Estão previstas conexões com as ciclovias do Bom Retiro e da avenida Braz Leme. Veja fotos.
Apesar de nova, ciclovia apresenta buracos. Foto: Enzo BertoliniCruzamento com a alça de acesso da Marginal Tietê está sinalizado apenas com uma faixa vermelha no chão. Foto: Enzo Bertolini
Nesta terça-feira (9), foi entregue oficialmente a segunda ponte com travessia para bicicletas em São Paulo. A ponte das Bandeiras, que liga a zona norte ao centro pela avenida Santos Dumont, foi contemplada com uma ciclovia bidirecional de 400 metros no sentido bairro.
O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, ressalta que “essa travessia é parte importante para a ligação cicloviária das zonas norte, oeste e sul ao centro da cidade, sendo de fundamental relevância para a formação de grandes eixos de deslocamento por bicicleta.”
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), futuramente a ciclovia terá conexões com as ciclovias do Bom Retiro e da avenida Braz Leme. Com essa entrega, a cidade passou a ter 202,6 km de vias destinadas aos ciclistas já entregues.
A ciclovia começa abaixo da passarela da pista local (centro/bairro) da avenida Santos Dumont, segue pelo canteiro central até o acesso à ponte. O término é na frente da Universidade Santanna (UniSantanna).
Foto: Enzo Bertolini
Diferente da ponte da Casa Verde, que possui lombofaixa e barreiras de estreitamento de pista para redução de velocidade, o cruzamento com a alça de acesso da Marginal Tietê está sinalizado apenas com uma faixa vermelha no chão. No local também não há redução de velocidade e os veículos que ali trafegam acessam a avenida sempre em alta velocidade. O local possui tráfego pesado de ônibus, que vêm da Marginal para acessar o Terminal Rodoviário do Tietê, a cerca de 3 km dali.
Os acessos à ciclovia no sentido centro-bairro devem ser feitos pela pista local da avenida Santos Dumont. Não há semáforo para travessia e os ciclistas precisam disputar espaço com veículos. Quem vem no sentido bairro-centro, se quiser usar a ciclovia, terá que fazer alguns malabarismos. Uma opção é pegar a praça Campo de Bagatelle, local inóspito para ciclistas, cruzar a pé empurrando a bicicleta pela passarela e pedalar pela calçada na contramão em um espaço bem estreito.
A reportagem do Vá de Bike fez uma vistoria no local em 8/12, um dia antes da inauguração e constatou que a ciclovia apresentava rachaduras e buracos, como pode ser visto nas fotos.
Atualizado: Segundo o leitor Danilo Rocha de Souza, os buracos foram consertados! \o/
Foram encaminhados à CET questionamentos acerca da infraestrutura de acesso nas duas extremidades, qualidade do piso e redução de velocidade na alça da marginal, mas não obtivemos resposta. As informações serão publicadas caso cheguem à redação.
Imagem: CET/Divulgação
As pontes que receberão ciclovias
Ciclistas na Ponte Vitorino Goulart da Silva, uma das que receberão ciclovia já na primeira etapa. De acordo com a imagem do projeto fornecida pela CET, a ciclovia será instalada exatamente onde os ciclistas estão pedalando (sentido Interlagos). Foto: Willian Cruz
Primeira Etapa (em andamento)
A primeira fase consiste em projetos para pontes que requerem apenas pintura e obras de pequeno porte:
[Pronta - veja aqui] Viaduto Domingos Franciulli Neto (General Milton Tavares de Souza) - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional no acostamento, na lateral do sentido Rodovia Fernão Dias
[Pronta - veja aqui] Ponte Presidente Jânio Quadros (Vila Maria) - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional central
Ponte Júlio de Mesquita Neto (Pompéia) - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional central
Ponte Vitorino Goulart da Silva - Sobre o Rio Pinheiros, passarela com ciclovia bidirecional, na lateral do sentido Interlagos
Segunda Etapa (em andamento)
Projetos para pontes que requerem obras civis de maior porte:
Ponte Doutor Miguel Arraes (Aricanduva) - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional no canteiro central
[Pronta - veja aqui] Ponte Flávio Cavalcanti (Vila Guilherme) - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional no canteiro central
[Pronta - veja aqui] Ponte Cruzeiro do Sul - Sobre o Rio Tietê, ciclovia unidirecional central em ambos os sentidos
[Pronta - veja aqui] Ponte das Bandeiras - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional sobre o passeio, na lateral do sentido Santana
[Pronta - veja aqui] Ponte Jornalista Walter Abraão (Casa Verde) - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional sobre o passeio, na lateral do sentido Centro
Ponte Adhemar Ferreira da Silva (Limão) - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional no canteiro central
[Pronta] Ponte Remédios - Carmen Fernandes Neves - Sobre o Rio Tietê, ciclovia unidirecional central em ambos os sentidos
Ponte Jurubatuba - Sobre o Rio Pinheiros, passarela com ciclovia bidirecional central
Próximas pontes (em estudo)
Além destas, outras pontes continuam em estudos técnicos, buscando soluções para implantação de ciclovias:
Ponte Imigrante Nordestino - Sobre o Rio Tietê
Ponte Deputado Ricardo Izar (Tatuapé) – Sobre o Rio Tietê
Complexo Viário Prefeito Olavo Egydio Setúbal (Anhanguera) – Sobre Rio Tietê
Ponte Engenheiro Ary Torres – Sobre o Rio Pinheiros
Ponte Octávio Frias de Oliveira (Estaiada) – Sobre o Rio Pinheiros
Ponte Caio Pompeu de Toledo (Morumbi) – Sobre o Rio Pinheiros
Ponte João Dias – Sobre o Rio Pinheiros
Ponte Transamérica – Sobre o Rio Pinheiros
Ponte Freguesia do Ó - Sobre o Rio Tietê, construção de ciclopassarela bidirecional na lateral do sentido Centro
Ponte do Piqueri - Sobre o Rio Tietê, construção de ciclopassarela bidirecional na lateral do sentido Bairro
Ponte Hirant Sanazar (Jaguaré) –Sobre oRio Pinheiros, construção de ciclopassarela bidirecional entre as pontes
Ponte Cidade Universitária - Sobre o Rio Pinheiros, construção de ciclopassarela bidirecional ao lado do sentido Bairro
Ponte Eusébio Matoso - Sobre o Rio Pinheiros, construção de ciclopassarela bidirecional ao lado do sentido Bairro
Ponte Engenheiro Roberto Rossi Zuccolo (Cidade Jardim) - Sobre o Rio Pinheiros, construção de ciclopassarela bidirecional na lateral do sentido Bairro
[Pronta] Ponte Laguna - Em construção sobre o Rio Pinheiros
Ponte Santo Dias da Silva (Socorro) - Sobre o Rio Pinheiros, construção de ciclopassarela bidirecional na lateral do sentido Bairro.
7 comentários em “Ponte das Bandeiras é a segunda em São Paulo a ganhar ciclovia”
A velocidade máxima regulamentada nas alças da Ponte das Bandeiras e Casa Verde é de 40 km/h. Conduzindo um automóvel, contornei ambas as alças nesta velocidade e comprovei que o motorista só consegue ver a presença de ciclista ou pedestres muito próximo da faixa.
O ideal seria reduzir o limite para 30 km/h e colocar um radar em ambas as alças, com os sensores imediatamente antes da faixa. Só assim para os motoristas respeitarem.
Contudo, o ideal seria, de longe, a passagem pelo canteiro central. Na Ponte da Casa Verde isso permitiria um caminho lógico pela ciclovia já existente na Braz Leme e, se seguisse rumo à Av. Rudge, poderia se aproveitar da travessia semaforizada logo no início da Rudge. Evitaria as perigosas alças atuais (a segunda alça, no lado centro da ponte da Casa Verde, é ainda mais perigosa).
A ciclovia da Ponte das Bandeiras é ainda mais surreal, pois, além de não haver qualquer limitação física à velocidade dos carros, ela cruza a pista local da Av. Santos Dumont EMBAIXO de uma passarela de pedestre. Poxa, qual a lógica de não fazer uma rampa conectando a ciclovia à passarela, que, por sinal, fica em frente ao parque Tietê?
É preciso estreitar a alça de acesso e pôr lombofaixa nesta e em TODAS as outras pontes com ciclovias ou travessia de pedestres, nos moldes da Ponte da Casa Verde. Esta, aliás, deve seguir pelas Avenidas Dr. Abrahão Ribeiro e Pacaembu, de modo a permitir a travessia da linha de trem. O bom projeto piloto da Ponte da Casa Verde não pode ser abandonado, como parece ter ocorrido na caso da Ponte das Bandeiras.
Não exatamente, Kassio. Na ciclovia você está protegido em todo o trajeto sobre ela. O único ponto de risco é para atravessar a via, enquanto que se você cruzar a ponte toda pedalando sofrerá com motoristas acelerando e buzinando atrás de você na subida.
A velocidade máxima regulamentada nas alças da Ponte das Bandeiras e Casa Verde é de 40 km/h. Conduzindo um automóvel, contornei ambas as alças nesta velocidade e comprovei que o motorista só consegue ver a presença de ciclista ou pedestres muito próximo da faixa.
O ideal seria reduzir o limite para 30 km/h e colocar um radar em ambas as alças, com os sensores imediatamente antes da faixa. Só assim para os motoristas respeitarem.
Contudo, o ideal seria, de longe, a passagem pelo canteiro central. Na Ponte da Casa Verde isso permitiria um caminho lógico pela ciclovia já existente na Braz Leme e, se seguisse rumo à Av. Rudge, poderia se aproveitar da travessia semaforizada logo no início da Rudge. Evitaria as perigosas alças atuais (a segunda alça, no lado centro da ponte da Casa Verde, é ainda mais perigosa).
A ciclovia da Ponte das Bandeiras é ainda mais surreal, pois, além de não haver qualquer limitação física à velocidade dos carros, ela cruza a pista local da Av. Santos Dumont EMBAIXO de uma passarela de pedestre. Poxa, qual a lógica de não fazer uma rampa conectando a ciclovia à passarela, que, por sinal, fica em frente ao parque Tietê?
É preciso estreitar a alça de acesso e pôr lombofaixa nesta e em TODAS as outras pontes com ciclovias ou travessia de pedestres, nos moldes da Ponte da Casa Verde. Esta, aliás, deve seguir pelas Avenidas Dr. Abrahão Ribeiro e Pacaembu, de modo a permitir a travessia da linha de trem. O bom projeto piloto da Ponte da Casa Verde não pode ser abandonado, como parece ter ocorrido na caso da Ponte das Bandeiras.
Ou seja, neste caso, a ciclovia não serve pra, praticamente, coisa alguma. Acaba sendo mais seguro atravessar a ponte ignorando esta via.
Sem contar que, essa tinta quando chove é UMA BOSTA, vira SABÃO … ¬¬’
Não foi o que identificamos em nossos testes em outros pontos da cidade, Erick. Acho que você está exagerando um pouco.
Não exatamente, Kassio. Na ciclovia você está protegido em todo o trajeto sobre ela. O único ponto de risco é para atravessar a via, enquanto que se você cruzar a ponte toda pedalando sofrerá com motoristas acelerando e buzinando atrás de você na subida.
Kassio, acho que vc deveria ir ver a ciclovia, pois como o Willian bem disse, o trecho é no canteiro central, como bem mostra a foto.