Foto: Instituto CicloBR

Ônibus com espaço para transporte de bicicletas está em testes em São Paulo

Dois superarticulados foram adaptados para transportar bicicletas dentro do veículo. Novidade está em operação em uma das linhas mais longas da cidade.

Adesivo na parte frontal do ônibus indica transporte autorizado de bicicleta no interior do veículo. Foto: Instituto CicloBR
Adesivo na parte frontal do ônibus indica transporte autorizado de bicicleta no interior do veículo. Foto: Instituto CicloBR

Está em fase de testes o transporte de bicicletas dentro de ônibus em São Paulo. Há alguns meses, dois coletivos superarticulados da linha 175T/10 (Santana/Jabaquara), operados pela Viação Sambaíba, transportam duas bicicletas por veículo.

O espaço fica situado depois da catraca, onde foi instalado suporte para fixação de uma bicicleta de maneira segura e sem interferir na circulação dos demais passageiros. O ciclista primeiro coloca a bike, depois entra pela porta da frente, pagando sua tarifa. Importante salientar que o local não é o mesmo destinado aos cadeirantes que usam o transporte coletivo: são áreas distintas, como é possível ver nas fotos do Instituto CicloBR que ilustram essa reportagem.

Ônibus tem espaço para até duas bicicletas. Foto: Instituto CicloBR
Ônibus tem espaço para até duas bicicletas. Foto: Instituto CicloBR

Fase de testes

O sistema, que esteve em exposição no Parque do Trote, na Vila Guilherme, zona norte da capital, vem sendo evoluído desde uma fase interna de testes e já está em sua terceira versão. A ideia é que qualquer pessoa consiga prender a bicicleta sem auxílio: basta encaixar o pneu em um suporte no piso, virando o guidão de lado, e prender a bicicleta pelo quadro com uma cinta, certificando-se de que ela está bem presa.

A linha é uma das maiores da cidade, pois liga a zona Norte à zona Sul e passa pelo Parque do Ibirapuera. A SPUrbanuss, sindicato que representa as empresas de ônibus, informa que não foi feita grande divulgação da fase de testes, pois são apenas dois veículos que fazem o transporte. Não há prazo de término desses testes e só após essa fase a empresa começará a medir os resultados. Com esses dados, será avaliada a possibilidade de expansão.

Transporte da bicicleta no ônibus só pode ser feita nos finais de semana. Foto: Instituto CicloBR
Transporte da bicicleta no ônibus só pode ser feita nos finais de semana. Foto: Instituto CicloBR

A linha de ônibus é regular, ou seja, funciona todos os dias da semana, porém as bicicletas só podem ser transportadas aos sábados a partir das 15h e aos domingos e feriados durante todo o dia.

De acordo com a SPUrbanuss, os funcionários da empresa receberam treinamento específico para auxiliar os usuários neste veículo. Os dois ônibus têm uma identificação visual no vidro dianteiro, com uma bicicleta branca sobre um fundo verde, indicando o Porta-Bike.

Rack externo foi testado em 2010

Não é a primeira vez que a empresa tenta introduzir o transporte de bicicletas em ônibus. Espelhada em modelos dos países norte-americanos e europeus, a empresa desenvolveu um rack para o transporte de duas bicicletas na parte frontal do veículo, que chegou a ser testado em 2010.

A ideia não foi adiante, pois a Resolução 349 do Contran, publicada no mesmo ano, proibiu o transporte nesse formato (art. 3º, item VIII).

16 comentários em “Ônibus com espaço para transporte de bicicletas está em testes em São Paulo

  1. Todas essas opções estão erradas. O correto é ter um ônibus exclusivo para ciclistas, que passa pelos pontos com ciclovias, com uma frequência menor que os ônibus convencionais, é claro.

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  2. De novo essa idéia imbecil de colocar as bikes DENTRO de ônibus numa cidade onde mal há espaço neles para as pessoas???

    É tão simples usar o exemplo de outros países onde o uso de bicicletas é incentivado de forma séria com a colocação de suportes nos parachoques dos ônibus!!!!

    Enquanto tivermos esse prefeito “bem intencionado” mas INCOMPETENTE que salvo uma ou duas exceções só faz ciclofarsas mal planejadas e efêmeras (mas que só precisam de latas de tinta pra serem [mal] executadas…] não teremos um projeto essencial e DURADOURO como esse que faria a interligação modal de meios de transporte para dar segurança e acessibilidade de verdade para a maioria dos ciclistas de São Paulo que não são atletas capazes de encarar uma cidade tão grande e cheia de desníveis.

    E quem se contenta com pouco e mal feito, continua batendo palmas ao ser enganado… 🙁

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  3. Pingback: Fértil Mente
  4. Bem, pelo jeito que as coisas andam, e como políticos de estados só querem investir em veículos motorizados e auto estradas, acho melhor a gente não contar tando com essa vantagem de bicicletas sendo transportadas em ônibus. Porque até que eles abram a cabeça para isso vai demorar muito!
    O negócio mesmo é pegar a bike ir até onde for possível ou fazer o percurso completo, ou ir de busão mesmo! É o que eu acho!

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  5. pego ônibus com minha dobrável 2x por semana e nunca tive problemas, não sem antes ter feito o trajeto várias vezes sem a bicicleta para sentir se ele não enchia muito. sei, porém, que tenho sorte de usar a linha em um horário e trajeto mais tranquilos. esse esquema de rack interno parece estar mais de acordo com o trânsito daqui, não me parece nada difícil manter alguns modelos desse tipo em linhas que passam por ciclovias. muito interessante

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  6. Impressionante a simplicidade eficiente do modelo em teste.
    Em BH os “engenheiros” que especificaram os modelos devem ter se formado noutro planeta. Tiram espaço de assentos e criaram um trombolho praticamente impossível de ser usado.

    A BHTrans foi questionada antes mesmo do inicio da operação do BRT, mas para variar, não fez nenhuma melhoria.

    http://bhemciclo.org/bh-em-ciclo-brt-move-bicicletas-e-integracao-modal/
    http://bhemciclo.org/outro-tipo-de-suporte-para-bicicleta-no-brt/

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  7. Acho muito importante suportes de bicicletas em ônibus de linhas que estão distantes de metro e cptm, já que essa linha, que esta em fase de testes, é inviável, já que o usuário pode levar sua bike através do metro.

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  8. Gostaria de saber o real motivo, lógico e racional, para o rack não poder ficar fora do ônibus. Dizer que “está na Lei” demonstra apenas preguiça em querer mudar a Lei.

    Imagina um ciclista entrando com a bicicleta num ônibus já meio lotado….a chance de gerar vários hematomas em outros passageiros e de levar várias cotoveladas “sem querer” é enorme. Sem contar que está tirando o acento de duas pessoas.

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    1. Jorge, acho que é essa resolução aqui, a 349, que trata do transporte de bicicletas.
      http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/RESOLUCAO_CONTRAN_349_10.pdf

      Capitulo I
      Disposições Gerais
      Art. 1º Estabelecer critérios para o transporte eventual de cargas e de bicicletas nos
      veículos classificados na espécie automóvel, caminhonete, camioneta e utilitário.
      Art. 2º O transporte de cargas e de bicicletas deve respeitar o peso máximo
      especificado para o veículo.
      Art. 3º – A carga ou a bicicleta deverá estar acondicionada e afixada de modo que:
      (…)
      VIII- não se sobressaiam ou se projetem além do veículo pela frente.

      Não sei que risco isso oferece, mas enfim… 🙁

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      1. Obrigado, Renata! Que estava na Lei eu imaginava….o que não consigo imaginar, de verdade, é que risco isso oferece, assim como você! Se ficasse na traseira até entendo, já que o motorista poderia “esquecer” que tem mais coisas atrás (que estão fora do campo de visão dele) e numa ré provocar um acidente. Mas na frente, na cara do motorista? Isso realmente não entendo.

        Não discuto terem proibido porque está na Lei. Sou daqueles que “se é Lei, tem que respeitar. Se a Lei é estúpida, tem que ser alterada ou revogada primeiro”….mas só queria realmente entender o porque de quem a criou colocar esse troço nela.

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      2. Mas espera aí….agora que vi direito: essa resolução é para “veículos classificados na espécie automóvel, caminhonete, camioneta e utilitário”. Não me parece que os ônibus estejam nessa categoria.

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    2. O ‘problema’ do rack dianteiro se subdivide em:

      – tempo para acomodação da bicicleta (numa linha BRT/expressa seria inviável).
      – treinamento do usuário e do motorista para boa acomodação
      – efeito guilhotina em caso de atropelamento ou acidente com moto. Este tem sido o principal ‘contra’ da ideia, posi num caso de atropelamento as sequelas para o pedestre podem ser muito pioradas.

      Já a acomodação interna depende da forma de embarque e da lotação do ônibus.

      – Se o embarque é em nível, e o ônibus não estiver cheio. OK, mesmo que 2 usuários tenham que ser convidados a levantar das cadeiras.
      – Se o ônibus estiver cheio, o bom senso tem que prevalecer. Ou o ciclista espera, ou usa a bicicleta para seguir parte do caminho.

      Em BH, como respondi noutro comentário, o suporte é mirabolantemente ruim.

      – Atrapalha a movimentação dos passageiros.
      – Mesmo sem uso, o suporte retirou 4 cadeiras de dentro do ônibus.
      – Quando em uso, o “modo correto” manda ainda abaixar 2 cadeiras.

      Uma Kgada extrema.

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      1. Vinicius, até entendo os “problemas” que você citou, mas aí então teremos outros problemas:
        – tempo para acomodação: o ônibus precisa ficar parado até que o ciclista prenda a bicicleta no local, ou acidentes podem acontecer lá dentro se ela “sair andando” pelo ônibus. Seguindo este pensamento, numa linha BRT/expressa tampouco seria possível entrar com bicicleta
        – treinamento: em San Francisco (que é a cidade onde mais vi ônibus com suporte para bicicleta externo e dianteiro), o motorista não faz absolutamente nada. É responsabilidade total do ciclista colocar e tirar a bicicleta….da mesma forma que é aqui quando ela fica dentro do ônibus. Será que é tão complicado assim utilizar um suporte externo que exija treinamento?
        – acidente: neste caso eu até concordo. Mas então deviam ser proibidos todos os automóveis que não tivessem uma frente tipo kombi… 🙂

        No fundo, tudo sempre terá prós e contras. Na minha visão a bicicleta ficar dentro do ônibus tem mais contras do que ficar fora. Mas……é a minha visão!

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