia-a-dia.
      Vale uma leitura do tópico do VaDeBike “Ciclista não desanime, dias melhores virão” (http://vadebike.org/2013/04/evolucao-mobilidade-bicicleta/) e outro artigo sobre problemas “Se vire. O problema é seu. Será? ” ( http://www.medplan.com.br/se-vira-o-problema-e-seu-sera- ), embora esteja falando de um mundo corporativo, está falando de uma comunidade, e nada melhor que uma comunidade, um bairro, uma cidade, como a que estamos discutindo neste tópico. O tópico, tem enfoque do velho e um pouco do novo.
      Estes dias melhores virão se as pessoas, tomarem uma atitude ativa para resolver os problemas e saber o momento certo de agir. Como muitos não tem experiência nisto, muitos terão que fazer na tentativa e erro, mas irão aprender muito com isto.
      Voltando ao Osasco, para mim, percebo um monte de pequenos problemas ( sendo assim muitos ignoram, não dão importância ), porque tenho uma visão pessoal destes caminhos pelo Osasco. Faço o que posso nestas pequenas coisas, por exemplo, reclamar para o Google Maps, que as 3 passarelas sobre o rio não estão no mapa deles, e, já que muito usam o Google Maps, então é um problema para quem passa pela região e usam este site para planejar as rotas. Neste mês, pedalando de Jaguaré a Tamboré, vi uma cicloturista ( pois estava de alforges ), fiquei pensando nas dificuldades que teria passado. E pensando neles e os vários trabalhadores que usam bicicleta no dia-a-dia, que acho importante estar registrado as passarelas de pedestres e ciclistas da região de Osasco, principalmente que as pontes não tem acostamento, nem calçadas onde possam passar. O Google Maps tem 3 modos de traçar a rota: carro, ônibus,e, a Pé ( pode se considerar ciclistas também ). Cada modo, obedece as características das vias, geralmente, as que circulam carro e ônibus, pode circular pedestres no entender da Google. Tem mais: uma modalidade a de ciclistas que não está ativado ( me pergunto porquê, e se isto funciona nos outros países ). Reportei o problema no começo de dezembro, mas até agora não recebi mensagens ou correções no Google Maps. Curiosamente, eu fiz uma reclamação para a AV. Jaguaré, que estava sem o atributo de caminhável, pois ao traçar uma rota usando esta avenida, a rota a pé, dava uma maior volta sem utilizar a Av. Jaguaré, que é bem caminhável. Resolveram em menos de uma semana. Enquanto que as das passarelas, está se arrastando.
      E, falando em planejamento, verifica-se os problemas de planejamento do brasileiro, neste caso, é porque as ferramentas para o planejamento estão desatualizados e que podem inviabilizar a rota, só porque faltou este detalhe das passarelas, ou de ser caminhável. Isto também aponta outro ptoblema do brasileiro: a de não reclamar para obter as informações. Neste caso em particular, sendo Osasco um dos maiores munípios de São Paulo, não teve gente o suficiente para fazer com que o Google Maps reveja os dados, no caso, as passarelas ( Isto se aplica a São Paulo também, ou os moradores do Jaguaré, que ignoraram o problema e não reportou para o Google Maps ). Uma outra coisa: o Google Maps, concluo que é gerido pelo Google Brasil, e, como tem funcionários brasileiros, sofre de mesmos problemas de brasileiros: a omissão e falta de iniciativa. Ou nas palavras de Papa Francisco, a falta da sociedade em ver os mais necessitados, os que tem dificuldade. O que no caso, somos nós ciclistas e pedestres.

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  2. Sou ciclista, detesto carro e transito, mas vamos ser coerentes. Quem vai sair de casa de bike para fazer compras de natal, seja presentes ou da seia. ninguém né. Tem que ter também discernimentos das coisas. Infelizmente para muitos só sobram os finais de semana para as compras de Natal. Nem sempre dá para comprar tudo de uma vez só.

    E a cultura de deixar as coisas para última hora e do consumismo desenfreiado, ajuda muito no efeito formigueiro.

    Duvido que alguém aqui faça essas coisas de bike. Não tem como. Ou vai trazer 2 sacolas de cada vez na bike. rs

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    1. Outro bom ponto de vista. Contudo, acho também é um contra-argumento para não ir para supermercados ou até mesmo hipermercados de bicicleta. As pessoas tem o costume de fazer compras, quando recebem dinheiro, em grande quantidade, aparentemente um costume da era da inflação galopante. Faz diferença comprar em grandes quantidades ou pouco a pouco ? Acho que a cultura de consumismo também entra nesta equação.

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    2. Concordo.

      Eu mesmo sou um exemplo… comprei, no mesmo dia, uma bicicleta, uma furadeira, um vidro de perfume e roupas… aonde ia caber tudo isso na minha fiel Rosa Púrpura do Cairo?

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      1. Bom, poderia ter voltado de bicicleta comprada, usando uma mochila ( bem avantajada, aquelas de camping de 80L ou mais … ) :-). O que mostra que ir para compras é preciso planejar. :-). Bem, na maioria das vezes as pessoas não planejam, alguns compram por impulso. E é por isto que o carro que geralmente tem espaço de sobra é cômodo. Daí dá para concluir, que reforça a ideia de que o brasileiro sempre faz em último hora, porque não planeja.

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        1. Pior que a bike já tava montada (tirei do mostruário da loja), mas se não fosse estarmos em 3 pessoas (eu, minha namorada e a mãe dela) a ideia até teria rendido… fora que tava um sol de rachar adamantium no sábado, era comprar uns Gatorades pra não desidratar e pedalar até a casa dela, uns 20 km de distância.

          Mas assim que a bike estiver revisada e regulada a ciclovia da praia não nos escapa.

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  3. Foi uma boa oportunidade em mostrar e discutir sobre a bicicleta em Osasco, deu oportunidade de mostrar as posições e situações da cidade. Espero que no VáDeBike haja oportunidade para mostrar de outras cidades da Região Metropolitana de São Paulo (ABCD, Guarulhos, Caeiras, Taboão, Cotia … ).

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  4. Pessoal, calma, vamos pensar um pouco. Eu por outro lado concordo com esta decisão e explico os motivos:
    -Números: A maioria das pessoas comprando nesta região são os automóveis. Garanto que a maioria dos ciclistas que está lá aos domingos está apenas se locomovendo ou passeando. Duvido que muitos destes ciclistas estejam usando a ciclofaixa para fazer compras de natal e carregar uma TV na garupa. Se estiver errado, por favor comentem.
    -Segurança: Semana de Natal é um período onde pessoas estão com pressa para comprar presentes e sair logo. Imagine que algum motorista tente escapar do trânsito e invada a ciclofaixa… Acidente, possíveis mortes e em pouco tempo: Passeata na Paulista porque um ciclista morreu. Ia estragar o natal de muita gente.
    -Período: São apenas 2 domingos numa ciclofaixa de lazer. Não estão fechando a rua. Os ciclistas ainda podem circular nos 7 dias da semana como muitos de nós fazemos. (Ou vocês aqui pedalam APENAS na ciclofaixa e APENAS aos domingos??). Os ciclistas que realmente usam a bicicleta como meio de transporte ainda estarão lá, firme e fortes. Esta decisão apenas irá pausar a ciclofaixa e os ciclistas “amadores” que não tomam os cuidados necessários de olhar nos dois lados antes de atravessar, usar capacete etc… Muitas são crianças. Imagine se algo acontecer com uma criança na ciclofaixa… A primeira pessoa que culpariam seria o motorista e só depois os pais da criança.

    Como disse: Não é uma tragédia como o Willian Cruz colocou como categorias de “MOTORCRACIA” e “DESRESPEITO AO CICLISTA”
    São apenas 2 dias e é para evitar problemas. Um dia teremos uma cicloVIA em Osasco e os problemas estarão terminados.

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    1. Concordo com Leandro. Vamos com calma. Sendo um dos que trafegam pela região, vejo em primeira mão os problemas em circular de bicicleta por lá. São vários fatores que dificultam a circulação de bicicletas e pedestres. Lá o costume de parar em cima da calçada é frequente, o que torna a passagem de pessoas e bicicletas, skates, patinetes … complicado e perigoso. As calçadas, que a gente reclama em São Paulo, lá é mais mal cuidada, e, muitos casos inexistente ou pequena. Podemos lamentar a decisão, mas vamos dar um tempo para o pessoal ir acostumando com a idéia. Ter ciclofaixa de lazer, já é um bom começo.

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      1. E o importante disso tudo é aprender como tornar a bicicleta como uma boa alternativa e que tem seu valor na mobilidade da região. É preciso que se mude a visão desta modalidade de locomoção, e, para isto, tem que olhar no que está à volta e ver na realidade como esta visão pode ser adotada. Faço isto com esses meus colegas osasquences, converso, provoco, relaciono em torno desta visão. Não será um raio no arbusto que irá mudar as coisas. É algo gradativo, constante, …. conceito que é da Massa Crítica em todos os sentidos.

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        1. No VáDeBike já se falou sobre isto, mas de modo geral. No Facebook, há um grupo que denuncia os “folgados”. O problema é com os camelôs, e restaurantes/lanchonetes que utilizam a calçada como extensão do estabelecimento.

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    2. Leandro e Carlos mandaram muito bem em suas postagens, o primeiro com bons argumentos e o segundo com a visão de quem está “ao vivo e a cores” do cenário.
      Lembrando que nessa época do ano o movimento nas lojas é absurdo e a coisa só tende a piorar com o advento do 13o salário… São Vicente, cidade vizinha a minha, está interditando ruas para melhorar a fluência dos pedestres no vai-e-vem entre as lojas.

      Dois domingos não vão matar os ciclistas de Osasco. Pior seria se a ciclofaixa fosse permanentemente desativada.
      (chuva de pedras e negativos em 3, 2, 1…)

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      1. Valeu Leandro pelo feedback.
        Pensei em outra coisa: Em época de Natal é um frenesi de consumo, como num frenesi de tubarões, é melhor se manter longe para não ser consumido. :-).

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  5. Osasco é uma cidade complicada, tanto fisicamente, socialmente e, inclusive, política ( a briga entre PSDB e PT é histórica, tanto quanto as do ABCD ). O pesosal de lá sáo trabalhadores, e usam bicicleta tranquilamente, mas tem essa conotação de que pobre é que usa bicicleta, mas apesar disto a estação principal de Osasco tem bicicletário e não é pequena. Tenho amigos osasquences ( ou osasquianos ? ), alguns deles andam de bicicleta, mas atualmente só para lazer. Um deles teve até um grupo de pedaleiros, mas hoje está acomodado a andar de carro, mesmo trabalhando a 10km. A região é complicada para andar de bicicleta, principalmente por ter que cruzar o rio Tietê: as únicas pontes estão próximos especialmente a pedestres ( e a ciclistas ) estão num trecho entre duaa pontes bastante movimentadas. O Google também está de complô, aparentemente, pois retirou do Google Maps, a única ponte das três existentes, tornando as rotas a pé e bicicleta uma volta enorme. Apesar do forte uso da bicicleta na região, e da recente criação de ciclofaixa de lazer, a cultura de motor a combustão é muito forte. E como estamos nos períodos de compras e festas, acho que é prudente fazê-lo. Já fiz várias vezes os trecho de ir do Parque Continental (São Paulo) até Alphaville ( Barueri ), e digo, que tem que estudar a rota que vai fazer, porque há trechos bastante complicados, em termos de segurança, no geral.

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    1. Carlos,

      Moro em Osasco e posso dizer que a cidade não privilegia nem o pedestre quanto mais as bicicletas.
      Pra fazer algumas travessias o pedestre tem que passar por uns 3 semáforos diferentes, sempre no esquema quando um semáforo de pedestre abre o próximo está fechado, quem conhece a avenida Maria Campos (rota pra pegar as marginais) sabe do que eu tô falando.

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      1. É Rogério sei o que está falando. São décadas de visão voltada para automóveis, … agora finalmente há esse vento de mudança com ciclofaixa de lazer. Acredito que nesta cidade, muitos que andam de bicicleta, não andam apenas por lazer. Numa pesquisa feita de deslocamento por bicicleta 70% é feito para ir e voltar do trabalho, creio que Osasco, contribui e muito estes números, pois vejo muitos ciclistas nos dias de trabalho da semana. Curisoamente, é a única cidade que fez passarelas ou passagens sobre o rio Tietê, exclusivamente para pedestres e ciclistas ( justificando as rampas ), e, num único trecho do rio, há 4 destas ( uma embutida na outra ponte. ). Onde, infelizmente o Google Maps, retirou ( até o momento que verifiquei ) a existência delas do modo MAPA, na visão Satélite e, no Google Street View dá para ver claramente estas passagens. Em São Paulo, não vi nada semelhante, de passagem de pedestres e ciclistas exclusivos sobre o rio Pinheiros ou mesmo Tietê, na maioria das vezes temos que usar as passagens existentes nas pontes, que são estreitas até mesmo para pedestres, que muitas vezes não dá para passar com folga duas pessoas andando em sentidos opostos.

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  6. Lamentável tb o posicionamento dos comerciantes da região, preferindo carros a bicicletas.
    Qual o raciocínio de preferir carro a bicicleta?
    No lugar de um carro cabem 4 ou mais bicicletas (pessoas), considerando a taxa de ocupação de 1 automóvel (1,2 pessoas/carro), são menos pessoas no mesmo espaço, logo, menos pessoas passando perto da sua loja.
    A bicicleta tem fácil mobilidade e pode facilmente parar em frente a lojas, o carro não.
    Boas vendas pra motoristas estressados no trânsito!

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      1. errado. A maioria não é priorizada. A maioria anda a pé. E de busão.
        A minoria que anda de carro é a prioridade. A maioria do espaço… para a minoria enlatada.

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