Nova York reduziu limite para 40 km/h na maioria das vias urbanas
Medida parte da premissa de que nenhuma morte no trânsito é aceitável. Redução aumenta a segurança de pedestres, ciclistas e até dos próprios motoristas.
Desde novembro de 2014, a maioria das ruas de Nova York (EUA) têm sua velocidade máxima estabelecida em 40 km/h (25 mph), com fiscalização feita por câmeras e trabalho policial.
O objetivo, segundo Departamento de Trânsito da cidade (DOT) é “prevenir colisões, proteger os nova-iorquinos de ferimentos e salvar vidas”. Rodovias e vias arborizadas, conhecidas como parkways, ainda têm limites um pouco mais altos, enquanto nas zonas escolares e outros pontos a velocidade é ainda mais baixa. Mais informações aqui (em inglês).
Essa é mais uma medida da prefeitura na agenda de segurança no trânsito. Apenas com o uso de câmeras contra motoristas que furam o sinal vermelho, houve redução de 31% em atropelamentos nos cruzamentos com maior ocorrência.
Limites de velocidade mais baixos retardam carros e protegem as pessoas. Em um atropelamento por um automóvel a viajando a 65 km/h (40 mph), uma pessoa tem 70% de chance de morrer. Aos 50 km/h (30 mph), a pessoa tem 80% de chance de sobreviver. Limites de velocidade não são feitos para render multas.
Campanha
A prefeitura de Nova York realizou nas redes sociais uma campanha para alertar a população sobre a importância da redução da velocidade. “Esta é uma das mudanças mais radicais que podemos fazer para proteger as famílias e bairros, mas tudo se resume às escolhas individuais e às decisões que cada um de nós faz. Estaremos nas ruas e nas ondas do rádio para garantir que os nova-iorquinos entendam como essa mudança é vital”, disse o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, em comunicado à época.
A campanha contava sempre com uma fotografia de um nova-iorquino, com uma legenda explicando porque ele gostaria que condutores diminuíssem a velocidade em Nova York. As imagens incluíam famílias afetadas por incidentes de trânsito, novos motoristas, cidadãos engajados, advogados e funcionários públicos. A primeira família da campanha “25 pessoas de 25 mph” eram parentes de Sammy Cohen Eckstein, um garoto de 12 anos morto por uma van no ano anterior, em Prospect Park West.
Mortes motivaram redução
A cada ano, 250 pessoas em Nova York são mortas em “acidentes” veiculares, e outras quatro mil ficam gravemente feridas. Os pedestres representam 56% de todas as mortes no trânsito de Nova York. Crianças e idosos são especialmente vulneráveis. Pessoas com mais de 65 anos constituem 12% da população da cidade, mas representam 33% das mortes de pedestres.
Ser atingido por um veículo automotor é a principal causa de morte relacionada a lesões para crianças menores de 14 anos. E a principal causa (70%) para essas mortes causadas por motoristas é a condução perigosa.
Visão Zero
Esse tipo de mudança é feito com base no paradigma de transporte do Visão Zero, programa implementado na Suécia em 1997 e que redesenhou o sistema de transportes priorizando a segurança. A ideia que norteia todos os princípios é que “nenhuma morte é aceitável”.
O resultado é que incidentes de trânsito envolvendo pedestres naquele país caíram 50% em cinco anos. Os pilares são mudanças na infraestrutura viária, tecnologia de prevenção de acidentes nos veículos, educação e fiscalização. Entre os elementos de segurança implantados ou a serem realizados em Nova York estão:
Novo desenho de sinalização nas vias – esclarecer a quem se destinam os espaços nas ruas através de melhores marcas;
Adicionar faixas de pedestres – esclarecer onde os pedestres atravessam por meio de sinalização;
Melhorar a visibilidade nos cruzamentos – remover barreiras visuais tais como áreas de estacionamento;
Ampliar faixa de estacionamento – manter carros e caminhões de entrega fora das faixas de rodagem parados em fila dupla;
Adicionar ciclovias e ciclofaixas – mostrar claramente a preferência do ciclista;
Criar espaços de conversão à esquerda – aumenta a segurança e evita que o trânsito pare;
Criar sinalização específica de conversão à esquerda – separar do tráfego no sentido contrário e pedestres;
Eliminar conversões inseguras – intersecções com melhores condições para a visibilidade e tráfego;
Sinalização para pedestres – dar a quem está a pé mais tempo de travessia;
Saída antecipada de ônibus – permitir que os coletivos saiam do semáforo antes dos carros;
Instalação de redutores de velocidade – em ruas residenciais, colocar lombadas para lembrar os motoristas de trafegar em baixa velocidade;
Semáforos coordenados – o alinhamento vai permitir a criação de “ondas verdes”, mantendo os motoristas viajando juntos em uma velocidade consistente;
Redução do excesso de velocidade noturna com tempo de sinal – tirar a oportunidade de desenvolver grande velocidade fora do horário do rush;
Aumentar o nível de iluminação pública – melhorar a visibilidade à noite em áreas com alto índice de colisões;
Ilhas de segurança de pedestres – encurtar distância de cruzamentos e afunilar pistas para motoristas;
Estender meio-fio para trazer pedestres para a linha de visão dos motoristas – diminuir distâncias de travessia;
Limites de velocidade mais baixos – enviar mensagem de que os motoristas estão entrando em zonas escolares ou outras áreas com tráfego intenso de pedestres;
Melhorias de acessibilidade – sinais de pedestres com acessibilidade e rebaixamentos de guias.
Já que seguem esse exemplo estrangeiro e dá certo, creio q deveriam copiar o sistema de educação do Japão ou Singapura e mudar a nossa que é uma das piores.
1 1
Em Nova York se pode andar a 40 por hora, mas em são paulo a 50 a vagabundagem lhe roubam a carteira e o quatro pneus e + o estep.
Polêmico. O que acha? 3 7
Lembrei de quando criaram as vias calma em Curitiba.
Muitos chiaram, mas ninguém falou “Vá prá NY!”
Comentário bem votado! 8 0
[Comentário oculto devido a baixa votação. Clique para ler.]
Esse comentário não tem feito muito sucesso. 1 10
[Comentário oculto devido a baixa votação. Clique para ler.]
Esse comentário não tem feito muito sucesso. 5 17
mimimi
As ruas e avenidas são para deslocamentos, não para correr. Tá com pressa? vá de helicoptero…xD
Comentário bem votado! 11 0
#absurdo
Esse comentário será oculto em 5,4,3,2…….
Comentário bem votado! 7 0
Acredito que nas freeways e avenidas a velocidade continuará alta…a redução será para vias locais e pequenas avenidas com 1 faixa de rolamento em cada sentido…
Comentário bem votado! 4 0
O texto toca nesse ponto: “Rodovias e vias arborizadas, conhecidas como parkways, ainda terão limites mais altos, enquanto nas zonas escolares e outros pontos a velocidade será ainda mais baixa.” 😉
Comentário bem votado! 5 0
Nossa mas, TODAS as vias terão esta velocidade limite ou as com maior fluxo de pedestres? Tipo, avenidas com 3 ou mais faixas, vias rápidas também entrarão neste critério? Assim ficará inviável usar carro em Nova York. E será que vias onde não existem calçadas ou qualquer acesso à pedestres também terão este limite?
Sou muito a favor de dispositivos de Traffic Calming. Pena que no Brasil quase não se fala nisso. Mal temos o mais simples dispositivo chamado FAIXA DE PEDESTRES.
0 0
Uma cidade com uma das maiores malhas de metrô do mundo, se quer ir rapido, o metrô é a melhor opção.
As vias de uma cidade são para circulação, não pista de corrida. A idéia é desestimular o uso e a dependência do carro mesmo. EUA tem uma cultura do carro muito forte ainda, ao contrário dos paises europeus e Asiaticos. Em Tokyo, 90% da população se desloca através do transporte sobre trilhos…
Comentário bem votado! 18 1
Então, as vias rápidas vão manter o limite mais alto. Agora, em avenidas, eu não vejo muito sentido mesmo em se manter um limite alto sendo que a média muito dificilmente ultrapassa os 30 km/h. Em horários de pico, pode esperar uns 10 a 15. Ou menos. Não vai ser um limite de 40 km/h que vai inviabilizar (mais) o uso do carro na cidade.
Comentário bem votado! 7 0
É, acho que o texto se responde bro!
3 0