Foto: Renato Vasconcellos

Relato e fotos da Pedalada Pelada que terminou em mergulho nu coletivo no Rio

Com mais de 100 participantes, protesto do Rio de Janeiro foi encerrado com um mergulho coletivo na praia do Leme, com os participantes ainda nus.

No sábado 14 de março aconteceu na cidade do Rio de Janeiro a segunda edição da Pedalada Pelada local. A manifestação reuniu mais de cem pessoas que reivindicavam mais respeito ao ciclista no trânsito.

Com encontro marcado para as 16 horas na Cinelândia, ponto de encontro da Massa Crítica, o grupo saiu às 18 h sem divulgar qual o trajeto seria percorrido. Mas depois de passar por diversos bairros do centro e da zona sul, finalizou o protesto com um mergulho pelado coletivo na praia do Leme.

Veja como foi a Pedalada Pelada de São Paulo (com fotos)

“Indecente é o trânsito”

O Produtor Teatral Norton Tavares, que pedalou nu pela primeira vez, afirma: “É muito importante mostrar o quão frágil os ciclistas são no trânsito e pedalar pedalado passa essa mensagem.” Segundo ele, a manifestação aconteceu sem hostilização por parte da população e que, ainda durante a concentração, a Polícia Militar se aproximou e questionou se a pedalada iria mesmo acontecer. Após a confirmação dos participantes, um grupo de policiais de trânsito acompanhou a manifestação até o final sem registrar nenhum incidente violento.

Uma participante, que preferiu não se identificar, disse que não conseguiu convencer o namorado. “Já fui atropelada por um motorista que falava ao celular enquanto dirigia. Tentei convencer meu namorado mas ele não quis participar”, contou.

“Não poderia deixar de protestar pedalando pelada porque indecente é o trânsito no Brasil matar mais do que muitas guerras. Um corpo nu em cima de uma bicicleta é o que realmente somos nas ruas da cidade. A sociedade precisa entender que é inaceitável continuar dando prioridade ao transporte motorizado, eu quero viver numa cidade onde as pessoas são mais importantes do que os carros”, esclareceu a mesma participante.

Usuários de bicicleta de Niterói também marcaram presença na manifestação. O coletivo Pedal Sonoro, grupo que promove pedaladas temáticas sonorizadas para chamar atenção da população sobre o espaço da bicicleta nas ruas, usou o microfone para informar os cidadãos nas ruas sobre o motivo da manifestação. Norton, que também estava com sua caixa de som, comenta que foi muito importante usar o microfone para comunicar sobre a fragilidade do ciclista no trânsito urbano diante dos ônibus e carros na cidade.

Mas por que sem roupa?

A nudez representa a fragilidade do ciclista em meio à agressividade do trânsito. Também é uma forma de chamar atenção para a invisibilidade dos ciclistas nas ruas, que só passam a ser notados por muitos motoristas, por parte da imprensa e especialmente pelo poder público ao pedalar sem roupa.

Tirar a roupa pra protestar não é novidade e nem faz parte só do universo das bicicletas. Veja neste link alguns protestos feitos pelo Brasil e pelo mundo usando o corpo como arma política e forma de expressão: Uso do corpo nu em protestos é uma forma de comunicar, diz especialista

Fotos

Veja um pouco do que foi a Pedalada Pelada do Rio de Janeiro, nas fotos de Renato Vasconcellos:

Veja como foi a Pedalada Pelada de 2014
em Florianópolis e em São Paulo

Vídeos de anos anteriores (no final da matéria)

Outras galerias de fotos

Edição 2014 (São Paulo)

Edição 2014 (Florianópolis)

Edição 2013 (São Paulo)

Edição 2012 (São Paulo)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *